Aniversário de Edward – Dois meses atrás

Edward franziu o cenho. Algo o estava incomodando.

Onde estava Bella?

Havia ido ao banheiro e estava demorando muito.

–Rose, viu a Bella? –perguntou.

Rosalie mexeu as mãos, apreensiva. Será que Bella tinha fugido?

–Ela... Ela foi ao banheiro, Edward. Talvez ela tenha ido descansar um pouco. Ela me disse que não estava se sentindo muito bem...

Não. Um pânico inexplicável começou a invadir o corpo de Edward.

Ele não sabia como, mas sabia que Bella estava bem longe dali. Ele não sentia mais a presença dela.

–Edward? –ouviu a mãe chamar.

Mas ele já estava na porta do banheiro.

–Bella? –chamou, batendo na porta.

–Querida?

Ele segurou a maçaneta e a girou.

A porta estava destrancada.

Empurrando-a, Edward entrou no banheiro.

Ele nem se quer percebeu a família atrás dele.

A torneira estava aberta, o tapete bagunçado e no espelho, um bilhete.

“Bella... Adormecida!”

Edward amaçou o bilhete e com a mão em punho, socou o espelho.

–Edward! O que houve?! –gritou Alice.

–Ela a pegou. Ele levou Bella.

Sem entender, ela perguntou do que ele estava falando.

–James. James levou a minha Bella!

Ele podia sentir seu coração morrer aos poucos.

Não percebeu quando seu pai o arrastou para fora do banheiro, nem quando o sentaram no sofá e lhe dera algum tipo de comprimido.

Quando a polícia chegou, Edward respondeu todas as perguntas automaticamente. Ele havia sofrido ameaças durante os últimos meses? Não desde que havia se acertado com Bella. Alguém tinha algo contra ele? Sim. O que ela estava vestindo? Um vestido azul e sapatilhas. Ela apresentava algum comportamento atípico nos últimos dias? Não. Poderiam fazer uma busca em sua casa? Sim.

A polícia retornou no dia seguinte.

Com eles traziam uma caixa vermelha e uma foto que Edward não reconheceu.

–Senhor Masen, encontramos esses pertences em sua casa. Já viu essa caixa antes? –perguntou o policial.

–Não. Eu nunca vi essa caixa. – Edward respondeu.

–Encontramos a caixa na garagem e a foto debaixo de uma poltrona. O senhor reconhece a foto?

Edward olhou para a foto que o policial entregou e franziu a testa.

–Acredito que seja o ultrassom do nosso filho Edward Lucas.

Rosalie, que estava sentada ao lado de Edward, olhou para Edward.

–Deixe-me ver. –pediu.

Olhando atentamente para a foto, Rosalie sentiu seu coração se acelerar, um misto de emoção e tristeza.

–Desculpe, Edward... Ela me pediu para não contar...

Ela abaixou a cabeça.

–Esse ultrassom é de Bella, de algumas semanas atrás, Senhor Policial. Ela está grávida e iria fazer uma surpresa ontem, mas...

Rose deixou algumas lágrimas caírem.

Edward não disse nada.

Não conseguia.

James havia levado a mulher que amava e o pequeno bebê que crescia em seu ventre. Ele poderia sentir mais dor?

Sua pergunta foi logo atendida, quando Esme desceu as escadas com Lucas no colo, chorando e gritando “mama”.

Ao ver seu filho pedindo pela mãe, o coração de Edward se afundou mais na escuridão.

Ele se levantou e pegou o filho no colo, embalando-o e o acalmando.

–Papai está aqui –sussurrou –Ele trará sua mamãe de volta.

–Senhor Masen, desculpe, mas temos mais uma pergunta. O senhor tem certeza que nunca viu essa caixa antes?

Irritado, Edward os olhou.

–Não, eu não vi! É só a porra de uma caixa! O que tem a ver com o sequestro da minha mulher?!

–Edward, se acalme. –pediu Esme.

–Senhor Masen, entendemos a sua raiva. Acontece que.. – o policial abriu a caixa e após um certo esforço, tirou o fundo da mesma, exibindo uma série de fios e conectores – Está caixa contém escuta e rastreador. E se o senhor observar bem pode perceber que no fundo dela tem as iniciais JS. Após eu e a minha equipe analisarmos bem, constatamos que o sequestro de sua mulher pode ter sido feito por este homem.

Um outro policial ergueu uma foto de James.

–Sim, Senhor. Este é o James que falamos. –disse Alice – É ele!

Assentindo, o Policial guardou a foto.

–É James Sullivan. Ele está sendo procurado por todo o país pelo assassinato de dez mulheres. Vocês tinham esse conhecimento?

Todos negaram.

–Ele assassina de forma brutal e inumana. Iremos seguir o protocolo, passaremos o caso para o FBI. Eu realmente espero que encontrem sua mulher, Senhor Masen.

A cabeça de Edward estava zonza e ele precisou se sentar para não cair.

James matava mulheres. Mulheres que não tinham nada a ver com ele ou sua história.

Edward se perguntou o que ele faria com Bella, que estava diretamente envolvida com a família Masen.

Seu corpo inteiro esfriou.

Ele a queria de volta.

Os dias foram se passando, se transformando logo em semanas e Edward podia perceber a falta de esperança de todos. O FBI já não falava mais de Bella no presente e ele via que todos o preparam para o pior.

James não feito ligações para barganha.

Ele não queria um resgate.

Ele queria vingança.

Isso ficou claro quando o FBI recebeu um vídeo de Bella dizendo como cada um dos Masen morreria.

Nem uma mensagem falando em como resgata-la.

Edward passava em casa, cuidando de Lucas e montando a sua própria teia de acontecimentos.

Ele via o vídeo de Bella repetidas vezes, tentando encontrar qualquer coisa que indicasse sua localização.

Ele havia encontrado Bella uma vez, a encontraria de novo e quantas vezes fosse preciso.

Cada vez que assistia ao vídeo ele chorava imaginando como teria sido difícil para Bella falar tantas atrocidades.

Foi em uma madrugada, uma das tantas que Edward não conseguia dormir, que ele viu.

No vídeo, Bella estava sentada amarrada a uma cadeira, de costas para uma parede sem janelas.

No começo Edward pensou que ele estava imaginando coisas. Porém, ao rever, ele soube que estava certo.

Atrás de Bella havia alguns desenhos infantis e apesar do lugar ser velho e estar caindo aos pedaços, Edward conseguiu identificar alguns dos desenhos.

Correndo até a garagem, Edward abriu a caixa que continha fotos de sua infância.

E após algumas horas de procura, ele encontrou.

Ele sorria com seus cinco, seis anos, mostrando o seu dente de leite que havia caído recentemente. Ele lembrava de estar com vergonha por ser bem na frente. James estava ao seu lado, segurando um carrinho de brinquedo na mão direita e com o braço esquerdo ele abraçava Edward.

Edward olhou para o fundo da foto e viu.

A mesma parede. Só que recém-pintada. Nova.

Com os mesmos desenhos do vídeo de Bella.

Ele foi até o quarto de hóspedes e abriu a porta.

Deitado na cama estava Charlie.

Quando tudo aconteceu, Charlie se ofereceu para ficar com Edward e ajudar.

Ele estava acordado.

–Edward? Aconteceu alguma coisa? –ele perguntou.

–Eu sei onde ela está. Eu sei!

Algumas horas depois, Edward, Charlie e uma grande equipe do FBI estavam em frente ao lugar.

Após deixaram Edward Lucas com sua família, Edward contatou o detetive que cuidava do caso de Bella.

Não foi difícil encontrarem o lugar.

Era a casa de Tanya Denali, uma coleguinha de escola de Edward e James. A família Denali havia se mudado após um incêndio na casa, que matou a menina.

Depois de muita discussão, Edward convenceu o chefe da equipe a deixarem ele ir junto.

Tudo aconteceu rápido demais.

Invadiram o lugar e encontraram James em quatro pequeno, com uma parede de vidro que dava para o quarto de Bella.

Lá, ele podia ver tudo que ela fazia.

–Parado! –gritaram – James Sullivan, você esta preso!

James riu e olhou para Edward. Em sua mão tinha uma arma.

–Eu consegui Edward. Tenho algo que você jamais terá. –ele gargalhou –Eu tenho o desespero dela! Cada pesadelo, cada sono... Pertence a mim!

–Você é louco James! –Edward gritou – Porque Bella? Porque aqui?

–Lembra da Tanya? Eu a amava. Mas ela preferiu você! Agora eu dei um jeito de Bella sempre se lembrar de mim!

–Nós éramos crianças!

James, em um movimento rápido, apontou a arma para Edward.

–Parado! Pro chão! Pro chão!

Ele não se moveu.

–Com Tanya eu consegui lidar facilmente. Era uma menina boba, acreditou em tudo o que eu disse. Foi fácil engana-la. Maravilho vê-la queimar.

James avançou, e um tiro soou alto.

O corpo pesado e sem vida de James caiu ao chão.

Edward não se conteve.

Entrou no quarto de Bella e a encontrou deitada na cama.

Ele a chamou e implorou para que ela acordasse.

–Ela não está reagindo! –gritou um paramédico do FBI.

Bella, minha vida! Sou eu! Seu Edward!

Ele se inclinou e juntos seus lábios com os dela.

–Edward... –ela sussurrou.

Mas isso foi tudo.

Ela não reagia mais.

Às pressas, e levaram para o hospital.

Não deixaram ninguém acompanha-la na ambulância.

Quando passaram pelo corpo morto de James, Edward parou.

O tiro acertou o meio da testa de James precisamente.

–Acabou, James. –ele disse.

Edward não podia dizer como chegou ao hospital.

Só sabia que cada hora que passava parecia uma eternidade.

Bella estava bem? E o bebê? Eles sobreviveriam?

Ele não tinha resposta para nenhuma dessas perguntas.

Edward nunca fora religioso, nunca havia parado para pensar sobre esse tipo de coisa.

Mas naquele momento, ele rezou.

Pediu para que, quem quer fosse independentemente da religião, salvasse Bella e seu bebê.

Nem que para isso precisasse dar sua vida.