– Anna, onde é o quarto de Elsa?

– Ao sair da sala, vire à esquerda e depois vire no penúltimo corredor a direita.

– Obrigado, vou chamar ela.

Quando estava quase fechando a porta escuto ela gritar: “É a porta com flocos de neve!”.

Eu sai e fui até onde ela disse. Cheguei e bati na porta, que abriu na mesma hora.

– Elsa?

– Oi?

Ela saiu de dentro de seu closet, com outras roupas e colocou o vestido que estava em sua mão em cima da cama.

– O que está fazendo?

– Jack! É meio obvio, que eu estou arrumando alguma coisa para levar pra oficina.

– Ah, claro, porque diabos eu não pensei nisso, não é mesmo? – eu disse irônico e rindo. Ela me empurrou com os ombros.

– Idiota!

Então nós rimos.

– Depois você termina, pode ser? – pergunto sentando em sua cama.

– Pode, mas por quê?

– Você precisa contar pra eles o porquê de você ir embora...

– Ah, tem isso também, né?

– Sim.

– Então vamos.

Eu levantei e fui até a porta. Abri a mesma e esperei por Elsa, que chegou poucos segundos depois e fechou a porta atrás de si ao sair. Ela pegou na minha mão e fomos para junto dos outros.

Entramos na sala, e Kristoff tirou o braço de sobre os ombros de Anna, Olaf desceu do colo de Anna e sentou na poltrona em frente. Todos olharam para nossas mãos dadas, e nós a soltamos rapidamente.

– Anna, eu... eu tenho que te contar uma coisa... – Elsa disse olhando para a irmã.

– O que?

– O porquê de eu ir embora...

– Uhn, e por quê?

– Eu... sou uma, ahn Guardiã.

– Uma Guardiã? – perguntou Anna.

– É, sabe, como o Jack, e como o Nort... Papai Noel.

– Você é uma lenda?

Eu a encarei com os olhos semicerrados.

– Mals ai, Jack. Mas como assim, Elsa?

– Olha, eu não sei explicar, apenas que eu fui escolhida como Guardiã, e eu sou imor... imortal.

– Você vai ter 17 anos para sempre?

– Vou.

– Então quer dizer que daqui três anos eu vou ser mais velha que você?

– Anna!

– Desculpe. Elsa, você virá nos visitar?

– Se possível. E Anna, eu preciso que você me prometa apenas uma coisa.

– Qualquer coisa.

Eu me aproximei de Elsa e coloquei a mão em seu ombro.

– Nunca, nunca pare de acreditar em mim, em nós e nos outros Guardiões. Isso vale para os três.

– Eu prometo. – diz Anna.

– Eu também. – concorda Kristoff.

Olaf se aproximou de nós e olhou para Elsa.

– Você é quase que a minha mãe, então, eu prometo.

Elsa sorriu com o que o pequeno disse e o abraçou. Em seguida abraçou Kristoff, e por ultimo sua irmã. Eu acenei para todos e peguei na mão de Elsa, nós saímos da sala e vamos até seu quarto, ela separa uma pequena mochila e coloca suas coisas dentro. Então nós vamos para uma torre, e depois, para a oficina.

– Até que foi fácil, não? – eu a encaro.

– Sim, sim. Eu acho melhor eu mandar uma carta explicando tudo. – ela disse meio desanimada e parou de olhar pra mim.

– Tudo o que? – ela me olhou como se eu fosse idiota – Quer dizer, eu sei que tudo que é, eu só quero saber o porquê de você querer explicar tudo de novo?

– Explicar melhor. E com mais calma.

– Uhn...

Entramos na oficina. Se eu disser que não havia ninguém em lugar nenhum, você acredita?

Pois bem. Não havia ninguém. Entramos na sala, que por acaso estava com a luz apagada. Procuro pelo interruptor e acendo a luz. Na sala não havia ninguém, apenas uma mesinha com alguns petiscos e bebidas. Não tinha percebido, mas estava com fome. Com muita fome.

Aproximei-me da mesa, Elsa estava do meu lado. Peguei um petisco da mesa e comi. Ofereci para Elsa, que recusou. Ia pegar outro para mim, e do nada, Norte e Fada surgem batendo palmas. Coelhão bate não apenas palmas como suas patas no chão. E Sandy, bem, ele bate palmas silenciosas.

Atrás deles os pequenos elfos tocam cornetas e os ietis seguram uma faixa com os dizeres: “Seja bem vinda à turma, Elsa. A mais nova Guardiã!”

– Uau! – eu ri, era a décima vez que ela dizia isso – Isso é incrível. Jack, você sabia disso?

– Não, e não se preocupe, se eu soubesse com certeza não teria voltado!

– JACK! – falaram todos ao mesmo tempo.

Ela riu e me deu um tapa no braço.

– O que?! Eu não posso ter ciúmes da festa de iniciação dela não? A minha foi uma perfeita chatice. – falei e comi outro petisco – E não teve comida! – disse com a boca cheia.

– E depois quem é o gordo aqui? – Norte disse o que resultou em risadas de todos.

– Tive uma ideia. – todos me olharam – Por que vocês não curtem a festa, enquanto eu como esses petiscos deliciosos?

– Nada disso Jack Frost, você vai aproveitar a festa com a gente!

E com essas doces palavras de Elsa eu fui arrastado até onde todos estavam. Essa mini festa durou pouco. No final, Norte pediu para que os elfos levassem Elsa para seu mais novo quarto.

– Jack, você sabe por que o Homem na Lua a escolheu? Digo vocês tem o mesmo poder. Não têm? – falou Norte.

– Quase. As coisas que nós fazemos com o gelo são as mesmas, mas o gelo em si é diferente. Sacaram?

– Acho que sim. Você quer dizer que o poder é e não é igual? – perguntou Coelhão.

– Quase isso. Ela não pode desfazer o que eu fizer e vice versa.

– Aaaah. Certo, então ela deve estar aqui por algum motivo. – disse.

– Você jura?! – ele me fuzilou – Quero dizer, que motivo?

– Não sei.

– Provavelmente deve ser algo que você não tem, Frost. – disse Norte.

– Ah, claro...

– Sim, sim. Vamos ver... – ele saiu andando pela sala – Você nos disse que ela desfez o inverno, certo?

– Sim.

– E como?

– Com amor! – arregalei os olhos e tampei minha boca com as mãos. Essa não era minha voz.