Depois de receber essa resposta, ele roçou nossos lábios e iniciou um beijo calmo, que serviu como pedido de desculpas e reconciliação. Por mais que algo tenha se quebrado entre nós ainda nos gostamos muito, e não é justo acabar com uma linda história de amor por um mal entendido.

#Camila

Ok depois de uma guerra com o Leon para tentar mente-lo sob controle ele me explicou porque agiu de tal forma, e eu achei muito estranho a Violetta deixar um cara que ela nem conhecia ficar tão próximo, ser tão invasivo, mas a vida é dela e ela faz o que quiser, quem sou eu para dar sermão na menina?!

Acho que eles vão se resolver, pelo menos espero que ela acalme Leon, pois mesmo se controlando ele estava prestes a explodir.

Não sei como estando no estado de agora eu consegui segurar a onda dele, pois eu é que estava prestes a explodir em lágrimas minutos antes de encontrá-los. Posso ter rejeitado Broduey, mas isso não significa que eu não goste dele, aliás foi por isso mesmo que o rejeitei, eu gosto muito dele e não aguentaria passar por outra decepção. Agora quero seguir em frente, mas cada vez que penso nisso meus olhos enchem de lágrimas e é impossível não acelerar os batimentos e a respiração.

Caminhei em paços lentos até a cozinha onde tomaria um belo e tranquilizante drink com muito álcool para relaxar. Tinha uma senhora de meia idade atrás do balcão fazendo algumas bebidas e arrumando pequenas porções de amendoins e sanduichinhos os colocando sobre o balcão que nos dividia.

SENHORA – Tudo bem com a senhorita? – perguntou simpática.

CAMI – Sim... esses aqui estão bem caprichados? – perguntei apontando para as bebidas que estavam sobre a bandeja.

SENHORA – Tem a dose certa para adolescentes! – ela respondeu segurando um para me entregar.

CAMI – É... eu costumo tomar coisas mais fortes do que a “dose certa”, será que poderia preparar um especial pra mim? - falei recusando o copo e o colocando de volta sobre a bandeja de metal.

A mulher me olhou relutante, porém se virou para a bancada da pia e começou a fazer o que lhe pedi.

MAXI – Camila! Que surpresa te encontrar sozinha. – me surpreendeu sentando-se ao meu lado e sorrindo divertidamente como costuma fazer.

CAMI – Às vezes preciso de paz... – ele me olhou com uma expressão insana e ilariante o que me fez cair na gargalhada. – O que foi?! – perguntei tentando controlar o riso.

MAXI – Eu pensei que Camila e Paz fossem palavras que jamais pudessem se relacionar. – disse ainda em estado de choque.

A moça se aproximou e me entregou o drink, eu a agradeci e comecei a tomá-lo dando um belo gole no mesmo. Mas o copo foi tirado de minhas mãos por Maxi que me olhou novamente horrorizado.

MAXI – Que isso Camila?! – afastou o copo de mim. – Olha o cheiro desse treco, você vai passar mal.

CAMI – Da licença que a vida é minha e eu faço o que eu quiser! – respondi contrariada tentando pegar a bebida de volta.

O senhor Ponce me olhou fulminante como se ele estivesse perdendo a paciência que ultimamente tem sido bem grande.

MAXI – Como é?! – perguntou alterado em tom elevado. – Eu venho aqui ver como você esta e te encontro se embebedando! – afirmou claramente irritado.

CAMI – O que tem em?! Me deixa, vai cuidar da sua vida! – falei brava querendo minha bebida.

MAXI – Do que acha que sou feito? – perguntou afastando ao máximo o copo de mim. – De ferro ou algum outro metal ultrarresistente? – disse ironicamente soltando uma risada nervosa em seguida. – Olha só Camila, se você é tão irresponsável ao ponto de agir dessa forma eu não sou, e não pense que vou deixar você fazer burrada e ficar de braços cruzados. – despejou o liquido do copo em uma plantinha que estava no balcão.

Que desperdício, ele acha que é meu pai pra mandar em mim? Ou meu irmão? Ai que raiva Máxi, você aparece na hora errada, no lugar errado, não dava pra chegar um pouquinho depois, tempo o suficiente pra mim terminar de tomar minha bebida?! Tá, tudo bem, ele não esta errado em querer que eu permaneça sana, mas ninguém fica bêbado com um copinho só!

CAMI – Ei, não pode fazer isso! – falei pulando em cima dele, tirando o boné e o esbofeteando.

MAXI – Camila! – falou tentando me conter, mas eu não parei. – Cami!!! – me segurou firmemente me colocando em seu colo e passando seus braços ao redor do meu corpo deixando minhas mãos presas. – Porra, isso dói! Dá pra parar?! – falou por fim.

CAMI – Me solta Maxi... – disse calma e desanimada. Que droga, eu odeio perder.

MAXI – Não, primeiro você vai me contar o que houve. – ordenou pacifico diminuindo a força com a qual me segurava.

#Violetta

Subi ás escadas do porão saindo da pista de dança, já que aquele tinha sido o caminho traçado por Leon e Camila há alguns minutos. Quando passei pela porta que dividia os ambientes me senti leve, talvez pela diminuição de pressão, pois o porão estava cheio de pessoas e ali era mais calmo, menos gente se empurrando e “grudando” em você, pelo volume do som que era bem menor e menos agitado do que onde estava, pela claridade que era bem maior e natural por ainda serem seis e meia da tarde. Mas talvez, muito provavelmente fosse por um ser alto e belo encostado na parede, olhando para o lado de fora da casa através dos vidros entreabertos da janela. Sim realmente foi aquilo que me deu a sensação de leveza e tranquilidade de que tanto precisava, não pelo semblante do rapaz que era muito carrancudo, mas pelo simples fato de vê-lo e confirmar que ele estava bem, estava mais calmo e o mais importante, não tinha feito nenhuma besteira.

Me aproximei cautelosamente dele procurando não causar nenhuma reação bruta do irritadinho. Ele não me notou, um fato que pra qualquer um pode ser normal, mas pra ele não, definitivamente não. Leon é o tipo de pessoa que sempre está ligado em tudo, em sinal de alerta, e quem conseguir surpreendê-lo merece um premio, pois é uma tarefa bastante difícil. Porém naquele instante ele parecia viajar em seus pensamentos, estar em um mundo paralelo, ou talvez só estivesse me ignorando. Mas tentando não pensar nessa última possibilidade, vamos ver o que acontece.

TINI – É... – me pronunciei baixo com uma das mãos sobre o ombro dele.

Leon me olhou com cara de poucos amigos, mas pereceu aliviado, acho que pelo fato de eu ter vindo até ele e não ficado com Alex lá embaixo.

LEON – Achei que queria ficar com suas amigas... pelo menos foi isso que me disse. –falou insinuando que eu tivesse mentido pra me livrar dele. Como se eu quisesse isso. Ai Violetta, também não é pra tanto.

TINI – Já me diverti um pouco com elas, dando nota de estilo pra vocês. – se ele quer desviar do assunto, então vamos desviar do assunto.

Se virou de frente pra mim encostando na parede com uma expressão curiosa.

LEON – Nota? – perguntou desentendido.

TINI – Sim... e se quer saber, você foi um dos que teve maior nota. – falei sorrindo descontraidamente tentando tirar a tensão do momento.

LEON – Deixa eu adivinhar, vocês me deram 10! – disse convencido sorrindo.

TINI – Não é assim que funciona... cada uma avaliou um garoto da mesa. – expliquei me sentando na beira da janela.

LEON – Mas éramos quatro, e vocês três. – se apoiou sobre um dos braços, pois estava com a mão na beira da janela onde me sentei o deixando levemente inclinado sobre mim.

TINI – Só a Cami que deu nota pro Broduey e pro Maxi. – ele me olhou pensativo e abriu um sorriso sacana depois disso.

LEON – Imagino que Francesca tenha se encarregado do Marco e você de mim. Estou certo. – manteve a mesma expressão de antes só que agora com algo diferente que eu não consegui identificar.

TINI – Sim... – disse indecisa, não pelo que ele tinha dito, mas pelo ar misterioso que emanava.

LEON – E posso saber as notas? – pediu manso em tom sedutor, podia jurar que ele estava tentando me hipnotizar.

TINI – É... – gaguejei desconcertada. – Broduey ficou com 2, Maxi com 8, Marco com 4 e você com 6. – falei tentando não olhar diretamente em seus olhos que pareciam focados nos meus.

LEON – Como? – eu o mirei e ele estava com cara de indignado. – Em que planeta o Máxi é mais estiloso que eu?! – continuou sua indagação com a expressão engraçada aos meus olhos. – E 6, fala sério, eu sou melhor do que isso. – fez tom falso de irritação.

Eu gargalhei e apoiei meus braços em seus ombros, aproximei meu rosto do dele fixando nossas miradas.

TINI – Confesso que não julgamos só pelo estilo. – cochichei e o mesmo relaxou a musculatura do rosto.

#Ludmila

A festa está muito boa, todos se divertindo, gente ficando bêbada, o que não é tão bom, mais é comum em qualquer festa que costumamos frequentar. O problema é que misturou o povinho da escola, que é da nossa classe de química e geografia avançadas, portanto são menores de idade assim como a Violetta só quinze aninhos, ou seja eles também estão bebendo, mas aí já não é minha responsabilidade, cada um responde por seus atos. Tudo bem que eu também não sou de maior, pois tenho 17, mas bebo, minha mãe sabe e não fala nada. A parte boa é que a maioria é da minha idade pra cima, então os “baixinhos” se camuflam entre os universitários!

FEDE – Ei, Ludmi! – me virei e encontrei meu italiano.

LUDMI – Fala minha estrela binária. –segurei suas mãos as acariciando.

FEDE – Você não vai cantar? Digo, nós não vamos cantar? – perguntou fofo.

LUDMI – Nossa, não acredito que estava me esquecendo de algo tão importante, é obvio que vamos cantar e um dueto, eu e você, juntos! – terminei a frase saltitante o puxando até chegarmos ao topo das escadas.

Peguei meu microfone com gliter rosa e dei três batidas chamando a atenção das pessoas.

LUDMI – Eu e meu amado Federico vamos cantar uma música para os apaixonados! – segurei sua mão.