Dias Difíceis escrita por Miss Miles


Capítulo 37
Vai Me Perdoar?


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
Desculpem a enorme demora.
Quase não postava hoje de novo, tô meio triste já que hoje perdi meu cachorrinho...
Mas achei que seria pior continuar adiando a postagem.
Desculpem qualquer erro de digitação ou palavras faltarem.



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–Sherlock! – Molly fala o olhando estagnada e com a voz quase inaudível – Sherlock... – ela quer falar um milhão de coisas mais se sente presa ao corpo que não tem reação.

Ele fica parado os olhando por um instante, sem dizer nada, apenas observando os dois detalhadamente até que se pronuncia enfim quebrando o silencio.

–Quando ia me contar? – ele pergunta calmamente para ela, porém é visível nos os olhos dele o impacto que teve nele toda essa situação.

Depois de olha-lo por um instante e movendo de leve a boca como se procurasse uma resposta ela responde.

–Quando tivesse algo de concreto pra contar?! – ela responde com outra pergunta.

–Acredito então que eu já deveria saber disso – ele fala de maneira séria e se retira.

–Sherlock! – ela grita e sai atrás dele, mas Lestrade a segura – Me solta! Não tá vendo que ele vai embora?!

–Ir atrás dele não vai adiantar Molly! Sabe disso! Ele não vai querer te ouvir.

–Ele não é como os outros!

–Ele foi traído, é difícil pra qualquer um.

Lestrade vê os olhos dela marejarem e a face entristecer.

–Tenha paciência, o pior já aconteceu, agora é dar tempo a ele e a você.

–Vou ligar pra Mary.

–Porque tem sempre que contar a ela o que acontece entre vocês? A intimidade? Sei que são amigas e é bom falar dessas coisas, mas com certo limite Molly. Vocês têm de resolver isso sem interferências, vocês são um casal – ele para por um momento na palavra “casal” – E casais resolvem suas desavenças entre os dois e ninguém mais, opiniões de fora ás vezes podem ser útil, mas outras vezes só piora.

–Mas o John...

–Esqueça, olha... Não pense que está sendo fácil te dar esses conselhos até porque 10 minutos atrás o que eu mais queria era que o Sherlock se danasse e você ficasse comigo então me escuta. Espere um tempo, só um tempo, fale com ele à noite, não creio que ele vá querer sair ou mesmo ir a esse jantar depois de tudo isso. Escolha bem as palavras, fique linda, mostre a ele tudo o que você vai perder se ele te deixar e... – ele baixa a cabeça por um momento, mas logo volta a olha-la – E tudo o que ele vai ganhar se te aceitar de volta – ele bem que tenta um sorriso, inutilmente.

–Obrigada. – uma única lágrima cai e ele logo enxuga – Sei que está sofrendo e sinto por isso, mas agradeço por me ajudar nesse momento – ela passa a mão no rosto dele e ele pega e beija.

–É melhor eu ir, não quero mais problemas, nem pra mim e nem pra você.

–Isso quer dizer...

–Quer dizer que não vou mais tentar atrapalhar vocês, consegui fazer isso hoje e não me sinto feliz por isso, pelo contrário, não há nada pior do que a sensação de trair um amigo.

Ela sorri e o sorriso dela o contagia.

–Obrigada – ela o abraça de repente.

–Espero que um dia possamos voltar a ser amigos – ele fala já na porta pronto para ir embora.

–Esse dia já chegou... Greg! – ela sorri, ele retribui o sorriso e sai.

07:27PM

Molly bate duas vezes na porta do flat e nada.

–Sherlock! – ela grita, mas não tão alto.

Ela fica de costa pra porta e pensa por um momento até que resolve se sentar no alto da escada e se recostar de lado com a parede, mas para pensar do que para esperar.

Meia hora depois ele abre a porta devagar para não fazer barulho e fica um momento parado olhando pra ela.

–Geralmente quem faz isso sou eu. – ele fala com tom de voz natural se referindo às vezes em que a esperou sentado do lado de fora do apartamento dela.

Ela vira o rosto rapidamente com o susto e se surpreende ainda mais ao vê-lo de roupão e todo assanhado.

–Oi. – ela fala baixando a cabeça e voltando pra aposição de antes.

–Entra Molly! – ele fala naturalmente, mas ela compreende que isso é um convite mais para uma explicação do que para entrar realmente.

Ela se levanta devagar, ajeita a roupa e entra ouvindo a porta ser trancada logo após.

–Comece quando quiser. – ele fala ainda de pé perto da porta e ela se vira e se aproxima lentamente.

Ela aproxima a mão do cabelo dele na esperança de ajeita-lo mais ele desvia e se afasta.

–Te contaram alguma coisa?

–Espero que não tenha vindo pra se defender com esse tipo de argumento.

–Só quero saber se te disseram alguma.

–Que diferença isso vai fazer?

–Eu vou saber a diferença.

–E eu não posso saber?

–Quem te contou algo pode ter te contado coisas de mais.

–Por exemplo.

–Por exemplo, coisas que não aconteceram.

–Sei que não dormiu com ele – ele percebe a expressão de surpresa – Ainda assim o que aconteceu entre vocês foi uma traição.

–Como? Como sabe que...

–Apenas sei.

–Acho que... Que pedir desculpas vai ser inútil.

–Por que não tenta? Afinal eu sou diferente dos outros não é?! – Molly se lembra dela ter dito isso mais cedo e estranha, mas não fala nada a respeito.

–...

–Eu permiti que entrasse, eu estou aqui te ouvindo, estou calmo e admitindo que sei que não dormiu com ele, acho que já estou de dando coisas de mais por um pedido de desculpas.

–Sempre acreditei que algo assim não importava pra você.

–Eu sei pedir desculpas Molly. John e você são provas disso.

–Mas não pensei que soubesse aceita-las.

Ambos ficam calados, ela o olhando e ele se mexendo devagar pensativo.

–Não sei o que falar.

–“Desculpe, não foi minha intenção, não é o que você pensa e bla, bla, bla” não parece bom pra você?

A ironia dele a incomoda profundamente, mas ela prefere não falar sobre esse ponto.

–Onde ouviu isso?

–Morar com John teve lá seus males.

Ele percebe o ponto de interrogação no rosto dela.

–TV Molly, TV.

–Ah! Mas não, não parece ser suficiente e não sei o que seria.

–Sendo assim eu começo. Sente-se.

Ela se senta e ele começa a falar.

–Quatro meses atrás comecei a cogitar a ideia de um relacionamento, a acreditar que poderia dar certo e pensei “Ela me ama, eu posso chegar a ama-la talvez, convivemos razoavelmente bem, eu posso me livrar do razoável, não temos problemas, o que poderia criar um? Ou seja, pode dar certo.” Creio que fui tolo em pensar isso.

Ela pensa em falar algo, mas permanece calada.

–Eu pensei que em qualquer lugar do mundo você poderia achar alguém melhor do que eu – Molly pressente que as palavras seguintes irão machuca-la profundamente – Só não cheguei a pensar que seria tão perto e alguém tão próximo de mim. Eu não esperaria isso nem mesmo dele quanto mais de você. Sabe... Não caiu a ficha, como diria John. Poxa... Lestrade? Lestrade?! Sério mesmo??

–Sherlock... – ela tenta falar.

– Ah, pelo amor de Deus, qualquer outro significaria menos pra mim Molly, mas Grahgam? Ou como for! Por que fez isso? Eu acreditei quando disse que me amava.

–E eu amo! – ela desabafa – Eu te amo, eu disse e vou dizer até não poder mais porque eu te amo, te amo.

–E como quer que eu acredite? Se eu te vejo carinhosa com ele, ouço falar que vocês se beijaram que me traíram. Molly!

–Se sabe e tem certeza que não fui pra cama com ele ou com qualquer outro o que te custa acreditar quando digo que não foi por querer?

Ele pensa em rebater, mas se controla fecha os olhos e suspira.

–Então agora você sabe o que falar?

–Me perdoa.

Ele sente suas defesas caírem por terra ao ver os olhar e a expressão de sinceridade e arrependimento nela.

–Mesmo me amando... – ele para por um momento enquanto a olha, ela está sentada em frente dele que continua de pé – Acredito que não foi fácil aceitar meus inúmeros pedidos de perdão.

–Realmente. Mas... Não quero que julgue ou que crucifique Lestrade, mas tenho de falar a verdade.

Sherlock fica atento às palavras dela.

–Sobre? – ele pergunta.

–Ele vinha me cercando desde antes do nosso namoro.

–Que?

–Mas ele só começou a me beijar agora... Na verdade hoje foi a segunda vez.

–Por que nunca me disse isso?

–Porque eu sempre achei que no momento seguinte isso iria parar.

–Espera! Ontem quando fui ao hospital você estava nervosa, vocês...

Ela baixa a cabeça.

–Eu sou um idiota! Um imbecil!

–Ele me obrigou me puxou e me beijou de repente, não tive tempo nem de pensar, só queria me livrar, mas não é fácil se soltar de alguém mais forte que você.

–E quer que eu o trate como se nada tivesse acontecido?

–Ainda se importa?

–Como não me importaria?

–Pensei que como não quer mais nada comigo...

–Não me lembro de ter falado isso.

–Que? – ela não entende o que ele quer dizer.

–Gosto de você Molly, antes talvez eu visse isso como algo que poderia acontecer cedo ou tarde, mas hoje, hoje me incomoda me deixa mal e... – ele hesita – Acho que devo dizer com ciúmes.

–Tem ciúmes de mim?!

–É!

–Nunca me disse isso!

–Agora você já sabe.

–Fico feliz, e quanto a sua pergunta, se eu disse para não julga-lo, pelo menos não tanto, é porque ele se arrependeu, ele desistiu de mim.

–Que bom.

Ele caminha até a janela.

–Sherlock? – ela o chama com ternura.

–Sim? – ele pergunta como se estivesse longe em seus pensamentos.

–Vai me perdoar?

A pergunta o trás de volta a ela e ele a olha pensativo.

–Eu ouvi a conversa – ele vê que ela não compreende – Depois que eu sai da sala – ele nota a surpresa dela – não fui embora, fiquei ao lado da porta ouvindo, desculpe.

–Porque não disse antes?

–Não queria que esse detalhe interferisse na conversa.

–Ah meu Deus! – a palavra interferir a fez se lembrar de Mary e John, o jantar.

–Qual o problema?

–O jantar! Eu esqueci.

–Quanto a isso não se preocupe, avisei a eles que não poderíamos ir, já que à noite você viria até aqui falar comigo.

–Se sabia por que não abriu a porta quando bati?

–Queria ver até onde ia sua persistência.

–Acredite, mais cinco minutos e minha persistência não iria muito longe.

Ele sorri rápido.

–Seu sorriso é lindo sabia.

Ele a olha com carinho.

–Em pensar que eu poderia perder o seu.

Ela sorri de orelha a orelha enquanto ele caminha até ela.

–Por favor, me perdoa. – ela pede mais uma vez e ele se ajoelha de frente pra ela que permanece sentada.

–Eu te perdoei no momento em que te vi sentada na escada, quieta, pensativa, juro que te ouvi pedir perdão baixinho no meu ouvido.

–E eu pedi. Mil e uma vezes eu te pedi perdão.

Devagarzinho ela aproxima o rosto do dele, ainda com um pouco de receio.

–Espera! – ele fala

–O que foi?

–Quando eu disse que sabia que não tinha dormido com ele, se pensou que foi porque fiquei observando vocês, não foi.

–Não? Então?

–Eu ainda confio você.

Ela sorri e começa a se aproximar novamente e com rápidos selinhos vai intensificando o beijo aos poucos até ter a certeza de que tudo voltou a ser o que sempre foi.


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Notas finais do capítulo

Então? Estão gostando?
Estamos na reta final eu relembro.
Obrigada a quem leu e até!!



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