Os integrantes da Ordem da Fênix já estavam irritados. Dumbledore estava conversando com o garoto de outro universo já fazia mais de uma hora. Os mais impacientes eram James e Lily, isso era visível.

– Pelas barbas de Merlin, quanta demora! - James gritou batendo na mesa.

– Eu sei que queremos saber se aquele garoto é mesmo o nosso Harry, mas precisamos esperar. Dumbledore está explicando tudo para ele. - Lily disse gentilmente enquanto acariciava o braço do marido.

Todos estavam reunidos em uma sala na Mansão Potter, sentados em uma comprida mesa. Sirius Black observava os seus dois melhores amigos com um sorriso enfeitado em seus lábios. Eles ainda sofriam com a morte do filho, e muito. Se aquele viajante fosse mesmo Harry Potter, seria uma alegria imensa para o casal.

A porta se abriu e Albus Dumbledore entrou calmamente na sala. Em uma sicronia assustadora, todos levantaram.

– Eu já conversei com o nosso visitante. - Dumbledore falou. - E ele aceitou ajudar.

– Mas tem certeza que é ele mesmo? - Olho-Tonto rosnou. - É um adolescente que deve ter saído de Hogwarts a pouco tempo.

– E mesmo assim enfrentou as trevas pessoalmente. - o diretor suspirou. Depois saiu do local, voltando segundos depois com um garoto magro, de cabelos negros e charmosamente bagunçados, os olhos verde-esmeralda brilhando. - Companheiros, esse é o Harry.
Lily ofegou e apertou a mão de James. Era o seu Harry, tinha certeza. Seu instinto materno gritava isso.

– E qual o sobrenome dele? - Dorcas Meadowes perguntou. Ela era a melhor amiga de Lily, e estava igualmente ansiosa para descobrir a identidade do "herói".

– O sobrenome dele ficara em segredo, assim como a sua história. - Dumbledore disse, e gritos de protestos foram ouvidos.

Harry observava cada um com cuidado, o coração batendo cada vez mais rápido. Quando viu os olhares de seus pais e Sirius, sentiu uma vontade imensa de chorar. Tantos sentimentos que estavam esquecidos, guardados, vieram a tona, como uma enchurrada.

– Olha, eu sei que vocês querem saber quem eu sou. - Harry falou, e todos se calaram imediatamente, o olhando com o máximo de atenção possível. - Mas eu escolhi não contar. Apenas Dumbledore vai ficar sabendo do que eu fiz e do que eu sou capaz.

Um silêncio constrangedor se instalou no local. Lily olhou para baixo, decepcionada por nunca ter certeza se aquele era seu menino.

– Vamos nós sentar, por favor. Precisamos definir como será as coisas daqui pra frente. - Dumbledore falou e todos se sentaram. Harry sentou-se do lado de Dumbledore. Para sua infelicidade, na sua frente estavam James e Lily. Harry deu um pequeno sorriso para eles, que sorriram de volta.

– Muito bem, qual era a sua melhor matéria em Hogwarts? - Olho-Tonto perguntou, o fitando com o seu olho normal e com o azul eletríco.

– Defesa contra a arte das trevas. - Harry respondeu sem mesmo pensar duas vezes. - E Quadribol também.

– Você joga Quadribol? - James perguntou sorrindo. Iria se aproximar daquele garoto, não importava se ele fosse seu filho não.

– Eu fui o mais jovem apanhador do século, e no meu sexto ano me tornei o capitão do time da Grifinória. - Harry disse estufando o peito orgulhoso.

– Voltando ao assunto, por favor. - Héstia Jones falou. Tinha uma inimizade enorme com James, e sempre o provocava.

– Muito bem, o Sr. Potter dá aulas de Defesa contra a arte das trevas em Hogwarts... - Dumbledore começou, mas foi interrompido por Harry.

– Não é Remus Lupin que dá aulas?

– Lupin é um Comensal. - Sirius falou sombrio. Quando Harry abriu a boca para falar, o maroto disse bruscamente. - E não vamos falar mais desse assunto, por favor.

– Bem, eu dou aula de poções. - Lily disse, tentando mudar de assunto. - Ah, e me chamo Lily Potter, prazer.

– Prazer o meu Sra. Potter. - Harry respondeu formalmente.

– Bem, e Sirius ajuda a professora Minerva McGonagall nas aulas de Transfiguração. - Lily completou. - Você poderia ser o ajudante de James.

– Claro, vai ser uma honra. - Harry respondeu sorrindo. - No entanto, não iremos ficar aqui? Pelo o que entendi essa mansão é a sede da Ordem.

– Ah não, embora a Mansão esteja cheia de feitiços de proteção, não é segura o suficiente. - Molly Weasley disse sorrindo maternalmente. - Por isso ficamos a maior parte do tempo em Hogwarts. E eu sou...

– Sra. Weasley. - Harry falou abrindo um sorriso que os presentes até agora não tinham visto em seus rostos. - No meu mundo a senhora meio que me adotou. Passo uma boa parte do meu tempo na Toca, sou tratato como um integrante da família.

– Oh, é bom saber disso. - Molly falou sorrindo. Então ela era meio que uma mãe para o garoto. - Você precisa pentear o seu cabelo, meu querido.

Como ela estava sentada do outro lado de Harry, ela esticou os braços e tentou ajeitar o cabelo dele. Harry riu se sentindo, pela primeira vez, confortável.

– Ouço essa frase todo dia. - Harry falou, fazendo todos rirem. Todos exceto Lily. Ela encarava a matriarca dos Weasleys com profunda inveja.

– Eu sou Sirius Black e tenho uma pergunta. - Sirius falou. - Porque você chegou com uma mala?

– Ah, eu estava indo para uma missão. - Harry respondeu dando de ombros. - Ultimamente é o que mais tenho feito.

– Mas apenas aurores formados vão para missões. - Olho-Tonto disse, sem nem mesmo perguntar se ele era um auror. Estava óbvio que aquela era a profissão dele.

– Eu sei. Mas muitas vezes não consigo mandar homens para missões no meu lugar, eles tem família. - Harry respondeu. Depois de um sorriso arrogante, que fez Lily lembrar de seu marido. - Eu sou chefe da sessão de aurores, caso queira saber.

– Chefe? - todos, exceto Dumbledore, gritaram.

– Fui nomeado ano passado pelo Ministro em pessoa. - o garoto respondeu bagunçando os cabelos com a mão. James prendeu a respiração, era quase como estar olhando para um espelho...

– Muito bem, podemos ir para Hogwarts agora? - Dumbledore perguntou se levantando. Todos assentiram e se levantaram também. - Quanto menos tempo ficarmos aqui melhor. Precisamos estar sob alerta vinte quatro horas por dia.

– Mas professor, quando iremos fazer um plano? - Tonks perguntou, seus cabelos com o característico rosa-choque. - O Harry está aqui para isso, não está?

– Não se preocupe. - Harry falou mordendo os lábios. - O primeiro passo tem que ser dado em Hogwarts.

Harry odiava ter que fazer aquilo, mas era preciso. A Câmara Secreta teria que ser aberta e o basilisco morto, com a espada de Gryffindor.