Lucas estaria voltando de um encontro com nossos amigos, e eu deveria ter ido, maaas... Coisas da vida... Eu me juntei com nossos amigos, que na verdade eram mais amigos dele, mas gosto de criar novos amigos pra sempre, é legal. O que gosto nesses amigos dele são os apelidos, Merino, Vivs, Livs, Gasperini, Dudu e Digo. Amo a criatividade de colocar sobrenome como apelido.

– Hey Anna! Porque não foi hoje? – Perguntou merino, não sabia o que responder, se contava a verdade ou se falaria simplesmente que não pude? Não sei se devia contar e tornar público o que era só meu.

– Hm, eu acordei muito tarde mon amour. Estava na casa do Caique. – Menti cumprimentando todos. Que saudades deles!

– Quer comer com a gente? – convidou Digo. Eles sempre iam comer antes de irem embora, eu nunca fui com eles por falta de dinheiro. – O Caique foi na frente, vamos vai.

– Okay. – Fui com eles comer no Starbucks, no caminho fiquei com a Gasperini e a Merino conversando, jogando conversa fora, lembrando das coisas... Eu ri muito, gostava de verdade daquilo. Sair e rir com amigos de verdade, esse momento é épico. Como se tudo voltasse ao normal. Como se no final eu sairia com meus amigos e tudo ficaria bem, um final de dia feliz.

Chegando lá, rimos, tomei um chocolate quente, jogamos conversa fora, era demais sair com eles. Livs segurou minha mão e perguntou:

– Como você tá? Sem mentir.

– Eu to bem, na verdade, to melhorando, com vocês aqui comigo. – sorri, Vivs me abraçou. Falando um “Sua fofa!”. Acho que nunca ri tanto, talvez ter conhecido meu ninguém, tivesse me melhorado, ou então ver meus amigos me fez bem. Ou ambos, não sei, só sei que estar lá foi a melhor coisa que já me aconteceu.

– Você é forte Anna, continue assim. Logo você vê que é tudo passageiro. – Falou Gasperini, sempre com as palavras certas. Eu decidi mudar de assunto, deixar o passado no passado. Todos haviam elogiado meu cabelo, quando saímos já estava muito tarde, estava somente eu, Lucas, Gasperini e Caique na paulista, andando e conversando.

Mais tarde chegou a Lore, que gosto de chamá-la de Rena, ela conversou com todos e depois veio até mim, elogiando meu cabelo, meu novo visual.

– Isso aí, você não pode e não precisa se prender ao passado. ninguém merece suas lágrimas. - Falou Rena me abraçando.

– Ei! Eu que falo isso pra ela! - Protestou Caique.

– Eu também, osh. - ela se virou pra mim. - Olha, hoje não posso ficar muito, pois já esta tarde, mas a gente marca de sair e conversamos mais. Se distraia muito e sorria muito, pois não importa o que aconteça, somos uma família grande e estaremos sempre do seu lado.

Rena se foi deixando apenas eu, Caique, Lucas e Gaperini sozinhos de novo. Passeamos mais um pouco antes de eu ter a minha linda e brilhante ideia:

– Gente, vocês não querem dormir na nossa casa? – convidei-os, não os queria longe, estava tudo tão legal nós quatro. Eu sei que sou meio apegada a momentos, às vezes eu quero que eles nunca acabem, é uma mania de querer sempre ser feliz.

– Não dá, amanhã eu trabalho. – Falou Lucas.

– Ah, pra mim dá de boa. – Gaperini aceitou, fiquei feliz, porém meio triste, pois queria nós quatro.

Ficamos mais um tempo conversando quando Lucas teve de ir embora e nós três fomos pra casa fazer brigadeiro, pipoca, ver filmes e claro, fofocar um pouco. E assim eu me senti como se tudo estivesse finalmente voltando ao normal.

O brigadeiro estava quase pronto, os filmes decididos, a pipoca pronta. Estava na cozinha preparando o brigadeiro quando meu celular tocou, era uma mensagem. Gritei pedindo para Gasperini pegar o meu celular e falar de quem era a mensagem.

– DO ALEX! – Ela gritou, eu congelei, larguei a panela e corri pra sala para pegar meu celular. Era mesmo uma mensagem dele!

“Heey, gostei curtir c vc hj”

Sério? Só isso que ele fala? Que raiva! Meu Deus, como pude ser tão idiota? Mas é claro eu por de trás daquele skatista do Reggae não tinha um Jedi, apenas um cara que gostou de “curtir” comigo hoje. E eu caio nessa outra vez. Pensei em não responder quando Caique apareceu do meu lado e falou:

– Então é ele o Ninguém? Porque não me contou?

– Ahn? – Gasperini parecia meio confusa, acho que minha expressão a teria preocupado. – Como assim gente?

– Hoje eu sai pra conhecer uma pessoa que respondia minhas cartas, que eu deixava num lugar qualquer, e descobri que era ele que respondia, e por um momento eu pensei que ele era mais do que um...

– Um galinha? – Perguntou ela. Gasperini o conhecia, ele fazia parte desta grande roda de amigos, e a visão que ela tinha dele, não era uma das melhores depois que eu descobri que ele ficava com outras enquanto estava comigo.

– É, ele é inteligente, sábio, tem uma filosofia crescendo dentro dele, e bem, a gente ficou.

– VOCÊ NÃO FEZ ISSO! – gritaram os dois em uníssono, até parecia ensaiado.

– Sim, bem, o que tive com Mateus, mesmo que tenha deixado uma dor, um sofrimento, nunca apagou os meus sentimentos pelo Alex. E bem, eu achei que... Não importa, ele acabou de me mandar uma mensagem falando que gostou“curtir” comigo hoje.

– Hoje, porque amanhã ele vai estar com outra, você sabe, né? Sabe, se ele fosse mesmo tão sábio, ele não beberia ou fumaria com 15 anos. E também não seria tão galinha. Ele seria mais centrado, sabe? – Falou Gasperini, e ela tinha a total razão, Alex era mesmo tudo isso que ela falou e mais um pouco, mas tem algo nos olhos dele, no sorriso dele, que realmente me encanta. Não sei explicar, mas é assim.

– Sabe, isso tudo é lábia, ele tem lábia, ele tem um charme pra conquistar qualquer garota que ele quiser. – Me alertou Caique, parecendo que lia meus pensamentos. Talvez ele não precisasse talvez meu rosto me entregasse sempre. Eu olhei pro meu celular, e decidi responder a mensagem.

“tbm gostei de curtir c vc hj”

Então eu joguei meu celular no sofá e por pouco ele não cai. Fiquei pensando um pouco, e não o conheço muito bem ainda, só porque troquei algumas cartas? Não, eu ainda não sabia do seu passado, e nem de seus planos do futuro, eu não sabia quem ele era, qualquer um pode escrever cartas lindas, dar um sorriso lindo e ter um brilho nos olhos igual o de criança em época de natal. Mas será que tudo isso foi lábia mesmo? Será que eu cai mesmo na dele? Me recuso acreditar. Quando alguém tem esse brilho nos olhos, esse encanto no sorriso, é de verdade, talvez ele tenha muitos defeitos, talvez não queira mesmo nada comigo, mas nas cartas eu sei que ele havia sido sincero. Pode ser burrice de minha parte acreditar em mentiroso, mas e confio em mim nesse ponto. Eu olho nos olhos das pessoas e vejo se são ou não confiáveis, sinceros, bons... Ele é... Mas hoje me fez pensar, eu conheço mesmo o Alex?

– Que cheiro é esse de queimado? – Pergunta Gasperini me tirando de meus devaneios.

– Meu Deus, o brigadeiro!