Dark Things Inside escrita por Angelic Power


Capítulo 2
Embaixo da cama


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem, esse capitulo ficou MUITO chatinho e talvez muito infantil, mas espero que gostem dele...



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Frio. Eu sentia o frio em meio ao chão. Meu corpo repousava desconfortavelmente lá. No chão de algum lugar que eu não sabia onde era. Não queria abrir os olhos. Não queria saber onde estava. Não queria saber se alguém me observava agora.

Minha mãe havia morrido. Disso eu já sabia. Ela havia morrido há anos. Seu corpo ainda se movia, mas pra mim ela não estava mais lá. Ela e meu pai viviam discutindo. Ele era severo e ela era controladora. Não se encaixavam. E eu... bem, eu era um monstro.

Uma vez fui a um psicólogo e ele alegou que eu tinha algum problema mental, mas nunca descobri qual era. Dês daquele dia muitos me chamavam de esquisita, problemática e outras coisas que não gosto de lembrar, mas nunca haviam me chamado de monstro. Aquilo doeu um pouco, mas ignorei.

Pelas poucas vezes que ouvi alguém falar sobre meu problema, me lembro de terem dito que eu via coisas. Coisas que não eram reais.

Minha tia Marie dizia que eu estava possuída por alguma coisa maligna, então me desprezava de todos os modos que podia.

Nunca me considerei do mal. E eu nunca vi coisas que não eram reais. Eu era uma menina normal, a única diferença é que eu nunca tive medo do escuro, eu tinha medo da luz.

Abri os olhos. Eu teria de fazê-lo mais cedo ou mais tarde. Levantei e encarei o lugar onde eu estava. Era um quarto pequeno. Tinha uma cômoda bege e uma cama com cobertas azuis, perfeitamente arrumada. Na pequenina janela eu podia ver o céu negro da noite e a chuva caindo passiva.

"Olá" Disse uma voz. Era fraca e parecia vir de todos os lugares. Tinha um tom diferente de qualquer coisa que eu já havia ouvido na vida.

–Olá -Respondi. Procurei por alguém, mas não encontrei.

Qual é o seu nome?" Perguntou a voz.

–Ruby, e o seu?

"Não me lembro. Estou aqui faz tanto tempo que já não sei, mas muitos dizem que sou um monstro. Pode me chamar assim se quiser."

–Também já me chamaram assim. Por que não estou te vendo? -Perguntei à voz.

"Você vai ficar com medo. Todos tem medo de monstros que se escondem na escuridão."

–Pois eu não tenho! Onde você esta?

"Onde os monstros ficam."

Olhei pra debaixo da cama. Era muito escuro, não conseguia enxergar nada. Um ar gelado me cercou.

"Eu disse que você ficaria com medo."

–Bob

"O que?"

–Seu nome, é Bob.

"Quem te contou?"

–É segredo... silêncio Bob.

–Senhorita King, eu... -Disse uma moça entrando no quarto. Ela se interrompeu ao me ver abaixada olhando pra debaixo da cama- O que esta fazendo?

"Silêncio, Ruby" Falou Bob baixinho.

–Acho que deixei cair meu brinco.

A moça revirou os olhos e colocou as mãos na cintura. Ela usava um vestido cinza e seus cabelos castanhos estavam presos em uma trança.

–Que lugar é este?

–Um internato, para meninas. Sua tia a colocou aqui no intuito de que você... crescesse. Mas pelo visto teremos um certo trabalho com a senhorita.

–Ela também te disse que sou dominada por algo maligno?

A moça entrou em estado de choque e colocou as mãos sobre a boca.

–Então você esta mesmo possessa por algo, ela tinha razão. Vou tomar uma providência já. -Falou ela trancando a porta.

"Esta mesmo dominada?"

–Não, eu tenho um problema mental, mas minha tia não acredita nisso.

"O que você tem?"

–Vejo coisas inexistentes. Como você.

"Se sabe que não sou real então por que continua falando comigo?"

–Eu sempre fui só. Tive que aprender que posso me divertir comigo mesma e com a minha imaginação. Nunca me contaram histórias pra dormir, nem nunca cantaram pra mim. Nunca se preocuparam comigo. Tive de fazer isso por eles. Fiz amigos tão estranhos como eu, que me entenderiam. Um monstro, como eu e você. Todos temos monstros dentro de nós, bons ou ruins, se conversarmos com eles veremos que não há o que temer.

"Você pensa demais pra sua idade, Ruby"

–Cada um amadurece a seu tempo, eu cresci rápido, mas sempre trouxe a imaginação comigo.

Olhei pela janela. Eu estava presa. Por muito tempo. Iria ter de ouvir coisas maldosas, mas eu aguentaria, pois toda prisão um dia acaba.

As coisas não poderiam ser tão ruins, não agora que eu era amiga do monstro embaixo da minha cama...


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a Anna, uma pessoa diva que comentou. Obrigada!!! Seu comentário foi muito importante, beijaoo



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