Uma Geek Encantadora escrita por Chloe Waters


Capítulo 2
Bem, eu tive muito tempo.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Quero agradecer as três pessoas que comentaram, e dedico esse capítulo a vocês porque sem vocês eu não continuaria a fic



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Capítulo Dois - Bem, eu tive muito tempo.

(Abby)

Assim que entrei na sala os olhares dos alunos novamente estavam sobre mim, as únicas pessoas que falavam comigo na sala era Íris e o professor. Íris é uma garota legal, a mesma é conhecida por sua gentileza e foi adoravelmente educada ao falar comigo. Me sentei no meu costumeiro lugar, última fileira, perto da janela, longe de todas as outras pessoas da sala.

– Oi Abby. – Íris disse, se aproximando de mim com um sorriso fofo e se sentando na cadeira ao meu lado. Ela era a única pessoa que ousava se sentar perto de mim. Olhei para a sala e alguns dos alunos comentavam e cochichavam sobre isso – Não ligue pra eles, são um bando de desocupados.

Sorri de canto. Logo vendo a porta se aberta pelo professor, que colocou sua pasta na mesa e tratou de começar a aula. Fechei meus olhos, encostando a cabeça na mesa e indo para uma outra dimensão. Sempre imaginei minha vida de um jeito diferente. Se eu fosse uma garota corajosa, eu não seria zoada e não sofreria bullying. Se eu fosse igual as outras garotas, já teria conseguido conquistar Nathaniel. Se eu fosse bonita, o mesmo estaria apaixonado por mim. São tantos “se eu” que minha cabeça chega a ficar maluca.

Eu queria poder ter a vida perfeita. Eu seria astronauta. Ou médica. Ou qualquer um dos meus desejos de criança. Eu seria alguém que todos se orgulhariam, iria ter milhões de mães dizendo para suas filhas: “- Quando você crescer, você será como ela!”. Eu só quero ser um exemplo para alguém. Mas olha só o que sou, uma garota que sofre bullying, que tem uma paixonite idiota e vive sozinha desde que minha mãe me abandonou e meu sumiu no mundo de apostas.

Eu só queria... ser alguém. Menos eu mesma.

O sinal tocou, me fazendo acordar do meu sonho assustada. Minha cara deve ter sido engraçada porque alguns dos alunos riram de mim, fazendo-me corar e desviar o olhar.

– Certo alunos, a aula de hoje acabou, podem ir para suas casas. – o professor disse, pegando sua maleta e saiu de sala. Foi então que eu percebi que havia dormido durante todas as aulas. Estava tão perdida em meus pensamentos que nem prestei atenção no que estava acontecendo ao meu redor.

Peguei minha mochila, levantando calmamente e seguindo porta a fora, indo em direção a saída pelo lado de trás da escola. Tenho medo de tentar sair pela frente e Kentin me surpreender novamente, apesar dele ter entendido o recado de Nathaniel, ele estará com tanta raiva de mim que mandará Ambre e suas amigas me espancarem na frente de todos. Suspirei, abrindo a porta e caminhando em direção a minha casa. Por que a vida tem que ser tão difícil?

O caminho até minha casa não foi demorado, abri a porta adentrando o local e em seguida a fechei. Desde que fui abandonada por meus pais vim morar com meu tio, ele é médico então não tem muito tempo em casa, por isso passo a maior parte sozinha em casa.

– Cheguei... – sussurrei ao vento, tirando meus sapatos e entrando na casa.

Joguei a mochila no sofá como de costume e fui olhar as correspondências de hoje, a alguns dias atrás eu havia passado mal, fui até o hospital do meu tio fazer alguns exames e eles disseram que me mandaria pelo correio. Eu sei, pode não ser nada demais, apenas uma gripe ou algo assim. Mas meu tio insistiu tanto que acabei indo ao hospital.

Haviam cartas de contas. Luz, telefone e água, coloquei-as em cima da mesa para que meu tio as pagasse depois. Uma carta de cobrança, que provavelmente deve ser do meu tio, então a coloquei junto das outras e por fim a carta que eu estava esperando. O exame.

Respirei fundo.

Meu coração batia aceleradamente, tinha a plena certeza de que não havia nada de errado comigo, sempre tive uma saúde de ferro e não seria agora que eu ficaria doente. Balancei a cabeça, talvez eu esteja me preocupando atoa, não há nada de errado comigo, certo?

Respirei fundo.

Eu ficava mais nervosa ainda. Estava ansiosa, nervosa e com medo do resultado. Minha vida já é uma droga e tenho medo de que o que esteja nessa carta estrague ainda mais a minha vida. Abri a carta, fechando os olhos fortemente, esperando eu tomar coragem para lê-la.

Abrirei no três.

Um...

Dois..

Três.

Abri os olhos, lendo calmamente a carta. Meu coração acelerou, o medo tomou conta do meu corpo. Larguei a carta deixando-a cair no chão e então lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Eu iria morrer...? Então era esse o final triunfante que estava guardado para mim?

Minha visão ficou embaçada devido as lágrimas.

Na carta estava escrito, “câncer”. E meu mundo havia caído naquele momento, sabendo que em breve, eu não pertencerei mais a esse mundo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Me perdoem se o capítulo ficou pequeno demais, tentarei recompensar no próximo, até õ/