CARA – Dançando Leon, não é obvio? – falou com a expressão mais relaxada, ele me chamou de Leon, deve estudar comigo, mas eu não me lembro de já ter visto esse rosto antes.

Essa resposta me tirou completamente do sério, quem ele pensa que é pra falar desse jeito comigo? Não sabe com quem tá se metendo!

LEON – Sabe o que é obvio?! – ri sarcasticamente. – O que vai acontecer com a sua cara depois que eu te esmurrar! - já estava partindo pra cima dele, mas fui barrado por duas mãos que atingiram meu tórax rapidamente na tentativa de me segurar.

#Violetta

Fiquei dançando com o cara que grudou em mim por alguns segundos, pois logo senti ele se afastando, e como eu não estava nem ligando continuei o que estava fazendo. Mas escutei uma voz conhecida em tom autoritário e aparentemente nervoso falando perto, perto demais. Abri meus olhos e me virei para ver o que estava acontecendo.

Estavam o Leon, um cara alto que eu não conheço e a Camila segurando o Leon.

CAMI – Ei, calma aí! - ela dizia repreensiva com as mãos contra o tórax dele.

LEON – Sai da Frente Camila que o negócio não é contigo! – tentou desviar dela para chegar ao rapaz.

TINI – O que está acontecendo aqui? – perguntei desentendida me metendo.

Leon me olhou sombriamente, parecia que toda sua raiva tinha se direcionado a mim, enquanto isso Camila ainda o segurava por seu braço e o garoto se pôs a meu lado. Quando o cara se aproximou eu o mirei da cabeça aos pés, era alto, cabelos castanhos com topete, camisa social e calça de malha, senti seu aroma marcante e liguei uma coisa a outra. Era ele, a pessoa que estava dançando comigo!

LEON – Nada! – falou sendo arrastado por Camila dali.

GAROTO – Nossa, acho que ele não bate muito bem! – se pronunciou em tom de deboche.

TINI – O que houve? – perguntei preocupada ignorando seu comentário.

GAROTO – Parece que ele não gostou muito de nos ver dançando, pois chegou todo nervosinho querendo “arrebentar minha cara”. Mas já foi né. – afirmou tranquilo.

Qual é Leon, você ficou com ciúmes ou é impressão minha? Ele pensa que tem algum tipo de posse sobre mim? Se for isso, está muito enganado!

GAROTO – Ei. – estalou os dedos. – Ainda esta aqui? – disse rindo.

TINI – É, quem é você? – espantei meus pensamentos dando atenção ao rapaz.

GAROTO – Me chamo Alex, eu cheguei há pouco tempo sou aluno de intercambio no Studio! – eu arregalei meus olhos, aluno de intercambio né, eu sei lá, mas tenho uma queda por estrangeiros!

TINI – E de onde é? – perguntei sorrindo.

ALEX – França, Nice pra ser mais específico! – Uau, O.M.G.!

TINI – Que?! – eu dei um grito histérico. – Nice? N-I-C-E, Nice? – disse incrédula, ele não pode estar falando sério!

ALEX – Isso aí! – respondeu dando risada da minha reação.

Ai mau Deus, ele é de Nice, aquele lugar lindo com a água azul, azul, azul! Não posso acreditar. Cadê o padre pra nos casar!

TINI – Nossa, nossa, nossa! Casa comigo! – falei pulando nele.

ALEX – Não da ideia que talvez eu aceite em! – o olhei meio sem graça e pra disfarçar sorri divertidamente como quem só tava zoando.

Escuto uma voz fina chamando meu nome e me viro para encontrar a ruiva.

CAMI – Violetta, o que tá fazendo aqui? – perguntou repreensiva. – O Leon tava quase surtando, vai falar com ele! – meio que me deu uma ordem enquanto olhava Alex com desprezo. Tá essa eu não entendi.

TINI – Já vou indo... Tchau Alex. – falei com pressa andando em direção às escadas.

Por que será que a Cami olhou ele daquele jeito, será que se conhecem? E o mais importante, por que ela mandou eu ir falar com o Leon, até onde sei, Camila me quer bem longe dele.

#Francesca

Depois de uma descoberta e tanto, o motivo pelo qual eu e Marco brigamos, me distanciei de Diego em busca de Marco, que estranhamente encontrei no meio de várias pessoas contando piadas e bancando o sarrista. Isso realmente não faz o estilo dele.

Me aproximei do grupinho sentando-me ao lado de uma das pessoas que são desconhecidas por mim, ele me olhou desconfiado e confuso, mas não parou de fazer o que estava fazendo me deixando ali como uma completa estranha.

MORENO – Vai, mais uma última Marco! – pediu o garoto entusiasmado.

MARCO – O que é comprido, entra duro e sai mole e pingando? – ele soltou a piadinha olhando todos com cara de cúmplice.

A única coisa que fiz foi ficar imóvel, como assim ele falou isso? Foi isso mesmo que ouvi?! O olhei com repreensão e decepção, quem é você e o que fez com o Marco. Balancei minha cabeça em negação enquanto o encarava. Uma das pessoas soltou um “Que isso Marco?!”, outros só fizeram um “Humm” em tom malicioso.

MARCO – Calma aí gente, a resposta é Macarrão. – terminou se fazendo de inocente e todos caíram na gargalhada.

Uma garota se levantou e foi até ele.

MENINA – Ai ai, só você mesmo. – falou deslizando a mão do cotovelo até o ombro do Marco.

Isso me incomodou, demais! O que raios eu fui fazer ali?! Está bem claro que nós já não temos mais nada, então porque estou insistindo nisso.

Me levantei e saí da rodinha de ridículos.

MARCO – Ei, Francesca! – ele veio atrás de mim. Não acha tarde demais querido?!

FRAN – Por que não vai fazer mais piadinhas de humor negro? – ri sarcasticamente.

MARCO – A piada é de macarrão, a maldade está na mete de quem ouve. – falou sério. – Qual é a sua, chega de repente e sai do nada? – disse irritado.

FRAN – Queria falar com você, mas não faz mais sentido. – abaixei meu olhar, pois se o mirasse nos olhos começaria a chorar.

MARCO – Sobre o que? – perguntou voltando a seu estado pacifico. – Eu quero saber. – aproximou-se pousando uma das mãos na lateral de meu ombro.

Levantei meu olhar o encontrando concentrado em mim, com olhos de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança, uma expressão conquistadora e fofa.

FRAN – Diego me contou. – fiz uma breve pausa e ele não entendeu. – Sobre a surpresa que pretendia me fazer, foi por isso que brigamos não foi? – ele se surpreendeu e assentiu.

MARCO – Não só por isso, eu estava cansado e ansioso com os preparativos, isso me fez perder o controle. – revelou pesaroso.

FRAN – Eu também fui meio explosiva... – tentei tirar um pouco da culpa que realmente era de nós dois.

Ele sorriu docemente e subiu sua mão até minha face, onde acariciou com o polegar. Ao sentir seu toque fechei meus olhos, uma sensação de tranquilidade e paz percorreu meu corpo e aqueles míseros segundos pareceram séculos.

Cessou o movimento mantendo sua mão que segurava meu rosto próximo ao dele. Abri meus olhos e o encontrei tão perto que não via nada além de seus traços angelicais e sentia sua respiração calma e controlada, completamente ao contrario da minha que acelerava a cada segundo. Como ele pode ser tão controlado assim.

Chegou tão perto que encostou seus lábios no lóbulo da minha orelha.

MARCO – Eu sinto muito Fran – sussurrou. – Jamais quis te magoar, eu só queria ficar com você, era só o que eu queria. – afastou-se de minha orelha e encostou nossas testas.

FRAN – Qual era a surpresa? – falei curiosa quase tão baixo quanto ele.

MARCO – Um dia desses eu preparo outra. – declarou sorrindo. – Mas só se quiser.

FRAN – Ah, eu quero, e muito. – abri um largo sorriso.

Depois de receber essa resposta, ele roçou nossos lábios e iniciou um beijo calmo, que serviu como pedido de desculpas e reconciliação. Por mais que algo tenha se quebrado entre nós ainda nos gostamos muito, e não é justo acabar com uma linda história de amor por um mal entendido.