Dias Difíceis escrita por Miss Miles


Capítulo 7
Você Acha Que Pode Fazer Isso?


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui estou eu,
E vim contar com detalhes
Como se desenrolou essa conversa,
Prontos ou não, ai vai ela!
Aproveitem. *-*



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SEXTA 20:04PM

As horas foram passando... Passando... O big bem bateu 10 da manha, meio dia, 2 da tarde, 4,6... E 20:06PM alguém batia à porta de Sherlock, ele estava deitado, esperando ela chegar, vai então abrir a porta ao ouvir os dois toques seguidos.

Sherlock abre a porta e vê uma figura pequena, magra, coberta da cabeça aos pés, a noite está muito fria, a porta ainda está entreaberta, Molly o olha e da um sorriso de lado meio forçado, tudo bem, completamente forçado, cansada de esperar aquele homem alto a sua frente falar algo, resolve falar primeiro.

–Posso entrar? – Sua voz era calma, baixa, um pouco abafada, as palavras tinham medo de sair.

As palavras demoram um pouco até que seu significado seja processado na mente de Sherlock, ele houve apenas ecos em sua cabeça, Sherlock tinha medo daquela conversa.

–Sherlock? – Molly não se altera, pelo contraio, transparece calma e paciência.

–Ah, é, claro, desculpe, entre, pode, ficar, a, vontade! – falava divagando entre as palavras, é como se após cada palavra dita analisava qual a mais indiada a vir depois.

Molly entra, não agradece e nem fala nada, apenas dá um sorriso “fechado” e mais uma vez forçado, fazendo um sinal positivo com a cabeça, ao passar por ele Hopper sente um arrepio percorrer todo seu corpo, saber que estavam apenas os dois, novamente sozinhos naquele flat, ela torci para que a conversa não acabe novamente em discussão.

Sherlock durante todo dia, não tivera problemas em saber que haveria uma conversa, que veria Molly de novo depois de saber que chorará e o odiara como nunca nesses dias, mas Molly já está ali, na sua frente quieta, calada e sentada, nem mesmo o olhava nos olhos. Sherlock sabe que quem deve dizer algo é ele e não ela, tudo o que ela tinha para dizer, ela falou durantes anos, ele que nunca deu atenção ou nunca quis dar, é estranho, mas ele reconhece que mesmo depois de tudo, ela está ali na sua frente, mesmo com raiva, ela veio para lhe dar a atenção que nunca tivera dele, e lhe dar uma chance de fazê-la deixar a raiva de lado, ele sempre soube o que Molly quer, ela quer que tudo flua melhor entre eles, mas para Sherlock, nada seria diferente, mesmo depois dos fatos, para ele tudo estava bem do jeito que estava.

Criando a coragem que nunca havia lhe faltado como agora, decide dar inicio a um quase pedido de desculpas, Sherlock não é muito bom nisso, mas é Molly quem está ali, e de algum jeito, isso o conforta quanto a melhor maneira de se desculpar, aquela mulher o entende, mesmo explodindo às vezes, ela o compreende, não é preciso muito esforço para dizer o que pensa pra ela. Ela entende o que cada palavra sua quer dizer no mundo em que ela vive.

–É... – a voz falha um pouco, Molly o olha, mesmo com raiva, nunca lhe falta amor nos olhos ao olhar para Sherlock, ele ainda de pé a sua frente abaixa a cabeça e olha para suas mãos que se juntam, porém inquietas – Mary me disse como passou a terça e a quarta e... – Sherlock ainda está de cabeça baixa, não consegue olhar para Molly, sabe que ela o está observando agora – E... – decide finalmente olhar para ela – Eu sinto muito – Molly apenas continua a observa-lo, e ao ouvir essas palavras senti que nunca viu tanta sinceridade nos olhos de um homem, o que amolece seu coração ao constatar novamente que esse homem é Sherlock Holmes.

–Porque não se senta? – É tudo que ela consegue falar, afinal nada mais se passará por sua cabeça desde “sinto muito” – Aqui. – Diz indicando um lugar ao seu lado no sofá com a mão.

Sherlock suspira, mas não de raiva, de incomodo, nem mesmo por um sentimento de obrigação, mas sim por medo e insegurança do que falar para ela. Mas não reluta contra o pedido, apenas caminha até o sofá e senta-se ao seu lado olhando sempre para frente e não para ela.

Por outro lado, no momento em que Sherlock se senta ao seu lado, Hooper sente o calor de seu corpo tão perto, um aroma tão bom e que tanto adora nele, não era um perfume nem nada do tipo, era apenas o seu cheiro, o cheiro de homem que a leva ao ápice da loucura, do desejo, mas ela precisa, necessita, ela tem que se controlar, e é nesse momento que Molly fecha os olhos e respira profunda e lentamente, ela está de lado no sofá, para que possa vê-lo, Sherlock ao não ouvir nenhuma palavra mais e com a cabeça baixa, levanta a cabeça lentamente ao mesmo tempo em que a vira para olha-la e ao vê-la tão serena agora é ele quem a observa.

Molly abre os olhos com a cabeça voltada para ele, porém olhando para baixo, e ao subir o olhar o encontra encarando-a, tudo fica em silencio por alguns segundos, ela estava admirando aqueles olhos lindamente azuis ou verdes, formando uma imagem perfeita com o rosto, a boca, aqueles cachos castanhos e todo o resto daquele homem a sua frente.

–Como você está? – Sherlock engoli nervosismo, tenta não transparece-lo ao máximo, mas estava nervoso.

Molly sente uma pequena ponta de alegria ao ouvir essa pergunta de um modo que a convença, diferente de quase sempre, baixa a cabeça por um pequeno momento e abri uma sorriso tímido, mas sincero, e volta a olhar para ele.

–Melhor. Recuperada! – dessa vez Molly sorri diretamente para ele – Lembra? Recuperada. – Molly se refere à pergunta feita por ele no SMS de quarta feira à noite.

Sherlock responde que sim, mas com um sorriso, o primeiro desde a chegada dela, o que a encanta. Com um pouco de receio, mas decidida, ela pega em uma das mãos dele, e nota que está gelada, o nervosismo que Sherlock soubera disfarçar até então, fora descoberto, foi traído por seu corpo. E essa não vai ser a única vez!

–Está fria, gelada eu diria, por quê? – Molly fala com certo carinho, Sherlock conseguira amolecer seu coração, mesmo sem saber, ela conseguiu. Enquanto fala aperta a mão dele e a segura com as duas mãos.

–Eu estou com um pouco de frio, é isso, normal. Mas pelo jeito você deve estar bem aquecida, pelo menos é isso que suas mãos me dizem.

–Claro! Mais e você? O que você tem pra me dizer? – Molly o olha insistentemente nos olhos, e vê que sua mão continua fria e agora suada, estranho, mas ela sabe bem o que isso quer dizer, ele está nervoso, ela só não entende bem o porque.

–Acreditaria se eu dissesse que me incomodou o jeito que me tratou nesses dias?

Molly se surpreende, até mesmo abre levemente a boca, demonstrando sua surpresa.

–Ual! – Molly fala inicialmente com um tom irônico - Realmente te incomodou o fato de eu ter te tratado da mesma maneira que me trata? – mas logo seu tom passa a ser delicado.

Sherlock molha os lábios dando uma volta visual em todo o lugar, enquanto busca as palavras certas para usar, o que Molly realmente adorou.

–Eu te tratei assim por dois dias, e durante mais dois eu simplesmente te ignorei, consegue imaginar o que é viver isso durante anos? – Molly pergunta mais uma vez – Não é minha intenção te jogar isso na cara mais uma vez, nem mesmo fazer chantagem emocional se é que isso funcionaria com você, eu só quero que pense em como eu me senti até hoje, pelo simples fato de você às vezes se quer me dar um bom dia.

E Sherlock mais uma vez baixa a cabeça, sabe que ela tem razão, sabe que ela está sendo sincera, mas é difícil aceitar que seu jeito de agir natural a machuque tanto quanto ela expressa em suas palavras.

–Eu não sei se você consegue sentir algo, ou se apenas te incomoda o fato deu ter te tratado diferente de como está acostumado, mas em mim Sherlock, em mim dói, machuca, deixa marcas, eu sinto mais do que um simples incomodo, eu sinto raiva, ódio, mágoa, rancor. – Molly para por um instante, por um momento acha que está sendo cruel e o pressionando a fazer algo que talvez ele não saiba como fazer, mas por outro acha que ele deve saber como a faz se sentir, não quer que tudo isso aconteça para que no final tudo volte a ser o mesmo sofrimento de antes, e resolve continuar falando pondo cada vez mais sentimentos em suas palavras – Mas passa, tudo, com o tempo passa – sua voz estava tranquila assim como ela - some, as vezes deixando pequenas feridas que eu trato de fecha-las e cura-las com a esperança de que um dia você mude, ou simplesmente me enxergue como alguém que pode e que quer ser sua amiga, e não como um meio de trabalho. Eu não sou uma máquina como você e não sei encarar as coisas como você faz, eu não sei lhe dar com o desprezo, meus medos, meus sentimentos igualmente a você. Eu só quero que entenda que eu sou diferente, e preciso que você também me compreenda. Você acha que pode fazer isso?

Sherlock sentia cada palavra como um enorme peso jogado sobre se, se sentia mal ao ver a dor que a fazia sentir, nunca foi essa sua intenção, nunca quis machuca-la ou faze-la odiá-lo.

–Acho que no fundo eu temia que você fosse só mais uma que me atacasse com suas palavras e seus insultos, eu estava e estou acostumado a ser tratado com frieza e eu tive de me acostumar a isso, quando eu te conheci te tratar dessa forma foi a maneira que achei de autodefesa – Molly tenta segurar suas lágrimas, mas aos poucos sente uma a uma descer sobre rosto, Hooper tinha pena dele, mas mais do que isso ela sentia amor, e sofria ao ver ele sofrer – Por fora eu sou essa máquina que todos veem e criticam, eu não sei lhe dar com os sentimentos, eu não os sinto, simplesmente isso, eu não sei lhe dar com as pessoas e o seu modo de ser, talvez eu seja realmente essa máquina que todos dizem que sou.

–Não! – Molly fala com uma voz rouca, é quando Sherlock a olha e vê que chora.

–Não chora! – Sherlock leva sua mão até o rosto dela e enxuga suas lágrimas – Não quero te fazer chorar de novo.

–E eu não quero que fale assim, você não é essa máquina que todos falam, que eu falo que você é, como você mesmo disse você apenas não sabe lhe com seus sentimentos.

–Eu sou um idiota em te tratar desse jeito, pra mim estava tudo bem como estava, mas, mas eu estou vendo que não, eu sei que você gosta de mim, bem mais do que como amigo. – Molly fica vermelha e envergonhada.

–O pior é isso neh?! – Molly tenta controlar o choro.

–Molly - Sherlock suspira, sabe que o que vai falar vai magoa-la profundamente – Molly eu sei que não é isso que você quer ouvir mas... – ela o encara com os olhos lacrimejantes – não há chances de haver algo entre nós dois – Sherlock vê a primeira, de muitas lágrimas, cair – Talvez não seja impossível, mas por hora, eu acredito que ainda não progredi o suficiente com meus sentimentos, John e Mary tem me ajudado bastante, eu vou entendendo um pouquinho a mais de vez em quando – ele da um sorriso meio torto na tentativa de “quebrar o gelo” - mas pra mim não é tão fácil quanto pro resto do mundo, eu sinto por você sofrer com esse meu jeito, e por ter se apaixonado por mim, mas você sabe como funciona, você sempre soube e – Molly desaba em lágrimas, sem histeria, mas não suporta tais palavras – e eu acho que a única coisa que posso dizer, ou melhor, que posso pedir, são desculpas! Desculpa pela maneira como te tratei, por ter te magoado, ter me aproveitado de você nas minhas investigações, desculpa por tudo que sou culpado, desculpa!

Depois de alguns minutos Molly consegue conter as lágrimas, se acalmando para não soluçar muito, resolve se pronunciar.

–Posso te pedir uma coisa? – fala com a voz um pouco embargada.

–Sim.

Molly morde os lábios e olha para baixo, tinha medo da pergunta que queria fazer, ou melhor, medo da reação dele, mas estava decidida.

–Posso te dar um beijo? – Sherlock gela por dentro, se lembra das cenas de John e Mary se beijando, sempre achara algo patético de se fazer, nunca imaginou que isso fosse acontecer com ele, muito menos sendo Molly a outra pessoa.

–P... – o nervosismo volta, para Sherlock não há motivos para estar nervoso, mas ele está – Pode! – Sherlock fala baixinho e inseguro, mas de maneira que ela entenda.

Molly se aproxima lentamente, coloca as mãos em seu rosto o aproximando de si, e o beija, põe todo seu amor nesse beijo, não quer assusta-lo ou algo assim, vai com calma, afinal não houve recusa da parte dele só uma pequena hesitação, e ela está feliz por isso, por mais que saiba que é tudo o que vai conseguir – Eu te amo! – Molly fala ainda com seu rosto colado ao dele, de olhos fechados tentando controlar o choro e a vontade de ir além, mas o beijo havia acabo.

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Por hoje...


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Notas finais do capítulo

Antes que tirem conclusões precipitadas,
Esse beijinho ai não foi nada comparado ao que está por vim!
Paciência crianças, está mais perto do que nunca.
Obrigada pela enoooooorme paciência
E também a quem leu e a quem acompanha a história!
Até o próximo capítulo meus amores.
;)



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