SEXTA 7:25 AM

–Bom diiiaa flor!

–Mary!! – Molly abre um lindo sorriso, era o primeiro sorriso sincero que dera desde terça, finalmente cessara o seu choro, por enquanto...

–Incomodo? – Pergunta já entrando, até porque, para Molly, ela é como uma irmã.

–Preciso responder?

–Precisa, se não eu não acredito – Apesar de ter cancelado a sua lua de mel quando mal começara e do problema pelo qual voltara, Mary voltou com um sorriso sincero no rosto e com um humor melhor do que nunca, sentia-se feliz, diferente.

–É claro que você não incomoda, de onde tirou isso?

–Ah – Mary solta um gritinho abraçando Molly – Que bom! Como está? Melhor?

–Sim, já parei de chorar, estou me controlando mais e evitando ao máximo odiar o Sherlock, tá difícil, mas... E você está tão feliz! Que bom. Mais o que houve?

–Além de ter algo pra te mostrar, acordei feliz, maravilhosamente bem, sabe, ontem John e eu passamos a manha e a noite na casa dele, ele não estava muito bem. Diria que tirando o choro, a raiva, e as lamentações, ele estava tão mal quanto você – Mary solta um risinho bobo, não conseguiu segurar sendo imitada por Molly – Mas serio, ela meio pra baixo.

–Ual – Molly olha para ela desanimada – E eu deveria ficar feliz por isso?

–Talvez não por isso, mas por outra coisa.

–Mary sinceramente não quero saber nada dele, pelo menos por enquanto, estou cansada, cansada de ser um nada na frente dele, você me acompanha no café da manha?

–Não obrigada, fiquei de tomar café com John quando eu voltasse, por isso não posso demorar, mas tenho tempo suficiente para falar com você e eu não me arrisquei a mexer no celular de Sherlock para nada, por isso querendo ou nã...

–Celular? Porque foi ver o celular dele?

–Por causa das mensagens ele disse que havia apagado, ele falou por alto sobre o que eram, mas não mentiria se não houvesse algo que quisesse esconder.

–E tinha?

–Tem! Olha – Mary se senta ao lado de Molly pegando o celular e falava enquanto procurava as mensagens – Eu achei duas mensagens não enviadas, sendo que o destinatário era você, bom eu não sei exatamente em que parte da historia elas se encaixam, mas há datas e horas, e não sei ao certo o porquê dele não as ter enviado, talvez olhando e comparando os dados você consiga encaixa-las corretamente no diálogo.

Molly viu as mensagens, leu, releu e leu novamente, quando finalmente pegou o seu celular para comparar datas e horas, conferiu logo à primeira.

–Não enviei nenhuma mensagem pra ele na terça, só fui ao flat dele a noite e vim pra casa arrasa depois, mas não recebi nenhuma mensagem dele, eu vim embora às novas quando ele terminou de jantar e cheguei em casa uns 7 a 10 minutos depois de táxi, eu lembro que quando eram 10 horas eu fiquei a ponto de ligar ou mandar uma mensagem mais resisti e fiquei chorando feito uma condenada por aquele idiotia.

–Pelo jeito ele pensou o mesmo e quase, quase enviou, acho que ele pensou que seria algo bobo e idiota a se fazer.

–Assim como ele – Hooper ainda estava chateada.

–Olhe a outra mensagem agora.

Mary espera paciente enquanto Molly procura as mensagens de quarta feira enviadas e recebidas, depois de três minutos consegue encaixa-la perfeitamente na conversa.

–Olha! Essa ele deveria ter enviado depois da que eu mandei pra ele o chamando de patife, mas como logo depois eu mandei outras duas desabafando talvez ele tenha achado melhor nem enviar.

–Claro! Você não deu tempo pra ele fazer isso, foi logo jogando tudo na cara dele, ele não teve coragem nem mesmo pra responder as ultimas mensagens que você enviou, mesmo porque você seria capaz de soca-lo pelo telefone. E olha que eu nem vi o conteúdo dessas mensagens, mas vendo o seu estado e o dele, não foi difícil imaginar né?!

–Eu sei, eu até fiquei com mais raiva quando ele não respondeu as minhas mensagens, eu pensei que ele estava fazendo pouco caso dos meus sentimentos, por isso não falei mais com ele, nem ontem e nem hoje.

–Esse foi o erro, o dele de não ter respondido, e o seu de ter tirado conclusões precipitadas.

–Tem razão, eu sou uma idiota, mas uma idiota com dignidade, por isso não vou falar com ele.

–Molly!!! – Mary a olha com cara de compaixão e fala com uma voz de criança mimada.

–Mary! – Molly tenta não se deixar levar pelo jeito de Mary.

–Poxa, eu deixei de aproveitar a minha lua de mel, o meu marido, e o resto da semana em Brighton. Brighton Molly!!! – Dá mais força a palavra- Aquela água azulzinha, aaah você tinha que ver aquele mar durante a noite, é um sonho!

Molly fez uma cara de quem está num beco sem saída, se sentia culpada, mesmo sentindo que a culpa era de Sherlock.

~pensamentos~

M.H.

–Ai aquele cretino, me fazendo sentir culpada por algo que não eu sou, Mary sabe como me fazer sentir terrível e em divida com ela, ai Sherlock você me paga, droga! E tudo isso é justamente pra eu ir falar com ele, ai meu Deeeus!!! Socorro.

M.H.

~pensamentos~

–Então?

Molly suspira pra mostrando sua decepção e seu obvio incomodo em aceitar isso, o que não preocupou Mary nenhum pouco pelo contrário a divertia e a deixava feliz saber que mesmo sendo a força, Molly aceitaria falar com ele.

–Tudo bem, você me convenceu, mas, mas... Só vou porque me sinto em divida com você e com John, e só!

–Ok, eu fico satisfeita em saber que vai falar com ele, agora tenho que ir – Mary olha para a hora no celular – Ual!!! – se surpreende – Já são oito horas, tenho que ir, John deve estar definhando, do jeito que ele é faminto pela manha, foi um prazer falar com você, mas não me disse quando pretende ir vê-lo.

–Vou esperar vocês me dizerem a hora certa.

–Ótimo, mas tarde eu ligo para avisar, até Hooperlly – Mary a chama assim às vezes, dificilmente na verdade, é uma junção do seu segundo nome com a terminação do primeiro (HOOPER + LLY). Ela acha diferente e divertido.

Mary sai e vai para Baker Street onde John já está, chegou a menos de 10 minutos, haviam combinado de chegar mais ou menos na mesma hora.

Na Baker Street

–Olá rapazes – Mary entra com um enorme sorriso estampado em seu rosto – Bom dia Sherlock como está? – Pergunta enquanto se aproxima de John para beija-lo.

–Bom dia, bem e você? – Fala rapidamente, sem demonstrar nenhum ânimo, mas por dentro está feliz por sua “babá” ter chagado.

–Ual! Que ânimo hem?! Já eu estou maravilhosamente bem – Mary da três passos a frente para ir se sentar no sofá onde havia espaço livre, no que dá o quarto passo se sente tonta, cairia no chão se não fosse por Sherlock que fora mais rápido que John.

–Mary!! – Os dois falam em sincronia, pareceu mais um coral mesmo.

John vai até ela preocupado e a leva até o sofá sentando-se ao seu lado, enquanto Sherlock retorna a sua poltrona, ele tem observado Mary em particular desde que voltou, está diferente, mas não faz nenhum comentário, tem suas suspeitas mais preferiu confirma-las primeiro.

–O que houve?

–Nada, apenas uma tontura repentina!

–Suponho que não tenha comido nada no apartamento de Molly, eu disse para tomar algo antes de sair de casa, mas é teimosa, é nisso que dá, não me deixe preocupado querida, por favor.

–Eu sei, eu sei, não se preocupe, quando cheguei cumprimentei Ms.Hudson e pedi que me preparasse algo, logo-logo ela trará. Obrigada por ter me segurado Sherlock.

–John tem razão, não devia ficar sem comer pode acarretar problemas a sua saúde.

–Você não é lá a melhor pessoa para das lições de moral não é Sherlock?! Se não fosse pela minha insistência passaria semanas sem comer até passar mal.

–Eu sei, mas no estado em que ela se encontra pode ser perigoso não acha?

–Sherlock!!! – Mary grita repreendendo Sherlock – Eu sabia que cedo ou tarde você descobriria, mas tudo bem, só me surpreende o fato de você ter notado antes dele. – Mary da um tapinha de leve na cabeça de John.

–Ai! – John reclama – Do que estão falando? Por que fez isso?

–Oh! Desculpe Mary, não sabia que era segredo.

–Oh não! Na verdade eu só descobri ontem à noite depois que me senti tonta, John estava na cozinha e aproveitei para fazer o teste, não havia falado nada porque queria saber qual dos dois descobriria primeiro. Funcionou, quando percebeu?

–Quando se sentiu enjoada ontem de manha, depois quando reclamou do vinho à noite e isso agora me serviu de confirmação, sem falar no seu ótimo humor!

–Alô? É... Oi! – John fala acenando e olhando para os dois - Eu tô naufragando aqui. Confirmação de que? Mary do que você estão fal...

John fica perplexo, não pode acreditar nisso, não, não pode ser o que ele está pensando, e faz aquela cara que só ele sabe fazer, tipo quando Sherlock o força a fazer bizarro.

–Você... – antes de terminar de falar já abriu um sorriso bobo no rosto.

–É, é isso mesmo querido. – Disse Mary olhando a cara abobalhada do marido.

–Parabéns John, acho que devo dizer que você merece.

–Sherlock! – Mary ama o jeito torto de Sherlock se expressar.

–Você está gravida? Gravida!! – John se levanta e Mary faz o mesmo para abraça-lo John a gira em seus braços e grita feito louco – Grávida! Você está grávida, eu vou ser papai, Oh Meu Deus, eu vou ser pai.

Sherlock se divertia e ria alto junto com Mary ao ver a alegria do futuro papai.

–John, não grite, os vizinhos vão pensar que ficou louco meu bem.

John a põe no chão e a beija 1.001 vezes e depois a abraça, Mary vê uma lágrima descer daqueles olhos felizes. No andar de baixo Ms.Hudson pôde ouvir os gritos e a euforia de John, pulou de alegria ao ouvir John gritar que Mary está grávida, decide que quando descerem cumprimentara o casal.

–Tudo bem querido, sei que está feliz, mas se acalme, por favor se acalme, ainda temos que conversar com Sherlock lembra? Molly aceitou! – Mary sorri contente.

–Claro, fico feliz que a tenha convencido – Os dois dão um ultimo beijo e se sentam novamente mais calmos.

–Convencido de que? – Sherlock não entende, ou pelo menos finge que não!

–A falar com você, agora só falta você também dizer que aceita falar com ela. Não vai negar um favor a uma mulher grávida vai? – Mary tinha um sorriso sapeca no rosto.

–Mary, não me venha com chantagens ok!

–E você não me venha com um não, não seja mal, ela tem mais motivos que você para estar com raiva e ainda assim aceitou vir conversar. Não seja grosseiro.

–Mary tem razão Sherlock, não faça essa desfeita.

Sherlock suspira encostando nas costas na cadeira onde estava, fecha os olhos um instante pensativo, e ao abrir diz que sim, aceita conversar com Molly.

–Ah! – Mary dá um gritinho de felicidade – Obrigada, obrigada, obrigada – caminha até a cadeira de Sherlock e indo por trás dá um beijo em seu rosto – Não vai se arrepender! Vou avisar a Molly que venha hoje à noite! Com licença vou descer até o flat de Ms.Hudson e ligar para Molly.

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