Todos gargalhavam enquanto seguiam para a sala de jantar da família Masen.

Edward Lucas era o xodó da família e a casa travessura que o menino aprontava, por menor que fosse, todos se divertiam.

Ele era um bebê muito carismático e sorridente e adorava puxar os curtos cabelos de Alice.

–Veja, Edward. Esse menino é realmente o seu filho –disse Alice, fingindo uma cara emburrada – Ele também implicou comigo!

–E você ainda tinha dúvidas Ali? Ele é a minha cara! –Edward se gabou.

Alice sorriu e olhou para Bella, esperando que a cunhada fosse dar uma resposta esperta.

Porém, ela nem se quer parecia ter ouvido.

A campainha soou e o coração de Bella pareceu dar um pulo no peito.

Seria James?

–Deixa que eu abro, Esme! –ela disse apressadamente, seguindo para a porta de entrada.

Com um suspiro nervoso, ela abriu a porta.

–Emmet!

Ela relaxou instantaneamente.

Emmet ainda caminhava com um pouco de dificuldade, porém, com a ajuda de uma bengala, apenas aparentava ter uma leve torsão no pé. Quem o visse, não diria que a meses atrás ele não conseguia sair de uma cadeira de rodas.

Bella o abraçou carinhosamente e sorriu.

–Vejo que trouxe alguém... –Ela disse.

De imediato, Bella apenas viu uma mulher loira sair do carro.

Segundos depois, seu sorriso aumentou.

–Rosalie!

As amigas se cumprimentaram animadamente e entraram na casa.

Bella ouviu atentamente Rosalie contar como havia conhecido Emmet, no tribunal, logo após a decisão do juiz em relação a Bella e Edward. Eles haviam se esbarrado acidentalmente e Rosalie para se desculpar, chamou Emmet para um café.

O café se transformou em almoço e o almoço em jantar facilmente e logo o casal embarcou em um romance digno de novela.

–Bella, pode me dar um minuto? –pediu Rose antes que se sentassem a mesa para jantar.

–Então, quando irá contar?

Bella franziu a testa.

–Do que está falando Rose?

–Amiga, eu te conheço como a palma da minha mão. Eu acompanhei toda a sua gravidez... Tudo bem que por fotos e vídeos, mas acompanhei. Você está com o mesmo quadril de quando estava gravida de Lucas. Você está grávida Bella. Eu sei. Você sabe. –Rosalie soltou, segurando a mão da amiga em apoio.

–Rose... – Bella sussurrou, emocionada- Claro que você sabe!

Elas se abraçaram.

–Eu não sei o que fazer. Planejei contar no aniversário de Edward, quando todos estivessem juntos. Mas o tempo passou tão rápido que já é hoje e eu não me sinto preparada!

–Bella, você nunca vai estar preparada. Precisa contar. Eu estou aqui com você, ok? Vamos, vamos lá!

–Depois do jantar Rose. Eu prometo, tudo bem?

Assentindo, cada uma foi para o seu lugar a mesa.

Depois do jantar, quando todos já estavam na sala de estar conversando e rindo, Bella foi até o banheiro lavar o rosto.

Sentia-se tonta e ansiosa. Sabia que não poderia adiar mais. Logo as pessoas começariam a ir embora.

Em frente a pia, inclinou-se um pouco para molhar o rosto e a nuca.

De olhos fechados, aproveitou a sensação de frescor enquanto sentia algumas gotas escorrerem pela nuca.

Endireitou-se e abriu os olhos.

Antes que pudesse reagir, James já tinha posto a mão coberta por luvas sob a boca de Bella.

O reflexo no espelho mostrava James atrás dela, segurando-a firmemente contra o corpo, impedindo-a de se mover.

O ar foi ficando escasso nos pulmões de Bella e depois de alguns segundos, ela caiu na inconsciência.

*

Dois Meses Depois

Ele a olhava, fascinado.

Agora entendia porque Edward havia sofrido tanto tempo por estar longe dela.

Ela era maravilhosa.

Parecia um anjo.

Tudo bem que quando estava acordada, gritava e o xingava muito, porém ainda assim... Era cheia de vida!

Ouvi-a gemer e abrir os olhos.

–Bom dia, Isabella.

Ela fechou os olhos novamente.

–Eu sei que acordou.

Com um suspiro cansado, ela se sentou na cama e olhou para James.

–Bom dia, James.

Ele franziu o cenho.

–Sem cretino? Monstro? Louco?

–Hoje eu não estou com disposição para lutar com você, James. –ela sussurrou, sentindo um gosto amargo na boca.

Não estava bem.

Não se sentia bem.

Seu corpo doía, sua garganta ardia por conta do choro contido e ela sabia, tinha quase certeza, se que seu bebê não aguentaria por muito mais tempo.

–Bom, querida, porque hoje nós vamos nos divertir muito! –Ele disse, animado –Levante-se e se troque!

Quando Bella não se mexeu, James foi até ela e a tirou da cama violentamente, puxando-a pelo braço.

Ela gemeu de dor.

–Desculpe. –ela sussurrou.

–O que está acontecendo? –ele perguntou –Porque esta agindo assim? –gritou.

–Porque meu bebê está morrendo James! Eu sinto! –ela gritou, com todas as suas forças.

Ele a soltou e se afastou.

–Eu estou longe do homem que eu amo, do meu filho que precisa de mim, não estou indo aos médicos que preciso e - -

–Mas eu te dou as vitaminas. Você disse que só precisava delas. –ele falou

–Agora não são mais suficientes, James. –ela respondeu.

–Você está querendo me enganar. Mas você não vai. NÃO VAI!- ele gritou, saindo do quarto e trancando a porta.

Com raiva, Bella foi até o banheiro e tirou a roupa, olhando-se no espelho.

Tinha hematomas nos braços e estava um pouco mais magra.

A barriga de quatro meses de gravidez aparecia levemente.

Acariciou-a, deixando as lágrimas caírem livremente pelo rosto.

–Oh, Edward... –ela chorou.

Ela não sabia mais quanto tempo de tortura psicológica aguentaria.

James a forçava a ouvir cada passo de seu plano de vingança contra a família Masen.

Depois de contar cada etapa, ele fazia Bella repetir. E quando ela não acertava, ele aumentava mais uma tortura para cada membro da família.

Bella já sabia, detalhadamente, como cada pessoa de sua família morreria.

Naquele dia, James a fez olhar para a foto do filho.

–Ele ficará vivo, Bella! Não está feliz? – os olhos de James estavam arregalados, pura expressão de uma mente doentia – Ele ficará conosco. Será James Lucas. Nosso filho.

Ela soluçou em resposta.

Não sabia quando havia feito James ficar obcecado por ela. Algo dizia que havia sido naquela noite em sua casa, dias antes do aniversário de Edward.

Quando viu James sair de seu quarto tarde da noite, a deixando sozinha e trancada, Bella se deitou na cama.

No silêncio do quarto, podia sentir seus batimentos mais fracos.

Será que conseguiria morrer de infelicidade?

Fechou os olhos.

E rezou para não abri-los mais.

*

–Bella? –ouviu

–Bella, meu amor, acorde por favor!

“Edward?”

–Ela não está reagindo! –ouviu alguém gritar.

“Edward? Estou aqui!” ela queria gritar.

Mas seu corpo não obedecia.

–Bella, minha vida! Sou eu! Seu Edward!

Segundos depois sentiu lábios macios contra os seus.

Reunindo todas as forças que conseguia, ela abriu os olhos.

–Edward... –Ela sussurrou, antes de desmaiar.

Edward estava ali. Agora ela poderia ficar em paz.