Guerra Elemental escrita por Ed Henrique


Capítulo 33
A procura do próximo Filho


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou grandinho, mas são só 2.527 palavras mais ou menos.

Aviso mega-hiper-super importante: mudei o nome dos Espíritos Elementais, uma vez que existe os direitos autorais deles e que o jogo será (ou já foi) desfeito. Segue os novos nomes abaixo: (alguns são em latim, outros eu alterei um pouco, mas eram latim também).
Exaon: Ice;
Efreet: Ignos;
Sílfide: Terim;
Siba: Ventus.



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Regra de ouro de Terra 3: Não atacar pessoas que praticam desmatamento, seja para qualquer fim.

–Deixa eu ver se entendi: eu só estou lutando agora, vários meses depois de ter recuperado minha magia, porque não tinha vaga para mim antes? – Matheus perguntou.

–Isso. – Edgar respondeu. – Que bom que entendeu rápido.

Alguns meses haviam se passado e Matheus já aprendera a controlar sua magia completamente de novo. Aprendera mais sobre magias de terra com as aulas, mas achava muito complicado, pois uma das matérias que aprendia era sobre árvores e seus vários tipos. Em compensação, a magia de vento era mais fácil, porém, ele não gostava muito. No fim, ele se encaixava melhor na magia de gelo, podendo usar magia de fogo.

Por ter muitos alunos, a maioria deles gostarem de batalhas, e por Matheus não ser um aluno registrado na EE do Sul, nunca tinha vaga para o mesmo. Agendaram lutas contra ele, contudo, só passado um grande tempo, pôde lutar. Ambos se encontravam agora no vestiário masculino, onde o Híbrido se preparava para lutar.

–Quem eu vou enfrentar mesmo?

–Meu Deus. – Edgar balançou a cabeça negativamente. – Você vai enfrentar o Jair. Um garoto preto, olhos castanhos escuros, magro, tem a minha idade, cabelo cortado e, mais conhecido como Capoeirista.

–Por quê? Só pelo fato dele saber jogar capoeira?

–Uhum. O pessoal do Sul tem mais títulos do que o Norte, apesar de que, oficialmente, só existem dois.

–King.

–Exato. Mas preferimos usar títulos, acho que é mais legal.

–E o outro?

–Seu outro oponente é um usuário de terra, se não me engano. Bernardo. Isso mesmo. Ele é branco, minha idade, eu acho, meio irritante, e olha que não costumo falar tão mal assim dos outros. Olhos claros, cabelo castanho.

–Bem informado você.

–No meu primeiro ano não tinha muita coisa para fazer, então vigiava alunos alheios.

–Alunos, dirijam-se a quadra, a batalha irá começar. – A voz do diretor se fez presente.

–Ainda não me acostumei com essa voz que os usuários de vento usam. – Matheus se referia a uma habilidade em comum que os usuários de vento usavam. Eles falavam algo e faziam com que o vento levasse suas palavras para mais longe, quase como um alto-falante.

–Você se acostuma. – Levantou do banco. – Estou indo, não demora. – Saiu dali rumo à arquibancada.

Matheus foi para sua posição na quadra e seu oponente para a dele.

–A primeira luta de hoje será Jair Vs Matheus. Espero que ambos façam uma boa luta. – O professor de educação física, Cleiton, falou. – Comecem.

Matheus criou uma bola de gelo, mas foi jogado para trás por algo que não conseguiu ver.

–Er, Edgar, você o treinou para lutar contra magia de vento, certo? – Thiago perguntou.

–Não muito bem. Não quis incomodar a Lili, então pedia a Fran, mas ela só treinou machucar ele, então desisti.

–Você pelo menos avisou que eles são meio chatos, né? – Agora foi a vez de Hugo fazer uma pergunta.

–Matheus aprende rápido. Espero.

Seu oponente fazia jus ao título, pois todos os seus ataques eram combinações de um passos de capoeira, o que deixava o Híbrido confuso. Ele deu um chute no ar, fazendo um ataque ir na direção de Matheus, porém, o mesmo congelou o ataque. Matheus colocou uma barreira, e Jair colocou as mãos no chão, jogando o pé para frente fazendo uma onda de ataques consecutivos. O Híbrido se concentrou, criou uma bola de fogo e tentou dar forma de animal para ela, mas não conseguiu assemelhar muito a forma de um pássaro, mas usou mesmo assim. Atirou na direção dele que não conseguiu desviar e caiu no chão.

–Isso. – Comemorou. Seu oponente levantou e aumentou a frequência de golpes. – Droga. – Colocou uma parede de gelo dessa vez. – Tenta passar com seus golpes. – Falou. – Jair parou o braço como se fosse uma lâmina, abaixou-o e fez um movimento cortando o ar, cortando assim o gelo. Abriu um sorriso que irritou um pouco Matheus. O mesmo atirou algumas bolas de fogo e gelo, que foram desviadas pela habilidade do oponente.

–Minha vez. – Correu na direção dele, concentrou vento nos pés e voou, sumindo de sua vista. Matheus tentou olhar para o alto, contudo, o raio do sol bateu em seu rosto, forçando-o a fechar os olhos. Jair aproveitou a oportunidade para ficar próximo a Matheus e começar a girar no chão, criando um tornado. – Te peguei.

–Essa não. – Foi arrastado pelo tornado para o alto.

–Coitado, vai perder na primeira luta. – Disse Hugo.

–Acho que ele consegue. – Thiago o apoiou.

–Espero que ele vença, mas, não tô levando muita fé.

Eu preciso fazer alguma coisa. – Pensou Matheus. Liberou a magia por ambas as mãos e em pouco tempo o tornado já estava congelado, só faltando um obstáculo: a queda. – AHHH. – Estava em uma altura considerável e quebraria um osso ou outro.

–Ele vai se quebrar. – Thiago levantou apreensivo.

–Eu não posso fazer nada enquanto a luta continua. – Falou.

A poucos centímetros do chão, sentiu uma rajada de vento, que o impediu de bater. O vento foi se dispersando aos poucos e Matheus conseguiu chegar ao chão com segurança.

–Obrigado.

–Não seria legal você sujar o chão da quadra de sangue. – Sorriu para o Híbrido. – Fora que eu perdi. – Sua cintura para baixo estava congelada e não mais conseguia se mover. A luta foi dada por encerrada e as enfermeiras vieram para socorrê-lo.

–Sabe, sua habilidade que você põem a mão no chão é boa, mas aposto que desgasta muito sua mão, então sugiro que você coloque vento embaixo das mãos quando for usá-la, assim se desgasta menos.

–Vou lembrar disso futuramente. – Sentou-se no chão, sendo curado pela enfermeira.

–Quando terminarem, a próxima luta começará, tudo bem? – O professor perguntou. Ambos os meninos concordaram e esperaram serem curados para dar continuidade a próxima luta.

Matheus agora enfrentaria o usuário de terra, Bernado. O mesmo havia prestado atenção na luta e estava pronto com suas estratégias em mente.

–Comecem. – Matheus atirou uma bola de fogo, que foi parada por uma pedra. Várias pedras se levantaram do chão e foram na direção dele, que correu para desviar. Viu mais pedras levantarem, mas essas começaram a se juntar.

–O que é isso? – Estranhou.

–Híbrido, conheça meu amigo, golem. – O monstro de pedra terminou de se formar.

–Então isso é um golem?

–Nunca viu um? – Agora foi à vez de seu oponente estranhar. – Eu soube que você seria treinado por aquele garoto.

–Ele não me amostrou sobre isso! – Olhou acusadoramente para Edgar.

–Eu tenho certa implicância com eles, por isso não falei nada. – Explicou. – E também não consigo criá-los “por bem”.

–Depois conversamos. – Voltou a atenção para a sua luta, porém, seu oponente não se encontrava mais ali. – Onde ele foi?

–Dentro do golem.

–Ei.

–Me usar como distração não funciona! – Edgar informou.

–De qualquer modo. Alguns conseguem usar o golem como armadura, que são quase melhores do que as do Norte.

–Você acha? – Matheus criou sua armadura e partiu para cima do golem, porém, voou com um soco. – Ai. – Alisou o local. Correu novamente na direção do golem, fez uma manobra e destruiu as pernas do mesmo. – Bem feito. – Zombou, mas sua felicidade durou pouco. O golem estava se recuperando. – Como eu paro essa coisa?

–O golem vai se refazer sempre que tiver pedras.

–Estamos em uma floresta.

–Mas, e se não houvessem pedras perto o suficiente? – Uma ideia veio na cabeça de Matheus.

–Obrigado. – o golem correu na direção dele. Levantou a mão em forma de punho e começou a concentrar magia de fogo na mesma. Quando o golem estava perto o suficiente, socou o chão com força, queimando a maior parte da quadra. O chão estava pegando fogo, então o golem não conseguiu pegar mais pedras para se recuperar. Matheus andou até o mesmo, deu um soco com o punho de gelo sobre a armadura de pedra dele e abriu uma rachadura, por onde pôde ver o oponente. Congelou os braços dele no chão e perguntou: – desiste?

–Claro que não! – liberou a aura e debateu-se, mas Matheus fez o mesmo, impedindo que ele saísse.

–Posso te congelar todo se preferir.

–Argh. Eu desisto. – Virou o rosto.

O fim da luta foi anunciada, e Matheus se juntou aos amigos para poder comemorar. Contudo, felicidade de mago... dura pouco.

Dia seguinte

–Nãaaaaaao. – Edgar gritou.

–Por que o desespero?

–Eu odeio chuva. – Disse pausadamente. – Elas são chatas e me impedem de fazer alguma coisa lá fora agora.

–Bem que disseram que você era um pouco fresco. – Sussurrou Matheus.

–Ei. – Uma ideia veio na cabeça de Edgar. – Será que um certo mago de água, filho do espírito da água, não poderia parar a chuva? – Perguntou.

–Sabe que se eu fizer isso pode acarretar em vários problemas ambientais, não sabe?

–Sei. Mas eu tô entediado. Eu odeio ficar entediado!

–Você não odiava chuva?

–Chuvas me deixam entediado!

–Tá, saí logo dessa janela que quero te perguntar uma coisa. – Sentou-se na cama, e Edgar repetiu o gesto. – Não acha que já está na hora de me dizer quem é o Filho que falta?

–Por que “o” e não “os”? Fora que você pediu para que não disséssemos.

–Eu não acho que existam dez Filhos e, como o Marcos é o Primeiro, eu sou o Segundo, e você é o Quarto, só falta o Terceiro. Também percebi que cada um de nós possuí um elemento diferente, exceto o fato de eu ser um Híbrido de fogo-gelo ou gelo-fogo, então o Terceiro Filho só pode ser um mago de vento!

–Seu chute é bom, mas como vai descobrir quem é esse Filho?

–Eu pensei em enfrentar todos os usuários de vento da EE, mas isso ia leva muito tempo. Por isso, quero que me diga, porque tenho certeza que você sabe!

–Já sei. – Levantou da cama. – Matheus, chama os outros dois desse corredor, vou ir na diretoria e já volto.

Edgar saiu sem dar tempo para Matheus responder. O plano dele era simples: usar alguns “pontos” que tinha por ajudar o diretor em algumas coisas para poderem usar o simulador. Se estava chovendo do lado de fora, ele poderia fazer um sol quentinho do lado de dentro. Depois de muito perturbar o diretor, ele os permitiu usar a sala, com o professor responsável por lá, é claro.

Após alguns alunos se reunirem na sala do simulador, foram enviados para dentro do mesmo.

–O Hugo não pôde vir, parece que está passando por um tratamento sobre os poderes. Thiago não quis vir para fazer companhia a ele e disse que ficaria meditando. Lili não estava muito afim, e a Francyelle tá aqui. – Matheus explicou a situação para Edgar.

–Vai participar? – Edgar perguntou a prima.

–Eu só vim para sair do monótono. – Usou o vento para criar uma área em volta dela. – Edgar. – Pediu. O mesmo fez o chão abaixo dela ficar macio e ela ficou deitada ali. – Boa sorte.

–Já que a preguiçosa da sua prima está dormindo, o que vamos fazer?

–Estamos no modo sobrevivência, então, em vez de nos atacarmos agora e acabar com toda a graça, por que não damos a volta por essa área, e nos encontramos aqui? Assim, enfrentamos vários outros alunos.

–Pode ser. – Matheus concordou. – No “já”?

–Já. – Edgar saiu correndo para um lado e Matheus para outro. A floresta era grande e os alunos haviam sido bem espalhados, então não demorou muito para que ambos terminassem e já estivessem prontos para dar a volta, porém, algo chamou a atenção de Edgar e o mesmo parou. Viu uma planta que não conhecia, o que era incomum, pois conhecia todas as plantas da floresta. Tentou juntar sua aura com a planta, mas não surtiu efeito, então a tocou. – Droga. – Tentou correr, mas caiu no chão, sentindo dor. A planta era venenosa, o que explicava o fato dele não conhecer. As plantas venenosas só eram ensinadas no quarto ano.

–Cheguei primeiro? – Olhou ao redor, mas Francyelle continuava dormindo e nada de Edgar. – Preguiçosa. – Procurou mais uma vez e o viu escorado a uma árvore. – Você apanhou no caminho. – Riu. Quase não tinha machucados, ao contrário de Edgar. Viu o mesmo cair no chão e correu até ele para ampará-lo. Francyelle pareceu despertar e foi até ambos. – O que foi?

–Planta... venenosa.

–Por que não se cura? – Francyelle perguntou.

–Se eu pudesse, não acha que eu já o teria feito? – Estava mal, mas bom o suficiente para ser sarcástico.

–Eu vou curar você! – Matheus falou.

–Você é um mago de ataque, não de cura.

–Mas o Davi me deu um livro sobre magia de cura, posso tentar.

–Olha, agradeço a preocupação, mas você nunca fez isso antes. – Disse Francyelle.

–Um dia eu ia ter que tentar. – Se concentrou para poder pegar o máximo de água possível. O cenário do simulador era uma floresta após um dia de chuva, então água era o que não faltava. – Pronto. Vou começar. – Colocou a água ao entorno de Edgar, que gritou de dor. – Desculpa. – Magia de água se não usada direito, pode causar dor no paciente. Matheus se esforçou para poder retirar o veneno de Edgar e conseguiu com sucesso, mas ficou preocupado ao ver que o primo desmaiara após o tratamento.

Mais tarde

–Olha, eu quero saber o que está acontecendo, e quero saber agora.

–Não lhe devo nenhuma satisfação.

–Ah, deve sim. Primeiro: pelo fato do seu primo ter sido envenenado, e, de acordo com o diretor, não deveria ter veneno nas simulações; segundo: que não é a primeira vez que algo de ruim acontece comigo ou com ele. O diretor teme que tenha alguém querendo fazer mal aos Filhos e eu ainda tenho que descobrir quem é o Terceiro para poder avisá-lo, então como prima dele, quero que me conte tudo que sabe.

–Hunf. – Francyelle não queria sair por aí contando o que sabia, mas visto que ele tinha razão, precisava dizer o que o Edgar não havia dito. – Sabe quantos apelidos o Edgar têm?

–Nem sabia que ele tinha um.

–Os primeiros anistas o chamam de “pai natureza”, por ele ter um grande contato com a natureza; o resto o chama de assassino, akuma (demônio), sangue-frio e outros apelidos aí.

–Akuma?

–Demônio em japonês. Também faço curso de inglês como Edgar, e sei um pouco de japonês como ele. – Explicou.

–Tá, mas por que esses apelidos? O que ele fez de tão ruim para ser chamado assim?

Francyelle poff’s on

Eu estava no meu primeiro ano, o Edgar entrou primeiro, então estava no segundo. Ele havia marcado cinco lutas em um dia.

–A nossa luta será luta de punho mágico. – O adversário dele falou.

–Não entendi? Não é o mesmo que uma luta normal? – Edgar perguntou.

–Não. A luta será com punhos, combinando magia ao mesmo.

–Ah, tá.

–Prontos? – O professor perguntou. Após receber confirmação deu inicio a luta. – Que a penúltima luta, comecem.

Edgar podia até saber lutar, mas se o oponente escolheu aquele modo, significava que era bom, e Edgar quase perdeu a batalha, mas no final, conseguiu vencer. Porém, seu oponente ficou muito machucado.

Por isso que o limite de lutas por pessoa hoje em dia são duas lutas.

Francyelle poff’s off

–Ele matou um aluno! – Disse.

–Como assim?

–Ele matou um aluno. – Repetiu.

–Ele não tem cara de quem matou alguém.

–É porque durante o tempo em que ele ficou preso, teve um surto e apagou a própria memória! – Explicou

–Então foi isso. – Ouviram uma voz no fundo do corredor.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo vai haver uma luta entre parentes e os amigos de Matheus irão aparecer um pouco.
Avisando desde já, Abril eu volto a postar todo domingo como de costume.



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