A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 12
Suicídio? Nunca. Normal demais para um lugar como Hogwarts.


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOOi! Gente, obrigada pelos comments! Realmente A-M-E-I. Como previsto, a Mel ficou irritada com o Daniel. Vamos lá Melzita do meu heart! Perdoa o cara! Ele vai ser tão fofo nesse cap! Vai ser tão querido! Vai ser tão meloso! Vai ser tão melhor amigo da Lawren! HUehueheuheu! Bom gente, meu aniversário é dia 19 pra quem não sabe! Quero meus presentes (comentários alegram muita gente, recomendações alegram, alegram muito maaaais!) heuheuehueh. Okay, ao capítulo! Próximo:

Nome: Draco Malfoy: um bruxo em meio aos trouxas.

XOxxoooooooooooooooooooooooooooo!



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– O que? – perguntou a ruiva, parando de rir imediatamente. Todos estavam silenciosos, e Carrie ainda tremia. Ninguém ousava dizer alguma palavra contra o que Pansy dizia. Quem abria a boca, fechava logo depois com a certeza de que iria gaguejar. O primeiro a se manifestar foi Daniel.

– Você tem... Certeza? – Pansy negou.

– Não sei se está morta. Eu... Somente entrei e vi... Aquilo. – falou, mexendo a cabeça como se quisesse afastar o terrível pensamento em sua mente. O loiro se moveu, sendo seguida logo depois por Lawren. Andou pelo estreito corredor. Bem no fundo, a porta do imenso banheiro estava aberta. Diminuiu a velocidade dos passos, e arfou, empurrando um pouco mais a porta.

A imagem era terrível. Ela não estava estraçalhada, ou decepada. Para falar a verdade, estava linda. A única coisa que denunciava sua morte foi o método sem magia. A garganta cortada e a boca manchada. Os olhos azuis vidrados para um ponto que ninguém saberia dizer qual era. Sem sorrisos. Somente um olhar de clemência, como se tivesse pedido para seja lá quem fizera aquilo, parasse. O canto dos olhos estava manchado por causa das lágrimas.

Fora isso, parecia que estava ajeitada para a morte. Usava um vestido de verão que ia até os pés. A parte de cima era de alcinhas, com um bordado branco por toda parte do peito até as cinturas. Depois era conectada com outro tecido de tule, branco e soltinho. Nos pés, usava uma sapatilha branca de laços. Os cabelos loiros cacheados, em um meio preso, com os cachos se espalhando graciosamente pelo chão. Na garganta, um colar em forma de um anel. Nos lábios, um batom vermelho perfeitamente delineado. Um anjo.

O mais apavorante, era o braço da garota. Estendido pelo chão, de mão para cima, uma espécie de bilhete escrito na própria pele: “Siga em frente. É assim que anjos morrem.”.

Surrey, lentamente, começou a andar até a menina, sendo impedido por um braço no seu. Olhou para trás, se deparando com o olhar de Lawrence. Expressava medo, pavor. Ela tremia. Tinha muito sangue no chão. Mas de alguma forma, ela ainda queria seguir em frente.

– Eu preciso fazer isso. – ela sussurrou, com a mão no braço do garoto, que negou lentamente a olhando. Não era um olhar da espécie: “brigamos há um minuto”. E sim, um olhar da espécie: “brigamos há um minuto, mas sendo seu amigo, não posso lhe deixar fazer isso”.

– Não quero que desmaie aqui, e precise de novo de uma enfermaria. – ele murmurou de volta, apertando a mão da menina, que tremia cada vez mais. Além do ambiente apavorante, estava muito frio dentro do lugar. Pela pequena janela, dava para ver pequenos flocos de neve caindo no lago. Um cenário tão perfeito para uma morte tão trágica.

– Acham que pode ter sido... Suicídio? – perguntou Pansy. Todos já estavam dentro do banheiro. Carrie se manifestou.

– Claro que não. – murmurou, com um olhar triste pela menina – Não há nenhuma espécie de faca ou varinha. Isso foi... – pausa – Assassinato.

Algumas pessoas se olharam apavoradas dentro do banheiro. Draco saíra rapidamente à procura do diretor e professor Snape. Olhares desconfiados. Fora alguém da Slytherin, ou alguém que tinha a senha. A ruiva baixou a cabeça, sentindo uma vontade imensa de gritar. Como coisas assim aconteciam somente com ela?

O loiro a olhou, puxando-a para fora do banheiro. Ninguém realmente olhou para os dois. Estavam em estado de choque. Ninguém nunca morrera por assassinato em Hogwarts. A Potter tremia dos pés a cabeça, e seu olhar estavam cheio de lágrimas. Não pelo motivo de tristeza, mas sim porque simplesmente o pavor crescera, pensando no que poderia ter acontecido. Como ninguém ouvira os gritos? Como ninguém ouviu seu pedido de clemência? Talvez nem mesmo houvesse um pedido de clemência.

Surrey se sentou num dos sofás de couro perto da lareira acesa, e pegou uma coberta em baixo da poltrona. Um esquema inventado pelos alunos. Puxou Lawrence para o sofá também, e a fez deitar-se em seu colo, colocando a coberta por cima dos dois. Afagou os cabelos por um tempo interminável, até perceber que ela se acalmara um pouco. Olhava para o nada, pensando no que havia lá dentro. Quem poderia ser tão cruel? Voldemort? Mas o que Amanda tinha a ver com aquilo? Parecia ser tão... Dócil. Um perfeito anjo. Estava tão submerso em seus pensamentos, que só acordou quando ouviu a voz de Lawrence, fraca, como se estivesse quase dormindo, perguntar:

– Você me odeia Dan? – se admirou pelo apelido amável – Você tem nojo de mim pelo que fiz? – falou com a voz embargada.

O loiro sabia muito bem do que ela falava. As palavras claras em sua mente, o faziam ter certeza de que fora muito rude até mesmo para com alguém forte como ela. “Ela fez aquilo com você, sim, fez, mas isso não justifica. Isso é se botar ao mesmo patamar. Ser tão inferior quanto. Pessoas assim me enojam.”. A olhou. Não queria dizer aquelas palavras, mas estava com muita raiva. De alguma forma, queria puni-la pelo que fazia. Sentiu raiva pelo que a garota fez com Carrie, e queria mostra-la como as pessoas se sentiam quando eram tratadas da mesma maneira pela ruiva. Suspirou altamente, depositando um beijo na testa da menina, e afagando mais os cabelos.

– Claro que não odeio Lawren. Também não sinto nojo. Foi somente o momento. Impulso. – disse em alto e bom som. Ela pareceu relaxar, e enfim se acalmar, se entregando ao sono. Mas não antes de sussurrar um “obrigada” praticamente inaudível.

***

– Isso já está passando dos limites! E mal começou! – retrucou o homem. Era alto, narigudo e tinha cabelos oleosos.

– Severo, você foi muito bem alertado de que haveria possibilidades de controvérsias... – tentou McGonagall.

– Controvérsias! Não assassinatos! Essa garota deve ficar longe do colégio! Vocês deveriam saber que Voldemort está atrás dela! Uma vez que o Potter nunca iria para o lado errado, obviamente ele iria atacar a irmã, que tem tudo que ele poderia querer: ódio e força. É somente o que a move. – falou ríspido – Igual ao pai. Mimada e convencida.

– Por favor, Severo... – falou Dumbledore – Não devemos nos esquecer de que ela é sua aluna, e é de seu dever defendê-la quando ela não tem nada a ver com as coisas. É claro que Voldemort está atrás da garota. Sempre esteve. Você realmente acha que ela será mais eficiente do lado de fora de nossos portões? Lá, ela poderá ser manipulada facilmente. Algumas palavras, e ela já estará do outro lado. Todos sabemos que ela é forte. Inteligência em uma dose adequada, muda o mundo para melhor. Inteligência demais pode causar uma catástrofe. Então ela deverá ficar aqui, Severo, onde ela está sendo controlada.

– Controlada? – riu – Por quem?

– Daniel Surrey e Draco Malfoy estão me parecendo bons amigos para ela. Pelo menos, eu a vi sorrir umas cinco vezes verdadeiramente, enquanto estava com eles.

– Você realmente acha que os dois tem o poder de fazê-la ficar? A partir do momento em que ela decidir de que lado lutar, nada a impedirá. Ela já tem muita força, sem nem mesmo sabermos seu “dom” particular. Imagine quando descobrirmos. O que pode demorar dias.

– Ou anos. Harry demorou um ano e meio para descobrir a ofidioglossia. Que até agora somente nos beneficiou.

– Harry Potter é um caso diferente, Alvo! – gritou o homem, defendendo Lawren – Harry Potter cresceu odiado pela família, mas amado por todo o mundo bruxo. Chegou a Hogwarts, fez dois grandes e leais amigos, conheceu as suas “potternáticas”, e cresceu nesses anos cada vez mais amado por tudo e por todos. Lawrence Potter cresceu sem nada: amigos, família ou fama! Ela tem ódio de todo mundo! E eu entendo o lado da garota! Ela não tem motivos para nos ajudar! Por que ela ajudaria quem sempre a menosprezou?! Não existe motivo. Ambos sabemos que se Voldemort chegar à frente dela, e a tratar como nunca foi tratada, ela irá logo para o outro lado. Não resistirá muito. “Ela não olhará para ele e pensará: “não, calma, não posso me aliar a ele, porque esse indivíduo matou meus pais” – pausou cansado – Ela olhará para ele e pensará:” não, calma, por que não me aliar a ele quando até mesmo os meus pais fizeram questão de me esconder?”“. Mal começamos o ano, e já tem alguém morto. Ela deve ir. – suspirou, sendo olhado com admiração pelos professores.

– Para onde, Severo? Aonde ela irá? Ela não tem ninguém. Malfoy e Surrey. Os únicos que ela já teve de verdade. Que gostam dela, e que conseguem entende-la de alguma forma. O que me sugere? Além de larga-la por aí. – o homem suspirou – Pois eu tenho a resposta. Você irá treiná-la.

– O que você quer dizer com isso? – falou sério.

– Você irá fazê-la exercitar os pontos fortes, e fortalecer os fracos. Irá treinar seu próprio dom, irá descobri-lo. Isso, obviamente, será somente ano que vem. Esse ano, com o ministério na nossa cola, não podemos arriscar. – disse Dumbledore. A menção do ministério parecia tabu. Assim dito, alguém bateu na porta e irritantemente entrou falando:

– Que história é essa rolando nos corredores? Por que nenhum aluno está dormindo? – perguntou a mulher de rosa, com sua prancheta na mão.

– Amanda Casty, Professora Umbridge. Aluna do sexto ano de Hogwarts, Slytherin, foi encontrada no banheiro de sua própria casa. Garganta cortada, com a frase “siga em frente, é assim que anjos morrem”. – falou Dumbledore, calmamente enquanto a sapa anotava as coisas – Não foi suicídio, e sim assassinato.

– Devemos olhar os últimos registros de magia dos alunos. – falou Dolores – Assim podemos achar os assassinos através do Avada...

– Hogwarts está cercada com imunidade a qualquer tipo de maldição imperdoável, caso não tenha lido Hogwarts: uma história. – disse McGonagall – Somente alguns limitados indivíduos tem acesso, em caso de extrema urgência. Indivíduos confiáveis, que nunca matariam pessoa alguma aqui dentro. Quanto mais uma aluna. – falou meio irritada.

– Ótimo, então como ela morreu? – perguntou, com um risinho.

– Com a garganta cortada, se isso é uma piada. – falou Flitwick, com uma raiva – Pobre Amanda. Uma das alunas mais brilhantes em feitiços. E de extrema doçura. Nunca vi uma Slytherin tão amável.

– Sangue puro, mestiço ou trouxa? – falou com um sorrisinho.

– Do que isso mudará? – perguntou a professora McGonagall – A Srta. Casty já está morta. Se pretender mandar algo ao ministério, faça questão de deixar muito bem claro para o nosso querido ministro, que dementadores não são bem-vindos em Hogwarts, e que fiquem em Azkaban, que é onde deveriam estar desde o início do ano. – relembrando o acontecido com Harry.

– É impressão minha, ou está fazendo uma crítica ao nosso ministro e ministério tão amados?

– Imagine Dolores! Estava somente a imaginar, o que uma aula teórica poderá mudar na vida de um aluno em futuros ataques.

– Ataques de quem? – desafiou.

– Acabei de citar uma ótima opção. Dementadores. Olhe que interessante!

– O ministério ficará sabendo disso, Minerva. Você estará no olho da rua! – gritou, saindo da sala.

– Pelo que? Enfrentar você, o ministro ou o ministério? – gritou de volta, estressada.

O clima ficou tenso na sala. Ninguém sabia o que dizer após aquilo. Passaram-se uns bons minutos sem ninguém se manifestar.

– Então farei isso ano que vem, somente? – perguntou Severo. – Aceito a proposta com uma condição – olhou para todos – Se ela passar para o outro lado, poderei mata-la. – Dumbledore assentiu – Espero que não seja necessário. Dizem que é uma aluna brilhante. – murmurou, se lembrando da mãe da menina, e sorrindo. Eram mais parecidas do que Lawren poderia achar.

***

No outro dia, a escola estava silenciosa. As salas não tinham badernas, e todos os professores explicavam um por um o que havia acontecido. Ninguém sabia o culpado, mas garantiam que achariam. O velório seria na quarta de tarde, e os alunos Slytherins não eram mais os zombeteiros da escola. Quem conhecia a loira, sabia como era uma pessoa boa. Muitos se comoveram, e ficaram revoltados ao saber como ela fora encontrada. A Potter era uma das meninas que não conseguia entender bem o que acontecera. Daniel, depois que acordara, explicara com a ajuda de Draco, tudo que ela poderia saber. Mas mesmo assim, continuava não entender. Ela era tão bonita e nova.

Sentada na beira do lago, era somente o que pensava naquele dia. Arranjara um jeito para despistar os meninos, e viera correndo para essa árvore. Era um lugar interessante e calmo. O vento gelado batia em seu rosto, e levava seus cabelos. Isso a incomodava mais do que tudo. Levantou o capuz do moletom e suspirou, fechando os olhos.

Ficou alguns minutos pensando, tentando não concentrar seus pensamentos no sangue do cadáver, e sim nele todo. O que poderia ser aquilo? Será que ela fora forçada a usar aquela roupa, ou fora somente induzida? Enganada por alguém que achava ser do bem. Havia tantas possibilidades... Dívidas, vingança, desavenças, intrigas...

Somente não ficou mais tempo pensando porque sentiu o cheiro forte de um perfume masculino. Era um perfume bom, e lembrava a garota os tempos em Boston. Os passos eram meio receosos e pesados, e a pessoa arfava. Homem, obviamente. Uma tosse foi ouvida, para chamar a atenção, e a ruiva sorriu antes mesmo de abrir as olhos.

– Olá Harry. Sabia que uma hora ou outra viria. Ainda mais agora. – abriu os olhos se deparando com um moreno, sentando-se ao seu lado.

– Como vão as coisas? – ele perguntou calmo. Ela tentou parecer surpresa, mas não estava. Sabia que na segunda ou na terceira tentativa de conversa, ele viria calmo. Precisavam conversar, e a ruiva deixara bem claro que não poderia ser brigando.

– Um pouco conturbadas para falar a verdade. – ela disse, sem emoção – Quase desmaiar duas vezes em um mesmo dia. Tarefa para poucos. – ela sorriu – Parece cansado. Não dormiu direito também. – o moreno concordou – Adormeci no colo de Daniel uma hora, e depois acordei. Tentei dormir. Nada.

– Sei... – arranhou a garganta, procurando voz – Precisamos conversar. – ela sorriu, e olhou nos mesmos olhos que via no espelho ao se olhar.

– Sei disso. Vamos começar do início, para tornar as coisas mais simples. Esqueça a briga de ontem. Somente... – estendeu a mão, e deu um sorriso simpático – Olá, meu nome é Lawrence Potter. Qual o seu?


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Notas finais do capítulo

Looks: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=119282813&.locale=pt-br

Beijos :)