The Last Flame of Fire escrita por Bea


Capítulo 24
Capítulo 24 - Fear of flames


Notas iniciais do capítulo

Hey o/. Acho que vou postar de sextas, acho sextas melhores que sábados por motivos...
sem muito pra falar agora.
Próximo capítulo já apareceram os rivais - Ou pelo menos é o que planejo.
Espero que gostem.



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Flashback on*

A garotinha de olhos avermelhados caminhava com sua mãe, ainda na avenida mais movimentada de Cinnabar. Lily mantinha sua filha o mais próximo possível de seu corpo, para evitar que os ‘apressadinhos’ que passavam por lá esbarrassem na garota, que se acertada por aquele monte de pessoas, seria levada pela forte “correnteza” da multidão.

Passava um pouco das quatro e meia da tarde, um pouco depois da hora que Katsumi havia andado e conversado com o amigo, Daisuke. A mãe da garota tentava convencer a mesma a voltar logo pra casa, pois já estava tarde demais, mas a insistência de Katsumi convenceu sua mãe a permanecer com ela mais um pouco.

A garota queria assistir uma apresentação de Pokémon’s que haveria em uma praça próxima de treinadores que vinham de outra região, afinal, queria aproveitar o dia de folga de sua mãe para passar um tempo perto da mesma. Katsumi estava mais empolgada ainda para o próximo dia, sábado, pois seu pai voltaria do serviço e no domingo, toda a família sairia junta.

Assim que mãe e filha chegaram à praça, assistiram a apresentação. Na apresentação houveram quase todos os tipos de Pokémon’s, mas os tipos fogo foram o que mais impressionaram Katsumi. Os olhos da garota brilhavam cada vez que ela via as chamas, como quando viu uma Rapidash soltando um Flamethrower para cima, e depois as brasas se espalharam no ar, depois, ‘caindo’ em direção do chão, como uma chuva de chamas, mas ainda queimando. E os olhos da garota brilharam mais ainda, se é que isso seria possível, assim que um Quilava surgiu, pulando e rodando verticalmente entre a ‘chuva de chamas’, com chamas o circulando, ela havia estudado na escola que esse ataque era chamado Flame Wheel. Assim que Quilava alcançou o chão, saltou novamente, dessa vez precisamente acima de Rapidash, se mantendo alto e então rapidamente Rapidash começou a brilhar em um tom avermelhado e lançou uma rajada de fogo para cima - Que de acordo com sua mãe era chamado Overheat -, na direção de Quilava, mas em vez do ataque atingir o Pokémon e dar-lhe dano, o mesmo se manteve firme, parecendo estar de pé nas chamas que eram lançadas para cima com força, mas não se espalhavam. Na verdade, o ataque impulsionou o Pokémon para cima. Quando já estava bem alto, usou um ataque chamado Flare Blitz, para subir mais ainda, já que o ataque impulsionava-o como um foguete.

Todos que assistiam a apresentação olhavam para cima, com os olhos focados no Quilava, que assim que parou de usar o ataque e já estava alto o suficiente, ergueu a cabeça para cima, aumentou a força que suas chamas em suas costas brilhavam, junto com Rapidash que fez o mesmo, e então para finalizar o Quilava usou Fire Blast para cima, nos céus, que tinha o formato de um Kanji: Dai, que significava ‘grande’. O ataque subiu nos céus como fogos de artificio - Só que bem maior -, e depois se espalhou no ar, de modo que realmente lembrou Katsumi quando um fogo de artificio ‘explodia’ nos céus e havia aquele show de luzes que se ‘espalhavam’ pelos céus, raios brilhantes iluminando a noite escurecida.

Houve ainda mais uma apresentação com a presença de quatro Pokémon’s de uma única vez. Dois elétricos e dois de água, que também deram um grande show na praça. O espetáculo acabou depois de 1 hora, então os treinados dos Pokémon’s foram agradar os mesmos pelo bom trabalho, acariciando-os e dando alguns petiscos Pokémon para eles.

Katsumi ainda queria ver mais, porém a insistência de sua mãe venceu a teimosia da garota dessa vez e a mesma concordou, para a alegria da mulher, cansada depois de tanto andar pela enorme avenida. A mesma suspirou aliviada e cansada.

Porém, assim que as duas estavam se retirando da praça, várias pessoas começaram a olhar para os céus e cochichar. Katsumi conseguiu escutar algumas coisas, como:

– O quê é aquilo? – Disse um homem olhando para um ponto no céu.

– O quê? – Perguntou outro homem, então o homem anterior apontou para um ‘ponto’ brilhante, roxo, nos céus, que se aproximava e aumentava rapidamente. Katsumi forçava a vista para tentar ver o que era, mas a figura ainda estava muito longe, todos estavam parados tentando ver o que era, algumas pessoas saíram da praça por desconfiança e medo do que quer que fosse aquilo.

Porém, a curiosidade não deixava com que Katsumi se movesse, então a garota apenas encarou aquilo se aproximando, mesmo com sua mãe tentando puxá-la, a mesma não saia do lugar, e Lily não queria machucar sua filha puxando-a com muita força. Havia parado de brilhar e o ponto roxo e quase sumiu nos céus, se camuflando a escuridão da noite. Sua mãe tentou arrastar a garota para saírem de lá - Novamente.

A mulher tinha um pressentimento nada bom sobre aquilo, mas Katsumi apenas se negou a andar, dizendo: O quê de mal poderia acontecer? Lily apenas segurou a mão de sua filha mais forte, se preparando para correr se necessário.

Cada vez o que era considerado um ponto antes se aproximava, aumentando de tamanho e tomando forma, mas ainda indistinguível, um barulho bem alto, que Katsumi não conseguia distinguir, mas era parecido com um bater de... Asas talvez?

O som podia ser ouvido cada vez mais alto e novamente um brilho roxo, que pareciam desta vez mais com chamas. Mas, chamas roxas? Dessa vez o ser começou a se aproximar muito rapidamente, mais veloz que um avião, e em quase um piscar de olhos já estava praticamente em cima das pessoas presentes na praça, o ser tinha asas com penas de uma coloração roxa, com as pontas roxas, e as penas da cauda eram roxas. Katsumi não teve tempo de ver o ‘rosto’ da criatura, pois a mesma lançou chamas arroxeadas, impossibilitando para que visse, já que as chamas escondiam o rosto da criatura, e tudo que a garota teve tempo foi de se virar e começar a correr, sendo puxada por sua mãe, Katsumi apenas olhava para trás, a criatura incendiava com as chamas arroxeadas tudo. Lojas, pessoas, Pokémon’s e até mesmo Pokémon’s imunes a ataques de fogo e de água foram queimados vivos pelas chamas roxas. Pessoas gritavam, as estruturas queimadas começavam a desabar rapidamente, as pessoas tentavam correr, mas o ser simplesmente era mais rápido e incendiava tudo que se mexia e logo, estava indo atrás de Lily e Katsumi, e queimava tudo em seu caminho.

Lily continuava puxando Katsumi, que corria o mais rápido possível, mas logo o que parecia ser um Pokémon já sobrevoava acima delas, passando as duas um pouco e incendiando um prédio e logo em seguida acertando o mesmo com suas asas, derrubando-o.

O Pokémon enorme não parava de lançar chamas em tudo no caminho, e o prédio em chamas que havia caído bloqueava o caminho de Katsumi e Lily, pessoas que também corriam junto com Katsumi e Lily acabaram soterradas pelo prédio em chamas, ou então foram atingidas pelo fogo do edifício ou de algum destroço, e então saiam correndo apavoradas, implorando por ajuda, com gritos agoniantes, mas as pessoas apenas estavam preocupadas com suas próprias vidas, e as que eram alcançadas pelas pessoas já em chamas, começavam a pegar fogo também, e caiam ao chão, se contorcendo em dor.

Lily começou a correr e puxar sua filha para outra direção, contrária a que estavam indo antes. Mas pessoas perdidas simplesmente não se importavam e saiam empurrando a todos, com medo de morrer acabavam empurrando e quase derrubando a todos os outros, incluindo Katsumi e Lily.

Quando o ser humano tem sua vida em risco não se preocupa com a de mais ninguém, e acaba causando a morte de outra pessoa, para salvar sua própria vida, pouco se importando com a dos outros, não se preocupando se estavam com crianças, ou se eram até mesmo crianças com toda uma vida pela frente.

Homens e mulheres se empurravam, para tentar cada vez correr mais do Pokémon que incendiava a tudo friamente, sem piedade. Se puxavam, derrubavam, empurravam. Os que caiam eram queimados ou soterrados por outras estruturas. Katsumi ficou aterrorizada quando um homem segurou o ombro de uma grávida e puxou, para ganhar impulso para correr mais rápido, causando a mulher a cair no chão e logo ser queimada viva, sem tempo para fazer mais nada além de fazer uma expressão agoniante e dar um grito cortado ao meio, pois já havia morrido. Os seres humanos eram egoístas, egoístas pelas próprias vidas.

Várias pessoas empurravam e se esbarravam desesperadas em Lily e Katsumi, Lily tentava segurar o braço de Katsumi o mais forte possível. O Pokémon atrás delas e de todas outras pessoas que corriam.

Porém, o braço de Katsumi começava a escorregar, o calor das chamas e esforço físico estava deixando todos suando, isso incluía suas mãos. E por isso a mão de Lily começou a se soltar de Katsumi, que também tentava segurar a mão de sua mãe, mas em segundos, que se passaram lentamente para mãe e filha, desesperados, o braço da garota se soltou Lily tentou diminuir a velocidade para segurar sua filha e Katsumi corria o máximo que podia, já com lágrimas nos olhos por ter se separado de sua mãe e também por estar desesperada em meio de todo aquele caos.

Porém, esses segundos, desesperadores, já foram o suficiente para causar uma distância de por volta de quatro metros entre mãe e filha, por mais que as duas esticassem o braço, Katsumi acelerando e Lily diminuindo sua velocidade, elas não conseguiam se aproximar o suficiente, pois Lily era empurrada para longe pelas outras pessoas que não tinham outra escolha. E isso foi o suficiente para que o Pokémon que voava perto deles incendiasse e derrubasse outro prédio, logo ao lado as duas, ele caia de modo que, mesmo se Lily parasse, voltasse, ou desacelerasse, ela seria acertada, junto com sua filha, se a mesma continuasse a correr.

Mas... Se Katsumi parasse de andar ela não seria atingida pelo prédio, porém os destroços do mesmo separariam as duas. Sem escolha, Lily gritou para Katsumi:

– Katsumi! Para de correr, fica parada, senão nos duas vamos nos machucar seriamente! Não se preocupe, eu vou voltar rapidinho! – Disse a mulher, com desespero no olhar, mas tentando transmitir tranquilidade e calma para sua filha, pela voz, rapidamente. Katsumi estava desesperada, mas confiava em Lily, afinal, que filho não confiaria na mãe, mesmo se o que a mesma dissesse fosse absurdo? Katsumi simplesmente parou e em poucos segundos o prédio caiu, separando as duas. Mais pessoas ficaram embaixo dos destroços, e do lado que Katsumi tinha ficado, sozinha, para trás do prédio, presa, ninguém mais estava vivo, então finalmente a garota notou realmente todos aqueles corpos queimando, fumaça, sangue, pessoas soterradas que só era possível ver uma perna ou o braço, cortado pelo peso da estrutura do prédio caído. Mas o pior... Era o cheiro.

O cheiro da carne das pessoas queimando, do sangue e tudo mais era o suficiente para fazer Katsumi vomitar, a garota só não vomitou no momento pois finalmente olhou para cima, com as mãos na boca e no nariz, para amenizar o cheiro, mas pode sentir a comida voltando pela sua garganta com aquele gosto horrível. Viu que assim que parou e ficou presa para trás, o grande Pokémon havia parado de ir atrás das outras pessoas e estava bem acima da mesma, sobrevoando.

A fumaça de tudo aquilo queimando não permitia que a garota visse tudo muito bem, mas ela pode perceber por sombras na fumaça, o Pokémon descendo, parando de bater suas asas, e parando bem em cima do prédio que havia prendido ela e que o mesmo havia derrubado. Ele a encarava, com olhos cintilantes em vermelho vivo e então o Pokémon soltou um alto piado, fino e afiado, e se aproximava cada vez mais de Katsumi, lentamente, já Katsumi se afastava andando para trás, tentava se afastar o máximo possível do Pokémon que só podia ver os olhos completamente vermelhos, que brilhavam através da fumaça.

Começou a pensar, ele iria queimá-la, não? E então pensou, se ela realmente morresse queimada, agora. As chamas queimando, seu corpo ardendo e sendo praticamente ‘corroído’ pelas brasas, se lembrou da agonia das mortes que ela havia acabado de presenciar. Não, não, não. Não queria morrer queimada, não queria sentir sua carne sendo queimada, não queria sentir toda aquela dor.

A garota sempre gostou de chamas, Pokémon’s com ataques de fogo, sempre achou tudo relacionado a chamas impressionante, mas agora... Sua admiração pelo elemento se transformava em medo. Medo profundo, medo que a fazia sentir um frio no fundo da sua alma.

Começou a recuar de costas, mas por estar fazendo isso Katsumi tropeçou em um pedaço de alguma construção no chão, caindo sentada para trás, continuou a se afastar mesmo no chão, e o Pokémon se aproximava cada vez mais. A garota tremia e não via para onde recuava, o Pokémon pássaro piou novamente, Katsumi pôde não ter percebido, porém não foi de forma ameaçadora, e Katsumi apenas teve tempo de sentir um calor enorme nas suas costas e mãos - Que apoiava no chão para se impulsionar e se afastar mais -, pois havia se aproximado demais de uma construção, em chamas ainda. Sua mão acabou encostando-se às chamas roxas, a garota tirou a mão de lá rapidamente e se afastou das chamas, já esperando a dor da queimada, que não veio, sua mão estava intacta. A garota levantou rapidamente e percebeu que as pontas do seu cabelo praticamente torraram assim que encostaram-se às chamas, agradeceu por ele não ter pegado fogo.

Levantou rapidamente para se afastar, começou a correr, os olhos do Pokémon se aproximavam lentamente, como se ele estivesse simplesmente andando calmamente. O coração de Katsumi batia rápido, ela não queria olhar pra trás, porém com seu desespero, seu pé acabou virando para o lado quando ela corria. Havia torcido o pé direito. A garotinha não conseguiu ficar de pé, apenas via o Pokémon se aproximando com seus olhos brilhantes, ela sem poder reagir, esbarrou a mão em um tipo de sustentação para alguns destroços de casas, prédios e então, a garota só pôde ver os destroços tapando sua visão, os olhos vermelhos do Pokémon e as chamas roxas que ele lançava novamente, antes de apagar completamente...

...

Lily percebeu que o Pokémon parou de perseguir a todas outras pessoas e ficou perto da sua filha, a mulher correu o mais rápido que podia, para o Centro Pokémon mais próximo que não tivesse pegado fogo, assim que chegou a um, ligou o PC do local e pegou alguns Pokémon’s de sua época de treinadora pelo sistema de Storage, seus Pokémon’s mais confiáveis e próximos, uma Altaria, uma Espeon, um Typhlosion - Seu primeiro Pokémon -, uma Milotic e um Galvantula. Correu para fora do Centro, apressada, não conseguiria chegar lá rapidamente correndo e também não conseguiria passar pelo prédio a pé. Lançou sua Altaria, que só de olhar nos olhos de sua velha treinadora e amiga, entendeu tudo, e também por ajuda da grande ligação entre elas.

A Altaria apenas se inclinou levemente para o lado, para que Lily pudesse subir em suas costas e logo a Altaria voava o mais rapidamente possível.

Assim que chegaram ao lugar o Pokémon simplesmente havia sumido, e então a preocupação tomou conta do pensamento de Lily. E se aconteceu algo a Katsumi? Ela não iria aguentar a culpa de ter causado a morte de sua própria filha. Ela poderia não ser filha de sangue de Lily - O que a garota não sabia.

Mas para Lily, Katsumi mesmo não sendo sangue de seu sangue, era alma de sua alma.

Havia criado a garota com todo o amor, do fundo de seu coração e de sua alma, para a mulher, ela era sua filha e sempre seria.

Se apressou e desceu rapidamente da Altaria. Não via sua filha em lugar nenhum. Liberou todos seus Pokémon’s para ajudá-la a procurar, começou a olhar em todos os cantos, para diminuir mais ainda a fumaça disse para sua Milotic usar Hydro Pump para cima, que logo caiu como chuva, diminuindo a fumaça e apagando pequenas chamas no chão. E então todos os seus Pokémon’s começaram a olhar em todos os lugares, até que depois de um tempinho, seu Galvantula se virou na direção dela e dos outros Pokémon’s e acenou com a cabeça para um amontoado de coisas. Lily foi correndo na direção nas pedras, tentou levantar uma, tentou usar toda sua força, mas a pedra era grande demais, mas logo a pedra foi movida assim que seu Typhlosion se aproximou dela e deu um sorriso de canto, mas preocupado, para sua treinadora, retirando a pedra facilmente pela sua força. Logo, todos os outros Pokémon’s começaram a ajudar, Espeon retirava as pedras que conseguia com seus poderes psíquicos, já que ela não era muito forte fisicamente. Typhlosion, Galvantula e até mesmo Milotic tiravam as pedras com força física, mesmo que Milotic também não fosse tão forte fisicamente começou a empurrar as pedras com sua cabeça e cauda, Altaria empurrava as pedras de cima, Lily também tirava as pedras que conseguia, até que conseguiu ver sua filha lá dentro, felizmente sem nenhum ferimento, os destroços caíram de jeito que nenhuma pedra encostou na garota, Typhlosion empurrou mais um pedra e então todos outros Pokémon retiraram Katsumi delicadamente, com a ajuda de Lily, que segurou sua filha, passou a mão em seu rosto e a abraçou fortemente.

Nunca mais deixaria sua filha correr um risco como esse novamente. Nunca! Iria impedir mesmo que com sua vida.

Lily, com a ajuda de seus Pokémon’s, conseguiu tirá-la de lá, agradeceu aos seus Pokémon’s e os retornou para as pokebolas, levou sua filha aos médicos, correndo com ela no colo, que atendiam algumas pessoas que choravam desesperadas, machucadas, e que haviam sobrevivido, em todas as situações possíveis.

Logo um médico atendeu Katsumi e disse que a garota acordaria logo. Lily apoiou a cabeça da garota, ainda dormindo em seu colo, depois de um tempinho, a garota começou a abrir os olhos e a primeira coisa que Lily iria fazer era abraçar sua filha, mas a garota acordou olhando em volta, amedrontada e quando seus olhos viram a ambulância, de uma cor vermelho vivo, a garota apenas disse:

– Não, vermelho não! Não! – Gritou Katsumi e já se levantou rapidamente do lugar que estava deitada e olhou novamente em volta, tudo que via que era vermelho, se desesperava.

– O quê foi?! Filha! Calma! – Lily segurou a sua filha pelos ombros, olhando dentro dos olhos da mesma e pode ver o medo que a mesma sentia.

– Olhos... Vermelhos... Pássaro... – Foi tudo que Katsumi disse, tremendo, com os olhos arregalados. Então, voltou a olhar em volta, até que viu um Pokémon de fogo, machucado, que estava do lado do corpo do dono, já morto. – Fogo... – Falou paralisada até que gritou, histérica. – Não! – Katsumi tentou correr novamente.

– Calma! Calma! – Lily abraçou forte Katsumi que apenas começou a chorar.

Lily não queria vê-la assim, traumatizada, com medo, sua filha não era assim, não queria vê-la sofrer, e foi então, que uma ideia surgiu em sua mente, se soltou um pouco do abraço da filha, pegou uma pokebola, a da sua Espeon.

Espeon é um Pokémon psíquico, e dizem que Pokémon’s psíquicos conseguem mexer com o psicológico e a mente das pessoas, alterando memórias, ‘retirando’ outras, porém, se retirasse as memórias, seriam todas as que a garota teve esse dia, ela iria se esquecer de tudo que havia acontecido neste dia, tudo... E então, Lily fez sua escolha.

– Filha, não se preocupa, você vai ficar bem, calminha, tá? – Katsumi apenas concordou com a cabeça, ainda tremendo, Lily liberou sua Espeon que já sabia o que tinha que fazer, logo os olhos de Espeon começaram a brilhar e Katsumi começou a cambalear e fechar seus olhos, e quando ia cair, Lily a segurou.

Preferia que sua filha perdesse memórias boas, do que ter uma que faria mal a ela, afinal, sempre podemos fazer novas boas memórias.

...

Assim que saiu com sua filha daquele lugar, ia se livrar de tudo que pudesse fazer a garota se lembrar do ocorrido, tudo que a garota usou aquele dia, tudo. Queimou a jaqueta e as outras roupas que a garota havia usado no dia, cortou ela mesma o comprido cabelo da garota - Que ainda dormia por causa dos poderes psíquicos -, já que ele havia sido queimado praticamente até um pouco abaixo dos ombros, cortou até a parte que o cabelo continuava intacto. Mas, antes de queimar a jaqueta, notou algo lá dentro, uma pedra do fogo, observou mais de perto e viu o nome ‘Daisuke Waizu’ riscado na pedra.

Isso seria a única coisa que guardaria, séria a única lembrança de uma memória daquele dia. Mas uma pedra não conseguiria fazer com que Katsumi se lembrasse de tudo, e a garota considerava esse Daisuke um verdadeiro amigo. Essa... Essa seria realmente a única lembrança daquele dia...

Flashback off*


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Notas finais do capítulo

Até ^^