Ressurgente escrita por Let B, Muh


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Como estão?
O capítulo era para ontem, mas não deu. Entretanto o capítulo ficou enorme!! Quase 5 mil palavras...rsrsrs
E obrigada a essas pessoas maravilhosas que comentaram o capítulo passado:
*Pehtra Paraquett
*Maaa2014
*Star
*jhejhe
*Danielasrj
*Lizzy Jackson
*Little Pink
*anny Jackson chase
*Lyla
*Juliane
*su_tukinha
Amamos vocês!!
Espero que gostem do capítulo!!!



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P.O.V JACOB

Jacob seguia rumo ao antigo complexo da Erudição encontrar-se com Matthew e Caleb. Matthew havia dito a Jacob que o local anteriormente era a sede onde os membros da Erudição estudavam e faziam sabe se lá que tipo de experiência. Agora, eles o utilizam como laboratório, de certa forma, para Jacob ainda era a mesma coisa que antes.

Hoje era o dia que sairiam os resultados de vários exames a que Jacob fora submetido nos últimos dias. Aquele era para ser um dia importante e ele devia estar ansioso. Devia. Os acontecimentos da noite anterior, ou melhor, da madrugada, estragaram isso. Não que ele soubesse exatamente o que tinha acontecido, mas era possível supor. Ele havia sido acordado por uma gritaria, que identificou ser uma briga entre Damon e Beatrice. Não dava para saber exatamente sobre o que eles estavam falando, mas a situação não parecia nada boa. Levantou correndo da cama, pensando em ir até lá. Ele sabia que não devia se meter na briga deles, mas queria estar lá por ela. Quando chegou a rua, viu Tobias chegando com Zeke. O rosto dele estava coberto de hematomas e ele parecia furioso. Zeke tentava conversar com ele, insistindo para que ele não voltasse a casa dela. A casa dela. Num instante, Jacob compreendeu o que havia acontecido. Ele sentiu tanta raiva, quanto Damon deveria ter sentido. Mas diferente de Damon, ele não poderia fazer algo, não havia motivo para fazê-lo. Afinal, ele e Beatrice não tinham nada. E mesmo que ele quisesse fazer algo contra Tobias, aquele com certeza não era o momento. Não quando toda a cidade estava lá querendo saber o que estava acontecendo. Assim, a única coisa que ele poderia fazer era voltar a dormir e esperar.

Agora, lá estava ele esperando para ter os resultados. Mas sua mente estava em outro lugar. Ele havia decidido ir atrás de Beatrice, depois que saísse do laboratório. Ela, Tobias e Damon eram a fofoca da cidade, e soube que Damon havia partido antes do amanhecer.

Chegou ao local onde havia combinado se encontrar com os outros dois. Acenou para eles anunciando sua chegada, antes de entrar na sala onde eles estavam. Matthew parecia concentrado em alguns papéis, Caleb parecia um pouco aborrecido. Provavelmente, pelo que havia acontecido a irmã. Isso o surpreendia, pois Caleb sempre pareceu um tanto estranho para Jacob. É claro que ele havia ficado feliz e emocionado pela volta dela, mas tinha algo em Caleb... Um certo distanciamento frio. Jacob não sabia bem o porquê, mas não confiava no irmão de Beatrice. Beatrice poderia ser mentirosa e um tanto manipuladora quando lhe convinha, mas não era nem fria e nem cruel. Já Caleb... Vestido em um jaleco branco, parecia um cópia do Drº. Zank. Bem, talvez todos esses malditos se pareçam.

— Jacob que bom que você já chegou. Eu e Caleb estávamos analisando seus exames, um em particular: a ressonância do seu cérebro. — Matthew começou a explicar. — Tem algo interessante.

— Interessante como?

Caleb se levantou seguindo em direção a parede, apagou uma das luzes, escurecendo a pequena sala. Jacob percebeu um tipo de quadro branco na parede, onde Caleb colocou seus resultados. Acendeu uma pequena luz branca e pronto. Aí estava seu cérebro.

— Essas são imagens do seu cérebro. Essa parte aqui é o hipocampo, aqui fica o córtex cerebral. Antes de começarmos, quero explicar que sua falta de memórias sobre o passado é chamada de amnésia retrógrada. Tem várias causas. Neste caso, o paciente esquece eventos que ocorreram antes de passar por algum problema de saúde ou trauma. As memórias de curto e longo prazo são armazenadas, respectivamente, no córtex e no hipocampo. Quero que veja uma coisa aqui. — disse Caleb apontando para o que antes havia explicado ser o hipocampo. — Está vendo o que tem aqui?

Jacob olhou mais atentamente, mas não sabia o que procurar.

— Isso que parece uma mancha, isso não deveria estar aqui. Parece um tipo de dispositivo...

— E o que isso quer dizer afinal?

— Não sei bem o que é isso, Jacob. — respondeu Caleb passando as mão pelo cabelo. — Só sei que isso não deveria estar aqui. Não é um tumor ou um coagulo. Como eu disse parece ser uma espécie de dispositivo. Algo que foi introduzido por cirurgia. Mas, não há nenhum tipo de procedimento desse tipo, pelo menos conhecido. Sendo assim, eu posso supor que isso seja de alguma forma responsável pela sua falta de memórias.

— Tudo bem. — respondeu Jacob. — Acho que entendi. Então é só tirarmos esse dispositivo para que minhas lembranças retornem.

Caleb e Matthew se entreolharam como se estivessem analisando o que dizer em seguida.

— Jacob, nós não sabemos se podemos tirar isso de você. Pelo menos, não sem matá-lo ou torná-lo um vegetal. — falou Matthew parecendo cansado.

Jacob processou a informação. Então eles haviam descoberto como ele perdeu suas memórias, mas não havia como curá-lo? De que adiantava então ter feitos todos àqueles exames?

—Tem que haver uma maneira...

—Jacob, nós não acreditamos que haja uma forma de você recuperar suas memórias. Olha, para começar nem sabemos como puderam colocar isso em você. Não sem matá-lo. —disse Matthew. — Droga, nós nem sabemos como você foi trago de novo a vida. Isso está além da nossa capacidade.

— Mas, e o Doutor? Ele fez isso. Ele poderia ter uma forma de tirar isso de mim?

Desta vez foi Caleb quem respondeu:

— Pode até ser possível, mas não é provável. Uma cirurgia dessas é muita invasiva. Sei que não era isso o que você gostaria de ouvir. Acredite, também não era isso o que eu queria descobrir. Se houvesse como recuperar suas lembranças, também haveria uma chance para minha irmã.

Jacob se levantou. Aquilo era demais para ele. Ele realmente acreditou que poderia ter suas lembranças roubadas de volta. E agora eles estavam dizendo que isso nunca aconteceria. Tudo que ele desejava era sair o mais rápido possível dali.

— Jacob, eu sei que está decepcionado. Mas, eu ainda gostaria de poder fazer outra, digamos, experiência com você.

Jacob estreitou os olhos, Caleb novamente parecia com seu velho “amigo” doutor. Aquilo fez o sangue de Jacob ferver, mas tentou não demonstrar a raiva que estava sentindo com aquele papo de experiência.

—Nós, eu e Matthew, achamos que seria interessante que você passasse por um último exame. É o procedimento que a Audácia usava para analisar os medos dos iniciando e ver como eles lidariam com eles. Sei que pode parecer sem sentido querermos fazer essa experiência com você agora que sabemos que não há o que fazer. Mas talvez possamos descobrir mais sobre o Doutor. Esse exame mostra os seus medos mais profundos, imagino que a época que você esteve aprisionado no Hospital tenha causado um trauma em você. Quer dizer não é algo que se possa superar rápido, não é? Bem, não sabemos se isso realmente será útil, mas acho que vale a tentativa não é?

— Mas, é você que tem que decidir Jacob. A decisão é sua. — Matthew disse rapidamente. Ele devia ter percebido o desconforto e raiva que emanava de Jacob. Caleb ao contrário parecia não notar, ou fingia.

Jacob concordou, e Caleb assentiu satisfeito. Se encaminhou em direção a um quarto, e ele e Matthew o seguiram. No quarto havia apenas uma cadeira com uma pequena mesa ao lado. Caleb pediu para ele se sentar.

— Vou aplicar um soro em você. Depois disso sua mente irá vaguear por cada um de medos. Você só conseguirá passar de uma passagem de medo para outra depois que houver conseguido lidar com o medo da passagem atual. Você provavelmente perceberá que é uma ilusão, isso se seus genes forem normais, o que suponho que sejam. Nós veremos tudo o que estiver acontecendo com você. Não se preocupe, pode ser assustador, mas não é perigoso.

Jacob não estava atenção em nada que o outro falava. A ideia de que aqueles dois veriam todos os seus medos mais profundos era ainda mais assustadora que passar por eles. Mas se desistisse agora, eles perceberiam que ele estava com medo, ou pensariam que ele estava escondendo algo. Caleb pegou uma seringa e injetou nele o conteúdo. Sentiu seu corpo amolecer e foi perdendo a consciência

–------X-------

Jacob já havia passado por várias passagens, mas nada com que ele não pudesse lidar. Em um deles, Beatrice apareceu. Dizendo a ele como ele era estúpido, que ela nunca gostaria de alguém como ele. Ela o desprezava e dizia que tinha pena dele, e ria debochando dos sentimentos dele. Até agora aquele tinha sido o pior, e também o mais constrangedor, principalmente considerando que outras duas pessoas também estariam vendo aquilo. E, o pior, uma dessas pessoas era o irmão dela.

Mas aquele lugar onde estava agora, o aterrorizou. Estava de novo no hospício, deitado em uma cama. Seus braços e pernas estavam amordaçados, presos junto à cama. Ele só conseguia mexer a cabeça. Atrás dele, estava o Doutor olhando satisfeito para ele. Estampando no rosto o mesmo maldito sorriso que Caleb havia lançado a ele.

— Você não foi um dos meus casos mais interessantes, sabe Jacob. Espero que me surpreenda após essa pequena cirurgia. Não precisa ficar com medo, você não se lembrara disso e nem de nada mais. Será uma nova vida, uma página em branco. Nada de tristezas e arrependimentos, só o futuro. Não parece fantástico? — ele levantou uma seringa e injetou na veia de Jacob. Ele começou a sentir suas pálpebras ficando pesadas. E enquanto perdia a consciência, ouviu a voz do Doutor. — Uma vida nova. Uma nova chance. Esse não é o melhor presente que você poderia ganhar?

P.O.V Meg

—Sim, eu vou avisar. — disse Meg — Ok. Obrigada. Tchau.

Meg colocou o telefone de volta no gancho e suspirou. Zeke havia ligado novamente para dizer que Tobias estava bem melhor depois do incidente da madrugada anterior. A briga de Damon e Beatrice havia ser tornado a fofoca da cidade inteira. Meg ligou para Jacob querendo saber o que tinha acontecido, pois se alguém sabia dos acontecimentos da vida amorosa de Beatrice era Jacob. Ele estava muito irritado e respondeu o que viu e dizendo o que achava que tinha acontecido. Meg tinha ficado bem surpresa no começo, mas depois tudo fez bastante sentido já que era óbvia a atração que existia entre Tobias e Beatrice.

— Ei! — ela estalou os dedos na frente de Christina que parecia estar viajando em sua própria mente. Sentou-se no sofá de frente para ela.

— Era o Zeke? — indagou logo após sair do transe.

—Sim. Ele disse que Tobias está bem melhor e está com muita raiva de Damon. Não se preocupe com ele.

Meg sorriu tentando alegrá-la. Christina parecia bem distraída depois de descobrir o que aconteceu entre Tobias e Beatrice, ela parecia até um tanto triste. Meg sentia um pouco de raiva de Tobias por deixar a amiga tão triste, entretanto nada podia fazer porque Tobias estava apenas seguindo o seu coração e não havia nada de errado nisso.

— Você tem certeza de que está bem? — Meg segurou a mão de Christina a fazendo olhá-la nos olhos. Percebeu que Christina contraiu um pouco a mão como se estivesse nervosa ou talvez desconfortável. Ela já tinha dito que não se importava com o que havia ocorrido, mas Meg não acreditava nela.

— Eu estou bem. Não se preocupe. — Christina sorriu, um sorriso verdadeiro e apertou a mão de Meg mais forte desta vez parecendo mais calma.

— Então por que você está assim? Meio triste? — ergueu a sobrancelha.

— Só estou com sono, Meg. Não se preocupe. — Christina manteve o sorriso no rosto.

—Você parece triste com o que ocorreu entre Tobias e Beatrice. Tem certeza que está bem?

—Sim, eu tenho. Sabe o porquê? Eu já superei o Tobias. Por favor, acredite em mim.

Meg rendeu-se ao lindo sorriso que Christina mostrava naquele momento, além de seus olhos estarem brilhando. Ela disse que já tinha superado Tobias, isso era muito bom e encheu seu peito de esperanças...

"Meg! Pare de pensar coisas uma coisa dessas!" gritou mentalmente.

Meg já tivera muitas experiências na vida para saber exatamente o que estava sentindo em relação à Christina. Contudo ela não iria estragar tudo o que tinha construído com ela até aquele momento, além de que era apenas uma queda por Christina, ou seja, não valia estragar tudo por causa disso.

E ainda tinha o fato que Christina já tinha namorado dois caras, Will e Tobias, e isso significava apenas uma coisa para ela: Christina era hétero. Além disso, esta parecia ainda parecia nutrir sentimentos por Tobias. Apenas isso era o suficiente para fazer Meg desistir de tudo. Meg superaria isso, ela sempre superava.

Christina aproximou-se com o queixo apoiado nas mãos como se tivesse esperando Meg dizer alguma coisa, porém tudo o que ela conseguia pensar era que a outra estava perto demais. Por isso antes de dizer qualquer coisa ela se afastou o que pareceu incomodar Christina, mesmo que só um pouco. Até Meg se surpreendeu com sua própria reação, afinal as duas estavam sempre trocando olhares e muitas vezes se abraçavam. Não era porque Meg não conseguiria se controlar, ela sabia até onde poderia chegar, porém nos últimos tempos, mais especificadamente há um dia, ela preferia prevenir a remediar.

“Seria mais fácil se ela ajudasse!" Meg resmungou mentalmente.

— Você quer ver um filme ou algo assim? Eu ia sugerir fazer alguma coisa na cozinha, mas sabemos que isso não deu muito certo. — Christina riu depois de encarar Meg profundamente, o que a fez sentir um arrepio na espinha. Ela estava se referindo a tentativa delas de fazer um bolo no dia anterior que deu terrivelmente errado, porém elas se divertiram e riram bastante.

— Hm... Sim, ver um filme parece uma boa ideia.

Christina sorriu ligando a televisão e deixando no primeiro canal que tinha um filme no começo. Não era um filme conhecido e nem um assunto que lhe interessava, porém ficar na companhia dela já bastava.

"Caramba! Você não consegue parar de pensar nisso, Meg? A garota é hétero e isso está bem na cara! Esquece isso!"

E mais uma vez Christina não ajudou ao apoiar sua cabeça em seu ombro e segurar seu braço. Tentou parecer confortável, entretanto sabia que Christina percebia como Meg se sentia, já que olhava toda vez para ela examinando seu rosto.

—Sabe o que você disse sobre ter superado Tobias? — falou de repente.

—Sim.

—É verdade? É realmente o que você sente? — antes que Christina pudesse responder Meg continuou — Do fundo do seu coração.

— Acredite em mim. Eu superei Tobias do fundo do meu coração. — respondeu sem hesitar apertando o braço dela com mais força.

— Como?

Christina suspirou pesadamente.

— Quando você veio aqui aquele dia para checar que se eu estava bem eu realmente não estava, porém acho que ter uma amiga como você de novo me ajudou muito. Eu acho que você é a maior culpada por eu já ter superado o Tobias. Obrigada.

Meg paralisou. Ela piscou os olhos várias vezes para ter certeza do que tinha ouvido, até chegou a imaginar mensagens subliminares nas palavras de Christina, mas se repreendeu mentalmente por isso. Estava com medo de encará-la e ficar com cara de idiota, por isso ficou em silêncio.

— Não vai dizer nada? — Christina reclamou tirando a cabeça do ombro de Meg e virando o seu queixo com o objetivo de fazê-la a olhar nos olhos.

— E-Eu... — Meg gaguejou — Bem, de nada, eu acho.

Meg suspirou controlando sua respiração, voz e expressão. Ela não costumava ficar assim perto de outras garotas e não podia ficar assim perto de Christina, a última vez que houve algo parecido à outra garota percebeu e aquilo deu fim a amizade.

"Está tudo sobre controle" ela se acalmou.

— Quero dizer, é bom ter uma amiga como você também. Mas você não precisa me agradecer, não estou fazendo nada por favor ou obrigação. Subitamente Christina a abraçou e gargalhou na sua orelha, Meg não entendeu muito bem a reação, afinal o que ela disse não era diferente do que qualquer outra pessoa no seu lugar diria, ou seja, nada de especial. Mesmo um tanto surpresa ela retribuiu o abraço apertando Christina contra o seu corpo e sentindo o leve cheiro de xampu no seu cabelo.

— Obrigada mesmo assim. — Christina fez um movimento com intenção de beijar a bochecha de Meg, porém ela virou levemente o rosto e Christina acabou beijando muito perto do canto de sua boca. Enquanto Christina sorriu como se estivesse se desculpando Meg ficou sem muita reação apenas encarando o vazio com as bochechas levemente ruborizadas.

Estava tudo bem, tudo estava sobre controle, Meg retribuiu o sorriso com a mesma intensidade. E tudo teria continuado bem se Christina não tivesse a beijado naquele momento.

P.O.V Christina

Christina não sabia qual foi o momento em que começou a se interessar por Meg. As duas passavam quase todo o tempo livre juntas nesses últimos dias, mas a aproximação inicialmente não passara de uma despretensiosa amizade. Ela nunca havia tido nenhum interesse em garotas, então, quando percebeu que talvez estivesse interessada em ter algo a mais com Meg, ficou um tanto surpresa. É claro que tudo poderia ser causado pela carência que ela sentia desde que Beatrice voltara, por isso preferiu ignorar o que estava sentindo no começo. Mas ali, naquele momento, ela sentiu vontade de beijá-la, e o fez.

A boca da outra era quente e macia, e Christina aprofundou o beijo. Meg inicialmente permaneceu estática, surpresa pela iniciativa de Christina de beijá-la. Mas levemente se deixou levar, respondendo ao beijo. Ela segurou na nuca de Christina, puxando-a mais para si. Quando o ar se fez necessário, as duas interromperam o beijo, mas se mantiveram próximas.

— Bem, acho que eu não esperava isso. — Meg disse, tentando controlar a respiração ofegante.

—Se isso te servir de consolo, eu também não. — respondeu Christina rindo surpresa em estar admitindo isso. Meg também riu, e Christina sentiu-se tão terrivelmente leve. Aquilo não era complicado, era doce e tranquilo e parecia tão certo.

Beijou-a de novo, e dessa vez Meg já não estava surpresa. A doçura foi substituída pela intensidade, o que tornava ainda mais perfeito. Christina sentiu o corpo tombar para trás, deitando no sofá, enquanto Meg a beijava ainda mais intensamente. Suas mãos passeavam pelo corpo de Meg, tentando conhecer cada detalhe. Num rompante, Meg parou de beijá-la e sentou-se novamente.

—Desculpa por isso. É que já faz algum tempo que eu não... Não fico com alguém dessa forma. — ela parecia constrangida. — Eu não quero pressioná-la dessa forma.

— Você não esta me pressionando...

— Christina, por que você me beijou? — Christina ficou aturdida com a pergunta dela. Como assim por quê?

– Você está...? Ahn, eu não sei como perguntar isso a você. O que você falou antes sobre Tobias era sério? Você está me beijando porque você quer ou porque está com raiva dele?

A pergunta de Meg a magoou, mas ela compreendia. Há alguns dias Christina estava chorando pelo término com Tobias, e logo após saber que havia acontecido algo entre ele e Tris, ela resolvera beijar Meg. Talvez ela devesse ter esperado por outro momento, mas ela se deixou levar pelo momento. Então era compreensível, para ela, a dúvida de Meg.

— Eu não fiz isso por estar com raiva dele ou coisa assim, se é isso o que você acha. Eu estava falando sério quando disse que já superei minha situação com ele. O que aconteceu ontem entre eles... não me surpreendeu. Eu já esperava por isso, desde o momento que Tris voltou.

— Beatrice.

— O que? – perguntou Christina sem entender.

— É que é estranho ver vocês a chamando de Tris. Para mim, ela sempre foi Beatrice.

— Bom, que seja. Eu sabia que isso ia acontecer, e não, não estou com raiva deles. Acho que nunca estive com raiva deles, eu estava com raiva de mim mesma. Porque minha melhor amiga morreu, e eu... Bem você sabe. E ela voltou, e tudo o que eu pensava era que eu nunca devia ter me envolvido com Tobias. Quer dizer, eu sei que a vida tem que continuar e essas coisas, mas me senti como se estivesse roubando algo da minha amiga. Mesmo que ela não seja mais isso, quero dizer, minha amiga. Acho que ela nem gosta de mim.

— Acho que não, ela é assim mesmo, um pouco fechada. Talvez ela apenas não saiba como se aproximar de você.

— Ou talvez não queira. — Christina constatou distraidamente. — Mas não quero falar sobre ela agora. Você me perguntou por que eu te beijei, e a resposta é simples: porque eu quis. Eu quis ficar com você, não por raiva, nem, vingança e não, nem por carência ou algo assim que talvez você esteja considerando. Eu te beijei, porque desejava há dias fazer isso, e porque você é essa pessoa que eu simplesmente não sei como pude viver tanto tempo sem conhecer. Porque com você me sinto leve e feliz, porque você me faz tão bem, e porque eu queria tanto.

Meg sorriu. Ela levou a mão até o rosto de Christina acariciando sua bochecha levemente. Christina sentiu o corpo quente, e imaginou o quanto ela devia estar vermelha naquele momento. Não era do seu feitio corar daquela maneira, o tempo que passara na Franqueza a tornou segura e um pouco descarada.

— Eu só... Você sabe nunca fiz isso antes, quero dizer, nunca fiz isso com outra garota. Então eu entendo que talvez você não esteja interessada ou em dúvida quanto ao que está rolando aqui — disse apontando para Meg e depois para si mesma. — Nunca senti isso que sinto com você por nenhuma outra garota. Então este é o momento certo para dizer, se o que você quer é pular fora.

— Eu jamais ia querer isso. – Meg respondeu sorrindo para ela. O coração dela deve ter pulado nesse momento, mas Christina não teve tempo de pensar nisso. Meg a beijou, e todos os outros pensamentos evaporaram.

P.O.V Beatrice

Beatrice não era de chorar, por isso, quando amanheceu ela deixou as lágrimas da noite passada para trás e se concentrou na última coisa que Damon havia lhe dito. Saber que o Doutor a estava procurando a aterrorizava, mas ela não se deixaria tomar pelo medo. Foi para a cozinha e escolheu a faca com o gume mais afiado. Seguiu até uma árvore que havia próxima a casa que ela agora vivia sozinha. Mirou e atirou a faca, que cruzou o ar rapidamente e foi parar no local exato onde ela queria.

O tempo em que estava ali a havia deixado preguiçosa, mas agora ela se poria em movimento. Ela precisaria estar preparada ao máximo, tanto fisicamente quanto mentalmente, para quando o reencontro entre ela e o doutor acontecesse. Ela ficou alguns minutos ali, apenas atirando a mesma faca variadas vezes na mesma árvore.

Quando por fim, se sentiu entediada, viu Jacob vindo em direção a sua casa. Parou e acenou para ele. Ele seguiu até onde ela estava e trazia no rosto uma expressão sombria.

—Não sei se já sabe, mas você é o assunto do dia. — disse ele quando se aproximou mais dela. — Vocês fizeram um ótimo show ontem.

— Cidade pequena hein. O que estão dizendo sobre mim? Pensando melhor, deixa para lá, acho que prefiro não saber.

— Então, ouvi dizer que Damon foi embora.

— É, eu acho que sim – ela disse suspirando.

— E você e Tobias... Estão tipo o que agora?

— Não acho que isso seja da sua conta, Jacob.

Ela percebeu a raiva que emanava dele. Ah, isso era tudo o que eu precisava. Mais drama, pensou.

— Como você, por que... Que merda, Beatrice. Porque fez isso? – ela apenas deu de ombros. – Eu achei que... Quer saber, você é tão egoísta. Você ao menos pensa em alguém? Você pensou em mim?

— Jacob, eu já disse que você não tem nada a ver com isso. Que droga, não tenho porque te dar explicação sobre o que faço. Está preocupado com a possibilidade de ser banido da Revolução? Se for isso você devia partir junto com Damon. Apesar dele não gostar de você, acho que ele não o expulsaria.

— Sabe o que eu estava fazendo esta manhã? Eu estava tentando arrumar uma maneira de recuperar minha memória, nossa memória. Mas é claro que você não saberia isso, afinal, você só pensa em si mesma. Antes que você crie esperanças, não há modo de recuperar as lembranças, não sem correr um risco enorme de morrermos. ]

— Sinto muito por isso. Mas eu não sei se eu gostaria de recuperar as lembranças do que aconteceu antes de eu morrer. Isso tornaria tudo ainda mais complicado do que já está, e talvez mudasse quem eu sou, e acho que gosto de mim do jeito que sou agora. E não posso me dar ao luxo de por minha vida em risco agora, não com o que está chegando. Damon me contou ontem que o Doutor está procurando por mim.

— Por você? Quero dizer, só por você?

Isso até seria engraçado, se já não fosse trágico. Sério que Jacob estava com ciúmes por ter sido ignorado pelo doutor? Ela sentiu vontade de gargalhar, mas segurou o riso. Jacob já estava sombrio demais. Debochar dele, só o deixaria com mais raiva.

— Isso só torna as coisas que você fez ontem piores. Antes nós teríamos a ajuda da Revolução. Agora... Depois do que você fez só teremos nós mesmos para enfrentá-lo.

— Não adianta ficar se lamentando agora por algo que já foi feito. E como eu disse, você poderia voltar para Revolução, se está com tanto medo, e se esconder como um covarde.

— Cala a boca! Você sabe que eu jamais deixaria você. Mesmo que tenha agido como uma puta ontem. — Beatrice se surpreendeu com as palavras dele. — Sabe, eu sempre entendi porque você estava com o Damon. Afinal, ele é o líder da Revolução, você precisava dele. Mas Tobias...

— Como você ousa insinuar que eu só estava com Damon por interesse? O que você acha que eu sou? – Jacob deu um risinho debochado. Beatrice estava irritada, ela nunca imaginou que Jacob, justo Jacob, pudesse pensar isso. — E o que você tem a ver com isso?

— Você sabe. Você sempre soube. O que eu sinto por você. Eu tinha raiva de você com Damon, mas entendia. Entendia porque você não ficava comigo, e sim com ele. Mas eu sempre soube que quando Damon não importasse mais, era comigo que você ficaria. E aí você vai e fica com esse maldito Tobias?

Beatrice olhou assustada para ele. Ela sempre soubera que Jacob tinha uma paixonite por ela. Ela nunca se preocupou, e pensou sombriamente, usou isso para manipulá-lo e o manter por perto. Ela deveria saber que alguma hora aquilo não ia terminar bem.

Jacob sempre fora o tipo de cara que não gostava de se comprometer. Ele sempre ficava em cima do muro, como se estivesse esperando que ninguém prestasse atenção nele. Se ninguém o visse, ninguém esperaria nada dele. A única pessoa que Jacob se comprometeu foi a ela. Quando ela sugeriu a fuga do hospital, ele enfim teve que sair de cima do muro. Ela o pressionou para que ele fizesse uma escolha, e ele a escolheu. Apesar de por vezes ele ser um tanto irritante, era bom para ela ter alguém que ajudasse a carregar o terror que ela passou naquele hospital psiquiátrico. Ela o usou sabendo dos sentimentos que ele nutria por ela, e nunca deixou claro que nunca teria nada com ele. Apesar de saber que havia agido errado, ela não conseguia não odiá-lo naquele momento.

—Meu Deus, Jacob você é patético. Você achou mesmo... Que eu queria você? Você achou mesmo que um dia eu me interessaria por você? – ela sabia que estava sendo cruel com ele, mas não conseguia evitar. E de qualquer jeito era melhor arrancar aquilo rápido, como um band-aid. Se ela fosse seca e direta, talvez aquilo doesse menos. – Eu nunca quis você.

Ela olhou diretamente nos olhos dele enquanto dizia aquilo, e pode ver o quanto ele a odiava por isso. Ele não podia imaginar o quanto ela também se odiava por dizer aquilo.

— Você se arrependerá disso, Beatrice. Eu prometo a você que farei você sofrer dez vezes mais, do que você me fez sofrer agora.

Ela sentiu a ameaça dele gelar seus ossos. Ela sabia que ele cumpriria esta promessa, sabia que dias negros estavam por vir, e de que alguma forma Jacob participaria.


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Notas finais do capítulo

Aconteceu tanta coisa que nem sei o que comentar, rsrsrsrs. Então, o que vocês acham que vai acontecer? O que acharam do novo casal da fic? O que vcs acham que o Jacob vai fazer? Comentem o que acharam!! :)
Obrigada por lerem e até o próximo capítulo! Bjs.



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