Sagas de A a Z escrita por Aldric Hunt Stuart, HttpSans


Capítulo 24
Enquanto isso, atrás das grades


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOi, guardiões esse capítulo vai ser no ponto de vista da Jenny e vai contar como vai ser a preparação do evento do Thomas. Isso significa que só teremos 7 capítulos até o fim dessa temporada.;-;
Não chorem, a segunda temporada vai vir, promessa de guardião para guardiões.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/483205/chapter/24

Eu me sentia cada vez mais solitária e triste naquela cela. Depois que apagaram o incêndio que a Gabi provocou não vieram até mim, era como se eu nem existisse. Além de estar com meus dias contados, precisava passar minhas últimas horas sozinha, é o sonho de qualquer garota.

O John não sai dos meus pensamentos desde que eles partiram daqui, não sabia se ele estava bem e nem se conseguiria vir me salvar, tudo o que me restava era esperar o plano de Ana acontecer.

Cada minuto em que eu passava atrás das grades, me sentia mais inútil e ridícula. Eu poderia estar lutando, ou ajudando de qualquer outro modo. Eu li mais livros do que um adulto comum, acho que posso servir para alguma coisa.

Desvio os pensamentos o mais rápido que posso, li em livro de medicina que se eu ficar alimentando pensamentos negativos, posso ser levada a loucura ou entrar em depressão.

Um livro! Como eu queria um livro, seria uma distração perfeita. Infelizmente o livro não poderia ser muito grosso, já que tenho poucas horas de vida. Não acredito que vou morrer antes de completar o colegial.

Eu daria tudo para estar na escola, aprendendo coisas novas e respondendo perguntas fáceis. Sinto saudades até das aulas do Snape, para isso estar acontecendo, a minha situação não pode piorar.

–Aparece logo Stark- murmuro encostando a testa entre duas barras de ferro.

Uma figura surge nas sombras, usava uma capa negra e longa e tinha o cabelo em um tom de loiro muito claro, o rosto tinha uma expressão que mesclava hostilidade e egocentria. Ele estava com uma varinha em punho. Era Diego Malton.

–Stark?- diz Diego- quer dizer que o efeito da poção já passou?

Quando meus olhos encontram os de Diego, eu senti uma vontade de me atirar sobre ele e socar a sua cara. Me sentia violada, suja e ridícula, mas não podia demonstrar isso.

–Que poção?- pergunto da forma mais doce que consigo- quero que o Stark apareça logo para poder afundar a cara dele com uma barra ferro.

Sinto um gosto metálico na boca, não conseguiria manter essa farsa por muito tempo. Uma lágrima de raiva desce pela minha bochecha.

–Você está chorando?- pergunta Diego

–É emoção por te ver aqui- nem eu mesma acreditei dessa vez, exagerei na atuação.

Mas Diego não percebeu isso, simplesmente sorriu e deu de ombros. Depois colocou a mão no bolso e tirou de lá um molho de chaves.

–Pediram para te levar para a aldeia do Josh- diz Diego

–Aldeia do Josh?- pergunto.

Ora, se estou aqui, o que custa arrancar algumas informações desse energúmeno, maldito, aproveitador e desgraçado?

–Sim- diz Diego- é lá que ele se esconde, é um lugar bem escondido no meio da floresta. A festinha do Thomas mudou para lá depois que seus amigos tomaram a escola.

–Eles não são meus amigos- digo, tentando manter a farsa.

–Tanto faz- diz Diego- logo todos vocês vão estar morto mesmo.

Diego coloca uma chave grande e velha na fechadura, dá duas voltas e empurra a porta, depois pega meu braço de uma forma grosseira e aparata.

Quando abro os olhos, me encontro em uma pequena aldeia, com varias casinhas coloridas e um prediozinho (que me parecia uma escola antiga), uma pequena praça com uma fonte de agua salgada no centro me enchiam os olhos. Mas a coisa mais impressionante era a mansão que estava em minha frente. Era um sobrado, e não tinha muro, somente uma cerca com uma grama verde e gnomos de jardim que pareciam reais. O segundo andar da casa tinha parede de vidro, pude observar um escritório magnífico, com vários livros por todos os cantos.

A casa emanava um clima de modernidade e soberania, que contrastavam com o resto da aldeia, que parecia ter sido tirada do século XIX. Com certeza era a casa do Josh, ele devia entender muito de arte e arquitetura, a Ana ficaria loca se visse esse prédio.

Uma garota de cabelos escuros, óculos grandes e de armação preta, ar inteligente um casaco roxo aparece no escritório do segundo andar, meio acanhada, como se não devesse estar ali. Parecia estar entretida demais para me notar. Quem seria ela? Seria mais uma vítima do Josh?

Diego segura a minha mão, e eu faço muita força para não vomitar e nem acertar a cara dele com um tapa. Desvio a garota misteriosa de meus pensamentos, precisava me manter viva.

Eu começo a olhar em volta com muita atenção, precisava descobrir em que parte da floresta Josh se escondia. No ano passado eu li um livro que me ajudava a sobreviver na floresta, identificando onde fica a ponta da floresta de acordo com o solo e as árvores. Sabia que esse livro seria útil para alguma coisa!

As árvores eram muito altas e densas, quase não se podia ver o céu estrelado, barulhos de animais selvagens pairavam pela aldeia. Com certeza eu estava no centro da floresta. Isso quer dizer que a aldeia do Josh fica perto de nosso acampamento.

Ele devia estar nos vigiando desde o início, não posso acreditar nisso. Ele deve ser um gênio do mal, não sei como vamos conseguir vencê-lo, ele sempre parece estar a um passo na nossa frente.

Diego me leva até uma casa amarela e porta de madeira pintada de branco. Ele abre a porta e me arrasta para dentro, ele anda até uma sala de estar. Lá só tinha um móvel com uma televisão em cima, um sofá cor de café e uma mesa de centro com um tapete em baixo.

Diego puxa o tapete e a mesa de centro para outro canto, revelando um alçapão. Eu começo a suar frio, não sabia o que me aguardava em baixo daquele alçapão.

Diego abre o alçapão e eu o empurro para dentro, depois eu coloco o tapete e a mesa de centro em cima do alçapão e corro até a porta para sair.

Ana teria de me desculpar, mas eu entrei em desespero, acho que qualquer um faria o que eu fiz.

Quando chego até a porta, dou de cara com um homem alto, com olhos e cabelos negros, terno de risca de giz e olhar desfocado. Era como se ele fosse um vilão saído de um catalogo de moda ou um desfile.

Não consigo suprimir um grito de terror, fazendo com que um meio sorriso maligno se forme no canto de sua boca.

–Olá querida- diz o homem- você deve ser a Jenny, meu nome é Josh, não fomos devidamente apresentados.

Tento me virar para sair correndo, mas Josh segura meu pulso e me arrasta de volta para o alçapão.

–Abra e entre – diz Josh me encarando.

Me viro e abro o alçapão, de lá sai um Diego de olhos arregalados e nariz ralado, como se ele fosse uma versão parafinada do Rudolf a rena do nariz vermelho. Eu entro meio acanhada e me deparo com quarto celas, e um corredor apertado as dividido. O porão era muito bem iluminado ao contrário da prisão de que acabei de sair.

Josh entra no porão e me atira para dentro de uma cela, depois a tranca e vai embora, fechando o alçapão ao sair.

Eu me sento no canto da cela e começo a chorar, não podia acreditar no que tinha acabado de fazer!

–Jenny?- pergunta uma voz feminina, vinda de uma das celas

–Sim- digo me levantando- quem é?

–Sou eu, a Clara- diz a voz- eu e Dumplecof também fomos capturados.

–Onde ele está?- pergunto

–Estou aqui- diz uma voz masculina de um idoso, da cela ao meu lado.

–Como é bom ouvir a sua voz!- diz Clara

–Penso o mesmo Clara- digo, em seguido resolvo perguntar uma coisa que não sai da minha cabeça- Por que Thomas escolheu a gente para fazer as Horcruxes?- pergunto

–Muito simples- diz Dumplecof- A Clara representa os trouxas, que Thomas detesta. Você representa os nascidos trouxas , que são para Thomas tão ruins quanto os trouxas. E eu represento as pessoas que representam alguma ameaça para Thomas, seja magicamente ou as que tem ideias contrárias a ele.

–Bem- digo- isso me deixa mais preocupada, vai ser difícil fugir das garras dele se vamos servir de exemplo para os outros.

–Não precisa se preocupar Jenny- diz Clara- o John e o Jace vão nos salvar, nada vai acontecer conosco.

–Mas e se eles não conseguirem Clara?- pergunto- Estamos com nossos dias contados.

–Jenny tem razão- diz Dumplecof- não podemos ficar de braços cruzados.

–Não foi isso que eu quis dizer- digo- tentei fugir agora mesmo, mas o Josh em pessoa me atirou nessa cela. Estou tentando dizer que não temos mais saída. Esse é o nosso fim!

–Você tentou fugir sozinha- diz Clara- agora nós somos três, podemos fugir se fizermos isso juntos.

–Em primeiro lugar, não tem chance de um idoso e duas garotas vencerem uma frota de vilões poderosos- digo- segundo, estamos presos, não temos mais saídas .

–Eu posso dar um jeito nisso- diz Clara- se alguém conseguir me entregar a minha estela.

–Onde está a sua estela?- pergunto

–Bem- diz Clara- quando me jogaram nessa cela, eu derrubei a minha estela no chão, está em algum lugar do corredor.

–Que ótimo- digo- nossa única forma de fugir foi por água a baixo.

–Não seja negativa- diz Clara- precisamos de otimismo, não quero morrer sem lutar. Precisamos achar uma maneira de ir embora...

Clara continua falando, mas eu escuto passos acima de nós, então paro de prestar atenção nela. Os passos vinham em direção da sala.

–Impossível- digo

–Nada é impossível- diz Clara

–Fique quieta- digo- estou falando que é impossível que alguém esteja no andar de cima agora.

–Não tem ninguém lá- diz Clara

–Cale a boca que você escuta- digo.

Clara ficou em silêncio, então conseguimos ouvir com clareza os passos acima de nós. Pareciam andar pela sala como quem não quer nada.

–Jenny, você já pensou em ser ninja?- pergunta Clara

–Shhh- digo- precisamos ouvir.

Os passos são apressados, a pessoas que estava acima de nós devia estar sentindo muito medo, ou estar muito ansioso para alguma coisa. De repente um barulho alto, como se a pessoa acima de nós tivesse chutado a mesa de centro para longe.

O meu sangue gela, qualquer um podia estar acima de nós, inclusive o Thomas, pronto para nos executar. Dessa vez não tínhamos nenhuma saída.

Quem quer que fosse, tinha acabado de arrastar o tapete e estava prestes a abrir o alçapão.

Minhas mãos suavam cada vez mais, precisávamos ficar em silêncio, mas o silêncio me deixava em desespero.

Lentamente o alçapão se abre, produzindo um rangido alto, como em um filme de terror. A figura misteriosa caminha até ficar no meu campo de visão, era a mesma garota que eu avistei na mansão do Josh.

Ela era bonita, mas ela parecia implorar atenção. Seu olhar era curioso e triste ao mesmo tempo. Só de olhar para ela consegui imaginar o turbilhão de emoções que ela devia sentir.

Mesmo assim, ela podia ser má. Considerando que ela estava na mansão do Josh, no meio da noite, devia ser alguém importante.

A garota tirou o casaco roxo, ficando apenas com a camiseta de manga comprida listrada. Ela começou a procurar por alguma coisa nos bolsos do casaco, talvez uma arma.

–Quem é você?- pergunto da maneira mais educada que consigo.

A garota aponta para os ouvidos, depois faz um sinal negativo com o polegar. Como se dissesse “Eu não posso te ouvir” ou “Não estou te entendendo”

Para tentar me comunicar com ela, aponto para a minha boca, depois faço um sinal negativo com o polegar, depois dou de ombros. Em uma tentativa falha de dizer “Você não consegue falar?”.

A garota pareceu me entender, pois balançou a cabeça negativamente, da forma mais triste que já vi alguém fazer.

Uma ideia louca vem a minha cabeça, talvez a garota possa abrir as celas ou pegar a estela da Clara, se ela for boa, é claro.

Eu ando até a porta da cela e aponto para a fechadura, depois sacudo as grades. A garota balança a cabeça afirmativamente e começa a procurar alguma coisa para abrir a porta.

A garota olhava para o chão e para as paredes, em busca de algo para nos ajudar.

De repente sinto a sala esfriar, minha nuca fica arrepiada e sinto muito medo. Então escuto passos novamente, e outra figura abre o alçapão.

A garota que estava nos ajudando dá um salto de susto, olhando para a figura que se postava em sua frente. Mas eu não consigo ver a pessoa.

–Nikki- diz uma voz feminina e doce- retourner chez vous maintenant- a garota balança a cabeça em minha direção, como se perguntasse o que fariam comigo- Qui n'est pas de votre entreprise.

A garota, Nikki, olha para mim, como se pedisse desculpas. Despois parte na direção da mulher fria. Escuto o alçapão ser fechado e passos para fora da casa.

–Clara- digo- você conseguiu ver a mulher fria?

–Não- diz Clara- e você Dumple?

–Também não- diz o idoso

– Eu daria tudo para saber a língua em que elas conversaram- diz Clara.

–Acho que sei- digo- me pareceu francês, já fui á França algumas vezes, quando era Hermione. Tenho quase certeza de que estavam falando francês

–Com um mistério resolvido- diz Clara- ainda ficamos com um, quem era elas.

–Isso- digo- é o nós precisamos descobrir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Quem é a Tal Nikki e quem estava com ela?
John conseguirá salvar a Jenny?
John, Luana e Sabrina vão conseguir pegar o Felix Felicis?
Qual plano vai prevalecer, o de Ana ou o de Raquel?
Alguém vai morrer?
Descubra tudo isso nos próximos capítulos de Sagas de A a Z
Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sagas de A a Z" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.