Placebo escrita por Miaka


Capítulo 3
Revelação


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, muitissimo obrigada pelas reviews no capítulo anterior! *__* Estou muito feliz que estejam gostando e espero que continuem acompanhando! Graças ao feriado - yay - saindo mais cedo o capítulo! ^^ Aliás, propaganda da minha fic hakumor x juhaku: Obsessão, quem gosta de algum dos casais e quiser ler, ficarei muito feliz também! ^^ Boa leitura! E lembrem-se: sugestões, críticas, comentários, sempre são muito bem vindos e prometo responder todas as reviews! ^^



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O calor daquele corpo robusto que fazia uma sombra que cobria completamente o seu aqueceu os ombros de Ja’Far. Os braços talhados se cruzavam na frente do peito do albino e envolviam o franzino enquanto que as mãos grandes encontravam cada antebraço dele. O perfume suave masculino se misturou a um leve aroma etílico, o fanalis raramente bebia.

– Eu quero você, Ja’Far.

Quando repetiu aquilo, o conselheiro de Sindria sentiu o hálito quente que trazia o álcool do vinho, o cheiro que impregnava as vestes do tão desejado rei quando voltava de suas farras. Incontáveis vezes se surpreendeu abraçado às roupas que capturavam o aroma daquele homem que tanto amava.

Mas não era Sinbad que estava agora lhe envolvendo. E mesmo assim, foi impossível Ja’Far não sentir um arrepio cruzar toda a espinha até o topo da nuca. Chegou a soltar um suspiro, aquela sensação era inédita para o jovem. Então, subitamente, notou que cena protagonizava. Piscou uma, duas vezes em seguida para erguer o rosto e encarar Masrur. O ruivo encarava impassível como se estivesse à espera de uma resposta do amigo.

– Sa-saia daqui! - foi o que ele disse num impulso, virando-se rapidamente.

Como não estava pronto a segurá-lo sem seu consentimento, Masrur deixou Ja’Far se libertar facilmente, sendo que para ele era fácil demais contê-lo ali em seus braços.

Ja’Far se afastou e, talvez pela comoção, afrouxou um pouco as linhas vermelhas e brandiu as lâminas em formato de triângulo que escondia por debaixo das mangas. Os olhos negros se estreitaram e clarearam, aquela expressão tão difícil de se ver e que se escondia naquele rapaz calmo que parecia preocupado apenas com as travessuras de seu rei.

Masrur permaneceu impassível. Apenas ergueu uma mão aberta como se quisesse demonstrar àquele que ofegava que estava tudo bem.

– Oe, acalme-se.

Notando estar apontando suas armas para o fanalis, Ja’Far corou e imediatamente as recolheu. Sentiu-se zonzo. O que estava fazendo? E por que o calor do abraço de Masrur não saia de seu corpo?

– Me desculpe. - ele respondeu secamente seguido de um suspiro, Ja’Far parecia extremamente cansado e aquilo era nítido. Mas pouco tempo foi necessário para voltar a encarar o ruivo com os olhos desafiadores. - O que pensa que estava fazendo?! - inquiriu rispidamente.

– Sendo sincero com você.

A resposta de Masrur fez o conselheiro ter vontade de mais uma vez puxar aqueles triângulos afiadíssimos e cortar a cabeça dele, mas não. Tinha de se acalmar. Chegou a abrir os lábios para rebater algo que ele não sabia como fazer, mas Masrur continuou.

– Até quando vai se martirizar? Até quando vai esperar por ele?

No intervalo daquelas duas perguntas, o coração do albino disparou.

– Do… do que está falando? - Ja’Far desviou o olhar, ruborizando quase febril.

– De alguém que parece ter penitenciado sua vida a uma pessoa que nunca enxergou ela, aliás, NUNCA vai enxergar!

Aquelas palavras foram a última gota d’água suficiente para que o mais velho explodisse.

– O QUE VOCÊ SABE SOBRE O SI…?!?!

Ja’Far cobriu os próprios lábios ao perceber o que acabara de dizer, ou melhor, não acabara, mas era tão óbvio quanto o resultado da contra entre um mais um. Atônito, deixou a franja alva cobrir os olhos. Estava tão envergonhado.

Um silêncio irritante pairou no ar.

– Por que continua escondendo isso, Ja’Far? Aliás, escondendo algo que todos já sabem!

– PARE! Por que está fazendo isso?! - ele disse com o rosto coberto pelas mãos.

– Ja’Far…

O fanalis deu dois passos à frente, o que fez Ja’Far recuar, mas no primeiro passo que deu para trás, a parede foi implacável em aparar a tentativa falha de afastamento. Bateu de costas nela e Masrur, possessivo, capturou seu pulso com uma daquelas mãos tão grandes. Tentou inutilmente se soltar, o ruivo era ridiculamente mais forte. Rosnou para aquele que não fazia o mínimo esforço para capturá-lo.

– Todos nós temos uma relação de cumplicidade e lealdade com o Sin! Ele nos ofereceu algo… que não tem preço! É valioso demais! Mas o sentimento que você nutre por ele… não é correspondido!

Ja’Far estava tão cansado de saber aquilo, mas ouvir aquelas palavras soava tão cruel. Era como se reafirmasse talvez a pior derrota da sua vida. Apertou os olhos cerrados como se quisesse anular de sua frente a presença de Masrur, aquela mão que apertava seu braço com tanta força.

– Não sei… do que está falando… - ele tinha que sair dali.

– Só você não sabe! - a voz grossa reafirmou. - Entregamos nossas vidas ao Sin como forma de gratidão, ajudamos ele a construir esse país, mas… Você vai ficar eternamente escravo de um sentimento não correspondido?!

A pergunta de Masrur veio como uma grande rocha sobre os ombros do albino.

Então, sem hesitar e sem se preocupar se o machucava com aquela agressividade, o fanalis o puxou pelo corredor. Os pés de Ja’Far se moviam sozinhos enquanto era arrastado até a sacada no final do corredor, de onde dava para ver perfeitamente o pátio do palácio onde acontecia o festival.

– O Sin NÃO TE AMA, Ja’Far!

Aquelas palavras doíam. E doíam mais enquanto seus olhos assistiam ao rei que, indiscretamente, acariciava a curva do seio no decote exposto de uma das diversas concubinas que eram mantidas no palácio. Aquelas mulheres formosas que Sinbad observava com tanta ganância e que dividiam a cama com ele em noites regadas à sexo e bebidas. Não o culpava. Era um homem poderoso e desejado, não só por suas riquezas, mas pela beleza sem igual. Exótica, única, somada àquela personalidade tão picante e divertida que vinha misturada à inteligência sem par de Sinbad.

As lágrimas caíram sem que o albino percebesse. Masrur não precisava mais segurá-lo, deixando-o se apoiar à mureta da sacada assistindo à morena que bebericava da taça do rei que a tinha em seu col. Sem avisar, ela o beijou desprevenido, fazendo com que um filete rubro de bebida escorresse pelo canto dos lábios de Sinbad. Ele logo capturado pela língua lasciva da mulher que deslizou pela pele morena chegando até a boca do homem tão desejado.

– Está obstinado a amar apenas o Sin de uma maneira tão doentia que… - Masrur suspirou. - não consegue nem ver quem realmente gosta de você.

Aquelas palavras fizeram com que o atônito Ja’Far voltasse a si e encarasse aquele cabisbaixo fanalis. O que ele queria dizer? O albino sabia o que ele queria dizer, mas não quer acreditar. Não podia ser real e era… tão repentino.

– Eu não tenho tempo para relacionamentos, Masrur.

Foi a resposta que ele teve, novamente se sentia tentado pela necessidade de sair dali. Alinhou as vestes, era melhor voltar para seu quarto, de onde não devia ter saído. Então, ao dar o primeiro passo para sair dali, sentiu ser puxado pela mão forte que agarrara seu braço. Tudo foi muito rápido e Ja’Far se viu tropeçar naquele movimento tão brusco, mas um braço forte aparou suas costas e desceu para sua cintura. Não pôde nem sentir o alívio de ter escapado da queda, pois os lábios do ruivo abocanharam os seus imediatamente, a distância entre eles ficando praticamente nula.

Soltou um gemido relutante, o punho do albino que era erguido agarrado por Masrur se fechou, ele tentava se soltar, mas então, ao sentir a língua quente invadir sua boca e aquele calor tão intenso, aquela resistência cedeu as carícias do ruivo.

Ele tinha mãos grandes e o calor… era tão parecido como quando tocava Sinbad, quando o abraçava, quando ajudava a carregá-lo quando se embebedava. Foi impossível, com os olhos plenamente fechados, não devanear que aquele beijo pertencia ao rei dos sete mares.

“S-Sin…” - ele chamou em pensamento.

Os lábios que estavam selados por um Ja’Far determinado a impedir aquele ato se entreabriram e permitiram a entrada total de Masrur. Pela diferença de alturas, o fanalis tinha de se curvar um pouco para beijá-lo, ainda mais na posição que estavam. A mão que segurava Ja’Far confiante em soltá-lo para acariciar o rosto do albino. Os dedos que deslizaram pela pele tão alva umedeceram pelas lágrimas que os olhos cerrados de Ja’Far derramavam enquanto era beijado… pela primeira vez em sua vida.

Afastaram-se puramente para recuperar fôlego, Ja’Far ofegante praticamente espalmou o peito do fanalis, separando-o de si para respirar. Ofegante, ele levou uma mão ao centro do peito, os olhos negros estavam esbugalhados enquanto que a outra mão ele mantinha nos lábios. Estava trêmulo, as pernas bambas.

Já no rosto do sério ruivo havia um pequeno sorriso. Não negava estar um pouco abismado com a inexperiência de Ja’Far, apesar de não acreditar que ele já houvesse tido um beijo antes.

Ainda em choque, o albino se surpreendeu ao sentir aquela mão calejada tocar a ponta de seu queixo e lhe erguer. Era tão grande aquele homem, se sentia um pequeno animalzinho em suas mãos.

– Eu vou te fazer esquecer ele, Ja’Far.

O rapaz balançou a cabeça, assustado. Não disse nada.

Não. Jamais queria isso. Tirar Sinbad de seu coração era algo simplesmente inadmissível.

– Deixa eu te mostrar, Ja…

Daquela vez não houve tempo para Masrur reagir e segurá-lo. Ja’Far saiu pelo corredor e foi o mais rápido que pôde. Se fosse para seu quarto, provavelmente o fanalis iria atrás, era melhor dispersar.

Por mais que não estivesse no menor clima e em menor condição de encarar alguém, desceu as escadas do palácio e se viu em meio ao festival. Algumas odaliscas inconvenientes já chegavam para cortejá-lo, ordens do rei, claro, que queria proporcionar igual diversão aos seus generais que eram solteiros. Desvencilhou-se delas e se dirigiu à mesa na qual estavam sentados Sharrkan e Yamuraiha. Ótimo, ele iria segurar vela agora.

– Oe, Ja’Far! - o moreno abriu um largo sorriso ao vê-lo ali. - Que bom que voltou! Estávamos preocupados!

– Preocupados ou fazendo fofoca? - a maga sussurrou inconvenientemente.

– Quero vinho! - foi tudo o que o albino falou após um sussurro.

– Eitaaa… - Sharrkan entreolhou os generais que presenciavam a afirmação de Ja’Far. - Dia difícil?

– Não. - respondeu friamente ao encarar Sinbad cercado pelas concubinas. - Vontade de encher a cara, só! E de tirar um gosto ruim da minha boca…

Uma, duas, três taças… Passando da quarta, aquele que não estava acostumado a beber e, quando o fazia, tinha certeza de que fazia alguma besteira, já estava vendo mais taças do que havia realmente na mesa. Bateu o copo na superfície de madeira após virar mais um, jogando a cabeça para trás. Ainda bem que não tinha visto durante o resto da noite Masrur.

– Mais, Ja’Far?

O albino apenas assentiu, piscando, então observou o rei que gargalhava. Uma das mulheres tivera a parte superior da roupa arrebentado, provavelmente por ele mesmo e agora aproveitava da situação para atritar os seios fartos no corpo de Sinbad. Ja’Far sentia náuseas e não era devido ao alto teor alcóolico de seu sangue ou pelo mal que aquilo estava fazendo ao seu fígado.

– Aqui, Ja’Far.

Sharrkan terminou de servir mais uma rodada para o conselheiro quando sentiu o ombro ser puxado por Hinahoho que parecia furioso.

– Oe, Sharrkan, olha o Ja’Far! Ele já bebeu demais! - repreendeu.

– Ah, Hina, para com isso, deixa uma vez ele extravasar… - ele parecia despreocupado.

– Você sabe como ele fica quando bebe demais… - o mais velho lembrou.

– Deixa pra lá, ele vai apagar daqui a pouco. Vamos torcer pra isso acontecer antes de ele vomitar tudo, é a única coisa que me preocupa! - Sharrkan riu.

Os olhos negros que observavam a mini orgia que acontecia em pleno festival de seu país faiscavam do mais puro rubro. Como ele odiava ver Sinbad daquele jeito. Aquelas mulheres se aproveitavam dele de todas as formas, chegava a ser patético ver o homem que era ludibriado daquela forma. Virou a última taça que Sharrkan servira e levantou-se, para espanto de todos. E se não fosse a leve cambaleada que a tontura da bebedeira lhe deu, ele teria seguido seu caminho reto. Aqueles olhos assassinos fitavam apenas ele. Sinbad. Ou seriam os dois ou três Sinbads que apareciam na sua frente. Felizmente, seus reflexos não estavam nem um pouco afetados e isso se comprovou quando ele puxou as duas lâminas e arremessou na direção das duas mulheres que estavam em cada perna do rei.

– CUIDADO!

Sinbad prontamente as empurrou para o lado, rápido o suficiente para salvá-las, mas uma das lâminas atingindo de raspão seu rosto e abrindo um corte superficial.

O alarde entre todos foi imediato e todos os convidados tentaram se proteger, as mulheres saindo enlouquecidas, cobrindo-se, vendo-se alvo de olhos tão assassinos.

– Oe, Ja’Far, está louco?!

A voz ríspida de Sinbad que não entendia aquela atitude do amigo e subordinado indagou ao rapaz que parecia não estar disposto a recuar. Queria lutar com ele? Ali? O que acontecera?

– Eu avisei!

Hinahoho e os demais generais se aproximavam por trás do albino, prontos a defender seu rei caso fosse necessário… e era.

– Oe, Ja’Far! - insistiu Sinbad.

– Majestade, o Ja’Far bebeu demais! - Sharrkan logo argumentou.

– É isso? - arqueando uma sobrancelha, Sinbad suspirou em alívio. Menos pior.

– O que foi?! Não está chateado por eu… atrapalhar sua orgia ridícula?!

O tom de deboche de Ja’Far, aquele que Sinbad não ouvia desde quando o conhecera e era um assassino no corpo de uma criança, foi nostálgico aos ouvidos do rei de Sindria.

– Do que está falando?! - Sinbad deu um passo à frente, não temia por ser atacado por ele.

– Desse circo todo que você faz aqui! Não tem moral alguma, Sin! Deitando-se com essas vagabundas, esfrega-se nelas diante de nosso povo, diante dos nossos amigos… - e o tom que misturava raiva e angústia fraquejou num soluço choroso. - DIANTE DE MIM!

Os olhos dourados de Sinbad se arregalaram ao ouvir aquelas palavras. Não só os dele, mas de todos ali presentes. Yamuraiha, já angustiada e obviamente ciente sobre o que o conselheiro falava, decidiu se pronunciar.

– Contenham o Ja’Far, rápido!

– É melhor mesmo! - Hinahoho assentiu.

O homem robusto já se preparava para se aproximar quando…

– Oe! Parem! Deixem que o Ja’Far fale tudo o que ele está sentindo!

– Ha… Hahahahaha!

A risada de Ja’Far deixou Sinbad confuso e um tanto quanto horrorizado. Ver Ja’Far daquela maneira, parecia ser outra pessoa. Sempre nutrira tanto carinho por ele. O que significava aquela atitude agora? O olhar do albino refletia tanto ódio, chegava a faiscar.

– Sin, não seja patético… - ele desarmou uma das lâminas para secar uma lágrima que escapara naquele riso. - Desde quando você se importa com os meus sentimentos?!

– Ja’Far… - ele chamou incrédulo nas palavras que ouvia.

– Você sempre se preocupou só consigo mesmo! Com seus desejos, vontades, luxúria!!!

– Você está magoando o nosso rei, Ja’Far. - Yamuraiha se preocupava.

– Tudo o que faz é viver uma vida desregrada, brincando conosco como se fossemos piões do seu jogo de xadrez enquanto se deita com essas imundas, essas piranhas ridículas que põe dentro desse palácio E NUNCA, NUNCA SEQUER OLHOU PRA MIM! NUNCA VIU QUE EU ESTAVA AQUI O TEMPO TODO! - vociferou, movido totalmente pela emoção. - Eu estou aqui há 15 anos esperando que olhe pra mim, que reconheça meus sentimentos, mas é mais fácil pra você se deitar com a primeira puta que aparece na sua frente do que olhar pra mim!

E aquela explosão de Ja’Far terminou quando ele se rendeu às lágrimas, as pernas bambas pela bebedeira e por toda aquela tempestade de emoções o fizeram cair de joelhos diante de um chocado Sinbad que não sabia o que dizer.

Urrou feito criança, escondendo o rosto nas mãos. Estava tão zonzo. Tão confuso. Mal notou quando Sinbad se aproximou e se agachou ao seu lado.

– Está tudo bem, Ja’F…

– SAIA DAQUI!

O grito do albino interrompeu o rei, que ficou perplexo diante da atitude tão… inesperada. Foi só então que Ja’Far se viu alvo de todos os convidados de Sinbad, os membros da Aliança dos Sete Mares, reis, nobres de todas as classes, seu povo… Tudo o que fez foi se levantar, afastando Sinbad e correndo o mais rápido possível.

– OE, JA’FAR! - gritou. - Vamos atr…

– Sin.

A voz grossa veio acompanhada da mão que tocou o ombro de Sinbad, que ergueu o rosto para ver um Masrur sério encarar o albino que saia em disparada para fora do palácio.

– Eu vou buscar o Ja’Far.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Acho que todos pensavam que o lemon ia rolar nesse capítulo, né, mas aguardem só um pouco, vai rolar no momento certo! ^^ Prometo não decepcioná-los!