Escorada no muro observava atentamente o tráfego intenso de carros do outro lado da rua. Nada demais, por ser uma avenida bem movimentada. Como sempre, estava com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta enquanto assoviava no ritmo da música chiclete que não saia da minha cabeça.

O barulho de uma buzina me trouxe de volta a realidade. Levantei a cabeça e sorri ao ver a morena de cabelos lisos dentro da picape. Peguei minha bolsa do chão e fui em direção a ela.

–Entra logo ô retardada!-pus a língua enquanto ria e entrava pelo banco do passageiro.

–E aí mocreia?(esses eram nossos apelidos carinhosos)-coloquei o cinto, ela trocava de rádio procurando uma música que prestasse.

–Como passou desde domingo?

–Bem.

–Está animada?

–Nem um pouco.

–Olha lá Villu, vê se quando ficar famosa não vai se esquecer de mim...

–Francesca!

–Calma, calma, eu só estava... Eu amo essa música!-ela aumentou o volume, comecei a dar gritinhos ao ver de que música se tratava:

–Uhu!-começamos a balançar nossos corpos que nem umas malucas estalando os dedos no ritmo da música, enquanto cantarolávamos o refrão contagiante:

–Hey hey you you, I don't like your girlfriend, No way no way, I think you need a new one, Hey hey you you, I could be your girlfriend!(N/A: Girlfriend da Avril Lavigne)

–Nós estamos parecendo duas doidas!

–Pior que é verdade amiga-rimos descontroladamente ao perceber o papel ridículo que estávamos fazendo.

–Ok, vamos fingir que isso nunca aconteceu-ela abaixou o volume-Só cuidado pra Lara não cantar isso pro León em?

–Francesca Reys, eu nunca cheguei tão perto de dar um soco nesse seu nariz-me virei para o lado encostado o cotovelo na janela emburrada.

–Eu só estava brincando Villu-não era bom brigar com uma das minhas únicas amigas.

–Tudo bem, desculpa, você sabe o quanto eu fico nervosa com isso. E a senhorita? Cuidado pra Ana não cantar isso pro Marco.

–Só se ela estiver afim de morrer.

–É isso aí Fran!-batemos as palmas das mãos. Ao paramos em um sinal vermelho uns caras num carro esporte pararam do nosso lado, ficaram falando gracinhas com uma música ridícula de rocky altíssima tocando.

–Gostosas!-gritaram quando o sinal abriu e saíram em disparada.

–Idiotas-ela murmurou irritada.

–Muito, se o Marcos ficasse sabendo...

–Ah! E o León?-dei uma risada irônica.

–Aquele lá? O León não tem o mínimo de ciúme, às vezes chego a pensar que ele não está nem aí pra mim.

–Aé? É por isso que ele quase quebrou o nariz do Diego três meses na festa de encerramento do Campeonato?

–Você sabe que ele e o Diego tem uma rixa desde sempre.

–Eu sei, mas o Marco me disse que quando ele e o Diego já arranjaram várias brigas no treino por sua causa.

–Ai Francesca, o Marco sempre exagera.

–Não sei não em Villu... Mas mudando de assunto, como foi a entrevista?

–Chata.

–E a Camila? Nunca vi ela pessoalmente mas parece bem bonita pela TV.

–Sim ela é, mas é a maior falsa.

–Sério? Me conta absolutamente tu-do-amava quando ela silabava as palavras daquele jeito.

Comecei a contar todos os detalhes da minha linda segunda-feira, passamos o caminho todo falando disso.

Chegamos a pista de MotoCross depois de uns vinte minutos, descemos do carro e entramos na ''arena''.

Esqueci de contar! Hoje é sexta-feira e eu combinei de dormir na casa do León pra podermos assistir o programa a noite. É claro que é uma desculpinha pra ficarmos juntos, essa semana foi muito corrida pra ele.

Ao passarmos pelo portão não podemos deixar de escutar o barulho altíssimo que as motos faziam na pista.

–Nossa, eles estão animados hoje né?

–Mais que o normal-rimos e o celular dela deu sinal de vida.

–É o Marco, ele disse pra encontrá-lo na porta do vestiário. Você se importa se eu for?

–Não, claro que não. Vai lá mocréia!-ela fez uma careta e saiu.

Suspirei cansada, me aproximei segurando na barra olhando aqueles pilotos malucos pulando com as motos feito macacos. Nunca entendi como pra eles aquilo podia ser prazeroso, mas gosto não se discuti. Me perguntei onde estaria o León, devia ter saído da pista junto com o Marco já que eles eram da mesma equipe. Estava entretida olhando as várias voltas que eles davam quando tomei o maior susto.

–Bu!

–Aaaa!!!-gritei me virando pra trás dando de cara com aquele otário-Você quase me matou de susto Diego-exclamei colocando as mãos sob o peito. Ele não parava de rir, ótimo, só ele estava achando graça.

–Desculpa Villu, esperava que fosse o León? Você sabe que eu jamais te mataria não é gatinha?-segurou minha mão e deu um beijo nela. Puxei rapidamente fazendo uma cara de nojo. O ignorei e voltei minha atenção para os pilotos-O seu Leónzinho não está aí.

–Eu sei-fui bem grossa.

Ficamos em um silêncio bem desagradável, mais desagradável que ele.

–Qual é a dessa boininha?-perguntou tirando ela da minha cabeça, fiquei morrendo de raiva.

–Não é da sua conta!-tirei de suas mãos e a coloquei de volta na cabeça.

–Ei Villu, por que você está assim comigo? Faz tanto tempo que não nos vemos e você me trata com tanta grosseria-olhei incrédula pra aquele abusado.

–Você ainda pergunta depois de ter tentando me agarrar na festa de encerramento do Campeonato?

–Se você não se esqueceu é porque eu mexo com você-me segurou pela cintura.

–Você sabe como o León ficou bravo comigo depois seu imbecil?

–Sinceramente não sei por que você ainda perde tempo com aquela idiota-me segurou com mais força ainda.

–O único idiota aqui é você! Me solta!

–Só quando você admitir que se sente atraída por mim-comecei a esmurrá-lo.

–A única que eu sinto por você é nojo.

–Quanto mais você me maltrata, mais eu me apaixono.

–Me solta!

–Posso saber o que está acontecendo aqui?-virei a cabeça rapidamente pro lado, ai que merda!

–León não é nada do que você está pensando eu...

–Não Violetta, o problema não é você, o problema é esse desgraçado-Diego riu debochando, León veio em nossa direção completamente furioso-Você não aprende? Eu já te disse pra ficar longe dela-o segurou pelo colarinho da camisa.

–Você é patético. É só uma questão de tempo, logo sua namoradinha vai ser minha.

–Vai ter que passar por cima do meu cadáver primeiro.

–Vou?

–Vai! Se eu não te matar primeiro!

–Ui que medinho! Olha só León, aproveite enquanto pode, porque é como eu disse, é só uma questão de tempo-ele se soltou enquanto era acompanhado pelo olhar assassino do meu namorado-Tchau princesa-deu uma piscadinha e saiu.

León tentou ir em direção a ele, mas o impedi.

–Ele não vale a pena León.

–Um dia eu acabo com a raça daquele infeliz.

–León o que deu em você?-indaguei estranhando sua atitude.

–Ver aquele babaca se engraçando pra cima de você me tira do sério!

–León, está com ciúmes?

–Estou, e daí? Só você pode ter suas crises de ciúme? Além do mais, eu já disse não quero que você venha aqui, eu ia te buscar.

–A Francesca me ofereceu uma carona e eu...

–Não Violetta, já disse que não quero você aqui! Escutou?

–Sim, me desculpa-abaixei a cabeça chateada-Eu pensei que fosse gostar que eu viesse.

–Não, não é isso, é que... Não é que eu não tenha ficado feliz em te ver meu amor, só quero você longe dele. Porque se eu ver ele a cinco metros de distância de você, eu juro que dessa vez não me controlo, você entende?

–Sim-falei baixinho.

–Não vamos brigar por causa daquele idiota tudo bem?-me abraçou.

–Tudo.

–Olha só o casal 20!-nos viramos e vimos o Marco e a Fran.

–E aí cara!-eu e Marco batemos as palmas mãos.

–Hum... como minha namorada está moderninha.

–Poisé querido, se cuida que essa aí ainda vai longe-Fran deu uma piscadinha.

–Então, vamos Fran?-perguntou o Marco.

–Sim.

–Eu e a Villu também já vamos, não é meu amor?

–Claro-León me abraçou de lado, fomos andando até a saída quando ouvi alguém gritar:

–León!-nos viramos e vimos o lindinho do Pablo vir em nossa direção.

–Oi Pablo.

–Onde você vai?

–Vou pra casa ué!

–Desculpa, mas o Charles quer falar com você.

–Mas Pablo, não dá pra ser depois? Eu ia levar a Violetta...

–Não León, é importante, ele veio a pista só pra falar com você, depois você pode ficar com sua namoradinha-agora a jiripoca ia piar.

–Eu já te falei que não vou com sua cara?-indaguei me aproximando com uma cara de brava e soltando fogo pelas ventas.

–Nossa, a opinião de uma garotinha boba vai fazer tanta diferença pra mim.

–Por que você tem que ser tão estúpido?

–Ei, ei, ei, tudo bem, eu sei que você me amam, mas não precisam brigar.

–Então falar pra esse bobão ir se catar!

–Então controla essa grossa que você chama de namorada!

–Pablo, eu já vou ok?-se virou na pro Pablo.

–Hum...-ele se virou e saiu fazendo uma cara feia, era só o que faltava!

–Um dia eu acabo com ele ainda!

–A senhorita não vai fazer nada ouviu? Pede pro Marco te dar uma carona até meu apartamento e fica quietinha lá-disse tirando uma chave do bolso e me entregando.

–Mas eu te espero.

–Não Villu, você não tem noção do quanto essas reuniões são demoradas e cansativas.

–León eu...

–León nada Violetta, faz o que estou te falando entendeu?-bufei irritada, odiava ser vencida em uma discussão.

–Dessa vez você ganhou, mas só dessa vez-ele deu um sorrisinho vitorioso. Se aproximou e segurando meu rosto me deu um beijinho na testa.

–Assim que me liberarem eu vou embora-apenas fiz que sim com a cabeça e lhe dei um selinho.

–Tchau.

Saí mas senti o seu olhar protetor me acompanhar até eu chegar o portão onde Marco e a Francesca estavam esperando.

–Oi Villu, o que foi?

–O León tem uma reunião, será que vocês podiam me dar uma carona até o apartamento dele?

–Claro, vem amiga-a Fran se soltou do braço do Marco e veio se pendurar no meu braço. É obvio que ele ficou enciumado, eu só ri disfarçadamente do bico que ele fez.

Pra deixá-lo ainda mais emburrado, eu fui no banco no carro da Francesca enquanto ele ia atrás. Falávamos sem parar desses assuntos de mulherzinha, ele permanecia calado.

***

–Pipipi–o barulhinho irritante ecoou pela sala.

Soltei o controle remoto da televisão de tela plana gigante e fui até a cozinha. Coloquei as luvas e abri o forno inalando aquele cheiro maravilhoso.

–Delícia-exclamei animada enquanto tirava a forma de vidro temperado do forno e a colocava sobre a mesa. Mal tive tempo de por a mesa, porque logo escutei o barulho da porta sendo aberta. Tirei rapidamente o avental e fui até a sala.

–Querida, cheguei!-León disse deixando as chaves sobre a mesa e tirando o casaco. Ri do jeito como ele fez parecer que éramos casados. Mas decidi ir na onda, me aproximei passando os braços pelo seu pescoço.

–Chegou tarde querido, como foi no trabalho?-ele sorriu lindamente.

–Sabe como é, muita papelada, reuniões, etc-dei uma risada seguida por um selinho.

León se encaminhou até o sofá, me sentei do seu lado enquanto acariciava seus cabelos.

–Nem tivemos tempo de nos falar, mas como foi no treino hoje?

–Cansativo-ele bufou jogando a cabeça pra trás fechando os olhos. Fiquei preocupada, sua aparência era de alguém exausto, fui despertada dos meus pensamentos pela sua voz-Sabe o que seria ótimo agora senhora Vargas? Uma massagem bem deliciosa com essa suas mãozinhas de fada-disse segurando minha mão e dando uma beijinho nela.

–Já que é assim-me levantei e fui pra parte detrás do sofá. Coloquei a mão sobre seus ombros e comecei a massageá-lo com muita leveza. Sorri ao vê-lo soltar um gemidinho baixo.

–Eu só disse brincando Villu-parei na hora, me aproximando do seu ouvido sussurrei:

–Então quer que eu pare?-ele abriu os olhos e me encarou sério.

–Nem pense nisso.

–León...-sem me afastar continuei apertando seus ombros, enquanto isso espalhava beijos por todo o seu rosto.

–Villu, é melhor você parar senão eu vou acabar te trazendo pra morar aqui comigo. Aí toda vez que eu chegar cansado do treino vou receber esse tratamento todo, com direito a beijinhos e até massagem-dei uma risadinha ainda com os braços entorno do seu tronco.

–Eu ia adorar cuidar do meu bebêzão-ele sorriu.

–Bom minha gata, o que você acha da gente pedir uma pizza? Estou morrendo de fome-ele deitou a cabeça pra trás e ficou me encarando.

–León, você não tem noção do que é passar a sua infância inteira comendo pizza no café, jantar e almoço.

–Era o meu sonho!

–Todos dizem a mesma coisa bobinho-dei um beijo na ponta do seu nariz.

–Pode ser comida chinesa então?

–Que tal variar um pouquinho?-ele franziu o cenho.

–Como assim?

–Vem-fui para frente do sofá e o puxei pelas mãos, começando a guiá-lo até a cozinha.

–Villu o que é que você...-ele parou na porta da cozinha-Ual! Por favor me diz que isso é...

–A famosa lasanha à parmegiana da minha avó Celina.

–Meu Deus! Você sabe o quanto eu sou louco por isso?

–Sei, só queria te enlouquecer mais um pouquinho-dei uma risadinha enquanto ele rapidamente se sentava. Se serviu com um pedaço gigante, me contentei com um pedaço pequeno. Ele só fazia comer e ficar soltando expressões cafonas com seu italiano fajuto:

–Mama mia!

–Mai sottovalutare la dote culinaria di Castillo.

–O quê?-fez uma cara de confusão muito engraçada.

–''Nunca subestime o dote culinário dos Castillo''. É o que minha avó sempre dizia-expliquei entre risadas.

–Então eu fiz bem em escolher ser o futuro marido de uma Castillo?

–Digamos que você deu sorte-dei uma piscadinha pra ele.

–Aé?-por um milagre ele largou o prato e arrastando minha cadeira pra mais perto me deu um beijo carinhoso. Nos separamos entre selinhos.

–E tem mais uma coisa-disse me levantando.

–Que coisa?-fui até a adega e peguei o vinho que tinha separado. Me aproximei com um sorriso, mas ele largou o garfo em cima do prato na hora-Violetta você acha mesmo que eu vou te deixar beber isso?

–Por que não?

–Você só tem 19, não pode beber ainda.

–Falou o cara de 21!

–Mas eu posso. Além do mais, eu não quero ser morto pelo Germán depois que ele souber que eu embebedei a filhinha dele.

–Mas ele não precisa saber...

–Violetta não quero que você beba isso e ponto final!-não me aguentei e cai em gargalhadas.

–É sem álcool bobinho-ele riu sem-graça coçando a nuca.

–Ah! Nesse caso podemos negociar...

Com um saca-rolhas, habilmente retirei o lacre e servi o líquido em duas taças. Fizemos um brinde rápido e silencioso.

Depois de termos terminado de comer, León me ajudou com a louça e assim que terminamos nos deitamos abraçados no sofá. Era estranho, já que nos fitávamos sem parar. Eu acariciava seus cabelos e ele passava o polegar de leve na minha bochecha. Mas era um silêncio agradável sabe? Já que não fazíamos nada além de sentir a presença um do outro.

Aninhei a cabeça no seu peito e fechei os olhos, León afagava meus cabelos. Tudo o que tinha levado a isso, tudo que passamos juntos, começou a tomar conta dos meus pensamentos.

–León por que você foi atrás de mim?-perguntei levantando a cabeça e olhando nos seus olhos.

–Como assim?

–Por que você foi até a pizzaria me procurar depois que eu te tratei com tanta grosseria quando nos conhecemos?-ele deu um sorriso enigmático.

–Sabia que eu sempre me faço essa pergunta? E nunca encontro uma resposta satisfatória pra ela. Não sei, porque nenhuma garota tinha me tratado daquele jeito, porque você era linda, porque... não sei o porque, só sei que uma coisa muito forte em você me atraiu. Passei a noite toda depois do desastre da poça de água pensando em você, eu simplesmente precisava te ver de novo Aí num ímpeto de coragem eu resolvi te procurar, é isso-ele deu um beijo no topo da minha cabeça e me puxou para mais perto-Só posso dizer que foi a melhor decisão que eu tomei na minha vida-espalhei beijos por todo o seu rosto, testa, bochecha, queixo, canto da boca...

–Eu te amo-aquilo era raro, porque eu nunca dizia que o amava primeiro, tinha medo que ele não respondesse.

–Também te amo, e muito!

Depois de vários selinhos bem demorados, nos lembramos que estava quase na hora do programa começar. Com muito custo nos largamos. Ele ligou a TV e colocou no canal, me sentei do seu lado com as penas em cima do seu colo. Ficamos vendo um programa de comédia, até que após quinze minutos o Fame começou.

Um programa normal de auditório. A apresentadora Jackie, no auge dos seus trinta e poucos anos estava vestida com um elegante vestido azul tubinho, começou anunciando o que teria hoje no programa, e deixou pra anunciar no final a entrevista de Violetta Castillo. A abertura cafona com vários flashes sobre as letras FAME transcorria.

–Nossa, eu acho isso tão brega.

–Quietinha, vamos prestar atenção-fiz uma careta.

–Como foi anunciado, durante a semana conseguimos o que parecia impossível: uma entrevista super exclusiva com a discreta Violetta Castillo. A moça topou nos falar um pouco sobre a experiência de namorar o sonho de consumo de todas as garotas da América, León Vargas. Confira agora o quadro ''Na trilha da fama''.

Apertei a mão dele com o nervosismo que eu queria esconder. O auditório começou a bater palmas. Logo em seguida, cortaram para a gravação da minha entrevista. Apareceram Camila e eu sentadas e ela forçando um sorriso bem técnico.

–Olá, eu sou Camila Torres e você está assistindo ao Fame! Estamos essa semana com uma convidada muito especial. Algumas dicas: ela não é famosa, entre aspas, mas é a namorada de uma grande revelação do MotoCross, a garota mais invejada do momento. Então, já sabem de quem estou falando? Se pensaram em Violetta Castillo estão corretíssimos. Olá Violetta como vai?

–Bem obrigada

–Então, vamos direto ao ponto. Sabemos que você nunca gostou muito de se expor certo?

–Sim.

–O que te fez decidir aceitar ser entrevistada?

–Bom, eu decidi que já era hora de mostrar pras pessoas quem eu sou. E é claro, pra aproveitar meus quinze minutos de fama.

Meu coração começou a palpitar, eu não tinha dito isso! Não nesse contexto. Olhei pro lado e vi meu namorado paralisado com uma expressão indignada no rosto.

–E quanto a esse seus quinze minutos de fama, o que está achando?

–Sinceramente, essa experiência está sendo muito agradável.

–Entendo, e pode nos dizer como é namorar uma estrela?

–É a melhor sensação de todas! Olha gente, simplesmente maravilhosa! Morram de inveja meninas.

–E como o León é com você?

–Às vezes ele é um verdadeiro crianção imaturo, mas eu o amo.

–O amor é lindo! Então Violetta, muito obrigado pela sua entrevista, desejo tudo de bom pra você lindinha.

–Pra você também.

–Eu sou Camila Torres e esse foi o quadro ''Na trilha da fama''.

Eu emudeci, senti um baque, teria caído se não estivesse sentada. León rapidamente puxou sua mão que eu segurava ainda com a atenção fixa na TV.

–Então, parece que a Violetta decidiu mostrar as asinhas, e revelar que atrás daquela máscara de namoradinha submissa aparentemente incomodada com o assédio, existe uma garota que não é boba em nada, que está amando toda a atenção que recebe da imprensa. O que acharam meninas?–perguntou para o auditório que começou a vaiar.

Ele rapidamente desligou a televisão e se virou pra mim com uma expressão de decepção no rosto.

–León, eu posso explicar, eu não...

–Violetta, não acredito que você disse aquilo.