– Ai Loki! – eu fechei a porta rapidamente para que ninguém visse que ele estava ali – Que susto! Por que não foi embora?

– Eu queria dormir com você.

– “Queria”?

– Quero. Eu quero dormir com você.

– E por que você “quer” dormir comigo?

– Por que sim, ora.

– “Por que sim”? Só isso? “Por que sim”. Ah me invente outra Loki. – eu disse com raiva.

– Já está brava de novo?

– Eu vou falar só mais esta vez: Eu. Sou. Filha. Do. Incrível. Hulk!

A cada palavra que eu dizia eu ia chegando perto do rosto dele e ele ia indo para trás. Cheguei tão perto dele que deu vontade de beijá-lo, mas eu tive que ser forte e resistir.

Eu o deixei falando sozinho, abri meu guarda-roupas e peguei os frasquinhos que o Thor me deu. Enquanto eu pegava os frasquinhos, Loki me olhava maliciosamente e eu notei.

– Pare de me olhar assim seu imbecil.

– Oi?

– Não tem nada de “oi” seu idiota, para. Tá bom? Para.

– Parar com o quê?

– De me olhar maliciosamente.

– Você é uma deusa? Você tem ciência de tudo!

– Eu aprendi a ver o que não enxergo.

– Eu não entendi. – ele disse confuso.

– Fique quieto.

Eu peguei o frasquinho vermelho na mão e o joguei no chão.

Quando eu levantei o braço para jogar o frasquinho no chão Loki sumiu imediatamente. Quando Loki desapareceu, Thor apareceu.

– Algum problema Gen? – disse Thor.

– Não Thor. Eu quero que me explique uma coisa.

– Diga.

– Como meu pai virou Hulk? Sente-se. – ele sentou na minha cama.

– Segundo o que eu ouvi, ele levou uma forte carga de raios gama e devido a essa forte carga, era para ele ter morrido, mas ele não morreu. Daí surgiu o Hulk. Quando ele se estressa muito, ele vira aquela coisa verde e grande.

– Olá Thor. – disse meu pai abrindo a porta – Vejo que ela já descobriu como o outro cara surgiu. Como chegou até aqui?

– Eu o chamei. – respondi antes que Thor falasse alguma coisa.

– Hmm. Está tudo bem por aqui?

– Está. – respondemos juntos.

– Ok. Quando terminarem de conversar, vá embora grandão.

– Claro Dr. Banner. – respondeu Thor.

Meu pai fechou a porta.

– Bem, – eu continuei – para que servem esses outros frasquinhos?

– O rosa era para chamar Jord a minha mãe.

– Por que “era”? – eu o interrompi.

– Laufey, o que nos atacou, a matou há muito tempo atrás. Por isso que os chintoris invadiram a cidade e destruíram tudo. – ele mudou o semblante – Queria que ela estivesse viva.

– Calma Thor. – eu passei a mãos nos cabelos dele – A morte dela já foi vingada. Sei que não é fácil, mas você vai superar isso. Bem, vamos voltar ao que interessa. Para que serve o frasquinho verde?

– Para chamar o Loki. O roxo serve para chamar Freya. E o azul servia para chamar Bestla, minha avó. E o vermelho você já sabe que é para me chamar.

– Como uma gigante de gelo pode ser sua avó?

– Não sei. Eu ainda me pergunto onde vovô Borr estava com a cabeça para gostar dela.

– Que coisa de louco.

– Pois é. Então, – ele disse se levantando – eu vou indo.

– Quer que eu abra a porta para você?

– Se não for te incomodar.

– Não tem problema. Vamos?

Descemos as escadas. Eu abri a porta para ele e ele se foi. Subi as escadas e quando entrei no meu quarto o Loki ainda estava lá.

– Meu Deus, Loki! O que você quer aqui?

– Eu já disse que quero dormir com você.

– Cale a boca e me deixe em paz.

Abri meu guarda-roupas, peguei minha roupa de dormir e fui ao banheiro me trocar.

(Roupa de dormir da Gen)

Eu me deitei na cama. Me cobri e virei de costas para ele. De propósito eu não apaguei a luz. Ele fez questão de apagar a luz e se deitar do meu lado. Quando eu notei que ele deitou do meu lado, comecei a ouvir as batidas do meu coração. Eram rápidas e descontroladas.

Ele começou a passar a mão pelos meus cabelos. Eu meu virei para ele.

– Por que insiste em ficar aqui?

– Eu já disse que gosto de você.

– Eu quero acreditar que seja verdade.

– Por que não acredita em mim querida?

– Todos os garotos que diziam que gostavam de mim, me iludiram no final e ainda riram da minha cara.

– Eu não vou fazer isso. Eu juro.

– Aham. E eu acabei de voltar de Neverland junto com o Peter Pan. – me virei para a parede.

– Ora vamos Gen. Pare com isso. Você tem que confiar em mim.

– E por que eu confiaria no deus da trapaça?

Ele ficou sem palavras.

– Olhe pra mim. – eu me virei não via nada, mas sabia que estava olhando para ele – Eu gosto de você. Só isso. E você querida?

– Eu o quê?

– Gosta de mim?

– Se eu gosto de você?

– É.

– Ah, sei lá.

– Já é segunda vez hoje que você me fala isso.

Eu fiquei calada sem dizer nada porque notei que ele percebe em alguns detalhes.

– Está bem. Você ganhou. Eu gosto de você sim.

– Do mesmo jeito que eu gosto de você?

– Eu não sei de que jeito que você gosta de mim.

– Assim. Preste atenção. Eu gosto... gosto não é a palavra certa. – de alguma forma eu pude ver o rosto dele – Eu amo você assim como a Lua ama o Sol, assim como as estrelas amam o céu e assim como o mar ama a areia da praia e meu amor por você se conduz assim como um vento oriental. Um vento que tem sentido. Um vento que faz bem. É o amor que eu sinto por você. Não consigo descrever mais nada do amor que sinto por você, – ele olhou para o peito dele – mas é daqui do fundo do coração – ele disse apontando para o próprio coração. – E-eu nunca vou trair você. Nunca.

Eu confesso que não aguentei e comecei a chorar um pouco, mas disfarcei só para ele pensar que eu sou forte. Eu olhei para baixo e ele notou que eu estava chorando.

– Se importa se eu cantar uma música? – ele perguntou.

– Não.

– Ok. – ele pigarreou – ♪ ♫ Se eu pudesse escrever a história das minhas horas uma a uma seria do seu lado ♫ ♪

– Máquina do Tempo. – eu disse quase chorando – A música que eu te mostrei há uns dias atrás.

– Continue.

– ♪ ♫ Eu contaria todo dia uma história diferente / Eu criaria frases pra sempre / Eu cantaria notas de clara esperança / E seu sorriso viraria poesia ♫ ♪ – Nós cantamos juntos.

– É assim que te amo senhorita Waters. – ele disse – É assim que eu te amo.

Ele me pegou por trás da cabeça, me levou até seu rosto e começou a me beijar. Aquele beijo era saboroso tinha alguma coisa diferente, eu não sabia o que era, mas tinha. Acho que era porque a boca dele tem gosto de chocolate, e ele é gato, e ele disse que me ama, e ele é gostoso e tem olhos hipnotizantes, e eu já disse gostoso?

A última vez em que eu havia beijado alguém eu tinha 12 anos e confesso que foi a pior coisa que fiz na vida e desde então não havia beijado mais ninguém devido o “trauma” e agora eu estou com 16 beijando um deus gostoso pra caramba e que diz que está me amando.

Ele parou de me beijar.

– Ainda duvida?

– Não.

Ele se confortou direito na minha cama, se cobriu e ele colocou minha cabeça no peito dele. Eu ouvia as batidas do coração dele. Eram rápidas e descontroladas como as minhas.

– Agora durma meu bebê. – ele disse.

Confesso que foi o melhor sono que já dormi em minha vida. Eu estava com a cabeça repousada no peito do Loki. Não é qualquer garota que tem esse privilégio, certo?