Amor de Maroto escrita por Helena Prett


Capítulo 11
Uma Pitada de Felicidade


Notas iniciais do capítulo

Resolvi ser mais boazinha com os personagens nesse capítulo hahahaha
Espero que gostem :3



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Capítulo 11 - Uma Pitada de Felicidade

Sirius não conseguia alcançá-la de jeito nenhum. “Desde quando ela era tão rápida?” ele se perguntava, adivinhando em que corredores entrar. Precisava explicar para ela o que acontecera. Não era o que parecia.

No momento em que Sirius virou um corredor, começou a ver uns respingos de um líquido vermelho perto do topo da grande escadaria. Era sangue. Então Sirius ficou paralisado, porque, acompanhando os respingos, estava uma poça vermelha que descia a escada. O rastro de sangue ia até o final dos degraus, onde uma menina estava caída sem consciência com os cabelos morenos ensanguentados.

Foi nesse momento que o mundo à sua volta começou a se desmoronar, pois sabia que a culpa era toda dele.

——

— Será que Anna o encontrou? - Lily perguntou para Carol, que estava tentando ocupar seu tempo para não pensar em Remo.

— Se ela não voltou até agora… - a loira supôs, suspirando. - Acho que dessa vez os dois conseguem se entender. Eu estou torcendo por eles, de verdade.

— Eu também - a ruiva então se lembrou da sua felicidade ao começar a namorar Tiago, que era provavelmente a felicidade que tomaria conta da amiga quando voltasse.

— O que eu fiz de errado, Lil? - Carol a perguntou. - Eu sempre o amei tanto! Não entendo por que isso aconteceu… Será que ele encontrou outra?

— Ainda creio que Remo não estava em si quando escreveu esta carta. Amanhã nós tiramos isso tudo a limpo.

Carol ia agradecer a amiga quando ouviram batidas urgentes na porta. Imaginaram que fosse Anna. Lily correu para abri-la, mas, ao invés de uma morena, estava um moreno, que não tinha a melhor das expressões estampadas na face. Ele estava pálido e assustado.

— Sirius? - Carol indagou, sem compreender a cena.

— Aconteceu uma coisa. Uma coisa muito séria - disse. - Eu a levei para a Ala Hospitalar correndo, mas a Madame Pomfrey me expulsou de lá depois de colocar Anna em uma cama. Eu não sei o que pode acontecer, Lílian. Realmente não sei - ele tremia.

— O que acontec… Isso nas suas mãos e na sua camisa é o que eu estou pensando ser? - Lily perguntou, ao ver que as mãos dele estavam avermelhadas e sua camisa com manchas vermelhas. Ela se recusava a acreditar.

O maroto assentiu com a cabeça.

— Eu preciso voltar pra lá, mas uma de vocês duas tem que estar comigo para que a enfermeira me deixe ficar um pouco. Eu imploro, por favor.

— Uma de vocês duas nada, nós duas vamos - Carol disse. Com isso os três rumaram para a Ala Hospitalar. No caminho Sirius explicou o que aconteceu.

— Mas ela deve ter visto Anna, pois estava na minha frente. Talvez seja por isso que ela me beijou do nada, pra causar ciúmes. O que aparentemente deu certo, pois a amiga de vocês saiu correndo pra longe de mim, mesmo eu tentando alcançá-la.

Um minuto depois, eles chegaram ao local desejado, abrindo as portas devagar. Ao espiarem pela fenda, puderam ver que Anna fora deitada na primeira cama. Madame Pomfrey estava saindo de perto dela, carregando um lençol ensanguentado para os fundos da enfermaria. Quando ela saiu do local, os três entraram, indo em direção à amiga.

Ela estava desacordada. O rosto pálido e pontilhado de suor. Um pano úmido fora deixado em sua testa. Os três estavam agora a cercando.

— Anna… - a voz de Sirius falhou. Ela rolou escada abaixo por sua culpa. Como pôde deixar que isso acontecesse?

A morena parecia estar em um sono profundo. Sua face tinha uma expressão serena, parecia uma princesa, tirando o fato de ter alguns curativos na testa e na lateral da cabeça e vários hematomas espalhados pelo corpo.

— Senhor Black! - uma voz veio do fundo da sala. Era Madame Pomfrey - Já lhe disse que cuidaria dela e que não era para o senhor voltar aqui, pois já é tarde.

— Ela vai ficar bem? - ele perguntou, ignorando sua ordem.

— É óbvio que sim! - respondeu, ofendida. - Mas eu não gostaria que o senhor estivesse aqui quando ela acordar, pois sua amiga está muito fraca. Ela perdeu muito sangue e não poderá passar por nada que lhe cause algum desande emocional.

Carol e Lily não falaram nada em nenhum momento. Mesmo com os avisos do maroto, a cena era pior do que pensavam. A enfermeira não perguntou nada a elas, apenas pediu gentilmente que se retirassem para seus dormitórios, e foi o que as duas fizeram sem questionar nada à Sirius o caminho inteiro. As duas sabiam que ele ainda estava arrasado com o que acontecera e não queriam que o mesmo se sentisse mais culpado do que já estava.

Ao chegarem em seus dormitório, as duas foram dormir, sem conversarem muito como de costume.

Sirius disse brevemente aos meninos o que tinha acontecido. Remo e Pedro se acalmaram quando ele disse que Madame Pomfrey cuidaria dela, mas Tiago continuou preocupado com a melhor amiga, juntamente com Sirius, que acabou não conseguindo dormir direito pensando nas infinitas possibilidades de como explicar tudo para Anna sem que ela surtasse.

——

É incrível como a vida de alguém pode mudar de uma hora para outra. Na semana anterior, Anna daria tudo para que certo maroto viesse falar com ela. Mas, de repente, a última pessoa no mundo que ela quer ver é Sirius.

A garota perdera a conta de quantas vezes já tinha revisado mentalmente o que aconteceu no dia anterior. O café da manhã, a conversa com Sirius, a bronca de Carol, a expectativa… e o beijo. A partir desse momento não se lembrava direito. A última coisa que viu foi o corredor atrás dela vazio. Ela queria sair de lá o mais depressa possível. Fugir dali. Fugir de alguém dali. Antes de virar a cabeça, pensou que estava correndo em uma área plana contínua. Não viu nenhuma escadaria que descia. Talvez suas lágrimas a tivessem cegado, pois se tem uma coisa que lembrava bem era que elas caíam bastante naquele momento.

Quando acordou na Ala Hospitalar, demorou algum tempo para compreender o que estava acontecendo. Seu primeiro pensamento foi que provavelmente ela tinha desmaiado ao ver a cena. Mas foi percebendo que aquele não parecia ser o mesmo local. Era tudo mais claro e mais silencioso, a não ser por algumas vozes sussurrando ao lado. Virou a cabeça e sentiu uma dor muito forte, como se milhares de alfinetes estivessem perfurando sua cabeça. Seu corpo estava dolorido demais.

As vozes pertenciam a Sirius e Madame Pomfrey, que insistia que ele fosse embora. Pelo que parecia, ainda eram seis da manhã e ele já estava lá, querendo vê-la. No final, a enfermeira cedeu, mas pediu que ele não a acordasse. Sirius se sentou ao seu lado e pegou uma de suas mãos, a acariciando.

Anna resolveu dar uma espiada, abrindo os olhos devagar. O maroto olhava para a janela, com ar de pensativo. Tão lindo…

Ele então se virou para ela e percebeu que já estava acordada.

— Anna… - ele disse baixinho com medo da enfermeira.

— Sirius? - fingiu estar surpresa - O que aconteceu? - sua voz ainda estava fraca.

— Você bateu a cabeça e rolou escada abaixo - explicou. - Escuta, eu preciso te explicar uma coisa…

— Não estraga o momento, por favor - pediu a menina. - Nós nos damos melhor quando você não me dá satisfação na hora.

Ele concordou, usando aquele sorriso maravilhoso para seduzi-la.

— Pra você estar tão pacífica assim, ainda deve estar sob efeito de algum tipo de morfina, pois a Anna Prett que eu conheço teria me expulsado daqui assim que pudesse - os dois riram. Estão talvez fosse por isso que ela estava com uma vontade irresistível de dormir novamente. E foi o que fez, deixou ser carregada por um sono profundo, longe de tudo aquilo.

——

A primeira aula do dia foi Runas Antigas. Lily se sentou com Carol ao invés de Tiago, uma vez que a amiga não queria sentar-se com Remo. Sirius se sentou sozinho, pois sua dupla normalmente era Anna, que ainda estava na Ala Hospitalar.

A aula foi tediosa, mas logo que terminou Carol saiu correndo, pois queria evitar olhar para Remo.

— Onde ela foi? - Tiago perguntou a Lily, estranhando a pressa da amiga.

— Fugir de Remo - a ruiva respondeu, se esquecendo que não podia falar. O namorado a encarou, como se pedisse uma explicação - Olha só, não é nada legal da parte de Remo terminar com a Carol por uma carta. Eu pensei que o conhecia.

— Terminar? - Tiago perguntou, como se não tivesse ouvido. - Quando foi isso?

— Sexta ela recebeu uma carta dele, que falava que eles não combinavam e mais várias coisas. Ele disse que ela não valia a pena - Lily contou indignada. - Isso que um tempo atrás ficava repetindo que a amava e tudo mais. O que aconteceu com ele? - questionou.

— Uma carta na sexta? Você tem certeza, Lily?

— Eu li a carta! Ele dizia exatamente isso - ela respondeu.

— Mas Remo não mandou nenhuma carta na sexta. Eu fiquei o dia inteiro com ele e os marotos, é impossível ele ter ido ao corujal sem que um de nós tivéssemos visto - ele comentou. - E como ele pode ter terminado com ela sendo que ficou o fim de semana inteiro falando como a Carolzinha era uma menina “extraordinária”, “maravilhosa” e “amável”? Não faz sentido.

— Não mesmo… - Lily começou a pensar. Se ele terminou, era porque não a amava mais. Porém, como isso era plausível se ele ficou a elogiando para os meninos?

— E ele não a procurou no fim de semana, pois estava doente. Se não fosse por isso ele teria ido atrás dela - explicou. - Ele achou estranho a Carol não ter falado com ele hoje e ter sentado com você na aula, já que normalmente senta com ele. Mas ele está tão desanimado por conta da gripe, que nem comentou muito sobre isso. Mas reclamou agora pouco que ela saiu correndo sem ao menos ter falado com ele.

— Nós temos que fazer os dois voltarem - Lily disse por fim. Ainda a preocupava quem era a pessoa responsável pela carta, mas estava feliz que não iria mais ver sua amiga triste.

——

Depois das aulas, as meninas foram direto para o dormitório, já que Carol se recusava a ir jantar com os marotos. Anna ainda não tinha sido liberada pela Madame Pomfrey. A morena sairia Ala Hospitalar apenas depois do jantar, mas até lá foi uma tortura esperar.

Quando foi liberada, Anna saiu o mais rápido que pôde, querendo falar com as amigas. No caminho ouviu algumas vozes. Pra sua sorte, nenhuma delas pertencia a Sirius, mas uma era de Remo. Ela estranhou e se acomodou atrás de um pilar para ouvir tudo. A segunda voz era feminina, porém não era de Carol. A menina era loura e alta, parecia até ser mais velha. Suas unhas estavam pintadas de dourado. Anna sabia quem ela era, mas não conseguia se lembrar do nome da grifinória. A loira era magra e tinha bastante curvas. “Aposto que Sirius já ficou com ela” Anna pensou, conhecendo as preferências do menino.

— Mila, você não tinha o direito de fazer aquilo. Não tinha - Remo parecia estar muito irritado. - Não me interessa se você é ou não mais velha, eu amo a minha namorada. Não existe nenhuma chance de alguma coisa acontecer entre a gente de novo - “De novo?” Anna se questionou, tentando ao máximo recordar de quem ela era.

— Eu sou bem melhor do que aquela loira sem sal e sem açúcar que você anda pegando, Lupin, você sabe disso - sua voz era fina e estridente, mas era possível perceber que ela tentava ao máximo seduzir o maroto. - Vai me dizer que você não curtia quando a gente ficava?

— Primeiro: eu não estou pegando a Carolina, estou namorando com ela - ele a corrigiu. - Segundo: o que nós tivemos não foi nada sério e nem algo que valesse a pena. Já faz muito tempo, você já devia ter esquecido. Aliás, quem me deu o fora foi você - continuou. - Por favor, não me procure mais - com isso, Remo a deixou sozinha no corredor.

Anna saiu de seu esconderijo e foi até a Torre da Grifinória, ainda confusa. Ao entrar no dormitório, viu que suas amigas estavam conversando. Quer dizer, parecia mais um monólogo, pois apenas quem falava era Lily.

— Foi isso que aconteceu - disse por fim.

— Ele definitivamente não escreveu a carta? - Carol perguntou, ainda em duvida.

— Definitivamente. Ah, Carol, pense bem. É totalmente não Remo dizer aquelas coisas.

— Então realmente não foi ele que escreveu tudo aquilo! Eu deveria… - Carol arquejou de repente. - Ah meu Merlin, Lily!

— O quê?

— Eu tenho o ignorado desde sexta!

— Não se preocupe. Tiago disse que iria explicar tudo para ele.

— Por falar em explicar tudo a ele, acho que Potter já fez isso - Anna se intrometeu na conversa. Ao ver a cara de dúvida das amigas, explicou o que acabara de ver no corredor.

— Mila? - Carol se perguntou da mesma maneira que Anna tinha feito. - Espera, não é Mila MacField, a repetente? Calma… - houve uma pausa. Ela fechou os olhos ao lembrar. - Ela já ficou com Remo algumas vezes - disse com desgosto.

— Exatamente ela! - a morena respondeu assim que ouviu o sobrenome que tinha esquecido. - Adicione Sirius e Pedrinho a essa lista - falou sem aprovar.

— Problema resolvido então - Lily concluiu. - Nossa, quanta complicação! - as três riram. - Por falar em complicação, você poderia me explicar o motivo que esses curativos - ela apontou para a cabeça de Anna - foram necessários, senhorita Prett?

Anna riu e explicou o que vira.

— Depois que ela o beijou eu não conseguia mais ficar lá, olhando a cena, então saí correndo o mais rápido que pude. Sirius foi atrás de mim, e quando eu virei a cabeça, sem parar de me locomover, para ver se ele ainda estava perto, eu tropecei e bati a cabeça, perdendo a consciência. Nisso eu rolei escadaria abaixo - esclareceu. - Sirius me levou para Ala Hospitalar e eu estava lá desde então.

— Ele veio aqui desesperado no domingo - Carol disse. - Queria que fossemos lá com ele para que a enfermeira não o expulsasse tão rápido. Quando apareceu por aqui, estava quase chorando, fiquei com dó dele.

Anna ia perguntar que história era aquela de quase chorando quando alguém bateu na porta. Era Sirius.

— Eu queria convidá-las gentilmente para acompanhar os marotos ao jantar, já que, se depender de vocês, não vamos comer nunca - reclamou o garoto.

As meninas riram e rumaram ao Salão Principal. Antes que pudessem chegar lá, Remo puxou Carol para um canto, deixando que os outros continuassem. A loira puxou Anna junto com ela, pois não queria ficar sozinha.

Remo então desatou a falar. Explicou desde a gripe que o manteve no dormitório durante o fim de semana até sua conversa com Mila.

— Me desculpe - Carol disse, soltando a mão de Anna, que estava segurando firmemente até aquele momento. - Você deve ter pensado que eu estava sendo horrível com você.

— Eu estava definitivamente confuso - ele tocou o braço de Carol. - Mas agora que nós dois sabemos o que aconteceu…

No momento em que os dois começaram a se aproximar, Anna saiu de fininho cedo o suficiente para não ouvir eles se beijando. Ao chegar no Salão Principal, se sentou ao lado de Lily. Logo Remo e Carol também se sentaram, os dois com sorrisos estampados nos lábios avermelhados.

Aparentemente, Sirius e Anna também estavam de bem, uma vez que eles conversaram normalmente, ignorando todos os fatos que tinham ocorrido recentemente. Antes de todos acabarem de comer, Sirius se levantou.

— Já vou indo, tenho algumas coisas a resolver - ele anunciou, saindo do Salão. Todos acharam estranho, mas não ligaram.

— Pra onde será que ele foi? - Tiago perguntou, olhando para Anna, que era a mais propensa de saber. Esta também estava confusa, até notar um guardanapo ao lado de seu prato que tinha escrito: “Me encontre no jardim. S.”, ela sorriu.

— Não faço a mínima ideia - a morena respondeu, olhando para a gelatina. Tiago deu de ombros e continuou a falar com Lily.

Quando todos levantaram para voltar à Torre da Grifinória, Anna deu a desculpa de ter de voltar na Ala Hospitalar para trocar o curativo para poder encontrar Sirius. Ao chegar no jardim, não viu ninguém. Achou estranho, mas assim que se aproximou mais pôde ver um lampião aceso ao lado de um sabugueiro, porém nenhuma pista do garoto. Ao se acercar, viu que flores foram nascendo no solo, ao redor do lampião. Cravos cor de rosa, as flores prediletas dela. Anna começou a duvidar de que aquilo fosse para ela, uma vez que Sirius não era lá muito romântico, pelo contrário, ele chegava até ser bruto.

— Sirius? - Anna chamou, ainda em dúvida. Ela se aproximou mais. Algo se moveu atrás da árvore, fazendo a menina desconfiar. Antes que pudesse apunhalar a varinha, o maroto a envolveu por trás tampando sua boca para que não gritasse com o susto. - Você é louco? - ela perguntou, quando ele destampou sua boca. - Quase que eu morro do coração agora! - exclamou, tentando se acalmar.

— Por falar em coração, - ele começou a falara, sorrindo marotamente - como vai o seu, senhorita Prett?

— Aparentemente muito forte - respondeu, se referindo ao susto que acabara de levar. Quando se recuperou do acontecimento ela o encarou. Tinha algo estranho em seu olhar, algo diferente. Ele parecia estar nervoso. - Que cara é essa, Sirius?

— Essa cara linda aqui? - perguntou, se gabando. A garota revirou os olhos, sorrindo levemente. Odiava quando ele jogava charme em cima dela, mas adorava ao mesmo tempo. Era um paradoxo.

— Qual é o pretexto de tudo isso? - questionou, apontando o seu entorno. Os dois estavam um de frente para o outro, o garoto tinha suas duas mãos em sua fina cintura, uma de cada lado.

— Ah, ainda bem que a senhorita tocou no assunto! - o maroto exclamou. - Como não sou bom em enrolar, vou direto ao assunto: Anna Prett, eu estou perdidamente apaixonado por você.

Houve um silêncio. Anna não entendeu qual era a piada da vez, tentando detectar qualquer sinal de ironia. Não conseguiu constatar nenhum.

— Como? - foi a única coisa que conseguiu falar, no meio de seu estado de choque. Não entendia o sentido de tudo aquilo.

— Vou repetir: Anna Prett, eu estou perdidamente apaixonado por você - ele iterou, ainda sorrindo. - E por mais que eu não a mereça, eu sou louco por você desde que nos beijamos no campo de quadribol pela primeira vez.

A morena começou a se assustar. Ele não falaria tudo aquilo em vão, o que significava que estava dizendo a verdade. Como era possível aquilo tudo estar acontecendo?

— Você… - ela iniciou a fala - Você realmente… Você realmente diz a verdade? - questionou, ainda com um ar de desconfiança.

— Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida.

Anna não pôde responder àquela fala, apenas o beijou o mais intensamente possível. Não existiam palavras que pudessem expressar seus sentimentos no momento, que estavam à mil. Quando se separaram, foi a vez de Anna de se pronunciar.

— Eu estou gostando de você há tanto tempo, Sirius Black - declarou com um olhar apaixonado. Agora foi a vez dele de ficar confuso.

— Como assim “há tanto tempo”? - indagou o maroto - Eu estive pensando que você não sentia nada por mim todo esse tempo? - perguntou incrédulo.

— Talvez… - ela presumiu. - Talvez sim… Talvez não… Quem sabe? - suspeitou, sorrindo. Desta vez, ele foi quem a beijou, puxando-a cada vez mais para si.

— Anna Claire Prett, - Sirius falou após gentilmente se afastar da grifinória - você me daria a honra de ser seu namorado?

— E você ainda pergunta? - a garota indagou, sorrindo. Em seguida, ela deu um beijo curto nele. - Aliás, como você sabe meu nome completo? Eu não me lembro de tê-lo mencionado nenhum dia que estive na escola.

— Quando se está interessado, tudo se descobre - respondeu enigmaticamente, piscando logo depois. Ela o encarou.

— Então quer dizer que você tem bisbilhotado minha vida? - seus finos braços agora estavam cruzados.

— Claro que não! - ele exclamou. - Estava apenas fazendo uma pesquisa pessoal - respondeu, como se não fosse nada demais. - Pra ser mais específico, estava tentando descobrir mais informações sobre alguém - ele a o olhou maliciosamente. - Algum palpite de quem seja, Prett?

— Não posso chutar o nome de qualquer pessoa sem ser o da que está na sua frente neste exato momento - palpitou, o encarando misteriosamente.

Como sempre, Anna conseguiu inquietar Sirius, o fazendo se sentir tentado. Dado que Black não era a mais efetiva pessoa quando se tratava de resistir à tentação, seu próximo passo - como esperado - foi colar seus lábios aos da morena, que também não resistiu, o puxando para si.

— Sirius, mas e aquela menina de quem você estava gostando? - perguntou, se lembrando da conversa que ouvira entre ele e Alice. O garoto franziu o cenho, não sabia do que estava falando - Eu ouvi um dia você falando com a Alice. Você disse… que ia ter que ferir meus sentimentos, pois preferia outra menina à mim…

O maroto riu, se recordando do episódio.

— Você realmente não entendeu, não é mesmo? - ele a perguntou. Como sua face ainda expressava dúvida, ele continuou - A menina que eu tinha que dar um fora era a garota que você viu me beijar antes de sair correndo. Naquele momento quando você nos viu, eu estava explicando para ela que eu estava apaixonado por outra pessoa.

— Ainda não entendi.

— Assim, uma amiga antiga minha é, coincidentemente, amiga da Alice também. Eu ficava com a amiga dela meio que frequentemente, e ela achava que eu gostava dela até então. Eu curtia ficar com ela e tudo mais, mas teve um dia que eu te conheci, aí tudo mudou… - ele sorriu abertamente, ao se recordar - Eu, ao invés de pensar nela, como sempre fazia, passei a apenas pensar em você. Ao invés de gastar quase todo o meu tempo com ela, passei a passar mais tempo ao seu lado. E assim as coisas foram fluindo, até eu perceber que não conseguia mais mentir pra mim mesmo: eu estava apaixonado por você, e esse sentimento só foi crescendo, não me dando outra opção a não ser estar aqui neste exato momento explicando tudo isso à você - Anna corou, sorrindo novamente, olhando para o chão. - Por que você fica tão vermelha e sorri tanto? - perguntou, curioso.

— Você disse de novo - respondeu, corando.

— Disse o quê?

— Que está apaixonado por mim - respondeu, corando e sorrindo.

Sirius a abraçou forte, não querendo nunca ter de soltá-la.

— Sirius, - ela o chamou - nada pessoal, mas venhamos e convenhamos que você não é lá a pessoa mais romântica do mundo e tudo mais… - ele levantou as sobrancelhas, indignado - Agora me diga, quem te deu a ideia de tudo isso? - ela olhou seu redor, vendo as flores e se lembrando do feitiço que fez com que as flores nascessem quando ela chegou.

O maroto riu.

— Eu acabei de perceber que foi um erro me apaixonar por alguém mais esperta que eu! - ele fingiu estar desapontado - Como você sabe que não fui eu que bolei tudo isso sozinho? - ela ergueu a sobrancelha direita, como se fosse óbvio - Ok, ok… Foi a Carolzinha que me ajudou com tudo isso. Ela e eu temos falado sobre esse momento desde que fomos passar o natal na casa do Pontas.

— Como?! - ela estava surpresa.

— Exatamente o que você acabou de ouvir, senhorita Prett: estou bolando esse momento desde o natal!

— Foi ela também que te disse quais eram as minhas flores preferidas? - indagou, curiosa.

— Não, isso fui eu que descobri sozinho - se gabou, piscando para ela. Depois disso, ele se inclinou e a beijou, de um jeito terno e aconchegante. Os dois ainda estavam muito colados, não querendo se separar nunca mais, querendo apenas que essa paixão nunca terminasse, que nunca fosse consumida por completo.

——

Os amigos chegaram à Torre da Grifinória em três minutos, só notando depois que Anna e Sirius não estavam lá. Iam comentar sobre isso, mas, quando o retrato da Mulher Gorda se abriu, puderam ver que a Sala Comunal estava mais agitada que o normal. Eles entraram devagar, tentando driblar os alunos que iam e vinham de todos os lados. Algumas garotas pareciam estar entusiasmadas, já outras tristes. A maioria dos garotos estava um tanto emburrado, bufando uma vez ou outra. Ao conseguir chegar perto do quadro de avisos, puderam perceber uma nova cartolina pregada. Ela era prata e tinha letras formais e bonitas.

— Baile de Máscaras? - os cinco perguntaram ao mesmo tempo, ao ver letras pretas garrafais.

— “Todos os alunos de quarto ao sétimo ano estão convidados para participar do Baile de Máscaras. Ele ocorrerá em uma semana, em exatamente duas semanas e quatro dias, às 20 horas. Trajes a carácter.” - Remo leu, já não achando bom. - Bem, parece que os professores realmente querem que nós festejemos esse ano - comentou, se referindo ao Baile de Inverno que também acontecera naquele ano.

Enquanto Lily e Carol ficaram super felizes e ansiosas para o dia, os garotos torceram seus narizes, sem aprovar a ideia. As meninas sempre se divertiam nisso; ficavam o dia inteiro uma ajudando a outra a se arrumar: pintando unhas, penteando e arrumado cabelo, fazendo a maquiagem, escolhendo sapato… Infinitas coisas que não aconteciam com os garotos, que apenas tomavam banho e, ao colocar a roupa, já estavam prontos. Não tinham todas essas frescuras femininas.

Lily logo alegou que precisava ir, pois não tinha feito a lição de Poções ainda. Se despediu de todos e deu um beijo demorado em Tiago, para matar a saudade. Após isso, subiu as escadas. Tiago e Pedrinho foram algum tempo depois, pois já estavam cansados. Apenas Carol e Remo ficaram no sofá, aproveitando para compensar o tempo que não se falaram no fim de semana. O diálogo começou com Carol pedindo ao namorado que sempre que ficasse doente arranjasse um meio de avisá-la, assim a mesma não ficava preocupada com qualquer sumiço ou era enganada por alguma menina de novo. Ele riu com a solicitação, mas aceitou de qualquer jeito, beijando a namorada. No começo, Remo pretendia que fosse apenas um curto beijo, para mostrar que gostava quando ela se preocupava com ele, mas seus planos não foram conforme planejados. Quando se deu conta, eles já deveriam estar fazendo aquilo por uns dez minutos no mínimo, mas isso não os encorajou a parar, uma vez que estavam curtindo demais o momento.

Carol e Remo sempre foram delicados um com o outro, deixando a relação deles amorosa e pacífica. Eles se entendiam bem com quase tudo, falavam quando tinha algo que não lhes agradava, não brigavam sério, concordavam em basicamente tudo e, a coisa mais importante, os dois se amavam. Mas infelizmente esse amor foi interrompido por Anna e Sirius, que entraram na Sala Comunal sendo um tanto indiscretos.

— Mal voltaram e já estão nesse fogo todo? - Anna perguntou, ao vê-los se beijando no sofá perto da lareira.

Carol ia responder, mas viu que tinha algo de diferente nos dois amigos parados na sua frente. Não sabia o que era. Talvez a morena tivesse jogado os cabelos para a direita ao invés de para a esquerda como sempre fazia. Não, não era aquilo. Sirius tinha arrepiado mais os cabelos negros? Não, eles estavam arrepiados do mesmo jeito de sempre. Definitivamente os lábios dos dois estavam mais vermelhos que o normal, mas isso já era rotina: quando eles se encontravam sozinhos, sem ninguém por perto, sempre acabava em beijo. Tinha algo em seus olhos, um brilho incomum, como se os dois estivessem mais vívidos. Então aconteceu uma coisa que fez com que Carol não tivesse dúvidas: Sirius tentou, lentamente, aproximar sua mão à de Anna, que deu um tapa na dele o lançando um olhar em seguida, como se dissesse “Agora não!”. A loira não comentou nada, apenas declarou que ia dormir, desejando uma boa noite a Sirius e Remo, beijando o segundo rapidamente. Remo desejou o mesmo para a morena e subiu apressado, tentando entender a namorada.

— Eu acho que também já vou subir - Anna disse, se virando de costas para ele.

— Ei! - ele a chamou, que parou e virou para trás. - É só isso mesmo que eu ganho? Um “tchau” primitivo?

— E você espera o quê? - ela indagou, já sabendo a resposta.

— Anna, você é minha namorada agora - ele a lembrou.

— Quer falar um pouquinho mais baixo? - pediu, ao ver que o tom alto da voz Sirius despertou alguns olhares na Sala Comunal, que logo se desvairam. - Eu sei disso, mas você não precisa informar a escola inteira! - exclamou. Ela não gostaria de chamar a atenção dos outros só por estar namorando o maroto. Ela sempre se lembrava do exemplo das amigas: quando começaram a namorar, atraíram muitas opiniões negativas. Anna não queria isso para ela. - Sirius… - ela o chamou calmamente quando viu que ele se desapontou com o comentário. - não é isso o que você está pensando. Ei! Eu gosto demais de você, mas se só você souber, para mim já basta, não preciso de muito mais que isso - ele continuava com o olhar baixo. - Eu sei que você gosta de mim. Você não precisa provar nada pra ninguém mais. Não precisamos de pessoas atrapalhando o nosso namoro, aliás, ele é nosso - disse, se aproximando dele e pegou sua mão. Ela ficou na ponta dos pés e lhe deu um beijo na bochecha. - Boa noite - desejou, subindo as escadas.

Sirius subiu em seguida, ainda meio magoado. Ela era sua namorada, poxa! Ele queria sair pelos corredores de Hogwarts de mãos dadas com ela, assim todos saberiam que ela já estava compromissada com ele. O que Anna não entendia nisso? Qual era o problema de todos saberem?

— Que cara é essa, Almofadinhas? - Remo perguntou, ao ver que ele estava meio emburrado. - O que você fez que Anna discutiu com você?

— Não esquenta com isso, Aluado. É briga de casal - Tiago tirou sarro, sabendo que o que o amigo mais queria era namorar a morena.

— Literalmente - Sirius disse, se sentando na beirada da cama. Os outros três marotos não entenderam se era sério, ou apenas uma brincadeira, porém Sirius não riu - Ela não quer que as outras pessoas saibam que estamos namorando, - explicou. - uma coisa em que eu não vejo sentido, se querem saber.

— Almofadinhas, talvez ela não queira que muita gente fique sabendo para outras meninas não darem em cima de você com o objetivo de separarem vocês dois - sugeriu Pedro, que estava quieto até aquele momento.

— Rabicho tem razão - Remo concordou, antes que Sirius criticasse a ideia. - Ela apenas não quer que aconteça o que aconteceu comigo e com Pontas. Mila mandou uma carta para Carol como se seu estivesse terminando o namoro. Algumas garotas criticam Lily só por ela estar com Pontas. Nenhuma menina quer isso. Eu acho que você deveria ver o ponto dela.

Sirius ia falar que isso tudo era besteira, mas começou a ver sentido. Eles tinham razão. Anna tinha razão. Ele não podia obrigá-la a ser criticada, mesmo que fosse por ele.

——

— Pode falar o que aconteceu depois do jantar. Eu não vou te deixar em paz antes disso.

Anna tinha acabado de entrar no dormitório, tentando o máximo não fazer barulho, porém ela não esperava que Carol e Lily estivessem a esperando.

— É sério, Anna - Carol falou. - Pode abrir a boca.

A morena não respondeu. Não conseguia. Mas seu sorriso no rosto dizia tudo.

— Eu sabia! Eu sabia! Eu sabia! - a loira exclamou, comemorando. - Ele conseguiu fazer o feitiço? - perguntou, se referindo às flores.

— Do que vocês duas estão falando? - perguntou uma Lily confusa. Ela estava totalmente perdida. - Alguém pode, por favor, me explicar o que aconteceu?

— O Sirius me pediu - a morena declarou, ainda sorrindo. - E eu aceitei - complementou, se jogando na cama. Ela sabia que ele tinha ficado chateado minutos atrás, mas isso não importava muito agora. Ela contou o que aconteceu para as amigas, detalhe por detalhe.

— Ainda bem que ele tinha você, Carolzinha, porque eu não imagino um Sirius Black romântico - Lily disse, fazendo as três rirem. - Mas agora sem brincadeiras: eu estou super feliz por você Anninha! Eu já estava pensando que nunca ia acontecer, do jeito que vocês dois são enrolados! - exclamou. - Mas o que importa agora é que estamos todas contentes com nossas relações, sem brigas e sem complicações, até que enfim!

As três riram, embora fosse verdade. Tudo estava ótimo para cada uma delas, sem nenhum problema à vista. Quer dizer, tinha apenas um.

— Vamos precisar de vestidos - Carol disse. - E máscaras - se lembrou. - E sapatos - pensou melhor. Anna não entendeu, mas as amigas explicaram sobre o baile que ia acontecer em duas semanas.

— Nós podemos ir à Hogsmeade, o que acham? - Anna sugeriu. As duas concordaram e, logo depois, foram dormir, pois no dia seguinte teriam aulas.

——

A terça-feira amanheceu nublosa e fria, obrigando todos a usarem cachecóis e sweaters. As aulas do dia foram entediantes para todos, menos Lily. Ela até aquele dia, depois de estudar anos naquela escola, se fascinava pelas aulas, pelos feitiços, pelas vestes, pelo ambiente, pelas varinhas… Enfim, tudo ligado ao mundo bruxo a encantava.

Após à aula, Lily e Tiago foram passar um tempo juntos ao pé de uma árvore em frente ao lago negro. Tiago quase não falava, apenas ouvia Lily contar sobre vários acontecimentos e, vez ou outra, ele comentava algo. Como esses dias suas amigas estiveram muito ocupadas com seus namorados ou até então não namorados, Lily quase que só conversava com Tiago, a única pessoa que ela confiava inteiramente que estava disponível para ela, embora a maioria das coisas que a mesma falava não fossem de interesse do maroto. Seu namorado não reclamava de ouvir tudo aquilo, ele sabia que sua ruivinha sentia falta das amigas, embora não admitisse.

— E você sabia esse tempo todo que Sirius gostava pra valer de Anna? - ela perguntou, ainda surpresa. - Eu só percebi mesmo ontem, quando ela disse que começou a namorar ele. Os dois sempre demoraram tanto para se entender que eu já estava perdendo as esperanças.

— Você não deveria nunca perder a esperança - ele argumentou. - Se eu tivesse perdido a minha provavelmente nós não estaríamos conversando agora, mas, como eu não desisti de você, eu me tornei a pessoa mais feliz do mundo por tê-la sempre ao meu lado.

Lily sorriu. Ela era muito sortuda por namorar Potter e raramente pensava em quanta importância ele a dava. Às vezes, a ruiva chegava até a se sentir culpada por não estar sempre presente quando ele precisava dela.

— Que cara é essa, Lírio? Ficou triste do nada? - ele indagou, ao ver que o olhar da menina tinha baixado. Como ela não respondeu, ele fez cócegas em sua barriga, fazendo-a rir.

— Tiago! Para com isso! - ela tentava segurar as mãos do maroto, sem sucesso. Ele então puxou sua fina cintura e a beijou. Lily depositou suas mãos em seu peitoral, se entregando totalmente ao momento.

Quando se separaram, puderam ver um grupo de sonserinos longe deles, que aparentemente estava discutindo algo. Tiago logo fechou a cara ao ver que o conjunto era Lúcio Malfoy, Rodolfo Lestrange, as duas primas de Sirius, Narcisa e Bellatrix, e, com quem Tiago mais tinha birra do bando, Severo Snape. Lily ao reconhecer todos os rostos, parou no último, revivendo todos acontecimentos do quinto ano.

“Não preciso da ajuda de uma Sangue-Ruim imunda como ela!”. As palavras ecoaram na mente de Lily, fazendo suas emoções ficarem à flor da pele. Por mais que não falasse, ela ainda sentia falta de seu antigo melhor amigo, a quem ela costumava confiar todos os seus segredos. Agora o mesmo era apenas mais uma pessoa que ela desprezava. Ele escolhera o caminho dele e ela o dela. A grifinória sabia que não podia mudar o que já fora feito, e muito menos mudar a cabeça do garoto.

— Lily, você está bem? - Tiago perguntou preocupado. Ela ia questionar a pergunta do namorado, quando percebeu que estava chorando.

— Vamos voltar ao castelo? Por favor - ela pediu. O maroto atendeu seu pedido, a escoltando de volta à Torre da Grifinória.

— Ei, ei - Tiago chamou sua atenção. - Não precisa chorar - falou, abraçando-a. O casal estava quase no meio do caminho, quando lágrimas mais volumosas começaram a rolar pela face da ruiva. - Eu estou aqui com você - ele tentou confortá-la, sem sucesso. - Lily, ele não merece ser seu amigo. Você tem um coração muito bom, enquanto ele só pensa em si e naqueles sonserinos idiotas - o maroto passava a mão em seus cabelos ruivos, tentando tranquiliza-la. Os dois agora estavam sentados apoiados em uma das paredes de um corredor.

Aos poucos Lily foi se acalmando, ainda envolta pelos fortes braços do grifinório.

— Eu sei que você sente falta das suas amigas - ele comentou. - E, no passado, sempre que isso acontecia você recorria a ele. Mas agora isso não é mais possível, o que te deixa magoada - disse. - Mas veja pelo lado bom, você tem a mim! - exclamou tentando animá-la. - E, venhamos e convenhamos, eu sou beeem mais bonito que o Ranhoso - os dois riram. - Viu? Não é tão difícil sorrir - ele logo sorriu daquele jeito sedutor que Lily adorava. Daquele jeito que fazia com que todas as meninas da escola o quisessem. Daquele jeito que conseguiu cativar o coração da ruiva. - Agora, vamos - ele disse, se levantando e puxando-a para cima. Tiago beijou sua testa e tirou as lágrimas remanescentes de sua face. - Já está tarde.

– Obrigada por nunca ter desistido de mim – Lily agradeceu, o olhando profundamente com seus olhos verdes brilhantes amendoados.

– Nenhuma pessoa em sã consciência desiste da própria felicidade, Lílian Evans – Tiago disse, piscando para ela.


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