Assim que viu Obito em cima de Sakura, o ódio veio mais uma vez, em uma enxurrada. Deu-se conta de que todas as respostas para suas perguntas anteriores era “Não”. Sakura não trairia ele, muito menos com Obito.

Lançou-se em cima do primo para tirá-lo de cima de Sakura, que chorava incessantemente.

Madara era um verdadeiro filho da puta. Sakura não estava beijando Obito e sim sendo abusada por ele. Esse pensamento deixou-lhe tão fora de si que assim como havia feito com o tio, passou a socar Obito com raiva.

A cada golpe desferido sem que o primo pudesse se defender, apenas ampliava a raiva de Sasuke. Sakura continuava a soluçar, em choque pelo que quase acontecera.

Sua blusa estava rasgada na barra e a sensação de que estava suja cresceu em seu íntimo. Poderia ter evitado, se fosse mais do que forte. Obito era magro, mas tinha uma força descomunal.

Cobriu a boca com as mãos quando sangue começou a brotar da face inchada do primo de Sasuke.

Obito já estava desacordado quando Sasuke finalmente o soltou. Sakura até então encolhida contra uma parede, tremendo foi puxada para um abraço confortante.

— Shhh — Sussurrou ele, enquanto afagava os cabelos róseos da esposa. — Estou aqui agora. Tenta ficar calma, okay?

Sakura assentiu, contendo os soluços que estavam por vir.

Não soube ao certo o instante que Sasuke a levou para casa, ou o momento que ele lhe levou para o banho e secou seus cabelos em seguida, mas soube que em nenhum momento esteve realmente presente.

As lembranças ruins continuavam atormentando-a, permitindo que o sono e cansaço desaparecessem por completo.

— Eu não consigo parar de pensar no que teria acontecido se você não tivesse chegado — murmurou Sakura, enquanto Sasuke secava os próprios cabelos, vestindo uma calça de moletom. Ela abraçou os próprios joelhos, acomodando-se melhor na cama. — Como você descobriu? — Questionou, e o moreno fez uma careta.

— Madara veio aqui insinuar que você estava me traindo.

Sakura arregalou os olhos por breves segundos, e ele continuou.

— Eu obviamente não acreditei. Você não faria nada disso.

Sem perceber, Sakura voltou a chorar, e Sasuke se assustou um pouco. Qual era o problema?

— Sakura? — o Uchiha sentou-se ao lado da esposa, enquanto a mesma soluçava sem parar.

— V-Você é tão... — A loira esboçou um pequeno sorriso. — O que houve com o antigo “Sasuke-Bababa-Uchiha”?

O moreno virou o queixo dela com o indicador, secando suas lágrimas com beijos leves e carinhosos.

— Sempre delicada, né? — Riu.

Tomada por uma coragem repentina, Sakura fixou os olhos nos seus e, com o coração saltando no peito, murmurou.

— Eu amo você.

(...)

Com Sakura sobre seu peito, e a própria respiração ainda falha pelas ações de a pouco, Sasuke refletia à respeito de tudo o que acontecera, até as três palavras ditas por sua esposa.

Dúvidas diversas o incomodavam, tanto a respeito de seus sentimentos, quanto aos da Uchiha.

Definitivamente, sentia-se mais completo com Sakura ao seu lado, como nunca antes. Nenhuma outra nunca o deixara daquele jeito, com o coração palpitando. Adorava quando ela o provocava, mas ficar um tempo longe de casa surtiu um grande efeito na relação dos dois. Agora estavam mais próximos, cúmplices, como num casamento de verdade. Mas como faria para saber se a amava ou não?

Suspirou. Era muita informação para sua cabeça.

Um ruído indefinido soou no andar de baixo, atraindo sua atenção. Quando o barulho se repetiu, Sasuke deixou Sakura sobre a cama, levantando-se em seguida.

Vozes e risadas aproximavam-se, indicando que quem quer que fosse, estava subindo as escadas naquele instante.

Sasuke acendeu a luz do abajur ao lado de sua cama, deslizando a mão para dentro da gaveta do criado mudo.

Sentiu a frieza do metal de sua .38, atento aos passos que soavam pelo corredor.

A preocupação toma conta de seu íntimo. De alguma forma, sabia que o perigo estava próximo, e que algo ruim estava prestes a acontecer.