Rubi - A descarada escrita por Amber Dotto


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Dia seguinte

Hospital Boa Ventura

– Alessandro, te procurei ontem o dia inteiro, queria te perguntar sobre a premiação que vai acontecer no próximo fim de semana. – Disse Marcos.

– Nossa! Eu tinha me esquecido completamente disso. Obrigado por me lembrar. –Respondeu Alessandro. – O que você quer saber?

– Espera, você sumiu ontem o dia inteiro, esqueceu da premiação, pode me dizer o que está acontecendo?

– Ai, eu estou feliz meu amigo. Feliz! Nunca pensei que ter filhos fosse algo tão maravilhoso.

– Como?! O que eu perdi? A Ingrid está grávida? – Questionou Marcos surpreso.

– Não!

– Então... Me explica essa história pois eu não estou entendendo mais nada.

– Lisa e Henry, não são filhos do Heitor. São meus Marcos, meus! A Rubi me deu dois filhos maravilhosos. Eu estou apaixonado por eles. E quero conquista-la novamente, quero formar uma família com ela meu amigo.

– O que? A Rubi não... Como ela pôde mentir esse tempo todo sobre algo tão importante? E como você quer ter algo com ela? Eu achei que ela tivesse mudado, mas percebo que ela continua a mesma.

– Ela não é a mesma. A Rubi é uma mulher incrível! E eu pensei que o meu melhor amigo fosse comemorar a minha paternidade.

– É que... Vem aqui, me dá um abraço. Seus filhos são maravilhosos, são espertos, inteligentes, espontâneos. Enfim, estou feliz por você meu amigo. Eles já sabem? Como reagiram?

– Eu e a Rubi ainda estamos esperando o momento certo. Vai ser muito difícil, principalmente para o Henry, porque você sabe o quanto ele é apegado ao Heitor. Mas eu vou me esforçar para ganhar o carinho, e a confiança dele. – Explicou Alessandro.

– Boa sorte meu amigo, você vai precisar. Sei que são seus filhos, mas você já deve ter percebido que ambos têm personalidades fortíssimas. Apesar da Elisa ser mais sentimental como o Heitor e o Henrique é super teimoso. Você acha que é fácil ser pai?

– Do que estão falando? – Interrompeu Ingrid surpresa ao entrar na sala sem bater.

– Vou deixá-los a sós. – Respondeu Marcos. – Tenham um bom dia. – Finalizou Marcos ao sair.

– O que ele tem? – Perguntou Ingrid surpresa.

– Nada demais, esqueça o Marcos, temos que conversar.

– O que foi Alessandro? Está me assustando.

– Bom, você tem sido incrível Ingrid, e eu tenho me esforçado para não te decepcionar, mas...

– Mas? O que? Não vai me dizer que você quer terminar.

– Quero, eu não vou mentir. Sempre fui apaixonado pela Rubi e isso nunca foi segredo pra você. E agora, quero tentar reconstruir minha vida ao lado dela.

– Você está louco? A Rubi é casada, e o Heitor nunca vai dar o divórcio. Sempre vai chantageá-la com os dois filhos que eles têm...

– Eles não são filhos do Heitor. São meus na verdade. – Disse Alessandro.

– O que? – Questionou Ingrid surpresa. – Não. Você não pode se separar de mim. Não agora. Nos dois vamos nos casar e começar uma nova vida. Você pode até reconstruir sua vida ao lado dela, mas sempre haverá magoas e rancor pelo que houve no passado e você nunca vai conseguir ser feliz de verdade. Esquece esses malditos pirralhos e esqueça a essa vagabunda da Rubi, e não me deixe Alessandro.

– Tem noção do que acabou de dizer? Você está se referindo aos meus filhos e a mulher que eu amo. Então meça suas palavras da próxima vez.

– Eu vou te dar um tempo para que você reconsidere sua decisão. – Respondeu Ingrid. – Até mais Alessandro. Você sabe que eu sou sua melhor opção. – Completou ao sair do consultório.

Dias depois

Apartamento dos Ferreira

– Dona Rubi? Ainda bem que você veio, o Sr. Heitor, está trancado no escritório. Ele bebeu a noite toda. Eu fiquei muito preocupada, principalmente depois que o Sr. Toledo veio aqui. Eu tentei ligar pra senhora, mas o seu celular estava desligado.

– O Toledo voltou aqui em casa? O que ele queria?

– Disse que veio buscar algumas coisas que lhe pertenciam, mas na verdade, ele veio contar mais coisas para o Sr. Heitor. Eu sempre soube que ele não era de confiança.

– Droga! De agora em diante, não deixe o Toledo pisar nessa casa, ouviu?

– Sim senhora. Embora eu ache que não vai ser necessário, o seu marido disse que vai voltar para Nova York hoje mesmo.

– Hoje?! Mas já? Não é possível. – Exclamou Rubi. – Você tem certeza Dora?

– Sim, eu escutei quando ele disse a Dona Elisa.

– Tudo bem, de qualquer forma, obrigada pela sua lealdade. Você está me fazendo falta, mas eu preciso que você fique e tome conta do Heitor pra mim. Você sabe que eu sempre te recompenso muito bem. Agora eu vou tentar conversar com ele. – Concluiu Rubi indo para o escritório.

– O que faz aqui? Eu disse pra você não pisar em minha casa. – Esbravejou Heitor ao vê-la entrar.

– Heitor, por favor. Me deixa falar, me deixa explicar como as coisas aconteceram. Olha, você tem todos os motivos do mundo para me odiar, eu não te contei a verdade porque você iria sofrer. E eu te amo, por favor me perdoa.

– Eu não consigo acreditar em você Rubi. Toda vez que eu paro para pensar no que vivemos, eu só consigo ter certeza de que tudo foi uma grande mentira.

– No início era. Eu realmente não te amava, eu queria te amar, porque você reunia todas as características do homem que eu queria para mim. – Rubi ia dizendo antes de ser interrompida por Heitor.

– Um homem tolo, fácil de manipular. Com quem você brincou durante anos. Isso é o que você queria.

– Não, eu queria alguém que fosse capaz de resolver as minhas necessidades. Eu odiava morar naquela vila imunda, rodeada daquelas pessoas mortas de fome, que viviam se metendo na minha vida. Eu não queria terminar como elas.

– Aquelas pessoas mortas de fome Rubi, acordam cedo para ganhar o dinheiro do sustento da casa. Elas podem não ter dinheiro pra festas, conforto e mordomia, como você tem agora, mas elas têm amor.

– Amor? Amor e o que mais Heitor? Porque você sabe que amor não enche barriga. Quando a necessidade entra pela porta, o amor sai pela janela. Não há como ser feliz assim.

– Você não aprendeu nada até hoje, e nunca vai aprender. Dinheiro não é tudo na vida.

– Está dizendo isso pois nunca teve que contar cada centavo. Você e todas as outras pessoas vivem me julgando, mas não sabem o que eu tive que aguentar durante anos. Acha que eu esqueci as humilhações, e todas as outras coisas que eu não consegui fazer por não ter dinheiro?

– O problema não é esse. Ter ambição por uma vida melhor é algo extremamente normal, mas o problema é que você usou as pessoas. Mentiu pra quem sempre te quis bem.

– Eu estava desesperada. Os anos estavam passando, e eu estava no mesmo lugar, naquela mesma vila. Eu tinha que conseguir sair dali. Você não sabe, mas o meu pai morreu porque nós não tivemos condições de pagar um bom tratamento pra ele. Eu não queria isso pra mim, eu queria uma dar uma boa vida para minha mãe. – Disse Rubi alterada. – Eu sei que isso também não justifica minhas atitudes Heitor, e eu reconheço que errei.

– Ah sim, você reconhece. Que ótimo, e acha que isso é o suficiente pra todo o estrago que você causou na minha vida?

– As coisas não são assim, eu sei que não posso reparar todo o mal que eu fiz, mas me deixa explicar como as coisas aconteceram.

– Você tem cinco minutos. – Respondeu Heitor. – E depois disso, RUA!

– Quando eu te conheci, tive a certeza de que era alguém como você que eu queria do meu lado. Você pagou as despesas médicas da minha mãe, sem ter nenhum tipo de compromisso comigo. Sempre tratou a Maribel com amor e respeito. Isso era maravilhoso e te tornava o homem perfeito.

– Não existe ninguém perfeito Rubi.

– Eu sei, mas naquela época eu estava deslumbrada com a vida que poderia ter ao seu lado. Eu queria ter dinheiro, e amor. Eu queria ser amada Heitor, e queria amar! Eu pensei que fosse me apaixonar por você. Eu tentei me apaixonar por você, mas o Alessandro não saía da minha cabeça. E tudo isso foi tudo muito difícil, nos dois sofremos, e você sempre se esforçava para fazer o nosso casamento dar certo. E conseguiu! As coisas mudaram, quando os nossos filhos nasceram. Eu me apaixonei por você de verdade e juro que não consigo imaginar o que eu faria sem você. Me desculpa, eu não queria te decepcionar, eu já tinha feito isso durante tanto tempo, e você sempre me amou incondicionalmente.

– Os filhos do Alessandro você quis dizer. E foi assim que você retribuiu ao meu amor. Eu só queria te fazer feliz Rubi, e você foi infiel o tempo todo. Nunca me amou. Porque?! – Gritou Heitor sacudindo-a.

– Para Heitor você está me machucando. – Gritou Rubi. – Quando eu fui presa, as coisas mudaram. Eu me encantei pela forma que você me tratava, que se empenhava para cuidar de mim. A forma como me olhava... Seus olhos tinham um brilho especial quando encontravam os meus. – Disse Rubi que acariciou o rosto de Heitor e ajeitou o cabelo do rapaz em seguida. – Eu me apaixonei, mas aí eu já estava grávida. – Completou Rubi ao beija-lo.

– Não, não, não. Você não vai conseguir me enganar mais uma vez. – Disse Heitor afastando-a. – Você sabia que estava grávida não é? E mesmo assim, continuou mentindo pra mim. Como sou um imbecil.

– Eu juro pra você que eu não sabia. Eu descobri quando fui parar no hospital, e você ficou tão feliz, estava emocionado porque nós teríamos o nosso primeiro bebê, e acabaram vindo dois... Nossa vida estava perfeita Heitor, e eu queria que você fosse o pai deles.

– Mas eu não sou.

– Muitas das vezes, eu mesma acabava acreditando nessa história de que eles eram seus filhos. E eles são. Porque pra mim, você sempre vai ser o pai deles. Pensa Heitor, os dois podem até não ter seu sangue, mas têm o seu caráter, os seus valores. Você os ensinou a serem pessoas de bem. Você que ficou acordado com eles quando eles sentiram medo ou ficaram doentes, foi você que viu os primeiros passos e que ouviu as primeiras palavras. Eles falaram papai, antes de falar mamãe, e você se sentiu o homem mais especial do mundo por isso. – Disse Rubi chorando. – Eu sei que você tem todos os motivos do mundo para não acreditar em mim, mas eu mudei, por você e por eles, porque queria ser uma pessoa melhor, digna do amor de vocês. Não vou dizer que sou uma santa, mas eu acordo todos os dias, e luto contra o meu ego. Olha pra mim, olha nos meus olhos, e perceba pelo ao menos uma vez que eu não estou mentindo. Eu preciso de você ao meu lado, por favor Heitor, me dá uma chance. Eu prometo que você não vai se arrepender e eu vou poder te demonstrar o quanto eu te amo.

– Chance? – Disse Heitor zombando. – Quem disse que eu quero você ao meu lado Rubi? De uma mulher como você eu quero distância. Nunca sei quando você está dizendo a verdade... E eu nunca vou te perdoar por ter destruído a minha vida, por ter tirado de mim o que eu tinha de mais importante que era a Lisa e o Henry.

– Heitor, por favor.

– Não Rubi, não adianta.

– Então tudo bem, se é isso que você quer, eu vou aceitar sua decisão. Eu vou embora, e nunca mais vou voltar. E depois, quando estiver sozinho, não diga que o nosso amor acabou por minha culpa. Eu vim até aqui, te contei tudo. Te expliquei como as coisas aconteceram, mas não pense que eu vou me humilhar por você. Eu posso te amar com todo o meu coração, mas escuta bem, eu sei o meu valor, e qualquer homem, daria tudo para ter uma mulher como eu.

– Está se referindo ao Alessandro?

– Não, estou me referindo a todos em geral. Olha bem pra mim Heitor, eu sou jovem, bonita, tenho uma carreira de sucesso, não preciso mais do dinheiro de ninguém. Posso escolher o homem que eu quiser. E o Alessandro é um homem maravilhoso.

– Tão maravilhoso que te mandou pra cadeia quando você estava grávida. Quando você estava com os filhos dele na barriga.

– Você age como se nunca tivesse errado, mas você não é perfeito meu amor. Eu errei ao me casar por interesse com você. Mas, você traiu a Maribel, e ao Alessandro que era o seu melhor amigo. Vivia com ciúmes e me deixava, trancada, e ainda me machucou diversas vezes... e eu já ia me esquecendo que você também me traiu com a sua querida Helena.

– Eu tive a oportunidade de ser feliz com duas mulheres maravilhosas. A Helena e a Maribel sim, valiam a pena. Não eram descaradas como você.

– Você sempre preferiu a mim e sempre vai preferir. Não me venha com desculpas, você sabe que me ama tanto quanto eu.

– Desculpas? Eu? Rubi. Vai embora por favor, eu não quero brigar com você.

– Não se preocupe, não vamos brigar. Eu já entendi e aceitei sua decisão e não vou mais implorar por seu amor. Eu quero lhe pedir outra coisa.

– Ainda tem coragem de me pedir algo?

– Mesmo que você não volte comigo, eu te imploro, para que não deixe os meninos. O Henrique é muito apegado a você, e a Lisa, é sua princesinha.

– Eu não sei se posso.

– Por favor Heitor. Eles perguntaram o dia inteiro sobre você. E o Henry, está com raiva de mim, por você não estar com ele. Eles não têm culpa do que aconteceu.

– Não é mais problema meu. São seus filhos, e do Alessandro, e não meus. Que vocês resolvam a partir de agora os problemas deles.

– Você só pode estar brincando não é? Você não é o Heitor por quem eu me apaixonei.

– Que bom, assim chegamos a um empate! – Exclamou Heitor. – Agora sai. Eu não quero mais te ver.

– Adeus Heitor, eu espero que não se arrependa do que está fazendo, espero que não se arrependa de abandonar os seus filhos. – Disse Rubi ao sair do apartamento em seguida.

Mansão dos Cárdenas

– Oi. – Balbuciou Rubi entrando na sala.

– Oi Rubi, como você está? – Indagou Alessandro de forma simpática. – Foi falar com o Heitor?

– Não. – Mentiu. – Fui dar uma volta e pensar na minha vida, não quero que meus filhos saiam prejudicados com toda essa confusão. E aproveitei para ir na corretora de imóveis, procurar uma casa, não posso ficar aqui por muito tempo.

– Não, por favor, fica mais um pouco. Deixa eu curtir os meninos. Eu estou tão feliz em ser pai, em ter eles bem perto de mim.

– Eu não achei uma casa do jeito que eu queria, com espaço pra eles poderem brincar, e só por isso que eu vou ficar. Eu tenho que voltar para Nova York, é minha vida, minha carreira. A não ser que...

– A não ser o que? – Questionou Alessandro.

– Ainda acha que nós podemos dar certo? – Perguntou Rubi ao se aproximar e beijar Alessandro, que embora estivesse surpreso, rapidamente correspondeu.

– Mãe? – Interrompeu Lisa.

– Oi meu amor, que saudade de você. – Disse ao soltar Alessandro e abraçar a menina.

– A vovó Elisa está no jardim e quer falar com você. Ela disse que é muito importante.

– Fala com ela que eu já vou. – Disse Rubi.

– Tudo bem. – Respondeu a menina. – Você sabia que perto do jardim tem uma ponte de cristal muito linda e que nela tem várias flores?

– Fica longe daquela ponte Elisa, pelo amor de Deus. – Falou nervosa ao lembrar do acidente de Sônia. – Longe! Ouviu?

– Porque? – Questionou a menina.

– Lisa minha princesinha, lá é muito perigoso. Então prometa que não vai subir nela.

– Então tá, eu prometo. – Falou a menina antes de sair correndo pela casa.

– Você tem que dar um jeito naquela ponte se ainda quiser que eu continue nessa casa. Não quero que... Eu não gosto nem de lembrar daquele dia. Se alguma coisa acontecer com os meus filhos, eu fico louca. E a Elisa é muito teimosa. Não adianta dizer a ela que é perigoso, vamos ter que ficar de olho.

– Eu entendi. Vou dar um jeito de tirar aquela ponte de lá. Vou ver se consigo reformar a casa, arrumar um lugar pra eles brincarem. Quero que eles se sintam à vontade porque essa também é a casa deles.

– Eu ainda não disse se vou ficar aqui. Eu disse que ia tentar Alessandro.

– Ah, vai sim. – Disse Alessandro se aproximando dela. – Nós fomos feitos um para o outro. Só você que não percebe isso. – Insistiu.

– Você é insuportável. – Respondeu sorrindo.

– E você é linda, é única. – Prosseguiu antes de beija-la novamente.

– Para. – Sussurrou Rubi sorrindo. – Os meninos podem nos ver.

– E qual é o problema?

– Você sabe.

– O Heitor. – Respondeu contrariado deixando-a livre.

– É, ele é o pai que os dois conhecem. E você sabe que vai demorar um pouco para que eles se acostumem com você. E não é só eles que precisam de um tempo, eu também preciso.

– Eu sei, e estou disposto a esperar o tempo que for para ouvir eles me chamando de pai. – Respondeu Alessandro vendo Rubi dar um sorriso discreto. – e para ter você ao meu lado como minha mulher. Eu te amo tanto Rubi.

– Vou ver o que a Dona Elisa quer. – Disse Rubi. – Fique de olho na Lisa e no Henry. Principalmente na Lisa.

Mansão De La Fuente

– Onde está a Dona Elisa? – Questionou Magda a Maribel.

– Foi até a casa do Alessandro falar com a Rubi. Ela está desesperada com esse problema dos dois. Quem diria que o Alessandro é o verdadeiro pai das crianças. Eu até os achava fisicamente parecidos com o Heitor. No jeito de ser então nem se fala... – Respondeu Maribel.

– Eu disse que essa mulherzinha continuava a mesma mas ninguém acreditou em mim. Como sempre a defenderam e como sempre se deram mal.

– As coisas não são bem assim Nana. A Dona Elisa me explicou como as coisas aconteceram, e eu confesso que senti pena da Rubi. Ela realmente ama o Heitor e não fez isso por maldade como você pensa.

– Vocês sempre têm uma desculpa para justificar os erros dessa sem vergonha, será que eu sou a única aqui que consegue lembrar o que ela fez?

– Não importa o passado Magda, todos sempre merecem uma segunda chance. Eu já disse.

– Tudo bem então, quem sabe é você.

Mansão dos Cárdenas

– Rubi, como você está? – Questionou Dona Elisa. – Eu queria muito ter ver ontem, mas você sabe que eu precisava estar com o Heitor. Ele está arrasado.

– Eu sei, e lamento vê-lo assim. Ele nunca vai me perdoar Dona Elisa.

– Espera Rubi, dê tempo ao tempo. Você está muito nervosa, agitada. Não está sendo racional, não está sendo a Rubi que sempre foi.

– Dona Elisa, ele me expulsou do apartamento dele. Me chamou de vadia, e disse que nunca mais quer me ver. E ainda disse que não vai mais sequer visitar os meninos. Ele está louco. Querer me punir é uma coisa, mas os meus filhos não têm nada com isso.

– Olha, eu entendo que você também esteja chateada. E você sabe que eu te amo como se fosse minha filha, e prova disso é eu estar aqui agora.

– Eu sei. E você foi uma grande amiga durante esses anos.

– Então vamos ser honestas, como temos sido. Nós duas sabemos que foi você quem procurou isso. E eu não tenho dúvidas do seu arrependimento. Mas se arrepender não é o suficiente. O Heitor te amava muito, e acreditava ser o pai dos seus filhos. Ele descobriu que você foi infiel e que os filhos na verdade eram de seu grande rival. Não é algo justo, e ele está magoado no momento. Rubi, o Heitor não é uma pessoa má, e eu acho que ele pode até te perdoar, se você fizer as coisas certas.

– Eu já implorei pra que ele me perdoasse.

– Só isso também não basta. Para começo de conversa, o que você faz na casa do Alessandro? E nem venha com a desculpa de que não tinha lugar pra você ficar com eles. Dinheiro não é problema, e você poderia ter ido para um hotel, um flat, e em último caso, ter procurado a mim ou a sua irmã.

– Ele estava lá quando tudo aconteceu. Então nos trouxe pra cá.

– Pois então pegue suas coisas e vá embora dessa casa, vá atrás do Heitor. Não fique aqui parada, não perca o amor da sua vida novamente. Animo!

– Eu não vou. Eu disse que não ia atrás dele novamente, eu tenho meu orgulho. Se o Heitor não me quer, tem quem queira.

– Então continue com seu orgulho. Case-se novamente e seja infeliz, porque eu sei que você ama o Heitor.

– Não fala assim Dona Elisa.

– Desculpa Rubi, mas eu não consigo vê-la assim, parada sem agir.

– Eu não tenho mais forças. Eu não consigo mais lutar contra tudo e contra todos, e não sei se vou me recuperar, porque o Heitor, é uma parte de mim.

– Faça algo, eu te imploro.

– É, eu realmente tenho que fazer algo. – Respondeu Rubi levantando da cadeira.

– Aonde vai?

– Vou acertar as contas com o Toledo.

– Espera! Rubi, calma. – Gritou Dona Elisa vendo-a correr. – Você nem sabe onde ele está.

– Está na boutique. É o óbvio.


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