What If... escrita por Larissa Megurine
Notas iniciais do capítulo
O título é um pouco auto-explicativo... Esse capítulo conta o que aconteceu na noite em que Voldemort foi "derrotado", 10 anos atrás...
Já se passaram 11 anos desde que Lord Voldemort iniciou seu reinado de terror, seus comensais da morte estão provocando um verdadeiro massacre por toda a Inglaterra e até em outras partes da Europa, criando uma crise no mundo trouxa que estes não conseguem explicar. A situação piorou consideravelmente desde que, quase três anos atrás, Tiago Potter, ainda em seu último ano escolar, aliou-se ao lord das trevas. Pouco depois, os outros "marotos", Remo Lupin, Sirius Black e Pedro Pettigrew juntaram-se ao amigo... Evidentemente, poucos sabiam disso, mas, com animagos, um lobisomen e uma capa de invisibilidade, os bruxos das trevas pareciam ter forças ilimitadas.
Sibila Trelawney, no entanto, já havia previsto o nascimento de uma criança que teria poder suficiente para derrotar Voldemort e, não se sabe como, ele conseguiu ter acesso a essa informação. Só haviam duas crianças que se encaixavam na descrição: O filho dos Longbottam e o dos Snape. Naquela noite, ele decidiu ir atrás do segundo.
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Severo Snape voltava para casa. Ele era provavelmente a única pessoa a ainda estar na rua depois de ter escurecido. Com o número de mortes sempre aumentando, todos preferiam estar em suas casas o mais cedo possível. Já estava quase chegando quando um movimento atrás de si lhe chamou a atenção. Virou-se, deparando-se com um cachorro negro anormalmente grande... Mas ele conhecia aquele animal.
– Homomorfus! - Falou, apontando a varinha para o cão. Este começou a mudar até atingir a forma humana. Em um instante, em seu lugar, estava Sirius Black.
– Ora, ora, Severo, - o comensal da morte falou, com um sorriso de deboche no rosto - já faz bastante tempo, não é?
– Black! O que quer aqui?
– Pra que ter tanta raiva? Só vim fazer o meu trabalho... Sabe, normalmente o mestre só me manda matar um trouxa ou dois, mas hoje tenho outros planos... - Sirius fulminou Severo com o olhar. - E eles incluem você.
– Não tenho medo de você!
– Ah, eu sei que não... Mas e a sua amada Lily? Ela está a, o que, uns dois quarteirões daqui, sozinha em casa com o bebê?
Severo levou um choque, pois estava ele estava correto. Como Sirius poderia saber qualquer coisa sobre sua família? Não haviam se escondido bem? Ao ver o terror nos olhos do outro, Black riu.
– Se você fizer qualquer coisa a ela, - Snape ameaçou - eu juro que...
– Ah, mas nem serei eu a fazer nada a ela! Ele já tem tudo preparado. Veja bem, só tenho que cuidar de você! - Sirius tirou a varinha de dentro das vestes e apontou-a para o rival. - Você já atrapalhou nossos planos por tempo demais...
Snape se lançou para o lado, escapando por pouco enquanto um Black com olhos sanguinários lançava um "bombarda!" em sua direção. "Esse cara é louco!", pensou, enquanto pegava sua própria varinha. Em seguida, apontou para o outro e comandou:
– Confringo! - Sirius foi lançado para trás com o impacto da pequena explosão violeta.
– Nada mal, Ranhoso... - O mago das trevas provocou, fazendo Snape cerrar os dentes. - Mas não vai ser o suficiente... Estupefaça!
Desta vez, Severo foi atingido, colidiu com uma árvore atrás e caiu, beirando a inconsciência... "Não lembro de ele ter todo esse poder..." Ele ouviu novamente o risinho de Sirius.
– ... Não se pode competir com os poderes de Lord Voldemort! Mas posso te dar uma última chance. Junte-se a nós, Severo. Junte-se ao lado vencedor!
Snape tentou levantar-se e murmurou:
– Vocês não vão vencer... E eu nunca iria aceitar fazer o trabalho sujo de vocês... É só isso o que você tem, - ele tossiu e encarou o outro - Almofadinhas?
Sirius chutou-o na barriga.
– Sabe, você está começando a me irritar... - Mas sua voz ainda estava calma. - Acho que está na hora de colocá-lo no seu devido lugar. Avada Ked-
Mas Severo já apontava a varinha para a do adversário e antes que este pudesse completar a maldição, disse:
– Cistem Aperio! - O feitiço estorou a varinha de Black, que gritou de raiva.
– NÃO! - O animago fuzilou Snape com o olhar, mas logo seu rosto se cobriu de pelos e ele voltou a se transformar no enorme cão negro, pulando rapidamente no pescoço do outro mago, que agora estava de pé.
Severo reunia todas as suas forças, não podia deixar-se ser derrotado. Tinha que resistir! Antes que pudesse ser atingido pelo ataque de Sirius, puxou uma faca e enfiou no animal... Às vezes era útil ter consigo algum tipo de defesa trouxa... Lily insistira. Severo nunca esteve tão feliz em dar ouvidos a ela. O animago contorcia-se, tentando livrar-se da lâmina e cravou os dentes no braço de Snape, que gritou de dor. Este puxou a arma, rasgando mais o corpo do animal, até que sentiu que os movimentos dele cessavam.
Ainda ofegante, empurrou o cachorro para o lado e encarou o sangue na lâmina. Por alguma razão, ver as manchas vermelhas fazia suas ações parecerem mais cruéis... Não parecia ter sido "defesa pessoal"... Ele balançou a cabeça, afastando esses pensamentos. Poderia pensar nisso mais tarde. Agora, tinha que voltar para casa e encontrar Lily antes que fosse tarde demais. Ele correu os dois quarteirões que faltavam.
Havia luz vinda de um quarto no segundo andar, Severo percebeu ao se aproximar. A porta, no entanto estava escancarada. Ele correu para dentro. No andar de cima, ouviam-se vozes...
–--
Lily Snape estava no quarto do bebê, Matthew, quando ouviu a porta se abrir. "Finalmente... Ele não devia ficar até tão tarde fora de casa...", pensava, abrindo a porta que dava para o corredor. Lá embaixo, porém, as luzes continuavam apagadas e só se ouvia o som discreto de passos. Ela voltou para dentro do quarto e fechou a porta imediatamente. "Não é Sev..."
Seus pensamentos foram interrompidos quando o som dos passos chegou ao segundo andar, fazendo ficar branca de medo. "Como eles nos acharam?" Ela olhou para o filho, dormindo calmamente e uma lágrima solitária escorreu em seu rosto. Ela não podia deixar que nada acontecesse a ele! Pos uma cadeira emperrando o trinco da porta e buscou a varinha. Ela não tinha tempo...
A maçaneta se mexeu e, por um instante, Liy pensou que a porta não seria aberta... Pensamento estúpido. A porta abriu-se até bater na parede, fazendo um som alto. A cadeira foi jogada longe. Ela tentou não parecer assustada quando o homem entrou.
Ele tinha cerca de cinquenta anos, mas as poucas rugas não tiravam o vigor diabólico de seu olhar, apenas pareciam conferir a ele mais experiência. Os olhos eram negros e profundos e os lábios finos exibiam um leve sorriso de quem sabe que está vencendo. Mesmo para quem nunca o tivesse visto, era fácil reconhecer Lord Voldemort. Lily mantinha a varinha firme, mas seu coração estava acelerado. Ela sabia que não havia nenhuma maneira de bloquear a maldição da morte...
– Não, de fato não há. - Ele respondeu aos pensamentos dela. - Mas, em minha imensa compaixão, estou disposto a deixá-la viva. Basta que me entregue a criança - Ele apontou para o berço atrás dela, fazendo-a encará-lo horrorizada - e subjugue-se a mim.
– Nunca!
O sorriso dele sumiu.
– Que assim seja. - Voldemort respondeu. Com um movimento rápido, apontou a varinha para ela. - Avada Kedavra!
Lily gritou, mas, assim que o feitiço lhe atingiu, ela tombou no chão, sem vida. Seu assassino contornou seu corpo e olhou o bebê que dormia tranquilo no berço, ele apontou a varinha para a criança e recitou o feitiço outra vez.
Mas, em vez de matar o menino, a magia ricocheteou e voltou-se contra o bruxo, que mal teve tempo de entender o que tinha acontecido antes de a vida lhe escapar do corpo e este ser destruído.
À porta do quarto, Severo Snape viu o lorde das trevas ser desintegrado por seu próprio feitiço. Mas a confusão só durou um instante, pois sua mente logo se ocupou com o corpo da mulher caída no chão.
– Lily! - Ele gritou, se jogando até ela. Afastou os cabelos da esposa do rosto e olhou-a. Ela estava fria, mas ele abraçou seu corpo mesmo assim. Ele já não se importava em conter o choro. Gritou de novo e de novo, mas sabia que isso não adiantaria. Sentia seu coração se desmanchar e seu mundo inteiro parecia não ter significado...
Então um outro choro juntou-se ao dele, como que para lembrá-lo de que, afinal, não perdera tudo. Severo levantou-se e debruçou-se sobre o berço, onde o bebê chorava. Com carinho, pegou-o nos braços e beijou sua testa. Severo sentou-se na cama e, apesar de ainda chorar, percebeu que o mundo ainda tinha, sim, um significado.
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Dramático? Imagina... (ironia)