Games Of Love escrita por Livia Dias, ValValdez


Capítulo 31
Bônus — Doces Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meninas! Como vão nesse feriadão chuvoso, hum? Estou adorando! Chuvaaa :3

Quero agradecer a lilieS2, jessica23, Duchess G, anabell, Leticia Mello, Kizzy e a Camilla Jessy pelos lindos reviews que mandaram! Sério, esse carinho e o gosto de vocês pela história é ótimo ;) Valeu mesmo!

Espero que gostem desse bônus, que vai emendar as pontas soltas do início da fic.

Boa Leitura!



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Sasuke

Amar Sakura Haruno era como estar no escuro e repentinamente receber a luz. Era estar preso, e receber a liberdade. Era estar morrendo de hipotermia, e acabar aquecido como nunca estivera.

Eu tive certeza do que sentia quando Sakura caiu nos meus braços, e as sensações ruins vieram em uma enxurrada. Eu estava no escuro, preso e com o frio corroendo meu peito.

Ela era minha luz, minha liberdade e meu intenso calor. Era minha sobrevivência, meu aconchego, minha esperança.

E eu sabia que não poderia perdê-la jamais.

— Você ouviu o médico. A Sakura ficará bem — Disse Itachi, tentando me tranquilizar.

Mantive a cabeça entre as mãos, frustrado com aquela situação, e completamente apavorado.

— Ele precisa ficar sozinho — Ouvi Konan falar com doçura ao meu irmão. — Nada do que dissermos vai surtir muito efeito agora.

Não vi o exato momento em que eles partiram para algum outro local do hospital, me deixando completamente só no corredor.

Seria uma glória perceber que tudo não passava de um pesadelo.

— Sasuke...

Ergui a cabeça, repentinamente, piscando repetidas vezes. Jurava ter ouvido a voz de Sakura,em um sussurro carregado de conforto e amor.

Levantei-me. Passavam-se das oito da noite, e o corredor continuava deserto.

Então uma figura distinta se aproximou. Já o esperava mesmo sem ter certeza de que ele apareceria.

— Gaara — O cumprimento com um aperto de mão. O ruivo parecia exausto e atordoado.

— Como ela está? — Perguntou ele, sentando-se em uma das cadeiras do corredor.

— Estável — Respondi, passando a mão pelos cabelos.

Ficamos em silêncio por alguns instantes.

— Os pais da Sakura me ligaram — Comentou Gaara, e o encaro. — Provavelmente você não sabe o porquê dela não ter mais contato com os pais, certo?

Nego com um aceno de cabeça, um tanto curioso.

— A Sakura me pediu para guardar isto para ela — O ruivo tirou do bolso do moletom um pequeno caderno preto, com a capa envelhecida.

Me lembro imediatamente do caderno preto que vira no guarda-roupa alguns dias atrás.

— É o diário da Sakura. O antigo. Ela permitiu que eu lesse enquanto namorávamos, e recentemente ela me pediu para te entregar, caso algo acontecesse com ela.

Peguei o caderno estendido por Gaara.

— Quando você ler vai entender porque não deve deixar a Sakura a mercê dos pais.

O ruivo estava prestes a sair, quando suspirei e falei:

— Obrigado, Gaara. Por ter cuidado dela antes de eu aparecer.

Gaara assentiu, com um sorriso de canto, e logo se distanciou, sumindo pelo corredor. Sentei-me novamente, e abri o caderno, folheando-o.

10 de agosto de 2010

Hoje descobri que existe um padrão específico que devo seguir. As garotas da School Theodor Read anunciam sua perfeição corporal como um trunfo. Não importa se suas mentes são vazias, e o que realmente interessa são os uniformes tamanho P, servirem nelas.



12 de agosto de 2010

Minha mãe acabou de refazer meu guarda-roupa. Reduziu os tamanhos de GG para G, colocando-me em uma dieta intensiva onde só tomo sopa de macarrão.

Estou começando a ficar enjoada dessa mesma coisa todos os dias.

Virei a página, cheia de rabiscos e desenhos sem forma específica.

20 de agosto de 2010

As garotas da School Theodor Read promoveram uma festa do pijama, e inesperadamente resolveram me chamar.

Admito que estou com medo, mas o que pode dar errado? Talvez seja uma maneira de me incluírem em seu grupo, já que meu tamanho de roupas está cada vez menor.

21 de agosto de 2010

Corte de cabelo. Comprimidos. Chocolate.

As garotas da School Theodor Read possuem uma imaginação fértil para o mal.

Na festa do pijama estava o garoto mais lindo do colégio, e alegando quererem me deixar linda, cortaram meu cabelo e me encheram de chocolate e comprimidos, para que eu não engordasse mais com o doce.

Eu confiei nelas.

Mas ao chegar no salão, as risadas tiveram início. Meu cabelo fora cortado de tão modo, que eu mais parecia um garoto balofo. E o pior de tudo: vomitei em Jeremy Mason, graças aos comprimidos divinos.

Nunca me senti tão infeliz.

Naquela página, notei as marcas de lágrimas e a letra borrada. Passei por mais páginas, alcançando uma que me chamou a atenção.

30 de setembro de 2010

Estou com 72kg. Para uma garota de 12 anos, sou considerada uma mini baleia.

Minha mãe parece cada dia mais irritada comigo, como se a culpa fosse minha. Estou com medo dela inventar mais uma dieta da lua ou do pão e água.

Notei a diferença grande de datas logo que vi a próxima anotação. Dava para perceber que muitas vezes ela não queria nem mesmo se abrir com o próprio diário.


25 de dezembro de 2010

México. Vir para cá às custas do meu pai desinteressado comigo foi o melhor presente de Natal que eu já recebera. Mas segundo minha mãe, meu presente ainda está por vir.

Cada vez mais acho que finalmente minha família vai ficar unida e feliz como as demais, e eles vão se esquecer de todos meus problemas de peso.


30 de dezembro de 2010

Febre. Dor no estômago.

Acordei em uma cama de hospital na noite do dia 25, e descobri o que tinha acontecido: pregas no meu estômago.

Uma maneira simples sutil (e ilegal) de me fazer emagrecer. Meu pai deve ter gastado uma fortuna nesse presente que eu não fazia questão.

Preferia um livro ou uma coleção de filmes.

Senti-me enojado com tal fato. Como alguém poderia passar por algo assim, logo na pré-adolescência? Ainda mais por culpa dos pais?

Virei à folha. Já estava no ano seguinte.


15 de março de 2011

42 Kg. O tamanho P finalmente chegou ao meu alcance, mas porque não estou feliz?

Meus pais estão contentes. Não param de sair comigo, e me apresentarem a amigos distantes ou colegas da empresa de moda. Pela primeira vez em anos, percebi que eles não amam a gentil e doce Sakura que tiveram, e sim a gentil e doce Sakura que eles gostariam de ter.

Uma Sakura magra. Uma Sakura obediente. Uma Sakura inteligente e popular. Uma Sakura que fosse capaz de assumir as empresas de moda.

Uma verdadeira Barbie humana.

Folheei várias páginas, parando em 2013, ano em que Sakura foi morar com Naruto e os tios.

21 de julho de 2013

Gaara é o garoto mais carinhoso e amoroso que eu poderia conhecer. A cada dia me mostra o que é viver de verdade, e ser eu mesma.

Hoje vou pedir aos meus pais para estudar em Tóquio, e morar com meus tios e meu primo por um tempo. Do jeito que me adoram agora, certamente vão deixar.

Mas assim que eu estiver em Tóquio com Gaara, não vou voltar nunca mais para cá. E sinceramente, duvido que eles vão se importar com minha ausência.


Fechei o diário. Permaneci com o caderno preto em mãos, ainda mais desnorteado.

Então era por isso que Sakura não queria chefiar as empresas. Era por isso que para ela, ocupar tal cargo é uma verdadeira tortura.

Não é apenas porque ela desejava fazer Letras. É porque a cada dia ali, ela se lembrava dos pais ausentes e da infância e adolescência que tivera.

Tudo fez sentido naquele instante.


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Notas finais do capítulo

Para quem se interessar: https://fanfiction.com.br/historia/642628/Os_Homens_Merecem_Morrer/

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Espero que tenham gostado. Logo, logo, penúltimo capítulo :)

Beijokas!



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