Primeiro Massacre Quaternário - Fanfic Interativa escrita por kaochi, Brenno


Capítulo 5
Distrito 2 - Pearl Hugh


Notas iniciais do capítulo

Oi, co-autor novo na área. Aqui é o Brenno.



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Quando acordo o sol já está alto, e ainda parece que a noite passou como uma breve brisa do mar. Meus cabelos negros como a noite estão arrepiados, tanto que levo um tremendo susto a me olhar no espelho. Pego a escovinha no criado-mudo e começa a me pentear. Canto uma canção que aprendi quando era ainda uma criancinha no colo de minha querida mãe.

Escuto os passos duros de papai no corredor e respiro fundo. Seu semblante é forte, ele é um ex- vitorioso e por isso moramos na aldeia dos vitoriosos, e foi aqui que aprendi a nadar, já que temos uma piscina no quintal.

Vou para a janela e lá me debruço, cansada e com preguiça, com a xícara transbordando de café em de minhas mãos, a boca seca por causa do líquido quente.

Desço e vou tomar um copo de água porque a garganta está queimando, acho que agora exagerei.

Meu pai Rafyl já está no sofá com o que aparenta ser um livro em mãos.

– Vamos treinar? – O sorriso em seus lábios é contagiante.

– Mas hoje não é dia de...

– Não faz mal, é só um pouquinho.

Hoje é dia de colheita, ou melhor, da escolha. Esse ano, em comemoração aos 25 anos dos jogos vorazes a população do Distrito será quem vai escolher, por meio de votação, os tributos deste ano.

Arrumo-me e saio para a rua com meu pai ao lado, está um dia lindo e ensolarado. Que bom, pois adoro calor ou coisas do tipo. Estou ansiosa para treinar, pode parecer que eu estava amedrontada quando papai me disse que iriamos treinar, mas por dentro aconteceu uma festa.

Temos de atravessar quase toda a aldeia dos vitoriosos para chegar ao centro de treinamento. Dou um sorriso para meu pai Rafyl e ele tira as chaves do bolso, é quando vejo uma silhueta atrás de mim, sei que pode ser um animal ou coisa do tipo, mas mesmo assim me viro.

Um pássaro voa por entre algumas das árvores e rio de mim mesma, preocupada com isso.

Mas estou enganada, logo vejo uma silhueta por trás das árvores, e não é um animal.

– Blasfêmia... – Sussurro para mim mesma, horrorizada.

– Oi, Pearl. – A garota que saiu por detrás das árvores falou isso em tom sarcástico.

O nome dela é Blasfêmia, minha maior rival, sempre disputando comigo, será que ela não percebe que sou a melhor? Mas, voltando ao caso, o que essa vagabunda está fazendo aqui, ela não sabe que hoje é o dia da votação? Antes que eu pergunte ela já respondi.

– Resolvi treinar um pouquinho, para passar o tempo..

“Sua idiota” Pensei comigo mesma, pensei até em falar isso em voz alta, mas resolvi ficar calada e na minha, não vou dar valor a ela.

Assim que meu pai abre as portas do centro de treinamento Blasfêmia se esguia pela minha direita e entra primeiro, ela vai direto ao lugar das armas. Ela pega uma naginata e examina sua lâmina, parece interessada.

– Hum, com calma. – É a voz de meu pai. – Nós mal chegamos.

Eu vou até ela e te dou um leve empurrão com um ombro, ela dá um passo para trás e me encara com sua naginata em mãos. Eu rapidamente pego um machado e encaro um boneco que está há uns dez metros.

Depois de três minutos já estamos preparadas para treinar, meu pai me dá o sinal para que eu ataque e corro na direção do boneco. Penso rapidamente em Blasfêmia e a raiva se espalha por meu corpo como leite se espalha na água. Minhas mãos parecem ter ficado mais fortes e o machado parece tomar conta de mim. Por um instante não sinto mais nada, apenas escuto um baque surdo e alguns gritinhos de felicidade e alguns de raiva. Quando finalmente abro o olho me impressiono, a cabeça de boneco foi quase decepada, deixando a mostra seu interior. Blasfêmia vai até ele e se certifica que a cabeça de mentira está mesmo pendendo, parece não acreditar, sei que por dentro ela está se remoendo de raiva.

Dou uma risadinha fraca e vou me sentar em algum canto, deixarei Blasfêmia tentar um pouco. Ela arruma sua naginata e a segura de modo estranho, sei que ela nunca tocou nesse tipo de arma, mas o que ela quer é me derrubar, vamos ver se ela consegue.

Ela respira fundo, suas mãos estão tremendo de raiva e eu dou uma risada mentalmente, ela corre com toda a velocidade que pode em direção ao alvo. Eu sinto o impacto, mas quando presto mais atenção vejo apenas Blasfêmia gritando e a naginata fincada no alvo, penetrada por menos de um centímetro. Dessa vez eu não consigo conter a gargalhada.

Ela vem em minha direção, bufando, mas acho quem meu pai também percebeu, pois ele a para antes que ela chegue a mim.

– Espere aí, gente.

– Eu já vou. – Falo em um tom alegre.

Abro com um safanão a porta do centro de treinamento e ando pela rua de volta a aldeia dos vitoriosos, mas não vou voltar para a casa, vou visitar Gattfour, um amigo meu que também é um ex- vitorioso, assim como meu pai.

Cruzo quase toda a aldeia até enfim, chegar até a sua casa, parece que ele já estava me esperando, com um leve sorriso nos lábios.

– Ah, oi Pearl.

Gattfour venceu os jogos quando tinha 16 anos, e hoje treina geralmente os filhos de vitoriosos, e de vez em quando eu o visito. Hoje contei mais uma vez da rivalidade que eu tinha com Blasfêmia.

– Ignore-a. – Era o que ele sempre me dizia.

Mas acho que não posso, assim como a maioria das pessoas do distrito 2 sou arrogante e adoro brigar, a vontade que tenho é de estraçalha-la como o urso faz com quem o ameaça.

Não respondo nada, em vez disso dou mais uma breve olhada no horizonte e suspiro.

– Melhor você ir – Ele me diz, olhando o relógio. - Já está quase na hora da "colheita"

Levanto-me rapidamente e me dirijo à saída, não sem antes dar uma rápida olhada para trás e dar um tchau mentalmente.

A hora da reunião chega e visto minha melhor roupa, não sei nem porque, já que será por votação. E lá estou eu, vendo aqueles rostos aflitos, escolhendo quem serão os tributos deste ano.

– E então, vamos escolher as damas desse ano? – Quem falou foi a acompanhante desse ano, ridícula. Ela veste algo que se parece mais com um vestido de noiva encharcado, porém vermelho.

Olho para cima, nervosa. Lá estão alguns pássaros passando pelo céu, rasgando as nuvens. Respiro fundo e olho em minha volta, vejo mais uma vez os rostos aflitos e ao mesmo tempo indecisos, olhando constantemente para os rostos dos jovens.

Um pensamento vem em minha mente, mas não sei se realmente devo executá-lo. Brigo com minha própria mente a procura de uma resposta, mas nada consigo.

Vejo de relance uma pomba branca voar solenemente pelo céu, e então tenho a resposta e já sabia que seria escolhida, já tinha conversado e eu era a mais preparada para ganhar.

– E a garota escolhida pelo distrito é Pearl Hugh

A acompanhante me chamou para o palco e estou nervosa.

– Bom, e agora temos o tributo feminino. Vamos aos cavalheiros.

Nem percebo quem foi o escolhido, mas acho que vamos nos dar bem na aliança carreirista. Enquanto sou levada para dentro do prédio de justiça posso ver o rosto de meu pai me encarado e Blasfêmia com uma expressão de horror, acho que no fundo ela não me odeia tanto assim.


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Notas finais do capítulo

Ficou pequeno, mas é a estréia. Até a próxima!