Encostou a cabeça na parede. Aquela noite estava sendo mais longa do que havia imaginado.

Primeiro, Madara chega em sua casa dizendo que Sakura estava traindo-o com Obito. Depois, Sasuke vai até a empresa e descobre que seu primo estava prestes a abusar de sua esposa. E quando pensou que as coisas estavam resolvidas, os terroristas invadiram sua casa. E para piorar atingiram Sakura.

Sasuke cogitava seriamente a possibilidade de enlouquecer.

Seu telefone tocou, sobressaltando-o. Olhou o visor e viu que era Naruto. Franziu o cenho. Onde o loiro se metera?

— Adivinha onde estou? — O tom de Naruto demonstrava divertimento, algo que não se encaixava com a atual situação.

— Não sou adivinha, idiota! — Sasuke foi ríspido, praticamente descontando a raiva que sentia no melhor amigo. De alguma maneira, aquilo o deixou bem, mesmo que fosse injusto. — Onde você se meteu, seu corno viado? Seus pais praticamente surtaram aqui...

— Foi mal — O loiro pareceu indignado com a irritação do amigo. — Mas tive de sair do hospital com os caras da Akatsuki.

— Com os caras da Akatsuki? — Ecoou Sasuke,com o cenho franzido. Sabia que Sasori tinha sido baleado, mas não tinha notícias de Hidan ou Deidara. E Itachi estava com Konan, no Refeitório. — Onde você está?

— No galpão deles — Vozes soaram próximas, e o Uzumaki riu. — Um dos caras sobreviveu e vamos interrogá-lo. Conhecendo-o como conheço, sei que vai querer descontar a raiva no desgraçado que começou tudo isso, e foi a causa da Sakura estar no hospital.

Sasuke se levantou na mesma hora, repentinamente interessado.

— Me passa o endereço — Já estava percorrendo os corredores do hospital.

— Itachi sabe — Instruiu o Uzumaki, antes de desligar.

Em uma corria que atraía a atenção de diversos pacientes e enfermeiros, Sasuke alcançou o Refeitório onde localizou Itachi e Sakura em uma das mesas. Logo que o percebeu, Itachi se colocou de pé, aparentemente preocupado.

— Sasuke, que cara é essa? — Ele franziu o cenho.

— Temos que ir — Falou, sem rodeios.

Itachi não fez perguntas, e se despediu de Konan com um beijo breve, prometendo dar notícias.

Os irmãos deixaram o hospital no carro de Itachi, com Sasuke lhe explicando tudo no caminho.

— Tentei falar com Hidan, mas ele e Deidara tinham sumido. Agora entendo o porquê — Riu, guiando-os até o tal galpão. — E isso explica o Naruto ter estado mais elétrico que o normal.

Sasuke mal se prendeu às palavras do irmão. Ao invés disso, pensava que as coisas se acertariam de uma vez por todas.

(...)

O urro de dor deixou a garganta do desconhecido. Hematomas e sangue percorriam sua face, e mesmo com tantos socos recebidos, o terrorista zombava de seus agressores, se recusando a passar informações.

— Cada um de nós já surrou esse vagabundo — Disse Hidan, com raiva. — E eu estou quase estourando seus miolos.

Sasuke bateu os olhos na .38 que se encontrava em cima da mesa, no canto próximo a eles.

— Não vamos matá-lo — Deidara cruzou os braços. — Não ainda.

— Mas como vamos fazê-lo falar? — questionou Naruto, arqueando uma das sobrancelhas.

— Bom, matá-lo não é um belo jeito — Ironizou Itachi, notando que o irmão tinha empunhado uma arma e seguia até o terrorista amarrado.

Os outros o seguiram com o olhar, até Sasuke se agachar à frente do inimigo e menear a arma entre seus dedos, enquanto falava. A cada palavra, o terrorista arregalava ainda mais seus olhos, e em instantes guinchava.

— Eu falo! Eu falo!

Itachi e os amigos se entreolharam surpresos, enquanto Sasuke se levantava.

— O que você disse para ele? — Naruto lhe perguntou sem se preocupar em ocultar sua curiosidade.

Com um sorriso de canto, o Uchiha respondeu.

— O que um homem mais valoriza?

Deidara começou a rir descontroladamente e com isso os outros compreenderam.

— Todo homem teme viver sem — comentou o loiro, após alguns instantes de risos espalhafatosos.

Itachi e Hidan se aproximaram do homem amarrado. Naruto, Deidara e Sasuke os seguiram.

— Vou perguntar apenas uma vez, ou meu irmão estoura isso que você tem embaixo das calças — Disse Itachi, de modo que o prisioneiro estremeceu em pavor. — Quem pegou o dinheiro com a Darkshell e se recusou a pagar?

O homem engoliu em seco, antes de começar a falar.

— Eu não sei o nome dele...

Hidan encarou Sasuke.

— Acho que ele não quer ter filhos, Uchiha — Desdenhou, com um sorriso sádico.

—Tudo bem! — O terrorista gritou, suspirando nervoso. — Foram dois caras de dentro da empresa. — Batendo os olhos na arma que Sasuke segurava, apontada diretamente para ele. — Uns tais de Madara e Obito!

O gatilho da .38 foi pressionado mesmo com a resposta. O tiro acertou a testa do homem, e a vida se apagou instantaneamente dos olhos do terrorista, mergulhando o galpão em um silêncio mútuo.