Dias Difíceis escrita por Miss Miles


Capítulo 5
Está Tudo Errado


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi
Estou de volta!
E com mais um capítulo.
Vamos deixar de enrolação neh?! kkkkk
Aproveitem!



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QUINTA 11:33 AM

–Então, sobre o que quer falar?

–Por favor, Sherlock, não quero me alterar nem discutir de novo, então não se faça de desentendido, sabe muito bem sobre o que vim falar com você, mas antes eu quero te pedi desculpas pela minha atitude com você, eu agi sem prensar, não era realmente minha intenção tentar machucar você. – John respira fundo – Desculpa!

–Realmente não tem de fazer isso – Sherlock não suporta essas cordialidades.

–Obrigado, agora vamos direto ao ponto, você e a Molly, o que houve de fato?

–Ela veio terça feira à noite me visitar, eu não sabia que ela vinha,

–E você a tratou como de costume.

–Sim.

–A “tapas”.

Sherlock levanta a cabeça mirando o teto, suspira e bate com a mão fechada sobre a mesa.

–Por que. Insistem. Em. Dizer. Que eu. Faço. ISSO??? - Falava pausadamente, colocando entonação de voz em cada palavra, mais ainda na ultima enfatizando uma pergunta.

–Por que. É. Verdade! – John resolve responder no mesmo estilo, mas é mais pra irrita-lo mesmo - Mais continue, o que houve?

–Ela está diferente, me tratou por igual, satisfeito? E foi do mesmo jeito na quarta pela manha, eu..

–Você o que?

Sherlock tenta criar coragem e encontrar as palavras menos pesadas para falar, pois já sabe qual será a reação de John.

–Eu a mandei embora! – Fala de uma vez, como um ponto final.

–Você o que? – Watson altera um pouco a voz – Sherlock!!! – Não consegue acreditar até que ponto chegou a arrogância de seu amigo.

–Pois é, sem críticas, por favor, já sei tudo o que vai me dizer,

–Ah sabe?! Então sabe que vou te chamar de cretino, canalha, patife, arrogante e um perfeito imbecil??

–Não achei que pensaria em tantas palavras.

–Isso sim me surpreende.

–Mais ainda assim ela me mandou um SMS – Sherlock se senta no sofá fecha os olhos e suspira.

–O que houve?

–É que mesmo depois de tê-la tratado mal ela ainda se preocupou comigo. Eu pedi desculpas e ela me chamou de patife e depois me mando uma mensagem de desabafo, jogou todos esses anos de convivência na minha cara. Eu não tive coragem de responder e nem ela enviou outras mensagens.

–Posso ver?

Sherlock olha pensativo para John, não quer que ele veja, não, ele não quer.

–Eu apaguei – Sherlock fala com toda segurança apesar de estar mentindo – Apaguei todas.

–Ah, tudo bem, e o que pretende fazer?

–Acho que foi pra isso que vieram não?! Me dizerem o devo fazer, porque, eu, eu não sei.

Sherlock arranca um sorriso divertido do rosto do amigo, que vai se sentar ao seu lado.

–Sherlock?

–Hum? – Sherlock sussurra enquanto olha para os dedos da sua mão brincando de dar voltas e mais voltas na sua própria perna.

–Acha que poderia haver algo entre vocês?

–Não – Ele responde sem hesitar.

–Sherlock! – John tenta chamar sua atenção.

–O que quer que eu faça? Não posso passar a gostar de uma mulher de um minuto pro outro.

–Não é uma mulher – John dá ênfase na palavra – É a Molly, e não são minutos, são anos.

–Usando suas palavras, se eu não me importei até hoje, como eu poderia passar a dar atenção da noite para o dia?

–Não estou dizendo para mudar e pronto, só estou sugerindo que tente.

–Porque eu deveria?

–E porque não?

Pela primeira vez John consegue a façanha de deixa-lo sem palavras ou respostas prontas.

–Não sei se deveria te contar, mas...

Sherlock olha pra ele, como se esperasse por uma solução, por uma esperança de acabar bem, mais acabar do jeito que estava, sem que ele precisa-se se submeter a uma experiência fora de sua razão, a tentativa de amar.

–Mary acha que você só está confuso.

–E que logo voltarei ao normal, sem sentir remorso, culpa ou qualquer outra coisa?

–Não, ela acha que você sente algo só não consegue aceitar isso ou por pra fora, mas... Sherlock você me disse que não há a menor das possibilidades de haver algo entre você e Hooper..

–Sim.

–Então porque toda essa culpa, esse remorso, e essa outra coisa que “não consegue por pra fora”?

–Porque se referiu as palavras de Mary? Quando eu disse qualquer outra coisa, é realmente outra coisa.

–O que então?

Sherlock não responde, nem ele mesmo sabe a resposta, só sabe que há algo a mais que não o deixa em paz, e que grita dentro da sua cabeça que está tudo errado.

–Tudo bem – John suspira calmo- Então porque o remorso e a culpa?

–Pelo modo como a tratei, sem se quer perceber.

–Fale com ela então!

–Não, não quero, e provavelmente ela também não queira me ver.

–Tudo bem, eu vou ser paciente mais eu vim até aqui, deixei de aproveitar minha lua de mel,

–John eu...

–Não, não estou te culpando por isso, mas se vim foi para te ajudar a resolver isso da melhor forma possível e mais cedo ou mais tarde nós vamos convencer ambos a se falarem ouviu bem?

–Sim capitão! – Sherlock faz uma brincadeira para quebrar o clima de tensão.

John embaraça todo o cabeço de Sherlock, revidando a brincadeira.

–Você acabou de tomar café da manha, também quem mandou acordar tarde, mas eu vou almoçar com Mary e Ms.Hudson, se quiser nos acompanhar com sua companhia ficaremos felizes, se não faça o que quiser, depois conversamos de novo.

–Tudo bem, mas vou ficar por aqui, quando quiser conversar ou a Mary é só subirem.

–Ok! Até.

Os três saem para almoçar fora, tudo por conta de John, haviam se passado 2 horas quando saíram do restaurante, perderam a noção do tempo colocando o papo em dia, mas em nenhum momento foi citado o nome de Sherlock. John e Mary vão deixar Ms.Hudson em Baker Street e voltam para casa, para arrumar tudo e descansarem um pouco da viajem.

Já é noite em Londres, Ms.Hudson está dando uma geral rápida na cozinha do 221b B.S. enquanto ouvia o tom melancólico saindo das cordas do violino de Sherlock, que ficara quieto e calado toda a tarde, inclusive enquanto ela esta no flat, não disse uma única palavra, nem mesmo boa tarde.

Nesse momento em uma casa não muito distante...

07:04PM

John e Mary

O que ele disse querido?

–Não há chances de um relacionamento, apesar do remorso e sentimento de culpa ele não quer falar com ela.

–Nossa, a conversa foi bem produtiva em?! – Mary fala soltando um riso brincalhão.

–Há há, engraçadinha, eu tentei o quanto pude, mas avisei que cedo ou tarde faríamos com que os dois conversassem, ah e, ele disse que eles não se deram muito bem esses dias, teve troca de mensagens, mas ele disse que pagou todas.

–E você acreditou? – Mary faz cara de deboche, brincalhona, mas ainda assim de deboche.

–E porque eu nã... – John fecha os olhos e suspira se sentindo um completo idiota, queria cavar um buraco e se enfiar por completo dentro dele, mais uma vez Sherlock o fizera de bobo, e ele caiu feito um patinho na sua lábia – Claro!

–Ah querido – Ela não consegui conter a risada - Quando vai aprender a lhe dar com Sherlock? – Mary deposita vários beijinhos na boca do marido – Vou me arrumar para irmos a Baker Street, porque de algum jeito eu vou pegar aquele celular e não há Sherlock que me impeça.

–Ah claro, e como a senhora pensa em arrancar aquele celular dele, aquilo parece até a coisa mais valiosa que ele tem na vida, não desgruda por nada.

–Ser a esposa do melhor amigo tem lá suas vantagens.

–Eu já devia imaginar como sempre, eu sou a cobaia, como se já não me bastasse o Sherlock para me fazer de fantoche não é?!

–Não seja dramático, e agora vá se aprontar, não quero demorar e nem chegar tarde.

–Já vou, já vou, calma!

John e Mary

E em meia hora estavam na sala do 221b tentando animar Sherlock, que até ficara contente em vê-los novamente, já não tocava mais o violino, mas Ms.Hudson falará ao casal como foi a tarde na Baker Street.

–Boa noite meus pequenos! – Ms.Hudson entra com uma bandeja de vinho e três taças de cristal, queria ajudar a animar Sherlock, que nem mesmo reclama das palavras “meus pequenos” não sabia se era melhor ou pior que “crianças” que tanto o incomodava.

–Não nos acompanha? – John pergunta se referindo a Ms.Hudson.

–Oh não, tenho que ajeitar algumas coisas no meu flat, não quero deixar para depois.

–Que pena, mas obrigada por trazer o vinho. – Mary agradece, sempre tão gentil.

Ms.Hudson sorri e se retira.

–Então, como está o meu lindinho? – Mary direciona a pergunta a Sherlock indo em sua direção com uma taça de vinho pelo meio em uma mão e sentando-se ao seu lado no sofá passa a outra mão nos cachos de Sherlock lentamente pousando-a depois sobre a perna do mesmo.

–Assim eu fico com ciúmes! – John disse serio.

–John!!! Mary chama sua atenção – Não me venha novamente com essas ideias sem fundamentos convincentes.

–Convincentes ou não eu tenho fundamentos – John disse dando uma risada gostosa - Estou brincando, vocês são praticamente como irmãos.

Mary toma um gole de seu vinho e faz uma careta de quem comeu algo azedo e estragado.

–Argh, eu sempre gostei e tomei esse vinho, mas desta vez está horrível.

–Mas não há nada de diferente nele Mary – Sherlock entranha a reação dela.

–É melhor não tomar mais querida, pode lhe fazer mal.

–Eu sei Sherlock, estranho, e obrigada por se preocupar amor, você tem razão. Sherlock seja um bom garoto e me traga um copo d’água, por favor, hum?

–Claro – fala com um sorriso e pegando a taça de sua mão para leva-la para cozinha.

Mary pisca para John, mostrando-o o celular sobre a mesinha em frente ao sofá.

–Sherlock posso usar seu celular para enviar uma mensagem para minha mãe, esqueci de avisa-la que voltei de viajem e como esqueci meu celular e John não recarregou os créditos do dele, então...

–Claro, aqui está sua água.

–Obrigada!

Enquanto John conversava e tomada vinho com Sherlock, Mary procurava pelas mensagens e rapidamente as encontrou, mas como não podia simplesmente sumir com o celular de Sherlock, pois ele desconfiaria, achou duas mensagens não enviadas e enviou uma copia de cada para seu celular, que estava sim em sua bolsa, mas no modo silencioso, e em cinco minutos tudo estava feito. Pareceu até fácil de mais, mas Sherlock não teve um de seus melhores dias.

–Pronto, eu enviei e logo depois apaguei para não se misturar com as suas, obrigada!

–Tudo bem, de nada.

Decidiram que já haviam batido na mesma tecla de mais por um dia, então passaram três longas horas conversando sobre outras coisas, esclareceram outros assuntos pendentes, como por exemplo, o fato de Sherlock não ter respondido a mensagem de Mary e outras coisas, o que não agradou muito a John, já que Mary não sabia que a culpa era dele.

Eram 11:30PM quando finalmente o casal havia chegado em casa, e foram direto olhar o conteúdo da mensagem com calma:

SMS1(22:06-Terça-F.)>Onde você está? SH

SMS2(19:28-Quarta-F.) >Que? Não!! Na verdade ela me fez ver o idiota rude que fui com voc...

–Perfeito! Como Molly teclou com ele, ela vai olhar as mensagens não enviadas e vai encaixa-las na ordem, com base na data e hora.

–Tem razão, acho que Hooper vai gostar de ler isso.

.........


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado
E ficado com um gostinho de "quero mais"
Porque por hoje, é só isso hem!
Até o próximo capítulo e
Obrigada a quem leu!



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