Gêmeas Em Chamas. escrita por giovanacanedo


Capítulo 20
Morde e assopra.


Notas iniciais do capítulo

Demorei de novo, mas saiu.
ÊÊÊÊ.



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POV Gale:

Merda! Será que ninguém me entende? Além de Peeta, Cato, Finnick, até a vadia da Johanna deu para dizer que sou eu que não entendo o que os outros estão me dizendo. Porra! Será que é tão difícil ver que não é fácil pra mim, ter uma mãe dessas? Ela muda de atitude sempre e não dá para criar expectativas como o meu velho. Eu não quero sofrer como ele, de jeito nenhum!

Eu não deveria ter colocado May no meio disso, mas... ah! Simplesmente não dá! Minha cabeça ferve e detesto que os outros venham dar lição de moral pra mim quando eles mesmos não fazem o mesmo. Cato diz pra eu superar algo como se ele tivesse superado, ah vá!

Suspiro.

Levantei da cama e fui descer as escadas. Meu pai estava na cozinha.

— Cadê ela? - perguntei.

— Dormindo, não precisa sair.

— Pai... sobre hoje mais cedo, eu...

— Não se preocupe com o que você disse mais cedo sobre mim, Gale. O que realmente me chateia é o que você pensa e o que você sente sobre a sua mãe. Você tem que entender, eu a amo, Gale. Jamais vou deixa-la. Eu vou insistir em vocês sempre, até muito depois que você se resolver com ela.

— Pai, eu entendo que você a ama, que nunca vai deixar ela, mas não pense que eu vou me resolver com ela. É impossível.

— Eu não teria paciência e esperança se eu não amasse demais vocês dois. O tempo passa e eu sei que nada é para sempre. Não é possível que você insista em algo ruim, uma hora você deixa disso, Gale.

Fiquei quieto enquanto meu pai voltava a tomar seu café e lia o jornal.

Um pouco depois recebi uma mensagem de Finnick:

geral, bora pra cá, notícia caliente!

POV Finnick:

— Onde você tava ontem, cara? Sumiu o dia inteiro. - Peeta me perguntou com um olhar interrogativo. Eu até poderia dizer que eu fiquei com Annie praticamente o dia inteiro ontem por causa da morte da sua avó. Mas eles me olhariam pasmos porque não é do meu feitio apoiar quem eu não tenho qualquer intimidade. Como eu não sabia nada sobre Annie! E ainda eu achava que sabia: Uma garota sonhadora que estuda pra não mostrar que tem outras coisas pra se importar, mas que na verdade gostaria de ser como as garotas mais aparecidas e desinibidas. Quieta, sonsa, por fora, e por dentro tagarela mais sonsa ainda. É,  eu fui um idiota de pensar essas coisas. Ela segurava uma barra dentro de casa. Cuidava da própria avó que tinha alzheimer já que o pai mora e trabalha do outro lado do país. Cuidava da própria avó porque sabia que em casa ela teria melhores cuidados. Enfermeiros e até mesmo médicos não costumam ter paciência com pessoas que têm essa doença, as vezes maltratam e até sabotam. Agora eu não vejo nada em Annie além de que ela é uma pessoa forte. Não deve ser nada fácil amar alguém e ver que essa pessoa não se lembra de você, que você é um desconhecido qualquer pra essa pessoa. Annie me disse pra não falar isso pra ninguém por enquanto, as pessoas saberiam de qualquer jeito mesmo.

— Passei o dia inteiro com dor de dente, cara. Fiquei praticamente em coma! - respondi.

— Exageraldo! - Cato disse rindo.

— Ficou com dor de dente até de madrugada? A gente acabou indo na corrida de motos sem você. Depois não diz que a gente te isola. - Peeta disse.

— Relaxa, ontem foi exceção. Mas normalmente vocês me isolam mesmo! - eu disse soltando um sorriso irônico - mas aposto que sem mim não é a mesma coisa! Ah, e quem ganhou a corrida?

— Um cara que apareceu do nada e que passou da linha de chegada e mesmo assim não parou, só pegou a bandeira e voltou pra estrada. - Gale respondeu - queria se aparecer.

— Não fica com inveja, não, Gale. Você já venceu 4 corridas. - Cato disse.

— Você também ficou puto quando o cara venceu e seguiu adiante. - Gale disse.

— Eu reconheço todas as motos que competem por aqui, aquela eu nunca tinha visto em nenhuma corrida lá. O vencedor foi um novato que tá por essas bandas. - Cato disse.

— É muito estranho o vencedor nem ter tirado o capacete. - Peeta disse.

— Se esse novato quis vencer, que pelo menos aparecesse e mostrasse a cara. Todos os que vencem o que mais querem depois é ficar bem na fita com a galera de lá, principalmente com as garotas. - Cato disse.

— Bom, da próxima vez que ele aparecer por lá, a gente barra ele e faz ele tirar o capacete, sem rosto não participa da corrida. - Gale disse com seu sorriso ameaçador.

— Mas afinal, Finncik, qual é a notícia caliente? - Peeta perguntou.

— Bom, agora que eu estou por dentro sobre o que houve com os  desfavorecidos na madrugada de hoje, posso dizer a notícia que apareceu no site do jornal daqui do distrito. Vejam só:

Clove Everdeen estragou a festa de casamento do pai, Caesar Flickerman, que nesse sábado se casou com a famosa modelo Erika Madson. Parente de uma das famílias mais influentes da capital, com renomados nomes como Adele Madson Smith, atualmente uma das mulheres mais ricas da capital que já foi casada com um dos Sant, uma das famílias mais importantes de todo o Panem. A festa parou após a jovem de 17 anos ter jogado uma taça de vinho no primo da noiva que, inclusive, foi o seu par que a acompanhou para entregar as alianças aos noivos. Não se sabe o motivo ao certo, a ''vítima'', Marvel Madson, disse que tinha dito uma piadinha que ela não teria gostado. A jovem empurrou vários fotógrafos e se retirou da festa. A mãe da jovem, Sra. Everdeen e sua irmã gêmea, Katniss Everdeen não quiseram dar entrevista. Elas voltaram para o distrito 12 onde estão morando atualmente assim que Clove Everdeen se retirou da festa.

— É, não é sempre que outra notícia da capital vem parar aqui além de economia. - eu disse.

— Aposto que ele deve ter dito algo sobre a roupa dela e ela se zangou, típico! - Gale disse.

— Clove não perde a cabeça tão fácil. E a julgar por quem eu realmente conheço, Marvel deve ter pego pesado, ele não vale nada. - Peeta disse.

— Mas pro seu irmão pegar pesado, ele teria que ter um mínimo de conhecimento dela. - Cato disse.

— Marvel mora na capital, elas também moraram lá. Gente ''importante'', eles deveriam se conhecer, talvez estudaram na mesma escola. - Peeta disse.

— Li também que não era pra Clove entregar as alianças com Marvel, era pra Katniss ir com ele, - Finnick disse - mas parece que Katniss passou mal e Clove foi no lugar dela.

Peeta ficou quieto por vários segundos.

— Ei, Peeta, o que foi? - eu disse.

— Um tempo atrás, fiquei sabendo que Marvel tava namorando alguém com sobrenome importante. - Peeta disse.

— Então ele namorou a Clove, por isso ela jogou a taça de vinho nele - Cato disse.

— Provavelmente. - Peeta disse.

— Mas por que vocês estão se importando com isso? - Gale disse - o que isso tem a ver conosco além do Peeta ser irmão do Marvel?

Os três olharam pra mim. Dei meu sorriso irônico.

— Clove fez a gente esquentar a cabeça naquele dia, nada mais justo do que a gente fazer o mesmo. - eu disse.

— E você pretende fazer um poster gigante com ela empurrando os fotógrafos com o título da notícia e colar na parede da escola? - Cato falou zombando.

O encarei com uma cara ''sério que você acha que sou tão idiota assim?''

— Ninguém na escola lê o site do jornal do distrito. A gente só vai ajudar a dar uma espalhadinha. - eu disse - O terror psicológico que a gente viveu aquele dia, ela vai passar também.

— Terror psicológico?! - Cato disse - não exagera.

— Vão encher o saco dela, e vão perguntar o que ele disse a ela pra ela jogar vinho na cara dele, e se duvidar ela repete a dose na cara de outra pessoa, vambora! - Gale disse.

Que os jogos comecem.


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