Novembro não era a melhor época do ano, não só por causa do frio mas sim por que era o mês do meu aniversário,estava acostumada ganhar sempre um livro de feitiços da minha mãe,mas com minha aproximação com o meu pai me deixava cheia de expectativa. O que era ridículo, já que era provável que ele nem soubesse o dia do meu aniversário, fora que meu aniversário já passou. O que me levava a minha maior preocupação, depois que me recuperei na Ala Hospitalar fui até a sala do meu pai no fim das aulas, daquela tarde.

– Preciso falar com o senhor, é importante – disse olhando para os pergaminhos que ele dava nota sem nem olhar direito.

– Espero que seja – respondeu sem tirar os olhos do pergaminho que tinha em mãos

– Minha mãe não responde minhas cartas – disse preocupada – E ela não responde desde o começo do ano. Levando em conta que ela pirou quando eu disse que tinha conhecido o Sr. Malfoy no beco diagonal, ela ficaria paranóica, querendo saber de tudo o que se passa aqui na escola. – finalmente tinha conseguido sua atenção

– Entendo – disse com um olhar pensativo e distante – Verei o que eu posso fazer e fique longe de encrencas!

Quando sai da sua sala fiquei um pouco aliviada, ele iria fazer alguma coisa em relação a isso afinal. Mas desde que o mês de novembro chegou e eu não tenho nenhuma noticia de que ele esta fazendo alguma coisa. Os jogos de quadribol estavam próximos, coisa que eu pouco importava, mas como a sonserina e a grifinória estava envolvida era difícil não pensar no assunto.

Como estava ficando tarde e não queria encarar os idiotas da sonserina, fui para uma antiga sala de aula, que pelo acúmulo de poeira, não era usada por alguns anos, o que era perfeito para mim, depois de pedir uma pequena ajuda dos meus amigos elfos domésticos a sala ficou pronta para o meu uso pessoal, onde eu treinava minhas azarações e fazia algumas poções e também era um ótimo refugio. Fiquei na sala o maximo que pude,quando já estava tarde o suficiente,fui para o salão comunal.

*

Hoje tinha quadribol, mas não estava muito a fim de assistir o jogo. Acho que não gosto de quadribol, é um jogo violento. Fora que eu provavelmente torceria contra a Sonserina, o que pioraria a minha reputação entre os sonserinos, fora que não sou louca em torcer pela grifinória estando rodeada por sonserinos, seria suicídio.

Quando estava todo mundo indo para ver o jogo,eu sorrateiramente sai de fininho e fui até a antiga sala,ficaria terminando meus deveres de casa,em quanto o jogo rolava.

– Você é diferente dos outros alunos de sua casa – disse uma voz atrás de mim. Virei rapidamente para ver quem era e fiquei surpresa quando vi que era um fantasma.

– V-Você..? É a dama cinzenta? - disse gaguejando pelo susto

– Não me chame assim! – disse o fantasma elevando sua voz, ficando bem assustadora. Ela começou a flutuar para fora da sala.

– Espere! – gritei, chamando sua atenção – Foi rude da minha parte te chamar assim,desculpa – disse,deixando-a surpresa

– Pediu desculpas a um fantasma? – disse a dama cinzenta não acreditando nas palavras que tinha proferido.

– Deve achar estranho, mas eu já tive varias amizades com fantasmas antes de vim a Londres – disse dando um sorriso amigável – E como você disse, não sou como os alunos da minha casa.

*

Naquela tarde descobri que a Grifinória tinha vencido o jogo, resolvi então dar os parabéns ao Potter e também não nos falávamos desde o episodio do trasgo.

Quando eu o achei, ele estava acompanhado pela Hermione e o Rony, juntos eles conversavam com o guarda caça. Parecia que eles discutiam sobre quem tinha azarado a vassoura do Potter durante o jogo, eles suspeitavam do Snape. Fiquei em uma distancia segura e que não podia ser vista por eles. Precisava saber melhor dessa história. Fiquei ouvindo a história toda que eles contavam. Parecia que um tal de Nicolau Flamel e Dumbledore estavam envolvidos com alguma coisa e que estava ligado ao cão de três cabeças.

Depois que foi seguro sair do meu esconderijo, fui à biblioteca atrás de informações sobre esse Nicolau Flamel, mas no fim do dia eu estava coberta de poeira e não tinha descoberto nada.

– Posso pedir ajuda dos fantasmas, como fiz da primeira vez – disse em quanto saía da biblioteca. Empolgada fui correndo pelos corredores de Hogwarts atrás de algum fantasma, mas só achei o pirraça, mas conversar não é o estilo dele. De qualquer forma, não consegui muitas informações hoje, acho que vou deixar para amanhã.

Quando eu acordei, levei um susto, as minhas colegas de quartos reviravam minhas roupas, fora que tinha duas delas me observando.

– Ô loirinha para de mexer nas minhas coisas! – gritei me levantando, ficando sentada na cama.

– Desculpas, mas estamos muito curiosas – disse se desculpando, ela tinha um sotaque familiar, acho que era Frances.

– Hoje é a primeira vez que você acorda depois da gente – disse a ruiva do meu lado, ela tinha olhos cor de mel, olhando para ela reparei que todas as meninas estavam com os seus pijamas.

– Que horas são? – perguntei

– A hora não importa! Fala mais sobre você – a morena do meu outro lado me lançava um olhar de pura curiosidade.

Em quanto eu não falei sobre coisas de pessoas da nossa idade conversam, elas não me deixaram em paz. Mas quando elas me conheceram melhor, toda aquela afobação foi embora, mas a curiosidade continuava. O que fez elas me seguirem em todas as aulas, que tínhamos juntas,só consegui me livrar delas,em feitiços e História da magia.

No final da tarde, nos reunirmos em volta de uma arvore no terreno da escola, tinha alguns alunos por perto, aproveitando o final da tarde.

– Loirinha, sei que quer me perguntar alguma coisa então fala logo! – disse encostando na arvore,em quanto as outras formavam um circulo em minha volta.

– Eu tenho nome! Mabelle Jacques – disse estufando o peito de orgulho – Uma das melhores famílias da França, mas isso não vem ao caso. Eu queria saber sobre os rumores – seus olhos verdes penetrantes me deixavam desconfortável, e a pinta que ela tinha de baixo do seu olho esquerdo indicava que eu não sairia dali tão cedo.

– Não sei de nenhum rumor – disse entediada em quanto revirando minha mochila, que estranhamente tinha um livro de capa amarela, que eu não me lembrava de ter colocado lá.

– Como não! – pelo tom de voz, ela parecia alarmada, como se fosse o fim do mundo.

– O rumor é... – disse a ruiva impedindo a Mabelle de falar mais alguma coisa, gostei dela, ela tem pulso firme – Que você é filha do professor Snape. – elas me olharam cheias de expectativas.

– O rumor é verdadeiro – disse pegando o livro de dentro da minha mochila. Por um estante achei que ia perder minha audição, elas gritaram tão alto, que os alunos próximos a nos, começaram a nos encarar. – Que Merlin poupe meus ouvidos!

– Então é mesmo verdade! – comentou a morena. Em quanto elas se distraiam com essa informação eu coloquei o livro no meu colo. Ele continha muito mais detalhes de quando eu o olhei pela primeira vez, tinha pequenas pedrinhas vermelhas, nos finais dos contornos dourados, na capa dizia, na verdade estava escrito em uma língua desconhecida, era bem estranho. Abri o livro vendo o que tinha na primeira pagina, com letras bem grades que ocupava a pagina inteira estava “Alois Levierre e Jane Herondale, o conto final por Andrômeda Snape”, aquilo era muito estranho. Olhei na outra pagina e estava em branco. O que era aquilo?