Naruto estava dentro da casa, esgueirando-se com uma faca ensanguentada e o revólver de um morto em suas mãos.

Era para ele estar morto àquela altura, mas como sempre, a sorte estivera ao seu favor.

Quando subiu até o andar onde os quartos se encontravam, reconheceu dois corpos, e se lembrou que tratavam-se apenas dos caras que Sasuke matou.

Ao virar outro corredor, deu de cara com outros dois cadáveres, e um terceiro terrorista recebendo diversas bofetadas do tal Sasori.

Este parou de socar a face do oponente, quando teve certeza de que ele já estava inconsciente.

— Deveria tê-lo matado — Comentou Naruto, atento aos disparos que ainda soavam.

O ruivo balançou a cabeça negativamente.

— Vamos usá-lo para nos fornecer respostas — Tornou a empunhar sua arma, sério. — E você não deveria estar aqui — Acrescentou para o loiro, veemente.

— Toda ajuda é bem-vinda, não? — Naruto deu de ombros.

Chegaram até o último patamar da casa, de imediato se colocando em posição de ataque.

— Ora, ora — um dos homens mascarados escarneceu, enquanto seus dois parceiros miravam neles. — Mais babacas.

Naruto percebeu que os tiros tinham finalmente cessado, o que era um bom sinal. Ali, a situação não era favorável, mas ao menos Itachi conseguiria salvar Sasuke e Sakura.

Por um instante, eles se encararam avaliando o momento certo para atirarem. Logo que o terrorista zombeteiro fez menção atirar, Naruto virou sua arma e acertou o cara no peito, pegando-o de surpresa.

Sasori disparou contra um deles, recebendo um tiro do outro terrorista como resposta. Caiu no chão, enquanto Naruto tentava acertar o indivíduo que sobrara sem sucesso. O homem virou o corredor desaparecendo de vista.

Fez menção de segui-lo, mas parou ao perceber a situação do colega.

— É melhor tirar você daqui — Disse Naruto, vendo quanto sangue deixava o estômago do ruivo.

— Vou ficar bem — Sasori fez uma careta, contendo o sangramento. — Estou com colete. Não foi muito grave — Acrescentou, tentando parecer confiante. — Vai atrás dele, antes que escape.

Naruto assentiu, se colocando de pé novamente, e apressando o passo na intenção de alcançar o último oponente.

(...)

Itachi empurrou a portinhola que levava até os jardins, e saiu, verificando se a barra estava limpa. Fez sinal para que eles o seguissem, sem baixar a guarda por um instante sequer.

Sakura e Sasuke saíram para o ar frio da madrugada, absorvendo o silêncio, se questionando sobre o que teria acontecido.

— Acabou? — A pergunta feita pela rosada soou pelos jardins impregnados pela quietude.

De repente, o som característico de um motor preencheu seus ouvidos impregnados pela quietude. Um Civic preto surgiu com um homem preso ao parabrisa e os retrovisores destruídos.

Parou de chofre, e os três recuaram. No entanto, quem se revelou não foi nenhum terrorista, e sim uma animada Konan.

— Que bom que achei vocês! — A jovem se encostou no veículo.

— O que pensa que estava fazendo, Konan? — Itachi respirou fundo, contendo a irritação.

Sasuke se dirigiu até o parabrisa, puxando o corpo dali com certa brutalidade, jogando-o na grama.

— O que houve? — Sakura olhou do morto para a prima, tentando imaginar o que acontecera.

Konan deu de ombros.

— Esse maluco se lançou contra a gente, tentando nos acertar — Ela falou, enquanto uma Hinata temerosa se revelava de dentro do veículo. — Um dos meninos o acertou e ele morreu pendurado ai.

Itachi massageou uma das têmporas.

— Depois conversamos, Konan — Ele foi categórico, se virando para Sakura e Sasuke. — Entrem no carro, vou tentar achar os outros.

As garotas tornaram a adentrar o veículo, e Sasuke envolveu Sakura pela cintura, guiando-a até o carro.

Porém, nenhum deles percebeu o homem acomodado no parapeito de uma das janelas mais altas, mirando no casal com sua sniper. Um sorriso maldoso percorreu seus lábios, e seu dedo anular pressionou o gatilho.

Ao mesmo tempo, Naruto surgiu, disparando incessantemente contra o terrorista que perseguira, fazendo-o cair do parapeito e colidir contra a grama, morto.

Sakura foi para frente, perdendo o equilíbrio, a dor em suas costas se intensificando à medida que os instantes passavam.

Sasuke arregalou os olhos, e a amparou na mesma hora, virando-a em seus braços trêmulos.

— Sakura... — Ele se desesperou ao vê-la semicerrar os olhos, atordoada. Passou a mão pela face dela, sentindo o suor frio impregnar a pele alva da rosada. — Continua aqui... Olha para mim...

Konan começou a discar para uma ambulância, trêmula, em choque com a situação, enquanto Hinata procurava os garotos.

Sakura fixou seus olhos em Sasuke.

— Sasuke... — Um gemido de dor escapou de sua garganta.

Ele viu o sangue sair em uma quantidade assustadora. A bala tinha atravessado suas costas e seu peito. Sasuke afastou aquele detalhe de sua mente, tratando de pressionar suas mãos contra o ferimento, tentando conter o sangramento que parecia cada vez pior.

— A ambulância está vindo! — Konan se ajoelhou ao lado deles, com o rosto molhado pelas lágrimas. — Prima, faça tudo, exceto dormir. — Passou as mãos pela face da Haruno, ofegando em desespero.

Sakura piscou, ouvindo ruídos distintos; o choro de sua prima, o desespero de Sasuke, e os gritos exasperados de Naruto.

Fechou os olhos sem suportar a sonolência que lhe inebriou. Relaxou por completo, em segundos ouvindo sirenes osando.

— Eu te amo, Sakura — Sussurrou Sasuke, próximo ao seu ouvido, antes dela cair na inconsciência definitivamente.