Chiptune Works! - Random Events escrita por Shirodan


Capítulo 8
Track 7 - Worlds Collide I


Notas iniciais do capítulo

Vocês provavelmente acharão esse capítulo meio estranho, mas...
Ele foi feito pra ser estranho.



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Um caminho estreito onde o crepúsculo paira no ar, o sangue que jorra de sua boca flui aos céus e contribui com a escarlate aurora do fim de uma tarde qualquer, em um lugar qualquer.

Uma lúgubre e solitária linha, conectando a tudo e todos nesse mundo. Uma pausa, sua respiração está ofegante, seu progresso é lento e seu espaço naquele caminho estreito diminui ao passo que você anda em direção àquela escuridão sem fim.

Só mais um pouco.

Uma flor aparece na sua frente. Essa flor, que resplandece como o florão da vida, carrega os sonhos e esperanças de todos. Mas, lentamente, ela se dissolve. Mas, lentamente, ela se destrói. Bruscamente, se corrói. Infelizmente, é banida daquele cenário metafísico onde ela era tudo. Absolutamente tudo.

Mas, o caminho começa a se abrir. É como se você pudesse pisar de nuvem em nuvem, uma escadaria aos céus que levemente desvanece e te faz cair. E quanto maior a altura, maior a queda. Novamente, o caminho estreito se revela aos seus olhos e o cheiro do ferro do seu sangue mancha aquele lugar, obscuramente sagrado.

O claro se torna escuro, o escuro se torna claro, mas nada fica nítido. O vácuo não te deixa respirar, mas mesmo assim, você continua vivo, sofrendo mais e mais. Seu corpo já seu foi, mas sua mente ainda está intacta. E o mundo se torna sem graça.

E nessa imensidão, uma enorme serpente vagueia cheia de pompa e nobreza. O início do fim. Ou, melhor dizendo, o fim do início. Seu veneno, letal. Seu significado, infinito.

Isso é, a serpente está engolindo a si mesma. Isso é, a serpente está em seu tamanho mínimo.

Talvez, só talvez, isso tudo seja as pessoas, se encolhendo e se mostrando diferentes do que realmente são. Ou talvez, só talvez, isso seja minha imaginação.

E, depois de todo esse desespero, aquele beco estreito e inacreditavelmente agradável se põe perante sua presença de volta. O sangue volta a brotar, mas a vida estanca. E, no final das contas, o conto de sua vida recomeça.

A noite, repleta de trevas, é cortada em doze pedaços pela prece que se elevou aos céus e fez brotar um novo amanhecer no horizonte.

Repentinamente, você se vê em uma cachoeira, o limite do mundo. E o aroma daquela resplandecente flor cobre o ambiente. Essa é a personificação da esperança. E mesmo assim, não posso deixar de falar que uma melancolia grudava como suor na minha pele.

Novamente, uma lúgubre e solitária linha, mas, dessa vez ela estava acompanhada de um pilar que a sustentava e dava um ar de pureza e boa vontade a toda aquela cena.

Ao redor de um lago, as montanhas saem do céu e lá permanecem. Ao longo de verões e invernos, aquele cenário épico não se desmanchou por um único momento. A nuvem, que pairava junto com as milhares de vozes no céu, e o marinheiro, que deixa o vento o levar até os limites da Terra. E as milhares de respostas dadas que escaparam furtivamente de minhas mãos.

É impossível descrever.

Me fascina, me aterroriza, me imobiliza e, acima de tudo, me proporciona o maior dos júbilos.

Essa, meus amigos, foi só uma improvisação musical de Kuraragi Shion.


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