-Edward, onde, exatamente, é aqui? –Perguntei enquanto ele ainda me guiava com as mãos em meus olhos.

-espera um pouco, você vai ver. –eu podia praticamente ouvir seus olhos se revirarem e o sorriso torto brincar em seu rosto. O que eu podia fazer? Estava sentindo um nó no estomago que era praticamente impossível de segurar.

-estou ficando com medo. –confessei engolindo em seco, enquanto dava mais um passo cego.

Senti que apenas uma de suas mãos cobria meus olhos, enquanto a outra lentamente correu do meu pescoço para meu braço até que finalmente parou em minha cintura, me puxando um pouco mais em direção ao seu corpo.

-medo do que, Bella? –ele perguntou com a boca bem em meu ouvido.

Bem, um arrepio bem chato correu por todo meu corpo, e não é que uma estranha sensação de segurança tenha tomado conta de mim, apenas que eu sabia que não poderia fazer mais nada a não ser segui-lo para sabe lá onde ele queria me levar. E eu achando que era esperta.

Ouvir seu riso rouco em meu pescoço não era nada animador, por que alguma coisa me dizia que ele estava para aprontar alguma coisa. Acredite, eu conheço Edward a tempo o suficiente para saber que está aprontando alguma coisa... E não estou falando só por que sou sua namorada, mas sim por que ele fora meu arquiinimigo até alguns (muitos) meses atrás.

-tudo bem, vamos logo. –falei com o coração na garganta.

-relaxa, não vou te jogar no mar ou alguma coisa parecida. –ele falou tentando reprimir a risada, mas não estava sendo muito bom nisso.

-hm... –gemi ao sentir seu braço mais firme e sua voz novamente rouca me avisando de um pequeno degrau bem a minha frente.

Bem, não deu muito certo, foi mais como se ele simplesmente não tivesse dito nada, já que eu quase caí de cara no chão, se não por Edward me segurar. Dessa vez, ele nem sequer fez questão de tentar esconder a risada.

-eu não disse que tinha um degrau? –ele perguntou tossindo um pouco.

-é, mas meus pés não me obedeceram... Sabe como é, eles não funcionam muito bem quando minha visão está impossibilitada. –bufei um pouco e depois sorri, imaginando que pelo menos estaríamos sozinhos e longe de toda aquela loucura que era nossa vida.

-você não vai conseguir me convencer. –ele falou rindo. –como se eu já não te conhecesse...

-é, mas... EDWARD... EU SENTI O CHÃO SE MEXER! –dei um passo a trás me encostando completamente nele e segurando sua mão, que antes estava em minha cintura, com força. Mas ele apenas suspirou um pouco.

-eu sei, fica calma. –ele tentou, outra vez com o sorriso torto em sua voz.

-mas...

-olha só, apenas mais alguns passos e estamos lá. –ele avisou começando a me conduzir outra vez.

Foi preciso dar apenas mais alguns passos até que minhas mãos (que estavam esticadas para frente no intuito de achar alguma coisa que eu pudesse me segurar ou reconhecer), tocassem uma superfície fria e grossa. Edward tirou a mão de meus olhos e a primeira coisa que eu vi foi o mar verde se estendendo até onde minha visão não conseguia chegar.

-Edward isso é lindo... –falei maravilhada. É, algum tempo de suspense valera a pena para mim.

-achei que ia gostar. –ele falou se apoiando ao meu lado e só então eu caí na realidade...

Corri os olhos em volta com pressa e determinação. Estávamos no píer, como eu já tinha percebido antes por causa do barulho, mas o que estávamos fazendo dentro de um barco eu não tinha nem idéia. Pensei se talvez Edward não tivesse se esquecido de me contar alguma coisa, como, por exemplo, que ele tinha planejado alguma coisa há algum tempo atrás...

-o que estamos fazendo aqui? –perguntei olhando em volta, maravilhada.

-bem, Carlisle tem um amigo que por acaso tem um barco e então eu o convenci, assim, bem sutilmente, em nos emprestar por um dia. –ele deu de ombros. –é claro que eu precisei achar alguém que soubesse dirigir essa coisa, o que não foi nada fácil, mas eu supero. –ele riu um pouco abraçando minha cintura.

-hm... –fiz olhando seu rosto com certo cuidado. Ainda me perguntava quando ele tinha conseguido pensar em tudo isso.

-não gostou? Nós podemos ir embora se você enjoar ou alguma coisa assim... –ele falou dando de ombros, mas eu sabia que ele tinha tido um trabalho daqueles ali... Não é qualquer um que sabe dirigir uma COISA daquelas.

-é claro que gostei, bobinho. –revirei os olhos sorrindo. –só estava pensando no por que do suspense.

-bem, não sei... Mas é legal te ver em desespero. –ele riu um pouco, escondendo o rosto em meu pescoço e eu ergui uma sobrancelha. FILHO DE UMA... BOA MÃE!

Dei um beliscão em suas costelas e sorri amavelmente quando ele se afastou um pouco, reclamando e passando a mão exatamente onde eu tinha beliscado. Pisquei os olhos de uma forma que eu esperava que fosse convincente e parece que funcionou, já que ele parou de fazer careta para me beijar.

Aquele vendo gostoso, o cheiro de maresia e o barulho das gaivotas era reconfortante, é claro que os braços fortes em minha volta tinham uma parte na minha tranqüilidade também, mas isso é praticamente repetitivo.

 -só tenho uma pergunta. –falei passando os dedos pelas sobrancelhas grossas e marcantes.

-aiai, o que? –ele perguntou piscando aqueles lindos olhos verdes em minha direção.

-quem está dirigindo essa geringonça? –ele coçou a cabeça por um instante e sorriu sem graça.

-se eu disser que não é o Emmett, você fica mais tranqüila? –ele perguntou mordendo o lábio inferior. Pensei no assunto por um pequeno segundo e pensei se sairíamos ao menos vivos dali se fosse meu irmão lá e não qualquer outra pessoa.

-acho que é o suficiente. –conclui assentindo um pouco. Ele suspirou aliviado por um segundo.

-é, acho que já é alguma coisa. –ele riu um pouco e me ergueu minimamente, fazendo com que apenas as pontas dos meus pés encostassem ao chão.

No mesmo instante em que seus lábios alcançaram os meus, senti que o barco começou a se movimentar e abri os olhos, alarmada. Um pouco porque, com a força, nós quase caímos no chão, e depois por que eu queria ter pelo menos idéia em direção ao que nós estávamos indo... Vai saber, não é?!

-você tem mesmo certeza que essa pessoa sabe o que está fazendo, certo? –perguntei piscando os olhos. Edward riu alto.

-Bella, não vamos naufragar. Fique calma. –ele falou me abraçando com força.

Por um pequeno segundo minha mente viajou na possibilidade daquele barco afundar e então nós ficarmos presos em uma ilha deserta, sem sinal de celular ou coisas do tipo, e então todos nossos amigos e familiares iam pensar que estávamos mortos enquanto estávamos tentando sobreviver a base de peixes crus e frutas que possivelmente sejam venenosas. Engoli em seco com a idéia, tentando mudar completamente o foco para o perfume gostoso que Edward exalava e em como sua pele era quentinha e confortável para que eu pudesse deitar em seu peito e simplesmente ficasse ali pelo tempo que eu quisesse, já que ele era meu namorado.

-Bella? –Edward chamou afagando meus cabelos.

-hm?! –gemi, erguendo minimamente os olhos.

-está tudo bem? –percebi que uma de suas sobrancelhas estavam levantadas, enquanto pequenas ruguinhas se formavam em sua testa.

-está. Por quê?! –perguntei piscando os olhos.

-é que você está, hm, estranha. –ele falou sorrindo torto.

-estranha como? –perguntei sorrindo um pouco e o abraçando com mais força.

-não sei, talvez, hm, meio carente de mais? –ele meio que chutou a opção, o rosto brilhando com a luz de fim de tarde. Sorri para ele e abracei seu pescoço com força.

-nunca ficou com vontade de abraçar uma pessoa até sufocá-la? –pedi rindo um pouco. Edward gargalhou, enquanto abraçava minha cintura com força e encostava minhas costas na grade de segurança do barco.

-até sufocá-la eu não sei. –ele comentou rindo e revirando os olhos.

-não quis dizer sufocar, de sufocar. –expliquei sorrindo. –eu quis dizer apenas para mantê-la perto e ter certeza de que ela estaria ali para sempre.

Ele pensou nisso por um segundo e eu senti todo meu corpo gelar. Definitivamente não era uma coisa que eu iria dizer, do tipo “ah, oi, tudo bem? E aí, está a fim de ficar comigo por toda a sua vida até que todos seus cabelos caiam e os meus fiquem brancos e fofos?”, mas agora não tinha como voltar atrás de qualquer jeito.

-o que eu quis dizer... –ainda tentei concertar, mas ele me cortou.

-tudo bem, acho que entendo. –ele riu um pouco, colocando uma mão em meu rosto e se aproximando devagar, me beijando sem que dessa vez fossemos jogados para algum lado por causa do movimento do barco.

[Rosalie]

FORA DO CONTROLE. Exatamente isso o que eu posso dizer sobre Alice nesse exato momento... FORA DO CONTROLE!

-Alie, tem certeza de que isso é mesmo necessário? –Perguntei desviando de uma almofada de coração com um “EU TE AMO” escrito. Bem, se aquilo não havia sido uma declaração para ela, pode esquecer... Ou, compre a lua e escreva nela “ALICE”.

-se ele tem vergonha de mostrar aos outros que estamos juntos, eu não sei o que estou fazendo com ele. –ela falou jogando uma rosa seca pela janela.

-mas tem certeza de que isso não é exagero? Não estou defendendo meu irmão, mas ele é meio tímido... Retraído, sabe disso. –falei pegando um ursinho de pelúcia nas mãos e sorrindo.

-existe uma grande diferença entre tímido e abobado Rosalie. –Ela explicou fazendo uma bolinha de papel com varias folhas de papel.

Emmett nunca fez uma carta para mim (a não ser e-mails, mas isso não conta). Emmett, nunca tinha me dado um coração escrito que me amava. Emmett nunca tinha me dado uma rosa (novamente, apenas aquelas de MSN). E, definitivamente, Emmett nunca teria ido me buscar no baile sem dizer nada a ninguém só para me fazer uma surpresa. Mas aparentemente, Alice queria mesmo a Lua.

Enquanto Alice revirava em sua caixinha, jogando coisas que Jasper tinha dado a ela no lixo, uma foto voou dela e parou em meu pé, fazendo com que eu a pegasse nas mãos e visse a imagem de meu irmão e Alice, sentados no banco da escola conversando distraídos. A foto tinha sido de surpresa, pensei, já que se não Jasper provavelmente estaria roxo e escondendo o rosto. É puro uma menina!

-que foto linda. –falei mostrando a ela.

-jogue no lixo por favor. –ela pediu me dando as costas. Aproveitei o momento para dobrá-la e colocar no bolso de trás da calça jeans, já que sabia que quando a raiva passasse, Alice provavelmente iria se arrepender de estar fazendo aquilo.

-quem a tirou? –perguntei, pegando uma folha limpa no chão e fazendo um bolinho com ela, apenas para Alice achar que era a foto.

-Bella e Edward, durante o intervalo há algum tempo. Eles ainda estavam trocados. –ela explicou e eu entendi o porquê da foto parecer ser tão diferente. Jasper e Alice ainda não namoravam, o que significa dizer que eles estavam simplesmente como “amigos” na foto.

-sabe, estou tendo uma idéia. –falei de repente, tentando parar com aquela louca mudança no quarto da baixinha.

-assassinar seu irmão lenta e dolorosamente? –ela perguntou sorrindo, os olhos brilhando.

-hm, não... Estava pensando em ir ao “Ville’s”. –falei dando de ombros.

-Emmett nunca deixaria você ir lá. –ela falou suspirando lentamente.

-é claro que deixaria, e depois... Quem falou que ele precisa saber? –mamãe me ajude.

Alice me olhou desconfiada por apenas um segundo e então assentiu vagarosamente, como se estivesse tendo uma de suas idéias maquiavélicas. Confesso que tenho medo de quando ela faz essa carinha de anjinho caído do céu.

-isso não é nenhum plano, é? –ela perguntou com os olhos escuros faiscando.

-é claro que não Alice, que idéia. –revirei os olhos, cruzando o braço sobre o peito. –só acho que você precisa relaxar um pouco, mas se você não quiser, tudo bem, eu ligo para uma locadora e podemos assistir a um filme e pedir uma pizza...

-preciso apenas de cinco minutos para trocar de roupa. –ela falou pegando uma troca de roupas qualquer e indo para o banheiro.

ERA A MINHA HORA! Peguei o celular e liguei para Emmett, impaciente por saber que normalmente ele demorava uma vida para atender o telefone e eu só tinha alguns minutos, apenas o tempo para Alice trocar de roupa (tudo bem, era no mínimo quinze minutos, mas Emmett tem a terrível mania de não atender o telefone nas primeiras vinte vezes em que ele toca).

-Alô? –ele atendeu parecendo sonolento.

-amor! Amorzinho lindo da minha vida iluminada...

-iiih, o que aconteceu? –ele perguntou e eu fiz careta. Será que ele não pode simplesmente achar que eu não estou apenas ligando para ele por que eu quero alguma coisa? Mas que porcaria.

-olha só, só queria avisar que vou ao “Ville’s” com Alice, tudo bem? Ela está com um pouquinho deprimida e...

-VOCÊ SOZINHA COM AQUELA MINIATURA DE ALIENIGENA QUE INSISTE EM DIZER QUE É GENTE NAQUELE LUGAR? –ele gritou me cortando.

-para começar ela não é uma alienígena, é minha melhor amiga, assim como sua irmã. E fique você sabendo que eu vou e te ligo quando chegar em casa. –falei sentindo todo meu rosto queimar.

-tudo bem, tudo bem. –ele falou com a voz doce. –estava só brincando. –ele riu e eu sorri.

-ah, que bom. –ri fraquinho como uma retardada.

-tá, mas se cuida...

-tudo bem.

-amo você.

-também amo você. –respondi desligado o telefone e suspirando feliz, me jogando em cima das coisas de Alice na cama.

-vocês poderiam ser menos melosos? Isso enjoa meu estomago. –Alice falou entrando no quarto e eu dei um pulo.

-você ouviu? –perguntei desesperada.

-bem, eu imaginei que você ia avisar ele que iria lá, para não correr o risco de ele ficar bravo com você. –ela sorriu dando de ombros, enquanto penteava os cabelos em frente ao espelho. –como eu não tenho mais namorado, acho que podemos ir, não é?

-Alice, eu realmente acho que...

-está tudo bem, não vou deixar de ir a sua casa por causa dele. Eu deveria ter imaginado que ele é UM DESGRAÇADO, RETARDADO, FILHO DE UMA MÃE lá no começo. –ela piscou os olhos gentilmente enquanto eu ainda pensava em seu estado mental.

MAMÃE ME AJUDE!

[Bella]

-está melhor? –Edward perguntou apoiado sobre um braço, me observando com a testa franzida.

-acho que sim, sempre enjôo, fazer o que? –falei dando de ombros e olhando o céu azul lá em cima.

-eu sou um cabeça oca, deveria ter ouvido Alice sobre isso. –ele falou suspirando.

-está tudo bem, se eu ficar deitada consigo manter meu estomago dentro do corpo. –falei rindo, mas aparentemente Edward não achou graça nenhuma.

MAIS ESSA AGORA, ERA SÓ O QUE FALTAVA!

Ele suspirou obviamente aliviado e me abraçou.

-urgh... Não tão forte...

-epa, desculpe. –ele falou me soltando um pouco. –está melhor?

-acho que sim. –ri colocando a cabeça em seu peito, enquanto ainda estávamos deitados no chão do barco. Bem, nosso passeio não fora muito proveitoso.

-sabe o que acabei de me lembrar? –ele perguntou franzindo a testa.

-hm?

-que eu ainda tenho que ser apresentado ao seu pai. –ri um pouco vendo sua careta.

-ei, meu pai não é nenhum monstro de sete cabeças sabia? –falei lhe dando um cutucão.

-aiai! É, eu sei... Estava pensando em um de nove, mas já que você diz... –ele deu de ombros rindo e eu o cutuquei mais uma vez.

-o máximo que pode acontecer é você sair de lá com alguns hematomas, mas por que você deveria se preocupar com isso? –revirei os olhos e ouvi o barulho de ele engasgando. –eu estava brincando, viu?

-eu sei... Mas acho que estou começando a ficar enjoado também. –sai de cima dele a tempo de vê-lo se levantar rapidamente e correr para o banheiro. De uma coisa eu tinha certeza absoluta... Nada de passeios de barco para esse casal.

Depois de algum tempo, quando Edward voltou, completamente verde devo dizer, ele falou que iria avisar para nos levar de volta ao píer, já que pelo jeito nosso maior problema não seria o naufrago, mas sim nossos estômagos que não colaboravam.

-estaremos em terra firme em no máximo cinco minutos. –Edward falou se deitando ao meu lado novamente, uma mão me parecendo molhada na testa que tinha um pequeno fio de suor escorrendo. –eu e minhas idéias... –ele gemeu fazendo careta.

-na próxima vez tomamos um dramin antes. –falei e ele riu um pouco, me abraçando com doçura.

(...)

-TERRA FIRME! –Edward gritou se jogando para o píer, deitando no chão enquanto olhava para cima, sorrindo como um bobo.

Engatinhei até ele e me deitei ao seu lado, respirando fundo sentindo que nada mais balançava. Nem acreditava que finalmente poderíamos ir para casa. Era uma sensação estranha, por que apesar de eu sentir todo meu corpo quente, parecia que minha pele estava fria.

-Bella? –Edward chamou enquanto eu sorria para o vento frio.

-sim?

-eu amo você. –arregalei os olhos e virei de lado, para o olhar.

-hm, o que te deu? –perguntei vendo o sorriso nascer em seu rosto.

-nada. –ele riu um pouco beijando minha testa.

-Edward? –ele voltou a me olhar. –eu também amo você.

[Rosalie]

-Alice, chega né? –falei a vendo virar mais um copinho de tequila.

-CHEGA NADA! –ela falou roubando mais dois copinhos do garçom. –VAMOS COMEMORAR!

-comemorar o que sua louca? –sussurrei, vendo que todos nos olhavam com caretas agora.

-HM, DEIXA EU PENSAR... –ela bateu o indicador no queixo. –JÁ SEI... A INDEPENDENCIA DA AUSTRÁLIA!

-a Austrália ainda não é independente, Alice. CHEGA! CHEGA! Está na hora do chocolatinho! –Falei passando uma nota para o garçom, que parecia bem entretido em Alice.

-MAS CHOCOLATE É TÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO CHATO! –Alice reclamou fazendo bico. Revirei os olhos cruzando os braços sobre o peito.

-que coisa mais fora de moda, afogar as mágoas na bebida? Hoje em dia existe uma coisa chamada...

-VODKA! –Alice respondeu sorrindo. Bati a mão na testa.

-não sua Tonga, eu estava dizendo... Ah não... –falei vendo meu irmão e meu namorado entrarem no bar.

TINHA QUE TIRAR ALICE DALI... E RÁPIDO!

-Alice, fiquei sabendo que tem uma liquidação na cidade. –falei sorrindo animadamente.

-não quero, cadê minha tequila? ARRIBA! –PENSA ROSALIE, PENSA!

-MAS... É NA LOJA DE BEBIDAS! –falei sorrindo abertamente.

-VAMOS!

Mas, como tudo tende a dar errado para mim (as vezes penso que alguém conspira contra mim, só pode) demos de cara com Emmett e Jasper, que olhava minha amiga com os olhos arregalados, provavelmente percebendo sua súbita alegria e os cabelos desajeitados.

-Rose, que surpresa. –Emmett falou tentando atuar e provavelmente não percebendo o atual estado de Alice.

-hm, Emmett? –Jasper chamou, o puxando pela camiseta. –acho que não vai adiantar.

-o que você fez? –meu namorado perguntou, vendo Alice se soltar de mim e correr para o meio do bar e começar a cantar (e a dançar) Britney Spears.

-EU? Ela é maior de idade, sabia? –falei olhando para trás. -tive uma idéia. –falei suspirando. –Alice normalmente escuta Bella, vou ligar para ela.

Peguei o celular e comecei a discar, vendo que mais algumas pessoas bêbadas se juntavam a Alice para cantar “I’m Not a Girl”. É, a coisa estava ficando critica. Bella demorou para atender, e quando finalmente o fez parecia ter corrido.

-alô? –ela falou ofegante.

-BELLA, SOCORRO! –falei vendo que Alice começava a chorar! AH, NÃO!

-agora? –ela perguntou parecendo meio relutante.

-Alice está bêbada, cantando e dançando... É, acho que seria uma boa, tipo assim, AGORA! –falei começando a me desesperar.

-ela já começou a chorar? –Bella perguntou alarmada.

-sim! –disse suspirando.

-ESTAMOS INDO! –é claro que o plural não passou despercebido, então cheguei a conclusão que ela estava com Edward e eu tinha atrapalhado a fuga deles. Ótima amiga eu era.

Enquanto eu respirava tentando não olhar em volta por que provavelmente Jasper estava tentando salvar Alice de alguma coisa, ouvi o barulho da porta bater e a ultima voz que eu queria ouvir naquele momento. MUITO INCOVENIENTE!

-SUMA DAQUI SEU ORANGOTANGO! –Aro berrou empurrando Julian para o lado. –CADÊ A MINHA DIVA?!

Azar, essa é uma boa definição para mim!