Rubi - A descarada escrita por Amber Dotto


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Boa Leitura :)



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Mansão dos De La Fuente

– Olá vovó, eu estava com saudades. – Disse a pequena.

– Eu também meu amor. – Falou Dona Elisa. – E você Henry, ta cada vez maior, e cada vez mais bonito.

– Eu sei. – Respondeu o garoto.

– E ainda é convencido. – Disse Rubi.

– Eu me pareço com o meu pai, não acha? – Confrontou o garoto deixando as duas sem resposta.

– É Henry. – Respondeu Dona Elisa sem jeito.

– Porque vocês não aproveitam para brincar? – Questionou Rubi. – Depois não vai dar hein.

– Nós já vamos, o Carlinhos foi pegar os brinquedos dele. – Respondeu Henry.

– E eles só brincam de coisas de meninos mamãe. – Reclamou Lisa.

– Ai, coitadinha da minha princesinha. – Disse Dona Elisa. – Vocês vão ficar para o almoço Rubi?

– Não sei. Quero manter os dois longe daquela casa enquanto eles tiram aquela maldita ponte de cristal da casa do Alessandro.

– A Lisa bem te desobedeceu e subiu nela ontem. – Disse Henry.

– O que? – Questionou Rubi surpresa.

– É só que o meu pai chegou e zangou com ela. – Completou o garoto. – Ele disse que ela era muito teimosa, como a senhora.

– O seu pai disse isso?

– É mamãe, ele estava te procurando, mas você tinha saído com a vovó. Aí ele me prometeu que ia voltar pra buscar a gente. Disse que voltaríamos para Nova York e tudo mais.

– Tem certeza Henrique? – Questionou Dona Elisa.

– Tenho sim vovó, mas acho que ele não voltou porque o Alessandro brigou com ele, e disse pra ele não voltar.

– É verdade mamãe. Eu até deixei minha boneca com ele, pra que ele não ficasse sozinho. – Disse Lisa.

– Eu acredito em vocês. E prometo que nós vamos ficar com o seu pai. – Disse Rubi aos filhos que em seguida voltaram a brincar com Carlinhos.

– O que pretende fazer Rubi? – Perguntou Dona Elisa.

– Eu não sei...Não faz sentido tudo isso. Ele jamais prometeria algo aos meninos e não cumpriu. Eu não estou entendendo mais nada.

– Se você não está entendendo nada, quem dirá eu. – Reclamou Dona Elisa. E confesso que agora fiquei preocupada com o Heitor. Ele já deveria ter retornado minhas ligações não acha?

– E se... E se a Flora e o Toledo tiverem alguma coisa a ver com essa história? Lembra o que o Toledo disse? Que eles queriam na verdade atingir ao Heitor e não a mim.

– Mas o que eles podem fazer?

– Eu não sei. Mas eu vou descobrir e prometo que acabo com eles se alguma coisa acontecer com o meu marido. – Respondeu Rubi que ficou pálida e colocou a mão na testa.

– O que foi? Não está se sentindo bem?

– Não é nada. Eu só estou com medo. Medo de que destruam a minha família. De que continuem atingindo as pessoas que eu amo.

– Vai dar tudo certo Rubi, você vai ver. Porque não aproveita e liga pra ele de uma vez?

– Não custa nada tentar. – Disse Rubi pegando o telefone e ligando para Heitor em seguida. – As três chamadas foram para a caixa postal. – Comentou Rubi emburrada. – E se ele não quiser mais saber de mim? Ele não me atende, não está em casa e ninguém atendeu na empresa.

– Calma, tem que ter outra explicação.

– Eu tenho que pensar. Será que a senhora pode ficar com a Lisa e com o Henry? Eu quero ir até o hospital, esclarecer algumas coisas com o Alessandro. Ele passou dos limites dessa vez.

– O Alessandro fez isso porque te ama. E pra ser sincera, eu acho que ele sempre vai te amar, infelizmente. O problema é que você parece gostar de toda essa situação Rubi. O engana, o enche de esperanças e agora com essa história dos meninos serem filhos dele, a coisa ficou ainda pior. Você tem que decidir o que quer. Se você ama o Heitor, como diz amar, arrume suas malas imediatamente e saia da casa do Alessandro. Agora se você não ama, deixe-o em paz. Estou te pedindo com mãe.

– Me desculpa por essa situação. Eu jamais imaginei que as coisas chegariam a esse ponto. Hoje mesmo eu vou voltar pro apartamento do Heitor. E se eu vou procurar ao Alessandro é para colocar um ponto final nessa história.

– Quer que eu vá com você?

– Não precisa, vai ficar tudo bem. – Respondeu Rubi.

Mansão dos Cárdenas

– Olha, finalmente estão tirando essa ponte daí. – Comentou Ingrid com uma das empregadas ao entrar na casa de Alessandro.

– O Dr. Alessandro achou melhor tira-la, por causa das crianças. Foi a Dona Rubi quem pediu, já que ela está morando aqui.

– A Rubi está morando aqui? Era só o que me faltava. Onde está o Alessandro?

– Foi para o hospital, ligaram avisando que ele tinha uma emergência.

– E os dois bastados?

– Os meninos saíram com a Dona Rubi. Ainda bem...

– Porque disse ainda bem? – Questionou Ingrid curiosa.

– Aqueles dois são tão insuportáveis quanto a mãe. Mimados, pirracentos, e cheios de frescura. Sempre têm uma resposta na ponta da língua, o Dr. Alessandro que o diga. E sem contar que ficam o tempo todo dizendo que a casa em Nova York e que o papai Heitor é bem mais legal. Papai Heitor aproveitou para escapar dessa roubada, isso sim. Eu acho que dessa vez você perdeu bonitinha.

– Cala boca sua imbecil. Se o Alessandro pensa que vai me deixar sozinha ele está muito enganado.

– E o que vai fazer?

– Tenho minhas cartas na manga...

– A Dona Sofia talvez possa te ajudar. – comentou a empregada.

– A Sofia? – Debochou Ingrid. – Essa aí me odeia, desista dessa ideia.

– Ela pode não ser sua fã, mas o fato é que ela odeia a Rubi. E tenho certeza de que preferiria você. Aproveita que ela está aqui na mansão visitando os pais e fala com ela.

– Não custa nada eu tentar. – Respondeu a moça. – Você pode ir chama-la?

– Claro senhora. Eu não demoro. – Prontificou-se a empregada. Sofia não demorou e ficou surpresa ao ver Ingrid.

– O que faz aqui, e o que quer comigo? – Indagou Sofia.

– Eu vim, ver o seu irmão, mas ele não está. Então quero aproveitar o momento pra te pedir ajuda.

– Você, me pedindo ajuda?

– Sim, você é minha única esperança Sofia. Nós duas odiamos a Rubi, e tenho certeza que você não quer que ela continue enganando o seu irmão.

– Eu não sei se posso te ajudar Ingrid.

– Ah, por favor... Não vá me dizer que prefere aquela maldita golpista e os dois bastardinhos.

– Não fale assim! Eu posso não gostar da Rubi, mas Lisa e Henry não têm nada a ver com isso, são tão vítimas quanto o meu irmão, então por favor, respeite os meus sobrinhos.

– Sofia, eu posso fazer o seu irmão feliz. Eu posso dar a ele a família que ele sempre sonhou.

– Eu lamento, mas não posso te ajudar, e acho melhor você ir embora. – Respondeu Sofia. –Não dá para escolher entre você ou a cobra da Rubi, sinceramente, eu prefiro que ele fique sozinho.

– Você é muito egoísta. Está casada, tem o seu filho, uma carreira de sucesso... não quer que o seu irmão também seja feliz?

– E porque você acha que o Alessandro seria feliz com você?

– Isso é assunto meu, não quero usar isso para chantagear ninguém.

– Do que está falando?

– Não é nada Sofia, acho melhor eu ir. Até mais! – Disse Ingrid saindo.

– Ingrid? Ingrid! INGRID! – Volta aqui. – Exclamou Sofia a Ingrid, que a ignorou por completo. – Estúpida. – Murmurou em seguida.

Hospital Boa Ventura

Alessandro estava chateado por ter mentido para Rubi na noite anterior. Sentia-se culpado por toda aquela situação desagradável com as crianças. Ele queria conquistar os seus filhos, e também queria ter por perto a mulher amada, mas jamais ousaria ser desleal com a bela. Se ela decidisse ficar, teria que ser por amor, e não porque ele manipulou as coisas.

Então, assim que acordou, Alessandro decidiu procura-la para contar a verdade, mas foi surpreendido por uma ligação do hospital. Alguém havia sofrido um grave acidente e precisava ser operado imediatamente. A conversa teria que ser adiada.

A cirurgia durou algumas horas e assim que ela acabou, Alessandro ligou para sua casa. Queria convidar Rubi para almoçar, mas Lupe avisou que ela estava na casa de Dona Elisa. Pouco tempo depois, o rapaz foi surpreendido pela presença da mesma em seu consultório.

– Rubi?! – Questionou Alessandro ao vê-la. – Pensei que você estivesse com a Dona Elisa. Onde estão meus filhos?

– Estão brincando com o filho da Maribel. – Respondeu séria.

– Fico feliz que as coisas aos poucos estejam se acertando. É bom ver nossos filhos e o filho dela se aproximarem.

– É, é, tanto faz. – Respondeu impaciente. – Mas eu não vim aqui para falar da sua querida Maribel.

– O que foi? Algum problema? Você, ou meus filhos estão precisando de alguma coisa?

– Será que você ainda não percebeu que nós não precisamos do seu dinheiro? Não preciso do seu dinheiro e nem do dinheiro de ninguém. E quando eu fui para sua casa, tudo o que eu te pedi foi seu apoio. Queria que você se aproximasse da Lisa e do Henry, pois você é o pai, e tem o direito. Mas você mentiu pra mim Alessandro.

– Eu nunca menti pra você Rubi.

– Não? E sobre o fato do Heitor ter me procurado? Sobre a briga de vocês na frente das crianças. Achou mesmo que eles não iriam me contar?

– Droga! Eu não quis mentir. Eu ia te contar a verdade hoje cedo, mas com a confusão todo que teve no hospital, eu não consegui.

– Você não quis mentir, mas mentiu. Você viu o quanto eu fiquei angustiada todos esses dias porque ele não me procurou.

– Mas você não precisa do Heitor.

– EU PRECISO SIM, preciso porque ele é meu marido, preciso porque é a ele quem eu amo. Não tem como existir mais nada entre a gente, e você sabe disso. Nossa história, acabou a muito tempo. O problema é que você não quer aceitar.

– E você quer ficar com o Heitor depois de tudo que ele fez? O Heitor te expulsou da casa dele como se você fosse uma qualquer, te maltratou diversas vezes, e... – Ia dizendo Alessandro quando Rubi o interrompeu.

– Isso faz parte do passado. E eu também merecia, por ter sido infiel com ele, não acha? Nós dois o traímos.

– Ah, agora vamos falar de traição. Vocês me traíram antes, o meu melhor amigo e a mulher que eu amava.

– Está vendo? Você não consegue esquecer o passado. Vive me dizendo que já me perdoou e que me quer ao seu lado, mas sempre volta no mesmo assunto. Sempre! E aí se arrepende, me pede desculpas e acha que vai ficar tudo bem.

– Você tem razão. – Respondeu Alessandro.

– Eu vou embora, vou pra Nova York com meus filhos procurar o Heitor. Volto daqui a um mês quando ficarem prontos os papeis da paternidade dos meninos.

– Acho que não vai adiantar muito você ir para casa procura-lo.

– Porque está dizendo isso?

– O Heitor, seu querido marido, está preso. – Respondeu Alessandro.

– o Heitor preso? – Disse Rubi rindo. – De onde tirou essa ideia absurda?

– Não é nenhuma ideia absurda. Eu li em um jornal, preso por fraude corporativa e por sonegação de impostos fiscais.

– Não é possível. – Respondeu nervosa. – E porque você não me disse antes seu estupido?

– Pensei que você soubesse. E o que acontece com o Heitor ou deixa de acontecer, não é da minha conta. Agora se você não se importa, eu estou muito ocupado para ficar aqui conversando com você Rubi. – Respondeu Alessandro tirando-a da sala.

– Idiota! – Esbravejou Rubi que em seguida ligou para o advogado de Heitor.

– Alô? – Questionou Dr. Guimarães do outro lado da linha.

– Dr. Guimarães, sou eu, Rubi Ferreira.

– Senhora Ferreira, em que posso te ajudar? – Indagou.

– O que está acontecendo com o meu marido?

– Com o seu marido? – Fez-se de sínico. – Que eu saiba, nada. Porque?

– Não minta pra mim. Eu já sei que o Heitor está preso, porque não me avisaram?

– Quem disse que o seu marido está preso Rubi? – Perguntou o advogado.

– Isso não importa. O que está acontecendo com o Heitor e porque você não me avisou seu imbecil? Eu exijo que me diga a verdade.

– Rubi, o seu marido realmente está preso. Estou tentando tira-lo de lá, mas a situação é complicadíssima. E pra que não haja nenhum mal entendido, eu quis avisa-la, mas o Heitor pediu pra que eu me calasse. Ele não quer envolve-la nesse assunto.

– Mesmo assim, você é um... Quer saber, eu não vou ficar aqui discutindo com você. Vou pegar um avião imediatamente e vou vê-lo. E não avise que eu estou indo.

– Sim Senhora.

Mansão dos Cárdenas

Rubi ligou para a casa de Alessandro e pediu que Lupe arrumasse suas coisas. A ajudante mesmo sem entender o que havia acontecido, foi cumprir as ordens da moça.

– Porque as coisas da Rubi estão aqui na sala? – Questionou Sr. Inácio.

– Rubi, eu gosto da Rubi. – Disse Dona Carla.

– Eu sei meu amor. – Respondeu Inácio a Carla.

– Ela pediu pra que eu arrumasse as coisas dela e dos garotos, porque eles vão embora.

– A Rubi? – Indagou Sofia confusa. – E você sabe porque? Sabe se o Alessandro a mandou embora? Porque aquela golpista, não iria embora assim do nada.

– Sofia por favor. – Pediu Inácio.

– Você sabe que essa é a verdade papai. Aquela mulherzinha está enganando o Alessandro novamente.

– Você sabe se aconteceu alguma coisa Lupe? – Indagou Inácio.

– Eu não sei, ela não nunca me deu detalhes sobre a vida pessoal dela. Foram sempre ordens e eu as estou cumprindo como sempre.

– Me avise quando a Rubi chegar. – Pediu Sofia. – E vou ligar para o Alessandro, pra saber o que houve.

– Minha filha, muito cuidado com o que vai dizer a Rubi. Eu não quero que vocês briguem, e não quero que aquela mulher afaste os meus netos do Alessandro.

– Pode deixar papai. Eu não vou fazer nada que prejudique o meu irmão.

Nova York

Mansão dos Montenegro

– Dr. Jordão? – Questionou Flora ao atender o Telefone.

– Dona Flora, eu estou ligando para avisa-la que o seu marido, e o Sr. Heitor Ferreira já estão presos. Agora temos que esperar o juiz analisar o resultado da auditoria.

– Excelente. – Exclamou Flora. – Quero que você deixe o meu marido na miséria. E assim veremos se ele vai continuar com o pedido de divórcio.

– Farei o melhor que eu puder Senhora. – Respondeu Dr. Jordão.

– Até mais, e se tiver alguma notícia, me avise.

– Pode deixar. Tenha uma boa tarde. – Respondeu antes de desligar.

– Toledo, tudo está saindo como nós dois planejamos. – Comemorou Flora.

– Nós dois? Não, eu não tenho nada a ver com isso. O que você fez hein sua danadinha?

– Eu destruí o meu marido. E ainda consegui atingir a maldita da Rubi, e tudo graças a sua ajuda.

– Minha ajuda?

– Sim, eu precisei ter muita paciência... Tive que esperar o momento certo de agir.

– Mas eu ainda não entendi. Porque você queria que o Heitor descobrisse a verdade e se separasse da Rubi?

– Aquela maldita realmente o ama, e tudo seria mais difícil com ela por perto, porque ele teria o apoio da sua santa e amada Rubi. Agora, o que nós temos é um Heitor vulnerável, e bem mais fácil de ser manipulado. Ele está sozinho, sem esposa, sem os filhos, sem emprego e sem o seu dinheiro. Não tem motivação para sair da cadeia. E o imbecil do meu marido... Bom, você sabe que ele mesmo se enrolou ao arrumar uma amante.

– Florinha, você sempre consegue me surpreender...

– Eu sei, eu sou demais não acha?

– É sim! – Exclamou Toledo. – Flora, tão bela quanto esperta.

Mansão Dos de La Fuente

– Rubi, será que nós podemos conversar? – Questionou Maribel ao vê-la entrar.

– Não, não. Agora não dá, outro dia quem sabe. E se for sobre o que eu estou pensando, esqueça. Eu já falei pra você não perder o seu tempo pois não sou sua amiga e nunca serei. Eu não gosto de você... – Respondeu nervosa.

– Tudo bem. Eu não deveria insistir nessa ideia absurda. Fui uma tola.

– Ainda bem que você percebeu. Agora me diz, onde está a Dona Elisa? É urgente.

– Ela está lá em cima. Porque? O que houve? – Respondeu Maribel que a viu Rubi correr para o quarto sem mesmo terminar de ouvi-la.

– Dona Elisa, eu não quero preocupar a senhora, e nem sei como lhe dizer isso. – Dizia Rubi afobada.

– Fica calma Rubi, algum problema? – Questionou Arthur.

– O Heitor... – Disse a bela.

– O que tem o Heitor? O que houve com o meu filho?

– Ele está preso. Eu não sei como as coisas aconteceram, e estou com muito medo. O advogado disse que vai me explicar as coisas quando eu chegar em Nova York. Eu vou pegar um voo daqui a uma hora. E queria muito saber se a senhora pode ficar com os meninos aqui no México. Eu não quero leva-los pois não vou ter tempo para dar atenção a eles, e o Alessandro pode reclamar, dizer que eu quero afasta-los das crianças...

– O meu filho? Não, não pode ser. O que o Heitor fez? O meu filho não é nenhum criminoso pra estar preso. Temos que fazer alguma coisa

– Fica calma meu amor. Tudo vai se resolver. E vai tranquila Rubi, nós vamos cuidar bem dos seus filhos. – Respondeu Arthur abraçando Elisa. – Se precisar de ajuda para alguma coisa, não hesite em nos ligar.

– Eu vou com você. – Disse Dona Elisa. – Eu quero saber como o Heitor está, eu preciso ver o meu filho.

– Dona Elisa, eu preciso que você fique com a Lisa e com o Henry. Eles não vão querer ficar na casa do Alessandro. Eu liguei para a Lupe, e ela já arrumou as coisas das crianças. Eu não vou nem levar as minhas coisas, porque não vai dar tempo. Tenho que ir pro aeroporto agora mesmo.

– Rubi, eu vou avisar o Genaro. – Falou Elisa. – Ele também vai querer ir pra lá.

– E eu vou me despedir das crianças. Cuide bem deles. Meus filhos são o que eu tenho de mais importante na vida e nada poderia substituir eles. – Disse Rubi indo para o quarto de Carlinhos, onde os meninos estavam.

– Mamãezinha linda. – Disse Lisa de forma carinhosa como sempre.

– Oi minha princesinha. A mamãe veio dar um beijo em vocês dois pois vai precisar viajar.

– O que? Você também vai embora? Quer dizer que nós vamos ficar sem mãe e sem pai? – Indagou Henry inconformado.

– Eu não sei de onde você tira essas ideias Henrique. Você sabe que eu te amo, e que nunca vou te abandonar. Nem a você e nem a Elisa... Eu prometo que volto rapidinho.

– O papai também prometeu que ia voltar, mas não voltou. – Disse Henry chateado.

– O papai teve um problema em Nova York e eu vou ajuda-lo a resolver. – Respondeu Rubi. – Vocês vão ficar com a vovó Elisa, mas o Alessandro deve vir aqui vê-los. Então sejam bonzinhos com ele.

– Porque o Alessandro tem que vir? – Questionou Henry.

– Porque ele também ama vocês. – Respondeu Rubi.

– E porque ele ama a gente? – Indagou Elisa.

– Filha, esse não é o momento. Quando eu voltar, nós vamos conversar sobre isso. – Respondeu Rubi. – Agora mamãe tem que ir. – Falou abraçando-os novamente. – Eu vou morrer de saudades!

– Eu também mamãe. – Disse Lisa. – Eu te amo.

– Eu também te amo mamãe. – Disse Henry.

Mansão dos Cárdenas

– Alessandro, o que houve? Porque a Rubi pediu pra que arrumassem as coisas dela? – Questionou Sofia.

– Ela deve estar indo para Nova York. – Respondeu Alessandro com cara de poucos amigos.

– Porque? Ela e o Heitor não estavam separados?

– O Heitor está preso. – Respondeu Alessandro. – E de qualquer forma, eu já abri mão da Rubi. Ela ama o Heitor, e já percebi que não tem como competir com isso.

– Abrir mão é uma coisa e esquece-la é outra totalmente diferente. Eu nunca consegui entender essa sua maldita obsessão pela Rubi. Existem tantas mulheres no mundo Alessandro.

– Eu sei Sofia, e você acha que eu não queria esquecer a Rubi? Você acha que eu não queria ter refeito minha vida? – Questionou Alessandro. – Se a Sônia não tivesse morrido, tudo seria diferente.

– Mas ela morreu, e nós dois sabemos que mesmo quando ela estava viva, você não conseguia parar de pensar naquela descarada...

– E agora é mais difícil ainda tentar esquece-la, pois nós temos dois filhos, e a Elisa é a cara dela. O jeito de sorrir, a mordidinha nos lábios, a vaidade, a teimosia... E o Henry também.

– Alessandro, eu só quero o seu bem. E eu não acho que a Rubi seja a mulher ideal... Eu não quero que ela te faça sofrer, porque eu te amo meu irmão.

– Não se preocupe. Como eu disse, ela ama o Heitor. Agora, eu tenho que me esforçar para conquistar os meus filhos, antes que aquele maldito fique com tudo que era pra ser meu.

– Ela ligou de novo, pouco tempo antes de você chegar.

– E o que a Rubi queria? – Questionou Alessandro.

– Pediu pra avisar que vai deixar os meninos no país, mas eles vão ficar com a Dona Elisa.

– Porque ela não os deixou aqui?

– Porque eles não estão acostumados com você Alessandro. Querendo ou não, ainda é muito cedo pra toda essa aproximação entre vocês. Vai com calma e tenha paciência.

– Mais do que eu estou tendo?

– Lembre-se que eles não têm culpa meu irmão. São duas crianças assustadas com tudo isso. Se pra você que é adulto, tudo isso é complicado, imagina para eles...

– Você tem razão Sofia.

Dia Seguinte

Nova York

– Bom dia. – Disse Rubi ao entrar na delegacia.

– Ótimo dia. – Respondeu o policial ao se encantar com a beleza de Rubi.

– Preciso de sua ajuda. – Falou Rubi.

– Estou a sua disposição.

– Meu nome é Rubi Ferreira, e meu esposo é Heitor Ferreira, ele está preso e eu gostaria de vê-lo. Será que eu posso?

– Então você é a esposa do Sr. Ferreira.

– Eu não tenho que lhe dar satisfações da minha vida pessoal. Eu posso vê-lo ou não?

– Vou perguntar a meu superior. Espere um momento – Respondeu o policial deixando-a sozinha.

– E aí, o que ele disse? – Questionou Rubi ao vê-lo voltar.

– A senhora pode ir. Eu vou acompanha-la. É por aqui. – Respondeu o policial indicando o caminho a Rubi que o seguia.

Pisar novamente em uma cadeia, como a que ela esteve a alguns anos lhe causava medo. Rubi lembrava do dia em que havia sido acusada injustamente e não parava de pensar em Heitor, e no que ele deveria estar sentindo. A bela estava tão concentrada que mal ouvia os comentários dos outros presos.

– Ô lá na minha cela no dia de visita intima. – Gritou um ao vê-la.

– Por essa aí, eu confessava até o que eu não fiz! – Exclamou outro.

– Calem a boca e respeitem a senhora. – Disse o policial.

– Respeitar? Isso aí é pior do que pena de morte... Me mata rapidinho. – Respondeu.

– Pronto senhora Ferreira, aí está o seu marido. – Respondeu o policial ao chegar na cela de Heitor.

– Rubi?! – Questionou surpreso. – O que faz aqui. Eu pensei que você estivesse no México.

– Porque não deixou o Dr. Guimarães me avisar? Pensou mesmo que eu não fosse te apoiar nesse momento? Ou me odeia tanto assim?

– Eu só não queria te envolver nessa grande confusão.

– É verdade que você foi me procurar antes de voltar para Nova York?

– Os meninos disseram?

– Sim. – Respondeu Rubi sorrindo. – E o Henry estava inconformado porque você não voltou para busca-lo.

– Eu sinto muito. Eu não deveria tê-los prometido as coisas... Só Deus sabe quando eu vou sair daqui.

– Eu vou fazer tudo o que eu puder para tirar você daqui o mais rápido possível meu amor. Eu juro.

– Não há nada a fazer. Volte para o México e seja feliz, cuide bem da Lisa e do Henry, case-se com o Alessandro. Eu vou te dar o divórcio.

– Cala a boca Heitor, não seja estúpido. Eu não posso ser feliz longe de você.

– Eu não ter dinheiro pra te dar a vida que você está acostumada. – Respondeu Heitor. – Estou na miséria.

– Eu tenho algum dinheiro guardado. – Disse Rubi.

– Vamos ter que gastar até o dinheiro da nossa conta conjunta para repor o da suposta fraude.

– Droga! – Exclamou Rubi. – Até esse dinheiro? E do que vamos viver, o que você vai fazer? Tudo o que tínhamos estava investido nessa empresa, e eu não tenho mais emprego. Você tem que fazer alguma coisa Heitor. – Respondeu descontrolada.

– Não tem mais emprego?

– Não... Eu pedi demissão na semana passada. Ia ficar um tempo com as crianças. Eu não sabia de nada.

– Creio que agora que você já sabe, não vai mais querer ficar comigo. Melhor assim. O Alessandro disse que quer... – Ia dizendo quando Rubi o interrompeu.

– Eu já disse várias vezes que eu te amo Heitor. E mesmo assim, não poderia ficar com ele.

– Porque? – Questionou Heitor.

– Eu estou grávida.


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