What If... escrita por Larissa Megurine


Capítulo 3
Vassouras


Notas iniciais do capítulo

Voltando ao presente... Que tal conhecer mais personagens?



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Era a quinta-feira da primeira semana de aula. Nesta tarde, os alunos da Grifinória e da Sonserina teriam sua primeira aula de vôo e, já que a maioria era amante de quadribol, estavam muito ansiosos para que começasse logo. Draco arrastou Matthew até o gramado, do lado oposto à Floresta Proibida o mais cedo possível. O loiro não parava de falar sobre como quadribol era legal e como essas aulas seriam o primeiro passo para que ele entrasse no time. Matthew apenas concordava. Primeiro porque Draco era bom mesmo na vassoura, bem diferente dele. Segundo, porque não adiantaria discordar. Quadribol era, sim, a paixão nacional.

– ... Mas ainda não aceito que não nos deixaram ter nossas próprias vassouras... - Draco continuava a falar quando eles chegaram ao local. No chão havia uma série de vassouras, dispostas em duas filas paralelas, mas elas já pareciam bem velhas.

Matthew olhou ao redor e abriu um sorriso. Por mais que se leia livros a respeito, não se pode ter noção do quão enorme Hogwarts é, até que se tenha estado lá. De um dos lados, dava pra se ver o campo de quadribol, que por dois meses só seria usado para treinos. Era bom ter aulas do lado de fora do castelo, dava uma sensação de liberdade.

– Matt! - Ele ouviu uma voz feminina chamá-lo. Era Laureen, uma das garotas da Sonserina. Na primeira aula de poções, ao ser trocado de lugar, ele ficara ao lado dela. Ela tinha a pele bem clara e os cabelos loiros presos num rabo-de-cavalo. A boca bem vermelha se abria num largo sorriso ao encontrá-lo.

– Oi, Laureen, como tem passado? - Matthew perguntou, ao que ela deu de ombros

– Bem, - ela disse de modo vago - só bastante ansiosa em poder estar em uma vassoura de novo! Quem é?

Ela olhava para Draco e Matthew percebeu que os dois ainda não haviam sido apresentados.

– Ah, esse é o Draco. Somos melhores amigos desde... Acho que desde sempre. Draco, esta é Laureen. - O loiro a cumprimentou com a cabeça.

Ela parecia estar prestes a dizer alguma coisa, quando perceberam que os estudantes da Grifinória chegavam ao gramado. À frente deles, vinha o filho de Tiago Potter, Harry, acompanhado por Dino Thomas e Simas Finnigan. Harry não era tão alto, mas o corpo atlético dava-lhe a impressão de ser maior. Como seu pai tinha sido um grande apanhador, desde cedo ele aprendera quadribol, para seguir os passos do pai e, se tudo desse certo, superá-lo. Ao ver Malfoy, no entanto, sua expressão mudou e os dois se encararam sérios. Dava quase para sentir a tensão que emanava do olhar deles.

– Qual é o problema entre eles? - Laureen perguntou num sussurro.

– Potter não é um cara legal, apesar da popularidade. - Matthew explicou. - Ele se acha O poderoso... Sempre desrespeita as regras, mas nunca foi pego.

– Pensei que tivesse acabado de entrar na escola...

– O que não quer dizer que já não o conheçamos. - Draco interviu. - Vez ou outra esse praga cruza nosso caminho. E vai ficar pior estando na Grifinória! "Casa dos corajosos", vê se pode....

– O pai dele era Comensal da Morte, Laureen. - Matthew continuou. - Mas escapou de Azkaban pois disse que estava enfeitiçado. Nunca conseguiram provar nada, mas alguns bruxos sabem que ele mentiu...

– O cara não tem honra! - Draco cortou de novo. - Ele não teve nem coragem de assumir suas ações! O meu pai, com certeza, nunca teria feito algo assim. Se você faz alguma coisa, tem que arcar com as consequências...

A professora, Madame Hooch, chegou, dando início à aula. Seus olhos amarelos encararam cada um deles enquanto ela se apresentava.

– O que estão esperando? - Perguntou. - Cada um ao lado de uma vassoura.

Eles obedeceram e a professora continuou:

– Estiquem a mão direita sobre a vassoura - ela lhes disse - e digam "suba!".

Ao dizerem o comando, as vassouras subiram de encontro às suas mãos. Quer dizer, quase todas. Alguns alunos pareciam estar tendo problemas com as suas. "Malditas vassouras velhas...", pensou Matthew. A sua veio um pouco lenta, mas logo ele a segurava. Madame Hooch chamou a atenção de todos e ensinou-os o jeito certo de se montar na vassoura e em seguida passou por cada um dos alunos, fazendo observações.

– Senhor Malfoy, junte mais as mãos, do contrário, você não terá estabilidade enquanto estiver no ar. - Ela disse ao passar entre eles. O garoto ficou indignado e Matthew e Laureen riram de sua expressão, mas ele ficou calado.

– Agora, quando eu apitar - a professora disse - dêem um impulso forte com os pés. Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando o corpo para a frente. Preparem-se... Três... Dois...

Para o espanto de todos, um garoto gordinho da Grifinória começou a voar em sua vassoura antes que Madame Hooch apitasse. Ele girou no ar, ganhando cada vez mais altura, enquanto a professora gritava para que descesse. Daria para sentir pena do menino, que parecia não saber o que fazer, não fosse o fato de que sua expressão assustada era muito engraçada. O menino começou a escorregar por um lado da vassoura, até que tombou na grama. A vassoura continuou a voar sozinha, até que perdeu-se de vista, entrando na Floresta Proibida.

Pelo som que o menino fez ao cair, parecia que tinha quebrado algum osso. Madame Hooch correu até ele e confirmou: ele quebrara o pulso. Ela o ajudou a se levantar e começou a acompanhá-lo até a enfermaria.

– Deixem as vassouras onde estão - ela ameaçou ao sair - ou serão expulsos de Hogwarts antes de poderem dizer "quadribol"!

Assim que eles sumiram de vista Laureen quebrou o silêncio.

– Ah, fala sério... - Ela se abaixou, pegando a vassoura no chão. - Vamos nos divertir um pouco!

– Não podemos! - Matthew falou. Ele é que não queria ser expulso. - A professora disse claramente que...

– Não seja tão estraga prazeres, Matt. - Draco falou, já montando em sua vassoura. Ele olhou para Laureen que já havia deixado o solo. - Ei, está sentada errado.

– E quem foi que falou em sentar? - Ela respondeu, com um sorriso travesso. A menina colocou os dois pés na vassoura, soltou uma das mãos e, quando estava devidamente equilibrada, soltou a outra, ficando de pé a uns dois metros do chão. Com um movimento do pé esquerdo, que estava atrás, fez a vassoura subir mais para o alto e, mexendo o direito, fez um círculo no ar, ficando de frente para Draco.

– Nada mal para uma garota, Lauren! - Ele implicou.

– É Laureen! - Ela corrigiu. - Acho que você só está com inveja, Malfoy.

– Eu? É claro que não...

O loiro desviou o olhar para não se desmentir e gritou lá para baixo.

– Matt! Qual o problema, por que não vem?

– É errado! E vocês deveriam descer logo antes que alguém os veja!

– Não seja tão estraga prazeres, Snape! - Harry Potter imitou Draco, causando risinhos em alguns dos alunos da Grifinória. - Não sabe como se voa ou tem medo que o papai o ponha de castigo?

Matthew cerrou os dentes e seu olhar e o do Potter se encontraram. Se continuassem, provavelmente haveria uma briga. Em vez disso, o primeiro pegou sua vassoura e deu o impulso com os pés, lançando-se pra cima. Laureen bateu palmas e Draco voou até ele, batendo na mão dele, com um sorrisinho cúmplice.

Os risos foram interrompidos quando ouviram passos vindos do corredor que dava para o interior do castelo. Os três tentaram descer o mais rápido possível, mas Madame Hooch ainda os viu no ar, acompanhada de Pansy Parkinson, uma garota da Sonserina, que apontava para eles. Ela os dedurara. Harry Potter olhava-os com um sorrisinho vitorioso e se virou para cochichar algo para os amigos, que riram.

– Classe liberada! - Madame Hooch falou, ríspida. - Com excessão dos senhores Malfoy, Snape e da senhorita Palmer. - Os três olharam se olharam e engoliram e seco. "Que droga... Estragamos tudo e o ano mal começou..."

Depois que todos os outros já tinham deixado o gramado, a professora de vôo disse:

– Será que vocês são surdos? - Ela olhava para cada um, que mantinham as cabeças abaixadas. - Ou só se divertem desobedecendo ordens? Eu disse que era para ficarem no chão!

Eles ouviam, calados e envergonhados. Laureen já tivera problemas maiores, mas sentia muito que os garotos também fossem ser punidos só porque ela os envolvera. Draco estava indignado! "Nós nem fizemos nada de perigoso... Só subimos uns metros no ar...". Matthew sentia raiva de Harry Potter, por este tê-lo provocado e por ter sido estúpido a ponto de fazer exatamente o que ele queria.

– No entanto, - a professora continuou - como é o início do ano e a primeira vez que fazem algo de errado, vou dar-lhes apenas uma advertência.

Os três levantaram o olhar, devagar, receosos de que, se fizessem qualquer movimento brusco, Madame Hooch pudesse voltar atrás. Mas nos cantos das bocas, sorrisos de alívio começavam a se formar.

– Para cada um de vocês, será descontado 10 pontos de sua casa - ela completou - e os três ficarão de detenção amanhã à noite.

Ela esperou um instante para que eles absorvessem as informações. Em seguida, virou-se e andou em direção ao castelo, deixando eles de pé. Por um momento, estiveram chocados de mais para fazer qualquer coisa. Não estavam encrencados, afinal! Está certo de que ainda tinham a detenção na noite seguinte, mas, no fim, dera tudo certo. Um deles riu, sendo seguido pelos outros. Draco soltou um "Uou!", animado e Laureen abraçou os meninos.

– Vamos, já vai escurecer. - Matthew observou. Os outros confirmaram com a cabeça, ainda sorrindo e os três seguiram pelo corredor, rumo ao Salão Comunal.


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