Violet Kentwel

A garota parou um pouco no meio de sua caminhada. O sol castigava sua cabeça e seus cabelos cor de chocolate, mas ela parecia não se importar. Ela deu dois passos para trás e observou delicadamente a árvore que se encontrava em sua frente. A garota deu um pulo, quase com um gato, e escalou a árvore em questão de segundos, era mesmo muito boa nisso.

De lá de cima podia ver sal cabana de madeira, e uma boa parte do Distrito 7, seu lar. Apesar de a árvore ser bem alta e Violet estar nos mais altos galhos o ar estava só um pouquinho rarefeito, quase nada para falar a verdade.

Violet ficou de pé no galho se se encostou a um galho que estava repleto de glicínias. O galho a aguentaria, ela era magrinha e sabia disso, mas isso não queira dizer que Violet era fraca, na verdade era bem forte.

Uma vez, e Violet se lembrava de muito bem, um garoto tentou beijá-la. Sim beijá-la, como foi propriamente dito. Violet é muito bonita, com uma face escultural, além de um corpo também muito bonito. Ela estava passando pelas ruas de seu distrito quando esse garoto puxou conversa com ela. Violet não se lembra de muito bem seu nome, se era Harvord ou Tommy, mas isso não vem ao caso. O garoto conversou, conversou, e daí começou a elogia-la. Violet até que gostou um pouco, mas ele começou a chegar mais perto, e mais perto, até que tentou beijá-la. Violet também não pensou duas vezes, deu um soco na cara do garoto que ele até caiu, com uma gota de sangue saindo de seu nariz, e ele gemendo no chão de dor. Foi até melhor, pensava Violet, porque aí ninguém mais se meteria a besta com ela.

A garota observou um pouco a paisagem que tinha em sal frente, mas logo virou os olhos e se preparou para descer. Ela colocou com cuidado o pé em um galho e começou a descer rapidamente, quase pulando de galho em galho. Assim que topou com os dois pés no chão foi em direção a sua casa.

Ela começou a correr, queria chegar logo em casa, pois tinha de ser para a colheita deste ano, que seria diferente. A população seria quem escolheria os tributos deste ano, e não teria sorteio. Seria uma reunião e Violet iria para lá, mas não sabia se seria escolhida.

Ela entrou em sua cabana de madeira que e se jogou em uma cadeira que ela mesma fez. Ela morava ali desde que saiu da casa de seu pai.

Acontece que a mãe de Violet morreu durante o seu parto. “Hemorragia interna” Disse o médico. Desde então o pai de Violet, Joseph, sempre a culpou pela morte de sua amada esposa Marry.

E chegou a um ponto onde Violet não aguentou mais isso. Lembra-se de como hoje do dia em que foi lentamente para o seu quarto e arrumou sua mochila, indo embora daquele lugar. Ela era a “imprestável” tanto pelo pai quanto pelo o irmão mais velho, Daniel. Violet cansou disso e saiu pela porta da frente sem falar uma única palavra, e nunca mais voltou para lá.

Violet se levantou e pegou uma roupa em seu armário improvisado. Ela era muito boa em se virar sozinha, e se daria muito bem se fosse para os jogos. Ela pegou uma de suas melhores roupas e seguiu para a banheira de madeira, que estava quase cheia de água.

Ela entrou em sua banheira e ela transbordou um pouco, mas logo cessou. Ela tomou um banho rápido, estranhamente não queria se atrasar muito. Ela pegou o seu mais bonito vestido preto e uma bota sem cano. Ficou linda.

Ela abriu a porta de sua cabana bruscamente e foi em direção da colheita. Estava passando pela rua, um pouco distraída, quando escutou alguém a chamando.

– Ei! Violet!

Era Kyler, seu único amigo. Ele chegou muito perto dela e ela o impediu com a mão.

– Você nunca perde seu jeito de valentona – Disse Kyler, dando uma risadinha.

Ela não riu, na verdade não gostava muito de ter contato com outras pessoas, era eu jeito.

– Está indo para a colheita? – Ela disse séria.

– Claro! Como todo mundo, ninguém falta à colheita!

– Oh, sim, sim.

Eles andaram rapidamente e logo chegaram a praça, onde acontecia a colheita. Violet deu uma espiada no palco e pode ver a acompanhante desse ano, ridícula.

“Como alguém se veste assim?” Pensou Violet. A tal mulher era mesmo estranha. Ela usava um vestido longo e alaranjado, com uma estampa de estrelas cinza espalhadas por todo o canto. Em sua cabeça estava um chapéu em forma de rosa, com uma estampa de estrelas também.

Todos os moradores do Distrito 7 estavam amontoados, decidindo algo, e Violet sabia o que era. Eles estavam com olhares nervosos, e a toda hora um olhava para os lados, como se estivesse indeciso.

A Sorteadora acompanhante escurou alguém a chamando e foi até o grupo, saindo então com a cabeça erguida.

– E então vamos escolher os tributos, como sempre primeiro as damas!

A mulher recebeu um papel em suas mãos e leu no microfone para todos escutarem.

– Lilah Wonderwood!

A garota tremeu na base e Violet percebeu isso. Violet olhou para os dois lados e em seguida ficou de cabeça erguida. Ela estava cansada de ser a “imprestável”, e queria mostrar a todos isso.

Ela preparou a garganta e gritou com todas as forças que possuía.

– Eu me ofereço como tributo!

Todos olharam para ela, confusos. Violet olhou para o lado e viu Lilah suspirando, aliviada.

A acompanhante chamou Violet para o palco com um gesto, mas a garota foi levada pelos pacificadores. Assim que ela subiu no palco o microfone chegou perto de seus lábios.

– Qual seu nome querida? – A voz doce da acompanhante soou por todos os lados.

– Violet Kentwell e eu tenho a honra de ser um tributo do Distrito 7. – Violet falou isso muito séria, o que deixou a mulher um tanto triste.

– E então, temos a tributa feminina do Distrito 07, - Violet Kentwell!

Violet fechou os olhos e respirou fundo, sabendo que daqui para frente sua vida mudaria.