Dark Things Inside escrita por Angelic Power


Capítulo 4
Prisioneira da Liberdade


Notas iniciais do capítulo

Achei que ficou meio confuso, mas se vocês captarem a ideia vão entender como tudo aconteceu.



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Eu estava em meu quarto, meu verdadeiro quarto. Tentava pegar no sono, mas os beros vindos da sala eram altos demais. Meus pais estavam discutindo, outra vez. Minha mãe nos mantinha o mais longe possível. Ela o odiava por me amar me odiava por parecer tanto com ele.

Me enrolei na coberta e coloquei o travesseiro nos ouvidos, mas os berros ainda eram audíveis.

Ela estava doente, mas não de doenças humanas. Doenças que nenhum médico poderia notar, mas eu notara. Minha mãe tinha mais monstros em si do que poderia controlar. E eles a dominaram por completo, ela os libertou, mas foi aprisionada com seus anjos. Aprisionada por ter dado a liberdade. Tudo o que era bom nela desapareceu.

Meu pai a amava, mas chegou um ponto em que nem ele conseguia controlá-la. As vezes ela tentava me machucar e ele intervia.

Ela dizia a todos, principalmente à tia Marie que ele batia nela, que gritava com ela... Mentiras e mais mentiras, são isso que os demônios fazem quando saem de nós.

Eu não conseguia mais dormir. Não conseguia mais viver com aquela mulher. Eu sentia falta da minha mãe, mas não sinto mais nada.

Me levantei e fui até a porta. Abri-a o suficiente para conseguir ver o que estava acontecendo.

Meu pai estava caído no chão. Ele sangrava muito. Eu queria ir até ele, mas não podia... ela iria me ver...

Ruby? -Falou a voz dela -Venha cá, querida.

Então a vi. Parada perto da janela. Ela ainda não me vira espiando. Seus olhos estavam cansados e desumanos. Caminhou lentamente até a porta do meu quarto.

Eu não sabia o que fazer. Queria chorar. Gritar. Correr... mas me escondi. Meu quarto era bem grande. Tinha espaços escuros o suficiente, talvez eu pudesse me esconder lá...

Não havia mais tempo de pensar. Corri na direção do guarda-roupa. Tinha um pequeno espaço entre ele e a parede. E eu poderia caber lá. Me estreitei e consegui entrar. Nessa hora lembrei o quanto eu tinha medo daquele lugar. Sempre escuro e assustador. Minha mãe dizia que existiam coisas ruins ali, mas... não havia nada.

RUBY! -Berrou minha mãe abrindo a porta- Apareça Ruby...

Respirei o mais silencioso e devagar possível. Procurei pensar em outra coisa para não chorar e fazer algum barulho. Encarei o lugar onde estava. Era um esconderijo, estava me ajudando e não me fazendo mal como ela dizia que faria. Não precisava ter medo. Não existiam monstros embaixo da cama, eu já havia checado uma ou duas vezes. Não existiam coisas ruins nos cantos escuros. As pessoas são quem criam essas coisas, pois não querem aceitar que as coisas ruins estão nelas. Assim como estavam em minha mãe.

Olhei para meu quarto, ela olhava em cada canto.

Grace, você não vai machucar minha filha! -Advertiu meu pai entrando no quarto. Ele ainda estava machucado mais seus olhos estavam dominados por fúria.

Ela também é minha filha Eric, posso fazer o que eu quiser. Ela precisa aprender algumas lições, você a mima demais -Disse minha mãe cuspindo as palavras.

Não vou permitir que faça mais nenhum mal a ela.

Então terei que me livrar de você -Disse ela. Correndo na direção do meu pai.

Fechei os olhos. Eu não queria ver. Tentei sair, mas estava presa.

"Não Ruby, fique aqui..." Falou uma voz calma em minha mente.

Eu me debatia enquanto as lágrimas escorriam.

Então ouvi. Um barulho alto que doía os ouvidos. Não era um grito. Não era um choro. Não era vivo. Era um barulho que mesmo sem nunca ter ouvido realmente qualquer um reconheceria se ouvisse. Um tiro. Uma bala. Uma arma. E... uma morte.

Meu pai sempre fora um home severo e raivoso, mas ele me amava. Ao menos ele. Eu não saberia como viver se ele houvesse morrido.

Meus olhos ardiam e o espaço parecia diminuir. Meu ar foi acabando e adormeci.

Acordei no dia seguinte. Estava em uma cama grande e confortável. Não era meu quarto. Levantei-me abruptamente e corri até a porta. Estava trancada. Virei-me e observei o lugar onde dormira. Tinha um conjunto de roupas negras em cima da cama. Eram as minhas. Coloquei as novas vestes. Por que preto? Era estranho...

***

Um longo tempo depois meu primo Joseph abriu a porta. Ele era dois anos mais velho que eu. Filho da tia Marie, mas não se parecia com ela. Ele era uma boa pessoa. Joseph também se vestia de preto e me olhou com pesar.

Venha Ruby -disse ele estendendo a mão. A peguei. Ele me conduziu até um carro negro que esperava do lado de fora.

Pra onde estamos indo? -Perguntei enquanto entrava.

Para um passeio R., não tenha medo -Falou ele me abraçando.

Agora eu entendia...

A caixa negra. Minha mãe. As flores. Todos de preto.

"Onde está meu pai?

Ele não é bem vindo aqui -Disse ela com desprezo.

Por que não?

Ele... você é muito nova pra entender, Ruby -Comentou me fuzilando com o olhar."

Por isso tia Marie falava assim dele. Ele não havia morrido. Mas sim matado...

PAI! -Berrei saltando do colchão. Sorte a minha que eu não estava mais na cama ou teria doído muito.

"Você esta bem, Ruby?" Perguntou Bob

O que? Ah, sim... foi só um sonho.

"Não gosto de sonhos"

E por que não?

"São estranhos... as vezes mostram coisas ruins"

Não Bob, todos os sonhos são bons.

"Você gosta de pesadelos?"

Não vou dizer que eu gosto... -Falei rindo- Mas os pesadelos são como uma parte obscura de nós que nem mesmo nós sabíamos que possuíamos.

"Monstros..."

Monstros. -Repeti.

Nos sonhos vemos acontecimentos do passado. Vemos nossos medos e fraquezas. Vemos coisas que nos deixam contentes ou que nos façam chorar. Mesmo que não pareça... Os sonhos nos dão forças para lutar.

Quando vemos o medo, estamos, de alguma forma, enfrentando-o.

Quando vemos o passado, podemos tirar dele uma lição que não havíamos aprendido.

E quando sorrimos e choramos, estamos mostrando que mesmo com as coisas ruins dentro de nós, ainda somos humanos.


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Notas finais do capítulo

Realmente espero que vocês tenham gostado e agradeço MUITOOO às duas pessoas divas que estão comentando Anna e Lore chan. Beijooos



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