Rubi - A descarada escrita por Amber Dotto


Capítulo 45
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e boa leitura



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Mansão dos Cárdenas

Mais tarde

– Papai! – Exclamou Henry em direção a Heitor após vê-lo entrar na casa de Alessandro.

– Que saudade de você meu filho. Como você está?

– Estou entediado. A verdade é que aqui é muito chato, não tem nada para fazer. E as pessoas daqui não gostam muito da gente, teve uma moça que chamou minha mãe de bruxa, e ela não é uma bruxa. Você vai nos levar embora daqui não é?

– Vou sim, eu vim buscar vocês. Vamos embora para nossa casa. – Respondeu Heitor abraçando o pequeno. – Eu te amo muito meu filho, independentemente de qualquer coisa, e quero que você, sua irmã e sua mãe estejam sempre ao meu lado. Onde elas estão?

– A minha mãe saiu com a vó Elisa, e a minha irmã está bem ali, na ponte de cristal.

– Na ponte? Com quem?

– Sozinha. – Respondeu o garoto.

– Mas ela não deveria estar lá. – Reclamou Heitor correndo em direção a ponte. – Hei, Elisa, saia já daí. – Gritou Heitor de longe. – Desce logo!

– Pai! – Gritou a pequena que não escondeu sua felicidade em ver Heitor.

– Com cuidado. – Ponderou ao vê-la descer. – Não te disseram que você não pode subir lá? – Dizia zangado.

– Sim, minha mãe disse. Mas...

– Mas você como sempre teimou. Você poderia ter se machucado. Aquela ponte é de vidro, e você sabe que vidro quando quebra machuca as pessoas, não sabe? Não quero que nada de ruim aconteça com você minha princesa. – Disse Heitor pegando-a no colo. – Como você está?

– Estou com saudades de casa. Eu queria voltar com você e com a mamãe, e até com o chato do Henrique, mas ela disse que a partir de agora, nos moraríamos aqui, e que você viria nos visitar raramente. Não é verdade né papai? Eu gosto do tio Alessandro, mas eu amo você.

– O que faz aqui Heitor e porque estava gritando com a menina? – Interrompeu Alessandro ao se aproximar.

– Vim buscar a minha esposa e os meus filhos. E eu não estava gritando com a Elisa, estava apenas evitando que um novo acidente acontecesse nessa casa.

– Não tem porque se preocupar. Eu estava de olho nos dois.

– E mesmo assim a Lisa estava lá em cima?! Percebo o quanto você estava cuidando deles.

– A forma que eu cuido deles não é da sua conta Heitor. Já esqueceu que...

– Eu não esqueci. – Interrompeu Heitor. – Mas perante a lei, eles são meus filhos. Estão registrados em meu nome, então você não tem direito nenhum sobre os dois. Vim falar com a Rubi, e já disse que quero leva-los embora daqui.

– Você só os tira daqui se eu estiver morto. E a Rubi não quer mais saber de você, vê se entende. Ela está disposta a tentar de novo, e sendo assim, eu não perderei a oportunidade. Nos quatro finalmente vamos ser felizes. Longe de alguém como você.

– A Rubi é minha esposa e me ama. E ela já deixou isso claro, e eu espero que você entenda isso. Você é um infeliz e tem inveja de tudo o que eu sempre tive.

– Eu, com inveja? Olha bem pra mim Heitor. Eu tenho dois filhos maravilhosos. E tenho ao meu lado uma mulher incrível, inteligente, bonita... Ontem ela dormiu em meus braços, e eu consegui novamente sentir o cheiro de sua pele, o seu toque, os lábios macios colados nos meus...

– Cala boca seu infeliz! – Gritou Heitor antes de dar um soco em Alessandro.

– Isso, me dê outro soco na frente das crianças. – Respondeu Alessandro. – É isso que você ensina para elas? Violência?

– Vá se ferrar Alessandro. Eu vou embora, mas mais tarde eu volto. – Respondeu Heitor.

– Não pai, fica, por favor. – Implorou Henry. – Ou me leva com você, eu não quero ficar aqui.

– Eu não posso meu amor, você tem que ficar, e cuidar da sua mãe e da sua irmã, afinal já é um homem. Eu prometo que volto mais tarde, e levo vocês embora daqui. Combinado?

– Jura pra mim?

– Sim. Eu juro. – Respondeu Heitor. – E você mocinha, comporte-se. Seja mais obediente, por favor minha filha. Eu não quero que nada de ruim aconteça com você.

– Tudo bem papai. – Respondeu Lisa ao dar um beijo em Heitor. – Eu te amo muito!

– Eu também minha princesa, eu também te amo muito.

– Papai, leve a minha boneca com você.

– Mas a Lulu não é sua boneca favorita?

– É sim, mas assim você não fica sozinho e sei que vai cuidar bem dela. E ela não vai te deixar ficar triste.

– Obrigada meu amor. Agora o papai tem que ir. E prometo que mais tarde eu volto. – Respondeu ao pegar a boneca.

– Se você quer perder o seu tempo o problema é seu. – Disse Alessandro vendo-o ir embora.

Toledo Factory Store.

– Rubi?! O que ela faz aqui? – Perguntou Toledo assustado a uma de suas funcionárias. – Digam que eu não estou. Eu vou sair pelos fundos da loja.

– Toledo, não adianta correr, porque eu vou atrás de você até no inferno se for preciso. – Respondeu ao entrar na sala do ex amigo.

– Eu correr fofa? Porque? Você perdeu. Ainda não percebeu isso?

– Vamos embora filha. – Disse Dona Elisa.

– Não. Eu não vou a lugar algum até esse infeliz me dizer o porquê.

– Eu não lhe devo explicações Rubi.

– Ah mas você vai me explicar sim. – Vociferou Rubi. Porque eu não consigo entender. Eu sempre fui a melhor amiga que você poderia ter, sempre te tratei com muito respeito e com muito amor Toledo.

– Eu estava cansado da sua bondade em excesso. No início eu até gostava de você, a garota da vila, disposta a tudo por dinheiro. Com sua beleza, teria chegado longe. Mas você sempre foi muito volátil, considerava-se esperta mas no fim, foi manipulada por mim como todos os outros. Eu te adorava Rubi, mas você se tornou insuportável depois que aqueles dois pestinhas insuportáveis nasceram.

– Dobre a língua para falar dos meus filhos. Eu não posso acreditar que você fez tudo isso.

– Fiz, era divertido ver sua angustia. Eu e a Flora, nos divertíamos bastante. – Prosseguiu Toledo, enquanto Rubi ficava cada vez mais nervosa.

– O que a Flora tem a ver com isso?

– A princípio, tudo o que eu queria era te assustar. Mas depois a situação mudou. Ah é, você não sabe...

– Seja direto Toledo. – Interrompeu Dona Elisa.

– Eu não sei o que? – Questionou Rubi.

– Digamos que isso tudo é muito importante para os planos da Flora.

– Que planos? – Respondeu Rubi confusa.

– Na hora certa você vai saber. Não seja afobada. Eu imaginei que com você por perto, tudo seria bem mais difícil, pois para sua desgraça, você realmente acabou se apaixonando pelo idiota do Heitor. E todos nós sabemos o que você é capaz de fazer pelo homem que ama.

– O que o Heitor tem a ver com isso? Eu não vou permitir que você prejudique o Heitor.

– Não vai? E como pretende fazer isso? Ele não quer te ver... Desista, nos planejamos tudo com muita calma.

– Seu infeliz! – Disse Dona Elisa. – Fique longe da minha família. Fique longe do meu filho, ou eu acabo com você.

– Agora saiam da minha loja, ou eu chamo os seguranças. Anda, anda. Até mais fofinha e boa sorte porque você vai precisar. – Respondeu Toledo ao vê-las saindo da loja.

– O que será que ele quis dizer? Porque a tal Flora quer que eu me separe do Heitor? Eu não entendo. – Questionou Rubi a Dona Elisa do lado de fora da loja.

– Nem eu, isso tudo é muito estranho. É tudo muito confuso para minha cabeça. E acho melhor nos irmos embora descansar. Não acha?

– Sim, eu quero ver meus filhos antes deles dormirem. Tem acontecido tanta coisa e eu tenho sido meio ausente. Já basta a ausência do Heitor.

– Também está com saudades dele não é?

– Estou. A senhora não sabe o quanto aquele imbecil me faz falta. Seu abraço, seu carinho, sua compreensão. Eu amo tanto o Heitor, e precisava tanto dele ao meu lado.

– Vamos dar um jeito. Só te peço que dê um tempo a ele.

– Eu não sei se ele vai me procurar.

– Se ele não te procurar, você pode ir até ele.

– Eu já disse que não vou procurar o Heitor.

– Deixa de ser teimosa. – Disse Dona Elisa a levando em direção ao carro.

Apartamento dos Ferreira

– Sr. Heitor, o seu amigo, o Sr. Rafael ligou várias vezes, e pediu que você entrasse em contato com ele imediatamente.

– Ele adiantou o assunto? – Questionou Heitor.

– Bom, o Sr. Rafael disse que era muito urgente e que se tratava sobre a empresa.

– Obrigado Dora. Vou ligar agora mesmo pra ele. – Respondeu Heitor indo para o escritório e ligando em seguida para Rafael.

– Casa dos Montenegro, boa noite. Em que posso ajudar? – Respondeu Antonella do outro lado da linha.

– Boa noite Antonella, sou eu o Heitor Ferreira, o Rafael está?

– Não Sr. Heitor, infelizmente o Sr. Montenegro não se encontra.

– E você sabe se ele vai demorar, eu estava precisando muito falar com ele.

– Bom, eu lamento informar, mas o Sr. Rafael foi preso hoje, na parte da tarde e foi a Dona Flora quem fez a denúncia.

– Não é possível! Droga! Eu vou pra aí imediatamente. Essa Flora realmente é pior do que eu imaginava.

– Heitor, o Sr. Montenegro pediu pra lhe avisar que também existe um mandado de prisão pro senhor, e que se você não aparecer nas próximas 48 horas, vai ser considerado um foragido.

– Isso não pode ser verdade. – Lamentou Heitor. – Eu vou desligar. Boa noite Antonella.

– Boa noite Sr. Heitor, e eu sinto muito por isso.

...

– Dora! Dora... – Gritava Heitor. – DORA!

– Chamou Sr. Heitor? – Questionou a ajudante.

– Arrume as malas imediatamente, tenho que voltar para Nova York hoje mesmo.

– Hoje? Mas já?

– Sim, você pode ficar se quiser por alguns dias até eu resolver os meus problemas.

– Eu prometi pra Dona Rubi que iria voltar e cuidar de tudo enquanto ela está aqui. E ela me pediu também para que eu ficasse de olho no senhor.

– Não é necessário.

– Sr. Heitor, você não tem saudade dela? E daqueles moleques correndo pela casa?

– É claro que eu tenho Dora, que pergunta. Eu amo aqueles três e você não imagina o quanto eu os quero. Mas preciso resolver minha vida em Nova York, e volto para buscar vocês. Agora arrume minha mala. Eu tenho que pegar o voo das 23:00 hrs.

– Sim senhor. – Respondeu Dora se retirando.

Mansão dos Cárdenas

– Oii. – Disse Rubi aos pequenos que estavam assistindo TV.

– Mãe! – Exclamou Henrique correndo em direção a Rubi.

– Nossa, como você está cheiroso. Você já jantou?

– Sim, eu estou esperando meu pai vir me buscar. – Respondeu o garoto.

– Filho, já conversamos sobre isso.

– Mas é verdade, o meu pai vai vir me buscar, e aí nós vamos voltar para Nova York.

– E aí eu posso voltar a fazer minhas aulas de tênis.

– Mas você pode ter aulas de tênis aqui minha filha. E vocês não acham legal morar aqui? Tem a tia Cristina, a Fernandinha, a vovó Elisa, o vovô Genaro, e o Alessandro.

– Mas não tem o meu pai. – Disse Henry contrariado.

– Eu não quero morar aqui. – Interviu Lisa.

– Não sabia que você havia chegado. – Disse Alessandro ao entrar na sala e perceber a presença de Rubi.

– Eu acabei de chegar. Alguém me procurou? – Questionou

– Não, ninguém te procurou e nem te ligou. Porque?

– Por nada, eu só perguntei.

– Está esperando que o Heitor apareça?

– Eu não vou discutir com você sobre isso. Ainda mais aqui na frente dos meus filhos.

– Nossos filhos.

– É, nossos filhos, e eles costumavam ter uma vida normal até vir pra cá. Maldita hora que eu decidi vir para o México.

– As coisas seriam mais fáceis se você não tivesse mentido.

. – Não começa Alessandro. É sempre assim. Aparece a oportunidade e você começa a jogar na minha cara todas as coisas que eu fiz no passado; Eu nem sei nem porque você me trouxe pra sua casa.

– Me perdoa, eu não quis dizer isso. Eu quero que vocês fiquem aqui, você sabe o quanto isso é importante pra mim.

– Mãe, eu também não quero ficar aqui. – Respondeu Henry.

– E porque você não quer morar aqui? Pensei que vocês estivessem se tornando amigos.

– Não estamos mais. Eu tentei, mas o meu pai estava certo. O Alessandro não é um cara legal. Por causa dele, nós não estamos na nossa casa. Ele quer separar a nossa família. EU TE ODEIO, EU TE ODEIO! – Gritou Henry.

– Pro quarto, agora! – Respondeu Rubi a Henry. – E você também Lisa.

– Mas... – Tentou protestar o garoto.

– Nem mais nem menos. Anda, anda. – Falou Rubi vendo-os ir para o quarto. – Eu lamento o fato de você ter presenciado essa cena Alessandro. Ele é só um garotinho mimado de 5 anos de idade. Não dê importância. O problema é que eles sentem saudade do Heitor... Eu vou conversar com os dois. – Completou Rubi ao ir para o quarto dos pequenos.

– Mãe...

– Mãe é o que? Quando viemos pra cá, eu avisei que as coisas iriam mudar. Eu sei que vocês sentem saudade do Heitor. Eu também sinto, mas as coisas não são como a gente quer. O Alessandro tem sido muito legal e muito paciente com vocês dois, e não foi legal o que vocês fizeram.

– Mas eu queria ficar com o meu pai. Ele prometeu que tudo ia ficar bem. Ele me prometeu. – Respondeu Henry contrariado.

– E vai ficar tudo bem.

– Como vai ficar tudo bem se o meu pai não está aqui. – Respondeu o garoto. – Ele vai nos levar embora. Liga pra ele mamãe. Pede pra ele vir buscar a gente.

– Eu vou ligar. E vocês dois esperem aqui no quarto respondeu Rubi, e não sejam tão maus com o Alessandro. Ele também ama vocês. Ouviram?

– Sim mamãe linda. – Respondeu Lisa vendo-a sair.

– Eu conversei com os dois, as vezes eu não sei como agir com os dois. Eu estou ficando maluca com tudo isso.

– Vai dar tudo certo meu amor. Você vai ver. – Respondeu Alessandro.

– Eu vou ligar para o Heitor.

– Pro Heitor?

– É, Lisa e Henry pediram e eu prometi que ia ligar. – Disse Rubi inventando para si um pretexto para ligar pro marido.

– Entendo. – Respondeu Alessandro emburrado.

– Alô? – Questionou Rubi a voz do outro lado da linha. – Chame o Heitor pra mim Hernani, por favor? Sou eu, Rubi.

– Senhora, desculpe mas ele não vai poder te atender. – Respondeu gaguejando.

– Porque não?

– O Sr. Heitor não está.

– E a Dora? Pode chama-la?

– Ela também não está.

– Como assim, todo mundo resolveu sair hoje? E a essa hora?

– O patrão foi embora pro estrangeiro. E a Dora foi para o interior visitar alguns parentes, já que ela ganhou férias surpresa né.

– O que? O Heitor foi embora? Não é possível, ele nem me avisou. Você não se confundiu?

– Eu fiz a mala dele mais cedo, e depois o deixei no aeroporto senhora.

– Hernani, se eu for ai nessa casa, e encontrar o meu marido, eu juro que te mato.

– Palavra de homem que ele foi embora.

– Tudo bem, de qualquer forma obrigada. – Respondeu em um tom desanimador ao desligar o telefone.

– O que foi? – Questionou Alessandro.

– O Heitor foi embora. E nem veio se despedir das crianças.

– Tem certeza que ele foi embora?

– Claro, você conhece o Hernani e sabe que ele não mentiria. – Disse Rubi. – Droga!

– Quer conversar sobre isso?

– Não. Eu vou ter que ir inventar alguma desculpa para as crianças e depois vou dormir.

– Então boa noite, e me desculpa por ter sido rude com você. – Falou Alessandro dando-lhe um beijo na testa em seguida. – Eu admito que não tenho facilitado as coisas.

– O problema é que não sabemos como agir. Estamos completamente perdidos. – Disse Rubi rindo. – Eu queria muito poder consertar os meus erros do passado, ser um bom exemplo para meus filhos mas tudo que eu consegui foi ser um exemplo negativo.

– Não é verdade, você é incrível.

– Não, eu não sou. – Respondeu Rubi saindo.

Dia seguinte

Heitor Narrando

Eu estava assustado com toda essa situação, mas deveria enfrenta-la como um homem. Talvez seja melhor Lisa e Henry não serem meus filhos, talvez seja melhor ela não estar comigo. Porque pelo andar da carruagem, eu passaria longos anos na cadeia.

– Sr. delegado, eu vim acompanhar o meu outro cliente, o Sr. Heitor Ferreira. Ele veio se apresentar devido ao mandado de prisão que consta em seu nome. E queremos pedir para que o senhor determine um valor para finança. – Disse Carlos Guimarães. O Advogado de Heitor.

– Pensei que o Sr. não fosse voltar. – Respondeu o delegado de forma irônica.

– Eu tive alguns imprevistos na viagem, e por isso demorou mais do que eu esperava. E eu não imaginei que a Flora fosse levar esse processo a diante.

– Trata-se do patrimônio dela, deixado pelo pai. Ela está certa em denunciar quem está envolvido nessa grande fraude. – Disse o Delegado

– Mas eu não tenho nada a ver com isso. – Gritou Heitor alterado. – E aposto que o Rafael também não tem. Essa mulher é uma descontrolada, frustrada que está fazendo isso por seu marido ter pedido o divórcio.

– Sr. comporte-se! – Disse o delegado. – E nós não vamos liberar o habeas corpus. Temos provas contra o senhor. E vamos decretar sua prisão preventiva.

– Heitor por favor tente se acalmar. Você pode piorar a situação. – Disse o Dr. Guimarães. – E quais as provas existentes contra ele? E quais são as acusações? – Questionou Dr. Guimarães.

– Fraude corporativa, ou seja desvio e roubo, além de sonegação fiscal. Temos em mãos o resultado de uma auditoria.

– Sonegação fiscal? Meu Deus, não é possível! – Exclamou Heitor.

– Heitor, acho melhor você ligar para Rubi. – Disse o advogado.

– Não. Não quero envolver a Rubi nisso. Ela está no México com as crianças, e não quero que ela saiba nada sobre isso.

– Mas...

– Mas não. Faça o que eu estou mandando. – Respondeu Heitor. – Não envolva minha esposa nessa confusão. Não quero que ela saiba o que está acontecendo.

– Mas uma hora ela vai ter que saber. – Respondeu Dr. Guimarães.

– E eu espero que você já tenha me tirado da cadeia. Nada de deixar os meus familiares preocupados.

– O você é quem sabe. O Sr. prefeito está tentando te ajudar, mas a situação não é nada fácil. E eu também vou fazer tudo que estiver ao meu alcance. Você sabe que pode contar comigo, pois além de seu advogado, sou seu amigo Heitor.

– Eu sei sim, e muito obrigado pelo apoio Carlos.

– Bom, eu tenho que ir. Lamento o fato de você ter que ficar aqui.

– Eu sei.

– Até mais Heitor. E se cuida.

Mansão De La Fuente

– O que faz aqui? – Questionou Magda ao ver Rubi entrando.

– Não é da sua conta Magdazinha querida. – Respondeu entrando sem dar importância as coisas que Magda dizia.

– Eu sei que você continua a mesma Rubi egoísta e calculista de sempre, só não sei como tem feito para enganar os outros.

– É mesmo Nana? Também adoraria saber.

– Mentir esse tempo todo sobre algo tão importante e tão sagrado. Que são os filhos.

– Escuta aqui, não mete os meus filhos nessa confusão. Você tem todo o direito de não gostar de mim, mas não ouse falar dos meus filhos, entendeu?

– Rubi, que bom que veio. – Disse Dona Elisa se aproximando das duas. – Algum problema?

– Não. Isso tudo é amor por mim, não é Nana?

– Ora, faça-me o favor. – Respondeu Magda nervosa deixando-as a sós.

– Onde estão os garotos?

– Foram até o jardim. Aproveitaram que o Carlinhos estava lá e logo foram brincar.

– Ai, estou com saudade dos meus netos. Era tão bom quando brincávamos em Nova York. A vida era boa e nós não sabíamos.

– E o Heitor ligou pra dar alguma noticia?

– Deve ter arrumado outra já. – Respondeu Rubi.

– De forma alguma. – Respondeu Dona Elisa enquanto levava Rubi para o jardim. – Meu filho não vai arrumar outra mulher pois te ama.

– Já estou começando a duvidar disso. – Respondeu Rubi. – Lisa e Henry, a vovó quer dar um beijo nos dois. – Completou ao ver os filhos.

– Olá vovó, eu estava com saudades. – Disse a pequena.

– Eu também meu amor. – Falou Dona Elisa. – E você Henry, ta cada vez maior, e cada vez mais bonito.

– Eu sei. – Respondeu o garoto.

– E ainda é convencido. – Disse Rubi.

– Eu me pareço com o meu pai, não acha? – Confrontou o garoto deixando as duas sem resposta.

– É Henry. – Respondeu Dona Elisa sem jeito.

– Porque vocês não aproveitam pra brincar? – Questionou Rubi. – Depois não vai dar hein.

– Nós já vamos, o Carlinhos foi pegar os brinquedos dele. – Respondeu Henry.

– E eles só brincam de coisas de meninos. – Reclamou Lisa.

– Ai, coitadinha da minha princesinha. – Disse Dona Elisa. – Vocês vão ficar para o almoço Rubi?

– Não sei. Quero fazer uma hora na rua enquanto eles tiram aquela maldita ponte de cristal da casa do Alessandro.

– A Lisa bem te desobedeceu e subiu nela ontem. – Disse Henry.

– O que?

– É só que o meu pai chegou e zangou com ela. – Completou o garoto.

– O seu pai?

– É mamãe, ele estava te procurando, mas você tinha saído com a vovó. Aí ele me prometeu que ia voltar pra buscar a gente. Disse Que voltaríamos para Nova York e que tudo voltaria ao normal.

– Tem certeza Henrique? – Questionou Dona Elisa.

– Tenho sim vovó, mas acho que ele não voltou porque o Alessandro brigou com ele, e disse pra ele não voltar.

– É verdade mamãe. Eu até deixei minha boneca com ele, pra que ele não ficasse sozinho. – Disse Elisa.

– Eu acredito em vocês. E prometo que nós vamos ficar com o seu pai.


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