Dias Difíceis escrita por Miss Miles


Capítulo 15
Desculpa


Notas iniciais do capítulo

Cá estou eu de volta meus amores!
Acabei de finalizar mais um capítulo
Espero que realmente gostem
Esse Sherlock sim é do sonho de todas kkk
Bom, chega de enrolação, aproveitem a leitura meus pequenos *v*
Porque é extensa rsrsrs



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SEXTA PM

A semana passou quase que se rastejando, os dias pareciam décadas, mas o fim de semana chegou e hoje já é Sexta. São sete horas e Molly está em seu apartamento jantando e Sherlock a caminho dele. A semana, apesar de lenta, foi corrida e ocupada para ambos, cada um com suas obrigações, mas os dois pensando um no outro em tempos livres. Molly não tirava da cabeça a conversa com Mary, e com Sherlock ocorria o mesmo, mas os três dias que teve foram suficientes para pensar e se decidir a pedir desculpas e tentar algo com Molly, por mais que a ideia de um relacionamento o atormentasse.

Mal se passaram dez minutos e ele se via em frente à porta do apartamento de Molly esperando uma resposta ao som da campainha por parte dela.

–Já vou! – Molly gritou da cozinha – Só um momento.

Sherlock não respondeu, apenas esperou.

–Desculpa a demora é que... – o sorriso simpático de Molly se desfez, dando lugar a uma expressão de surpresa e incredulidade – Sher.. Sherlock.

Os dois ficaram parados de frente um pro outro, Sherlock imóvel a olha-la com as mãos nos bolsos do seu sobretudo, esperando um convite para entrar.

–Desculpa minha surpresa, é que eu não esperava que viesse. – Ele apenas sorriu de lado – En.. Entra!

Ele entrou sem dizer nada, e ao entrar logo percebeu o porquê da demora no atendimento, ela estava jantando e ele atrapalhou-a, ficou preocupado, não era essa sua intenção.

–Ah, desculpa, eu não queria atrapalhar – a voz de Sherlock era a mais doce possível, o que trouxe lembranças não muito distantes a Molly.

–Que? Atrapalhar?! É...

–Seu jantar Molly. – Ele respondeu da mesma forma.

–Ah, não. É... Esquece! Eu já, já tinha terminado – é mentira, estava na metade, e ele também percebeu isso, mas já que ela falou aquilo ele achou melhor não contraria-la –Sente-se, fique a vontade, mas antes pode me dar o seu casado. – fala ficando atrás dele e o ajudando a tirar o sobretudo.

~pensamentos~

M.H.

Senhor, esse cheiro, ai esse cheiro, tudo me lembra daquela noite. Sherlock seu cretino porque tem de ser lindo, sexy, irresistível e idiota ao mesmo tempo? Por quê? Por quê?

M.H.

~pensamentos~

–Por quê? – Molly sussurra, e só se da conta de que estava pensado em voz alta quando Sherlock se pronuncia.

–Porque o que Molly?

–Que? – ela sentiu um arrepio atravessar toda a sua espinha dorsal, se ela tivesse pensado tudo aquilo em voz alta se jogaria da janela de seu apartamento – Porque o que? – pergunta assustada.

–Não sei! Do nada você sussurrou “porque” eu é que quero saber, o porquê de que você quer saber?

–Ah – ela sente como se tivesse tirado o peso do mundo de cima de si – Nada, não é nada, só pensei em voz alta, nada mais.

–Ah! – ele se senta e pergunta em voz alta, mas tranquilo, enquanto ela vai até o quarto pôr o sobretudo sobre a cama, não tinha um lugar especifico para esse tipo de coisa – Mary falou com você? – ele pergunta estranhando a atitude dela.

–Sim. Por quê? – Fala já na porta do quarto no caminho de volta a sala.

–Só acho estranha a sua receptividade comigo. – o olhar de Sherlock tinha uma pontinha de piedade à mostra, mesmo que não fosse intencional, acreditem – Imagino que seja graças a essa conversa. Estou errado?

–Sim! – Molly responde naturalmente se sentando em uma poltrona na diagonal com o sofá onde está Sherlock, vendo a surpresa em sua expressão facial – Você foi um verdadeiro imbecil, mas esse é você não é? O que posso fazer se não ter o máximo de paciência? Crianças dão trabalho Sherlock. – Molly não pôde evitar, a indireta saiu contra sua vontade, quase que no automático, mas ao ver que ele baixou a cabeça, quase pode jurar que ele havia ficado sentido com o comentário, mas concluiu que ficara apenas sem jeito e para se redimir, complementou – Principalmente porque elas são sinceras e falam tudo o que elas pensam sem se importar com nada – ele ainda continua de cabeça baixa, agora ele distancia um pouco as pernas uma da outra apoiando um cotovelo em cada joelho e laçando os dedos das mãos para pousar o seu queixo sobre eles, ainda sem dizer nada, sendo assim Molly continua – Sabe, se todos os adultos agissem como as crianças, o mundo teria menos mentira, falsidade e hipocrisia.

De repente ele vira o rosto na direção dela, seu rosto não expressa nada fora da naturalidade, mas Molly o conhece o suficiente para não sentir falta das palavras ou expressões, seu olhar era o suficiente. Nenhuma palavra mais foi dita, apenas ficaram se olhando, Sherlock a olhava com um pedido de perdão explicito em seus olhos, mas entalado em sua garganta, enquanto nos olhos de Molly ele podia ver paz, ternura, tranquilidade, algo que Molly e os outros chamariam de amor.

Depois de alguns minutos finalmente o silencio foi quebrado, pela voz tímida de Sherlock, mas audível aos ouvidos de Molly.

–Desculpa.

–...

Mais uma vez o silencio se fez presente, por alguns minutos.

–Me perdoa, por favor. – A voz doce e piedosa de Sherlock faz Molly se derreter completamente por dentro – Tem razão, toda a razão. Sou um idiota, um imbecil, um canalha que não sabe se quer como tratar uma mulher.

~pensamentos~

M.H.

Ai me mãezinha, me ajude, calma Molly, calma, respira fundo. Ele tá mesmo me pedindo desculpas sinceramente e me dizendo isso? Isso é uma pegadinha? Cadê as câmeras?

M.H.

~pensamentos~

–Ninguém me disse que o meu jeito de ser, era o jeito errado de... De lhe dar com você. Eu admito que no começo, quando nos conhecemos e você deu sinais de que gostava de mim, eu não acreditei, e pensei que te tratando desse jeito você deixaria isso de lado. No começo eu me divertia, só que ai eu conheci o John e ele pôs um pouco de juízo na minha cabeça.

–É, até que teve uma melhora de... De que? De uns 5%? 10 talvez! – mais uma vez o automático é acionado.

–É! Eu sei!

–Só que depois de anos de dor e sofrimento surgiu um anjo em nossas vidas – Molly fala a verdade, porém com um sorriso no rosto e uma risada escapando de si, contagiando um pouquinho a Sherlock.

–Mary? – Ele pergunta com um lindo e encantador sorriso em seus lábios.

–É! A Mary!

–Tem razão, até eu percebi certa mudança desde que ela chegou, e vocês são muito amigas também não é?!

–É graças a ela que seu corpo ainda não foi parar na minha mesa de analises.

Sherlock a olha meio confuso, ou assustado, algo assim.

–Ah tá – ele esboça um sorriso de lado e rápido

– Mais você está certo, mudou, tirando essas ultimas semanas, você mudou, principalmente se não contarmos com o domingo, quero dizer – Molly ficou vermelha de vergonha – o domingo foi ótimo, é digo, não, é, - ela está nervosa.

Sherlock apenas a olhava atento a suas palavras, com quase sorriso no rosto.

–A segunda, é, se não contarmos com a segunda feira, passada. – Molly falou e tentou disfarçar o embaraço – olha que cabeça a minha eu nem, nem te ofereci nada, quer algo pra beber? Comer? Qualquer coisa!

–Não, obrigado.

–Ok. – eles ficaram calados e Sherlock continua a olha-la – Porque... Porque tá me olhando assim?

Ele desvia o olhar e fica pensativo por um instante.

–Posso, posso te fazer um pergunta? – ele continua olhando para o lado e Molly sem entender nada.

–Claro. O que quer saber?

–Porque fez aquilo? – nesse momento ele a encara, mas não com raiva, mágoa, ressentimento, apenas fez a pergunta, tranquilamente, com a voz doce que Molly tanto adora.

–Tava demorando – ela revira os olhos incomodada.

–Não, não Molly, eu não estou com raiva.

–Como não? – ela não entende

–Só quero saber por que aceitou a proposta da Mary?

–Você tem certeza que não sabe?

–O que sei é que gosta de mim. Mais porque fazer aquilo? Porque dessa maneira? Isso era assim tão importante pra você? Passar uma noite comigo? Comigo?

–O que eu posso dizer?! – Molly não encontra as palavras para usar diante dessas indagações – Meu amor não é um motivo convincente pra você?

–É difícil acreditar.

–Que? – Molly não entendeu o que ele tentou dizer.

–Digo, é difícil de acreditar que você me ame.

–Mas eu amo, e se não fosse daquele jeito não seria de jeito nenhum Sherlock, você, nunca, dormiria comigo. E isso foi sim, muito, muito importante pra mim. Aquela noite foi – ela olha para todos os lugares da sala como se procurasse as palavras certas para dar uma resposta obvia – foi, foi mágica.

O olhar de Sherlock expressa seu estado de confusão, surpresa, incompreensão.

–Foi maravilhosa – Molly se levanta de seu lugar e põe-se sentada ao lado dele – foi ótimo sentir seu corpo juntinho do meu – ele se ajeita para ficar de frente para ela e apenas a olha calado – seu calor, seu cheiro, seus beijos – nesse instante a atenção dele se perde em algum lugar qualquer na sala, o vazio de expressão neles confirma a Molly que ele também está pensando naquela noite – Mesmo que tenha acontecido aquilo no dia seguinte, aquela noite foi perfeita – ele pôde lembrar novamente das lágrimas, dos gritos, da dor dela, durante a “conversa” que tiveram.

–O que foi? – ela pergunta – No que está pensando?

–Realmente gostou de ter passado a noite comigo? – O espanto de Sherlock transparecendo na sua voz e na sua cara de “ela pirou?” fizeram Molly dar uma risada gostosa, o que foi mal interpretado por ele, que ficou incomodado.

–Desculpe, desculpe – ela diz cessando a risada – Porque é tão difícil acreditar nisso? Se eu pudesse eu dormiria todas as noites ao seu lado, não necessariamente fazendo... Sexo – ainda com o bom humor – Dormir pertinho de você já é o paraíso.

Ele dá uma risada tímida e com um sorriso bobo no rosto pergunta

–Posso dizer uma coisa?

–O que?

–Acho que pensei nessa noite tanto quanto você – ele da um sorriso acanhado – foi bom passar a noite com você.

~pensamentos~

M.H.

PARA TUDO!
É o que??? Não, não e não. Ele não pode tá falando serio!

Meu Deus ele tá falando sério, esses olhinhos lindos não me enganam.

Sherlock Holmes acabou de dizer que gostou de passar a noite comigo.

Gostou? Passar a noite? Comigo???

Ele acabou de dizer isso? Ele realmente disse isso? Ai meu Deus, ele disse mesmo isso!

Esse pedacinho de mau caminho, esse Deus grego, lindo e maravilhoso acabou de dizer que gostou de passar a noite comigo?? Aaaaaaaaaah. Calma Hooperlly, calma garota.

M.H.

~pensamentos~

–Molly?... Molly?... Mooolly?

–Ã? O que? – ela finalmente sai de seus devaneios – Ah desculpa, eu me distraí, desculpa.

–É eu percebi.

–Você falou serio quando disse que gostou de passar aquela noite comigo? É sério?

–É! – ele responde com a maior naturalidade do mundo – Não acredita?

–... – ela apenas olha para ele com milhões de ponto de interrogação em seu rosto o que o faz sorrir e dar uma risada de leve.

–Quer saber por que vim aqui?

–Me pedir desculpas! Não?

–Mas não foi só isso.

–Não? – ela sente um calafrio percorrer seu rosto, não sabe por que, mas aquela resposta a deixou apreensiva.

–Não! – fala com um sorriso no rosto.

–Pra que, então? – ela tinha medo da resposta, não sabia o que esperar, apenas temia.

–Pedir uma chance a você. – ele fala com a maior humildade e ela apenas pisca os olhos como se não tivesse ouvido nada e ainda esperasse por sua resposta.

–O que? – sai automaticamente

–Pedir uma chance a você Molly.

–Que? – sua voz mal saía

Ele abre um sorriso e mais um sorriso leve, e passando os dedos suavemente a altura dos olhos dela, descendo-os por fim até seu queixo o segura fazendo-a olhar em seus olhos.

–Molly Elizabeth Hooper, me aceita como seu – ele suspira humorado antes de concluir a pergunta – seu namorado?

Ela finalmente se da conta do que está acontecendo.

–Que? Realmente está me perguntado isso? Quer mesmo isso Sherlock?

–Não vai ser um namoro como qualquer outro, saiba disso antes de tudo, nunca pensei em ter um relacionamento amoroso, dá sensação de monotonia e é disso que venho fugindo até o momento, e sentimentos sempre foram algo ruim. Sabe como eu sou, sabe como eu vivo, e sabe como lhe dar comigo.

–Espera, espera – a voz dela havia mudado, esta confusa, muito confusa – eu preciso de tempo, de tempo pra processar isso.

–Isso o que?

–Tudo, tudo isso que aconteceu, o que conversamos... Tudo o que você disse. Tá tudo tão confuso, eu só esperava um pedido de desculpa, só. E... E você chega com um pedido de namoro. Não, não, eu tô muito, muito confusa, eu não to conseguindo encontrar uma realidade nisso.

–...

–Parece tudo tão, tão surreal, pode me dar esse tempo

–Molly se você acha que...

–Não, quero dizer, eu sempre sonhei com esse dia, só que eu nuca pensei que ele fosse chegar.

Essa frase veio como um baque para ele.

–Tudo bem, já vim e já falei o que eu queria, não se preocupe, pense o quanto quiser, terá seu tempo necessário – Ele se levanta e para o espanto dela ele segura seu rosto com certa delicadeza e a beija, o que faz Molly estremecer, aquele beijo, ela precisava tanto daquele beijo – Já vou, só preciso do meu casaco.

–Cl, cla, claro! – sua voz quase não sai – vou pega-lo.

Menos de um minuto depois ela aparece com o sobretudo nas mãos.

–Aqui está!

–Obrigado – ele se afasta e abre porta, então volta dá um selinho nela e sai se despedindo enquanto caminha pelo corredor até o elevador – Até Molly Hooper!


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam queridos? Hum? kkk
Espero que tenham gostado
Obrigado a quem leu
A quem acompanha e curti
Até o próximo capítulo.

Obs: Farei o possível para não demorar muito, sorry my friends, é que as vezes surgem imprevistos! ;)



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