Dark Things Inside escrita por Angelic Power


Capítulo 7
Mude, Cresça e Apareça




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Muitas coisas passavam por minha mente naquele instante. O que havia mudado e o que não. O que...

–Senhorita King? -Perguntou uma voz vinda da porta.

–Sim?

–Sou o doutor Shall, fui o responsável pela sua operação durante o coma.

–Pela minha o que? -perguntei abismada.

–Tivemos de operar seu coração senhorita King, mas tudo correu exatamente como o planejado, não se preocupe.

–Você mexeu no meu coração sem meu consentimento, senhor Shall? Isso não é um ato digno.

–Preferia que estivesse morta?

–Não, preferiria que pedissem a minha permissão.

–Mas senhorita, como eu poderia? Estava em coma!

–Não importa! Quando posso sair daqui?

–Agora mesmo! -Disse ele mostrando algum entusiasmo- Seu primo...

–Joseph?

–Isso! Irá vir buscá-la logo. Agora...

Ele se aproximou e começou a me desconectar dos aparelhos.

***

Já havia se passado uma hora. Jo estava atrasado, como sempre. As enfermeiras trouxeram-me roupas e eu tomei um banho, procurando não pensar em como havia feito isso durante seis anos.

Estava andando de um lado ao outro do quarto até que bati de cara com o espelho. Tentei ao máximo não ver o meu reflexo, mas não pude aguentar a curiosidade e... o choque.

Meus cabelos negros geralmente batiam no ombro. Agora chegavam à minha cintura. Minha altura era realmente inesperada, eu sempre havia sido muito baixa. Meus olhos sempre haviam sido um tom estranho de caramelo. Agora pareciam estranhamente dourados. O que havia acontecido comigo?

"Você apenas cresceu, Ruby" Falou uma voz. Uma voz que eu temia nunca mais ouvir. Virei-me imediatamente e me abaixei ao lado da cama.

–Bob!

"Como foi a soneca?"

–Estranha. Bob, eu não queria crescer...

"Todos crescem um dia Ruby"

–Sei disso... mas ainda ouço você, não perdi a magia.

"Não perca, é isso que te torna especial. Nos falamos depois"

–Mas Bob...

–R., o que esta fazendo aí?

Olhei para porta e vi Joseph me encarando com um olhar divertido.

–Examinando o território -Respondi enquanto me levantava -Podemos ir agora?

Ele sorriu. Era estranho, muito estranho, não era mais o Jo, meu primo. Ainda tinha as características do Jo, mas estava diferente...

–Por que não me disse que eu operei? -perguntei repentinamente tirando o sorriso de seu rosto.

–R...

–Esqueça, vamos embora.

Por que eu estava falando assim? Estava sendo chata, grossa e indelicada. Ah, claro, agora eu tinha dezesseis anos. Bem-vinda à adolescência Ruby.

***

Estávamos à caminho da casa de Jo. Ele tentava puxar assunto o tempo todo, estava sendo legal, mas eu não conseguia me concentrar em uma conversa. Eu queria fazer perguntas. Mil perguntas.

–O que foi? -Perguntou ele.

–Seis anos, Jo...

–Eu sei... vai ficar tudo bem. As coisas mudaram R. Minha mãe mudou, seu pai mudou e...

–Meu pai? -Como eu ainda não havia me preocupado com ele? -Onde ele esta?

–Agora? Provavelmente trabalhando, mas virá te ver mais tarde.

Assenti. Encarei a janela. A cidade passava rápido dentro do carro. As casas estavam diferentes. As pessoas estavam diferentes. Tudo estava. Eu nunca havia me dado bem com mudanças. Mudanças eram medonhas. Podiam melhorar uns, mas já haviam dilacerado pessoas boas.

Joseph estava me encarando, sem parar. Isso era ainda mais entranho, não gostava que olhassem pra mim. Respirei fundo e olhei pra ele.

–Jo, agradeço que esteja tentando me animar, de verdade, mas eu estou... confusa e preciso de um tempo.

Ele riu alto. Encarei-o confusa.

–Isso pareceu um clássico término de namoro R.

–Jo! -Reclamei.

–Desculpe, mas pareceu -Ele não parava de rir e fazia caretas tão estranhas que comecei a rir também- R., confie em mim, eu vou te ajudar a passar por isso. Vou te mostrar o que você perdeu e as coisas loucas que aconteceram comigo.

–Você...?

–NÃO! -Disse ele rindo novamente- Eu adquiri um vício por leitura!

–Você? Mas... é você! -Falei rindo.

–Ah, sim, agradeço, mas eu posso fazer algo intelectual.

–Claro que pode! -Ironizei. Respirei fundo -Jo?

–O que?

–Você não fica com medo de... mudanças?

–Mudanças são ótimas.

–Não são não.

–Claro que são R., mudanças nos dão a capacidade de refletir sobre o que somos. Nos dão a possibilidade de melhorarmos ou piorarmos. Nos dão escolhas, saídas. Mudanças nos fazem descobrir o que nem mesmo nós imaginávamos ser. Se fossemos imutáveis não nos aturaríamos. Sempre apreciei coisas novas, novas chances, novas aventuras, novos caminhos.

–Meu Deus... -Falei boquiaberta.

–Qual o problema?

–Você virou mesmo alguém intelectual, isso é assustador!

Rimos juntos e conversamos mais até chegarmos à casa de Jo.

Talvez eu gostasse de crescer, de mudar, de me descobrir e quem sabe tomar coragem de deixar que me vissem também.


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Notas finais do capítulo

OUTRO CAPÍTULO EOOO. Sim, esta muito chato e sem graça, mas eu quis mostrar mais a relação da Ruby com o Jo. O que acharam dele? Beijooos, comentem ok?



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