Sagas de A a Z escrita por Aldric Hunt Stuart, HttpSans


Capítulo 21
Reforços


Notas iniciais do capítulo

Bem, demorei um pouquinho e o capítulo tem menos palavras do que o normal, porém é um capítulo esclarecedor e divertido, a narrativa é do John e podemos ver coisas como a primeira cena do Gato com as botas novas



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Eu aparatei para a escola por instinto, era o meu ponto de referência para tudo. Mas assim que chegamos à escola, percebi que ter escolhido a escola foi uma burrada de minha parte.

Vocês com certeza devem estar se perguntando por quê.

Bem, pelo simples fato de que havia uma guerra na escola. Comensais, Nortistas e Improváveis se espalhavam pela escola atacando uns aos outros, Comensais usando varinhas novas e polidas, Improváveis, com diversas armas potentes e os Nortistas carregavam pedaços de madeira ou armas poderosas. Nós aparatamos dentro da linha de fogo.

Jatos verdes passavam muito perto de nós, então nos atiramos no chão. Assim que me recupero do choque me levanto e corro para a sala mais próxima de mim, Gabi, Aleck, Gato e Ana me seguem, e assim que todos entraram, selo a porta com magia. Quando olhei em volta consegui identificar a sala em que entramos, estávamos na sala de Vivências teatrais. Parecia ser a única sala intacta da escola.

–Essa foi por pouco- diz o Gato com os olhos verdes arregalados. Depois ele se vira para mim- Seu idiota! Você poderia aparatar para fora da escola, podia ter nos matado.

–Eu vou retribuir o favor em breve, Stark- diz Gabi, branca como papel e com a respiração ofegante.

–Não foi culpa dele- diz Ana- como ele saberia que a guerra não terminou?

–Custava ser um pouquinho precavido?- pergunta o Gato balançando as garras na minha direção, como se me fatiasse mentalmente- Ou o seu cérebro é pequeno demais para saber o que é ser precavido, seu debiloide!

–Eu não ia me envolver- diz Aleck – mas eu admito que você poderia ser um pouquinho mais... Precavido. Para não dizer inteligente

–Mais que ingrato- digo cruzando os braços- eu salvo a sua vida e você me chama de burro?

Eu fico vermelho de raiva, que bando de ingratos, devia ter trancado todos eles naquelas malditas celas.

–Chega de briga- grita Ana- precisamos encontrar o Vítor, guardem a raiva para vocês. Parem de agir como um bando de ridículos! O John teve que deixar a Jenny para trás, a cabeça dele deve estar á mil! Temos sorte por ele não ter nos atirado de um penhasco sem querer. Se quiserem brigar com alguém, briguem comigo, mas saibam que o último que brigou comigo está com as cinzas espalhadas no fundo do Tártaro, estamos entendidos?

“Jenny” penso com os olhos lacrimejando “como eu pude deixa-la para trás?”.

Esse plano precisa ser muito bom! Precisa valer o meu esforço! Se não adiantar nada, eu juro que mato Thomas e Josh só com o poder da mente.

–Ana- diz o Gato batendo palmas- ganhou o meu respeito!

–Vamos atrás do Vítor?- pergunta Ana, mantendo a pose de líder. Devo admitir que lhe caía muito bem.

–Ainda não- diz o Gato- eu não posso sair no meio desse apocalipse sem nenhuma arma ou botas.

–Olhe em volta- diz Ana- Estamos na sala de Vivencias Teatrais, deve ter alguma espada de madeira ou plástico e uma bota infantil que sirva.

O Gato pisca para Ana e entra no pequeno camarim que fica atrás do palco, onde a escola guarda as fantasias e os acessórios. Gabi o segue, para ajuda-lo a escolher a fantasia.

–Em quanto isso- diz Ana- vou dar as instruções para o Aleck.

–Como assim?- pergunto- ele não vai conosco? Os Improváveis não precisam ser buscados.

–Mas precisam ser liderados- diz Ana- vou atrás do máximo possível, precisamos de um exército.

–Quer dizer que vou ter que ir atrás desse tal de Vítor?- pergunta Aleck

–Sim- diz Ana

–Mas como vou saber que é ele?- pergunta Aleck- eu não o conheço

–Sobrancelhas grossas, cabelos para dar e vender, cara de mal, grandão, jogador de futebol famoso, sotaque forte, e – diz Ana calmamente, depois grita a última parte- Vai ter uma capa mágica que pode torná-lo invisível.

–Ele é um gringo maldito- completo

–Tudo bem,- diz Aleck como se estivesse lendo em algum lugar- Um parente do pé grande, vestido com uma capa da invisibilidade.

–Não se esqueça- digo novamente- ele é um gringo maldito.

–Okay- diz Aleck- ele é um gringo maldito também.

Eu pego minha varinha e destranco a porta, então Aleck passa correndo por ela tentando evitar os jatos verdes, como se fosse um maluco.

–Gato, anda logo com essa espada e as botas- diz Ana- já escureceu e você ainda não terminou de se arrumar.

–Espere- diz o Gato- eu aprendi com a Gabi que devemos sempre fazer uma entrada dramática.

–Pois então faça a sua “entrada dramática logo”- diz Ana- se não encontrarmos os Improváveis logo, a Jenny perde o pescoço amanhã.

Gabi sai do camarim e liga umas das caixas de som, que ficava em frente ao palco, depois encaixa seu pen drive nela. Em seguida, caminha até os aparelhos de iluminação e liga os holofotes do palco.

A musica “Sail” da banda awolnation começa a tocar em um tom exageradamente alto, então Gato pula para o palco, com vestindo pequenas (e largas) botas de couro, um chapéu de mosqueteiro com uma pena amarela, um pano preto amarrado no pescoço para parecer uma capa e uma espada do clube de esgrima, a ponta obviamente havia sido diminuída para que o gato pudesse usar.

–Como a espada da aula de esgrima veio parar aqui?- pergunto confuso

–Estamos em momento crítico e você pergunta como é que a espada das aulas de esgrima veio parar na sala de Vivências Teatrais?- pergunta Gabi- pode ter sido um tapado que quis encenar Édipo Rei usando uma espada de verdade, ou alguém simplesmente diabólico que queria se vingar do ex namorado ator. Se for a última opção, a garota tem o meu respeito.

–Chega de enrolação- diz o Gato ansioso- quero bater com essa espada no buraco do nariz do Thomas. Vou me vingar daquele maldito homem que atirou o pau no gato e da Dona Chica sem vergonha que se admirou com o berro do pobre gato agredido em vez de ligar para o Ibama.

Ana abre a porta da sala e corremos para fora, eu defendia os golpes usando a minha varinha, em quanto Gabi jogava bolas de fogo na direção dos comensais e o Gato investia contra os comensais, batendo com a espada nas pernas dos comensais e quebrando as varinhas que eles deixavam cair.

Estávamos em desvantagem numérica e Ana estava desarmada, facilmente eles nos encurralaram em um canto.

“É o fim” pensei “eu queria poder dizer adeus para a Jenny”

Eu decido parar de lutar e fechar os olhos, eu sabia que estava tudo perdido, nós não ganharíamos aquela luta.

–John- grita Ana- não desista.

–Nós já perdemos- grito de volta- pelo menos devemos aceitar isso.

Ana tenta correr, mas um comensal alto pega o seu tornozelo e a atira de volta para o canto.

Como eu já havia dito, esse é o nosso fim! Fechei os olhos e comecei a contar os segundos, talvez fizesse a morte passar mais rápido.

Então acontece algo inesperado.

–Ha-di- grita uma voz feminina, eu achei a palavra estranha, mas não tive tempo de raciocinar, pois logo em seguida o teto explodiu e desmoronou em cima dos comensais.

Os comensais que não foram esmagados correram para se salvar, talvez eles pensassem que a garota do “Há-di” correria atrás deles desmoronando o teto.

Eu abro os olhos e me deparo com um verdadeiro exército, Nortistas e Improváveis se misturavam. Na frente de todos estava Luana com cortes pelo corpo e seus cabelos estavam mais sujos do que o normal, mas mesmo assim sorria.

Uma garota loira com mechas vermelhas, olhos azuis usava um coturno negro. Eu a reconheço como Sabrina Kane, a irmã do Carlitos Kane e portadora da voz que explodiu o teto.

–A Eugenia disse que vocês queriam reforços- diz Sabrina- espero que isso seja o suficiente.

–Já era a hora- diz Gabi recuperando a compostura- eu acabei de descobrir que comer sal te transforma em um assassino profissional, acredite eu não se como mais sal ou dispenso!

–Vou entender isso como um obrigado- diz Sadie

–Luana- grito- o Ned está bem?

–Está sim, obrigado por perguntar- diz Luana

–Vamos tomar a escola de volta- diz Ana andando na direção deles- faz parte do meu plano.

–E quem te elegeu a líder?- grita alguém no meio da multidão.

Automaticamente levanto a mão, em seguida Luana, depois Sabrina. Eu lanço um olhar ameaçador para Gabi e para o Gato, então eles levantam as mãos, contrariados.

Em seguida todos levantam as mãos, inclusive o energúmeno que falou antes, por isso, não conseguimos identificar quem era.

–Ótimo!- diz Ana- Nortistas, vigiem as entradas e saídas, podem ser portas ou janelas, até mesmo os buracos em que passam os ratos. Improváveis, expulsem os comensais de dentro da escola. Vamos lá?

–Esperem- grita Raquel- Eu tenho uma coisa importante para dizer!

–Diga logo então!- diz o Gato- Esses humanos! Sempre que alguém acaba um discurso motivador aparece um para dar um recado importante! Para que dar o recado antes? Dar depois vai chamar mais atenção! Vocês só pensam em brilhar, se bem que não tem culpa de não brilhar naturalmente como eu!

–Mas o que eu tenho é realmente sério!- diz Raquel- vai ser crucial para a vitória de todos nós! Se não ouvirem, falharão.

–Diz de uma vez garota- diz Gabi- se você me deixar mais curiosa, ou dar mais um adjetivo sem fundamento eu vou te incineraram.

–Se eu fosse você falava de uma vez- digo com um sorriso irônico no rosto- ela não está brincando, é bem capaz de ela tentar te incinerar!

–Eu vim lhes avisar que a minha profecia está se concretizando- diz Raquel- vocês precisam refletir em cima dela, ela vai ajuda-los a triunfar.

–Mas como é essa tal de profecia?- pergunta Gabi

Raquel fecha os olhos, e quando os abre novamente eles assumiram um tom esbranquiçado de verde e uma névoa verde saía de sua boca. Pude sentir que a sala esfriou consideravelmente depois disso.

–Essa não- diz Luana- odeio quando ela assume o modo ET!

Saudações, eu sou o Oráculo de Delfos, matador da poderosa Píton. Vou proferir a profissão que desejam:

“2 estarão cercados pelo Lorde

1 terá de escolher na sorte

E o resto a beira da morte

A sua salvação está no Norte

Mas precisarão de sorte

Pois só viverá o mais forte”– Diz Raquel como oráculo

Raquel fecha os olhos novamente, mas quando abre, a névoa para de correr, seus olhos voltam ao normal, mas a sala continua meio “fria”.

Todos olhavam incrédulos para ela, acredito que sentiam um pouco de admiração e repulsa pelo que eles acabaram de ver.

–Bem, isso é impressionante Raquel- diz Ana- mas devemos guardar isso para amanhã. Agora temos que tomar a escola de volta.

–Vocês não intendem- diz Raquel- é muito importante mesmo!

–Eu não disse que era irrelevante- diz Ana- só que... Podemos aguardar um pouquinho para pensar nisso. Temos um bando de comensais atacando a escola, precisamos dela de volta.

–Tudo bem- diz Raquel tristemente- mas não diga que eu não avisei se não seguirem a profecia, falharão.

–Pessoal- grita Ana -cada um para o seu posto, agora! Sem moleza.

Nortistas e Improváveis começaram a correm em direções contrárias, segurando as armas com ar entusiasmado, eles também gritavam loucamente.

Eu dois passos, mas sinto uma mão pequena e pálida (era cheia de sardas também) de dedos longos me puxar para longe da multidão.

–Sou eu, a Raquel- diz Raquel, obviamente- preciso que você a Gabi e o Gato sigam a profecia. Tenho certeza que você está nela.

–Eu não posso contrariar a Ana-digo rapidamente

–Espere, me de uma chance- diz Raquel

–Eu não...- tento dizer

–Qual é John?- diz Raquel- Eu tenho uma moeda no bolso, se cair cara você me ajuda e se cair coroa você pode ir embora.

–Eu sei oque o que você está tentando fazer- digo- está tentando me obrigar a encaixar na parte “1 terá de escolher na sorte”.

–Oque você tem a perder se tentar?- diz Raquel me estendendo a moeda.

–Nada- digo- mas...

–Só pegue essa moeda logo- diz Raquel

Eu hesito por um instante, mas em seguida eu penso “tomara que caia coroa e ele me deixe em paz”. Pego a moeda e atiro para cima, com os olhos fechados e cruzando os dedos.

A moeda cai no chão mas eu continuo de olhos fechados, com medo de saber o resultado.

–O que deu?- pergunto

–Cara- diz Raquel triunfante

Eu abro os olhos e os direciono para a moeda, realmente, estava a cara estava me encarando como se dissesse “bem feito, é nisso que dá fazer acordos com uma vidente”.

Eu teria que ajudar Raquel no plano dela! E uma parte de sua profecia tinha acabado de acontecer.


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Notas finais do capítulo

O Gato e a Gabi vão ajudar o John?
Será que Ana se zangará com ele?
Jenny será salva?
Descubra tudo isso nos próximos capítulos de Sagas de A a Z



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