Sagas de A a Z escrita por Aldric Hunt Stuart, HttpSans


Capítulo 12
O Mestiço


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que pode parecer o fim dos segredos do John, mas oque será revelado nesse capítulo é so a bola de Neve que vai dar início as surpresas mais chocantes sobre o passado do John, Curtam o capítulo ;DD



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–Um mestiço?-pergunto confuso- Oque é um Mestiço?

–Um Mestiço- diz Alex se virando para mim- é meio personagem e meio Guardião.

–Isso é rrruim?- Pergunta Vítor

–Depende- diz Gabi se levantando da cadeira e andando pela sala de jantar- se você for um tapado, coisa que você é, ou velho, como é o caso da Sra. Figg, com certeza. Mas a nova geração de Guardiões adoraria ser um mestiço.

–Por que vocês gostariam de ser mestiços? – Pergunta Jenny curiosa

–Bem, se isso fosse da sua conta, eu diria que eles são infinitamente mais poderosos que nós- diz Gabi

–Mas que exagero- diz Alex, ela se vira para nós- Ela só quer assustar vocês. Um mestiço tem poderes diferentes do que o da maioria dos Guardiões.

–Como assim?-pergunto

–Bem, um guardião comum tem poderes naturais- diz Alex- a Gabi por exemplo, controla os quatro elementos.

–Que irrrado, porrrque você nunca nos contou que é tão forrrrte, Gabrrrriela?-pergunta Vítor interessado

–Não sei- diz Gabi colocando o dedo indicador na boca- talvez seja porque eu não quis, ou talvez seja pelo simples fato de que isso não é da conta de vocês.

–Acho que vocês estão pirando- grita Senhora Figg da cozinha- eu saberia se existissem guardiões ou mestiços

–Ser velho não é certificado de sabedoria- grita Gabi- embora os anciões criem as leis dos guardiões, não são a prova de falhas. Eles erraram feio quando optaram por dizimar todos os mestiços.

–Por que você diz isso?- pergunto curioso

–Porque tenho boca- diz Gabi com voz irônica.

Eu fico vermelho de vergonha, todos olham para mim e tiram sarro da patada que eu levei da Gabi.

–Não - digo sentindo meu rosto esquentar- quero dizer, por quê os anciões destruíram os mestiços?

–Porque- diz Alex- como eu estava dizendo antes, os mestiços tem poderes diferentes, eles podem ter qualquer tipo de poder

–Tipo, um mestiço tem todos os poderes do mundo?- pergunta Luana com um brilho lunático nos olhos- já sei qual vai ser a matéria principal da próxima edição do Pasquim!

–Não- diz Alex- me expressei mal, eles podem sim ter qualquer poder, mas somente um, como por exemplo se você tiver invisibilidade, vai ser seu único poder.

–Mas isso não é uma coisa tão forte a ponto de ser perseguida- diz Sam

–Mas não é só isso, um Mestiço pode viver em qualquer mundo- diz Alex- tanto nos livros quanto fora deles.

–Com tantos adolescentes nessa cidade- diz Eugenia Figg- foram justo os problemáticos que eu acolhi em minha casa.

–Você pode ser velha e ter uma falha na memória, mas eu não tenho- diz Gabi- você não nos acolheu, nós invadimos a casa.

–Ora, que menina malcriada- diz Eugenia Figg- Por que será que eu permiti que ficassem em minha casa?

–Xiii, coitada- diz Gabi- além de velha é doida, olha ela falando sozinha.

–Garota- Grita senhora Figg- lembre-se, eu tenho um saco de farinha e não tenho medo de usar.

–Foi mal- diz Gabi- minha boca vai permanecer fechada

–Sempre quis bancar a babá de um bando de malucos!- exclama Eugenia ironicamente

–Alex- digo- tem alguma chance de eu ser um mestiço?- pergunto

–Bem,- Alex diz irritada- se vocês parassem de me interromper , eu já teria terminado

–Vocês ouviram a garota- diz Gabi- se não calarem a boca, vou vaporizar vocês

Alguma coisa nos olhos de Gabi confirmou que ela teria prazer em nos transformar em uma pilha de cinzas, por isso eu decido ficar em silêncio.

–A maneira mais fácil de identificar se um guardião é comum ou mestiço é pelo seu assistente!- diz Alex- um guardião comum tem uma pessoa como assistente, e o Mestiço tem um animal.

–Eu pensei que os personagens de contos de fadas fossem os assistentes!- afirmo

–E são, mas os humanoides são dos guardiões comuns, como eu, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho e etc... E os animais são dos mestiços, como o Gato de Botas, Dragões, o Burro Falante e etc...- diz Alex

–Então você pensa que o Gato é meu assistente e eu sou um Mestiço- digo ansioso. Então Alex balança a cabeça afirmativamente.

–Talvez o “libertar” signifique “liberar”- diz Alex- quando o Gato começou a aparecer para você? Foi depois daquele dia na minha casa?

–Sim- digo confuso- mas oque uma coisa tem a ver com a outra?

–Eu penso que, quando a cerimônia foi interrompida o Gato ficou preso dentro da sua cabeça, e está tentando sair desde então- diz Gabi- não me admira que ele esteja irritado.

–Isso é loucura!- digo nervoso e ansioso ao mesmo tempo- Eu não tenho nenhum poder especial! Isso é um engano, talvez o Gato tenha vindo para a pessoa errada!

–Pense bem, John- diz Alex- oque você pensa que significam as suas visões? Não conheço mais ninguém que possa fazer isso!

Eu fico aflito, não posso ser um Mestiço, não me sinto especial, muito menos poderoso. Com certeza foi um engano. Ou quem sabe uma brincadeira de mal gosto.

Todos me olham como se eu fosse uma bomba relógio prestes a explodir, com exceção de Eugenia Figg.

–Parem de assustar o garoto- diz Eugenia andando até mim e me dando um abraço de urso bem apertado, que me suja de farinha de trigo e quase quebra meus ossos- Ele não é um sei-lá-oque.

–Escute coroa- tenta dizer Gabi

–Senhora- corrige Eugenia Figg

–Como quiser- diz Gabi com olhar entediado- Escute senhora coroa, se o John fosse um Mestiço, ele seria muito útil. Imagine tudo o que ele poderia fazer!

Eugenia me solta e caminha até Gabi com um olhar ameaçador

–Eu não gosto de você, menina- diz Eugenia

–Novidades, porfavor- diz Gabi sem se deixar intimidar- Eu não me importo com oque você fala, já é uma velhinha caduca!

Alex fica de pé em cima do banco e pigarreia, mas ninguém nota, então ela pigarreia mais alto, mesmo assim as pessoas continuam focadas na briga de Gabi com a Eugenia Figg

–PESSOAAAAAAL- grita Alex, trazendo a atenção de todos para si- assim é melhor, nós precisamos saber se John é um Guardião comum ou Mestiço!

–Mas como vamos saberrr- pergunta Vítor

–Mas não é obvio? Vou tentar libertar o Gato- digo “Seu gringo maldito” completo mentalmente.

–Menino- insiste Eugenia- não caia na conversa desses loucos! Eles só querem zombar de você!

Eu fiquei muito feliz quando ela me disse isso, porque é uma coisa que eu penso que uma Avó diria. E eu não sei porque, mas tenho uma afeição por avós, como seu tivesse convivido com a minha Avó em outra vida .

Sim, outra vida. Eu não tive uma Avó nessa cidade, só tinha o Valentim, pessoa que não me orgulho de chamar de pai.

–Eu já me decidi- digo repirando fundo- eu vou libertar o Gato.

Todos me encaram, com uma sombra de orgulho passando pelos olhos, menos Eugenia, que só havia desespero e tristeza em seus olhos.

– John, você só precisa se concentrar - disse Gabi.

– Eu sei oque eu tenho que fazer - digo nervoso.

– Cala a boca, John, quem sabe das coisas aqui sou eu! - Disse Gabi irritada, provocando risadas em Vitor. - fica quieto Gringo maldito.

Eu morro rir, assim como todos, menos Vítor, que acabara de fechar a cara.

–Vamos John, não temos o dia todo- diz Jenny

Eu respiro fundo e me levando. É agora ou nunca, vou finalmente descobrir quem eu sou.

Eu fecho os olhos com força e sinto a sala esfriar aos poucos, depois a luz se apaga de repente.

–Ahhhhhh- grita Eugenia- Vocês estão invocando o demônio na minha casa! Devem ser aqueles adolescentes demos.Vou ligar para a polícia

–Em primeiro lugar, é Emo e não Demo, coroa- diz Gabi- segundo, o demônio não vai ser nada comparado a mim se você desconcentrar o John!

Eugenia coloca a mão direita no peito, com uma mescla de ofensa e medo. Mas permanece em silêncio.

Os moveis começam a tremer, começam tremendo fraquinho, mas aumentam a frequência até que a mesa vira e se estabaca no chão, quebrando uma das pernas.

Pingentes do lustre de cristal estouram sobre todos, que gritam apavorados.Cacos do lustre brilhavam e rolavam pelo chão estilhaçados.

A Janela explode e uma ventania invade a cozinha,Um vento forte, daqueles que poderia se encaixar em um tornado perfeitamente, ele acaba provocando ainda mais gritos.

Eu sinto uma luz azul forte saindo do meu colar, como eu o uso faz tempo( desde que eu o encontrei no escritório de Valentim), eu até tinha esquecido que ainda o usava.

O colar se desprende do meu pescoço e fica parado na minha frente, flutuando e brilhando.Por dentro eu me sinto apavorado, mas me concentro em liberar o Gato, tentando deixar meu medo de lado.

Tudo para ainda mais rápido do que surgiu, e sentado em cima do colar, se encontrava um gato que parecia uma miniatura de tigre, com olhos muito verdes e grandes.

–Chegeeeeeeeei pessoal- grita o Gato se levantando e se espreguiçando

–Então querrr dizerrr que o John é um Mestiço mesmo!- exclama Vítor encantado

–Não Não- diz o Gato- ele me tirou do colar porque ele é um mágico que esqueceu a cartola em casa.

–Gostei dele- diz Gabi- ele é um dos meus!

–Esse Gato sabe falar?- Diz Eugenia branca como uma folha de papel

–Nããão, eu sei fazer as palavras saírem de minha boca- diz o Gato- mas é claro que eu sei falar, coroa!

–Outro não!- diz Eugenia colocando a mão na testa

–Toca aqui- diz Gabi estende a mão direita ao Gato, que retribui o toque com a sua pequena patinha

–Mas como uma coisa tão fofa vai nos ajudarrr?- pergunta Vítor

–Se me chamar de fofo de novo eu mato você com os olhos fechados e com uma pata nas costas!- exclama o Gato, cruzando os braços.

–Mas como essa coizinha vai me matarrrr?- diz Vítor

O Gato se lança sobre a cara de Vítor, com o salto mais alto que eu já vi em toda a minha vida, e lhe dá um arranhão na bochecha com toda a força que possuía.

Por dentro eu torcia para o Gato acabar com o Vítor. O Gato apareceu a uns 5 segundos e eu já gosto dele. Com certeza ele é meu assistente.

Vítor cai no chão e coloca as mãos sobre o rosto em quanto o Gato se afastava devagar limpando as patinhas, como se o Vítor tivesse as sujado, com seu sangue humano despresível.

–Argh- diz o Gato com seu sotaque espanhol- que chão sujo!Acho que cortei minha pata em um caco desse lustre! Vocês tem uma bota para me dar?

–Em primeiro lugar- diz Eugenia- o chão da minha casa não estaria sujo não tivessem te invocado, demoniozinho, e segundo, não fazem botas do seu tamanho!

–Ah, que pena- diz o Gato- eu pensei que uma pessoa velha como você conheceria um sapateiro!

–Olha, estou te avisando- diz Eugenia

–Avisando de que?- desafia o Gato- se eu te chamar de coroa você vai chamar a polícia? Boa sorte em explicar que um gato falante te chamou de coroa.

–Eu ainda posso jogar um balde de água em você- diz Eugenia

–Argh- diz o Gato, como se a simples ideia de água o desse arrepios- se você jogar água em mim eu te denuncio por maus tratos com os animais! E se eles não vierem eu chamo o Ibama.

–Você é mesmo meu assistente?- pergunto contente

–Não diga isso em voz alta garoto- diz o Gato

–Por que?- pergunto curioso

–Ora- diz o Gato colocando as patas dianteiras sobre a cintura- porque eu tenho vergonha de ser assistente de um incompetente feito você.

–O John não é um incompetente- diz Jenny

–Mas é claro que não- diz o Gato ironicamente- Vocês sabem onde eu posso encontrar um rato por aqui?

–Não tem ratos em minha casa!- diz Eugenia ofendida

–Mas eu pensei que, com toda essa sujeira, você teria pelo menos um ratinho- diz o Gato- nem que seja um camundongo!

–Não tem ratos na minha casa- repete Eugenia adquirindo um tom avermelhado

–Acalme-se, não sou tão exigente assim, leite serve!- exclama o Gato andando até a geladeira- pelo menos há leite, não é?

–Leite, sim- diz Eugenia- mas eu pego, não encoste uma garra na minha geladeira!

–Está bem- diz o Gato, levantando as patas, como se estivesse se rendendo.

Eugenia abre a geladeira violentamente e tira de lá o leite, em seguida ela abre o armário e pega um pote de leito para gatos, e enche a vasilha com leite e coloca no chão.

–Eu não sou um Gato qualquer- diz o Gato empurrando o leite-não vou beber nessa vasilha! Quero um copo.

–Ou bebe na vasilha ou não bebe nada- diz Eugenia

–Tudo bem, tudo bem.- diz o Gato- que mulher estressada.

O gato começa a beber o leite, em quanto Jenny saca a varinha e usa a magia para consertar a casa de Eugenia, que estava toda destruída.

Luana, Vítor e eu também começamos a ajudar, em quanto Alex,Jace, Sam e Gabi cuidavam do Gato (embora ele não precisasse que ninguém cuidasse dele)

Jenny foi concertar as janelas e Vítor foi atrás, Luana concertava o lustre, e eu a mesa. Então Vítor começa a sussurrar no ouvido de Jenny, a fazendo rir, depois ele coloca a mão no ombro dela e cochicha novamente.

Nessa hora o ciúmes me deixa cego, e mil coisas passam pela minha cabeça “tomara que ele caia pela janela”, ” Tomara que ele escorregue em um caco de vidro e caia no chão” e “ Tomara que o Gato volte e arranhe a cara dele de novo”

Um plano para acabar com a alegria deles passa por minha cabeça. E eu o executo involuntariamente.

“Levicorpus” penso apontando a varinha para Vítor (Levicorpus é um feitiço não verbal (que não funciona se falado) que serve para pendurar a pessoa de ponta cabeça no ar, pelo tornozelo)

Vítor sai voando e bate com a cabeça no lustre, fazendo os cristais voarem pela sala de jantar novamente.

–Opa- digo- foi sem querer, não pensei que funcionaria!

–Não foi nada carrra- diz Vítor- Você pode me fazerrr descerrr?

Eu faço a contra azaração e Vítor cai de cara no chão, por dento eu dava uma gargalhada maléfica.

–Eu acabei de concertar o lustre!- Diz Luana para Vítor- e você sai voando e quebra ele de propósito! Sai daqui, você está atrapalhando!

Vítor levanta cambaleando e vai em direção a cozinha em quanto Luana reconcerta o lustre.

Jenny me lança um olhar de reprovação e volta a concertar as janelas, acho que peguei pesado dessa vez. Mas oque não faz um garoto enciumado?

De repente a campainha toca.

–Você esperava alguém?- escuto Alex perguntar para senhora Figg

–Não- diz senhora Figg- Vou ver quem é.

Eugenia passa por nós correndo em quanto amarra um roupão roxo com as suas iniciais.

–Já vai- grita ela em quanto abre a porta.

Jenny, Luana e eu, paramos de concertar para poder ver quem tinha chegado, porque estávamos morrendo de curiosidade. Nos esgueiramos, para poder ver, mas Eugenia só entreabriu a porta, por isso só pudemos ouvir

–Olá- diz uma voz de uma garota- a senhora viu um grupo de adolescentes hoje?

Eu reconheço a voz, mas não consigo me lembrar de quem é

–Sim, sim- diz Senhora Figg- já que a minha casa já virou a casa da mãe Joana mesmo, vocês podem entrar para vê-los.

Ela disse vocês? Quem seria a garota, e em estava com ela?

Senhora Figg escancara a porta, quando eu consigo ver quem é eu acabo escorregando e me estatelando no chão.

–Cla-cla-Clara?- gaguejo tentando me levantar. Era Clara afinal, a menina que me deu um fora no meu aniversário. Ela estava suja e seu cabelo desarrumado, ela estava cheia de pequenos cortes e a sua roupa também estava toda cortada. Quem está com ela?E oque diabos aconteceu?

–Sim- responde Clara sorrindo- mas não sou a única

Clara sai da frente da porta, revelando assim Kat, que estava atrás dela. Kat não estava muito melhor do que Clara, embora estivesse com menos cortes na pele e carregasse um arco e algumas flechas.

–Kat- grita Jenny correndo para lhe dar uma abraço- oque aconteceu?

–Eu conto logo depois que eu tomar um banho!-diz Kat- preciso descansar imediatamente.

Pude notar que Kat e Clara estavam com olheiras enormes, como se não dormissem a dias.

–Eu te levo ao banheiro- diz Eugenia- mas eu juro, que se aparecer mais uma adolescente na minha porta eu coloco todos vocês para fora.

Todos nós rimos.Embora estivéssemos muito ansiosos, para fazer algumas perguntas para Clara e Kat, bem pelo menos da minha parte.

Eu mal podia esperar para saber oque havia acontecido com Kat e Clara.


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Notas finais do capítulo

Oque será que aconteceu com Kat e Clara? Os amigos de John estão vivos? Eles conseguirão deter Voldemort?