Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 20
20 - Sinistro, o 1001 utilidades


Notas iniciais do capítulo

Boa tardes lindos leitores! *-*

Vim correndo depois de sair hoje para postar por causa de uma diva recomendação que recebi. E tudo graças a Miss Avila. Gostei demais, demais. Emocionei-me mesmo com suas belas palavras. Espero que continue achando perfeito e adorando mais e mais a minha fanfic, porque eu faço para vocês. Muito obrigada, mesmo, por esse presente surpresa.

Agradeço a Senhorita Foxface, Ney Gremory, Melanie Dixon Winchester, mrs stilinski, Miss Avila, HyAlyss, Catnip, Paradise, gih, Sparkly Dark Angel, Raene Melo, Maíza Souza, hans e Drama Queen por comentar no anterior. São muito importantes para mim também, de verdade, tanto dos novos quanto dos velhos.

Obrigada a Carolccastro por acompanhar a fanfic, mesmo. Adorei demais quando vi.

E meus outros leitores onde estão? O que estão fazendo? Não percam, sexta no globo reporter. awiuhw

Espero que gostem, pois como eu sempre digo, fiz para vocês.



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Capítulo vinte

Sinistro, o 1001 utilidades

“Quem não souber povoar a sua solidão, também não conseguira isolar-se entre a gente”

(Charles Baudelaire)

Na terça-feira eu ignorei Henry, James, Jully e até o segurança do terraço. O professor de química estranhou o nosso afastamento, simplesmente porque eu sempre falo com o de olhos azuis, mesmo que seja para brigar ou corrigi-lo. Só que naquele dia era como se tivesse uma parede no nosso meio.

E o pior era ter de ir na sessão com a psicóloga, apesar de não querer de jeito nenhum, porque minha vontade era visitar a Dona Diná e saber como estava. Até um bolo eu tinha trazido na minha mochila para dar a doente.

– Trouxe algumas roupas para vestir. – começou.

Ela é doida, o que significa:

adj. Característica de quem se comporta de modo insano; que apresenta indícios de loucura.

Tanto que se se eu perguntasse quanto era 1+1 capaz de responder cinco. E sim, eu procurei sobre essa palavra no dicionário que peguei agora da bolsa de panda.

– É paga para dar conselhos ou assistir a um desfile? – rebati.

– Sua autoestima é menos que zero Amélia, tenho de fazê-la se sentir bonita. E pare de ficar lendo esse livro chamado “aurélio”. – devolveu.

Detalhe: tenho de repetir o quanto é louca.

– Vocês não servem para fazer com que nos aceitássemos do jeito que somos e não querer nos obrigar a nada que não queremos? – opinei ao colocar o objeto na pasta.

– Cada um é diferente, mas você parece uma morta desse jeito. Com essa pele e cabelo vão te confundir com a Samara do filme “o chamado”. Temos de mudar esse look também, só usar cores escuras não dá. – revidou.

– Está sendo preconceituosa sabia? – denunciei.

– Sou realista, não o que disse. – o rosto ficando mais vermelho a cada palavra dita.

Resumo – sessão com a pirada: eu tive de vestir as roupas cheias de pompom, babados, e até um rosa (quis realmente me jogar do prédio depois disso). No final ainda disse para eu começar a me maquiar aos poucos e dar em cima dos garotos.

Sai de lá novamente vendo ela e um aluno se agarrando. E justo um daqueles que pareciam ser santos. Depois disso tive de ir trabalhar com isso em mente e com um kit com pó, base, blush, corretivo, rímel e sombras dado por aquela criatura.

Dia de teatro

– Semana que vem começaremos as apresentações, então espero que os quatro grupos estejam lá, inclusive o quinto para substituir algum deles se faltarem. – declarou a professora de literatura.

Perto das oito horas a minha turma já estava na porta e eu me encontrava atrás dela. Eu sou apaixonada por apresentações no palco, mais do que cinema. Mesmo que a consequência seja ficar do lado de pessoas e até ter de pedir licença para passar por ela.

Notei que alguém sempre estava próximo a mim.

– Podemos ir, mas em silêncio. – gritou a mulher.

Ao chegar naquele auditório gigantesco me sentei um pouco na frente, e em meu lado se posicionou outro alguém. Que eu sabia quem era, mas não queria ter a certeza ao olhar em sua direção.

– Perdoe-me, por favor. – sussurrou no meu ouvido.

E agora minhas suspeitos se confirmaram. Era o Henry.

– Por que fizeram isso? – questionei.

Sorte que o espetáculo não havia começado.

– Estava tão inocente e fofa que acabei rindo, mas eu nunca ia fazer uma piada daquelas. Apenas contei o porquê seu apelido agora era coelhinha para o James. – explicou-se.

Fez uma careta de arrependido, o que não me convenceu.

– Você sabia muito bem que ia me constranger. E para começo de conversa, não deveria nem ter dito sobre o que ocorreu para os outros. – esbravejei.

Amy, eu não fiz com a intenção de te magoar. Peço que entenda meu lado. Além do mais, somos parceiros de trabalho, e se ficar chateada comigo não conseguiremos fazê-lo direito por sempre tentar fugir ou me ignorar. – parecia mais controlado que eu, mas desesperado também.

Que droga! Pior é que ele tem razão.

– Está bem. Agora fique quieto que vai começar o teatro. – repreendi.

O sorriso dele voltou com tudo. Aquele torto e cafajeste.

Neste momento a cortina se abriu e passou uma garota penteando o cabelo. Na peça havia um príncipe, cuca, ogro, estudantes, sereia, dragão e um lobo. Realmente foi um enredo maluco, mas deu tudo certo. E quando a cena de romance aconteceu Henry pegou na minha mão com firmeza.

– Me solta. – rosnei para ele.

– Só presta atenção na apresentação. – respondeu.

Tirei a minha de lá e dei um tapa médio nele, até porque não queria que fizesse escândalo. Apesar de que, realmente, seria engraçado vê-lo gritando que nem um gay e ser apelidado assim depois. Mas se eu o perdoei seria errado dar o troco.

– Realmente parece que nunca recebeu carinho. – a voz rouca.

Essa história de novo não.

– E o que tens a ver com isso mesmo? – aquele mau humor costumeiro.

– É uma ogra sabia? Que nem aquele do teatro. – debochou.

– Então você é o jegue que me levava. – revidei.

Depois disso paramos e ele começou a gargalhar.

– Adoraria te ter em cima de mim Amy. Ou embaixo se preferir. – maliciou.

Que raiva! Como não pude notar o duplo sentido?

E tudo acabou e as luzes se acenderam, fazendo-nos sair rapidamente para ir embora. Alguns estavam até babando e dormindo. Corri do Nagel na velocidade de um maratonista e peguei o ônibus, indo até o banco mais próximo, e conhecido por mim, ao hospital em que a Dona Diná se encontrava.

Era hoje que eu ia colocar o dinheiro na poupança.

– Vai depositar? – questionou o atendente.

– Isso mesmo, mas eu também quero saber quantos eu tenho de saldo. – respondi.

– Era para ter alguma quantia aqui? Porque está no zero. – assustado.

– Deixa eu ver. – até eu fiquei apavorada.

E então ao ver aquele 0 na tela fiquei branca.

– Dá para ver quem sacou? E quantos? – quis saber.

– Se falou com um funcionário sim, só espera um momento. – explicou.

Depois de uns segundos ele parou de mexer e me olhou.

– Conhece uma tal de Helena Ortiz? E foi de R$10.510,57. – perguntou.

– Claro, é a minha mãe. – devolvi.

Não acredito que além de me cobrar aluguel tirou o meu dinheiro soado que economizei por anos, e até o que meu pai me deixou na poupança. Eu sabia que deveria ter ajuizado a ação de emancipação antes, já que talvez pudesse me sustentar sem ela (por conta do trabalho).

– Então foi ela, e foi no dia 28 de fevereiro que aconteceu. – respondeu.

E ainda pegou para passar o carnaval com aquele encostado?

– Obrigada, entretanto hoje não irei depositar nada. – finalizei.

Enquanto caminhava por entre a calçada em direção ao local onde a minha chefe se encontrava internada um carro passou. Aquele som era tão alto que foi impossível deixar de escutá-lo.

Beijinho no ombro pro recalque passar longe

Beijinho no ombro para as invejosas de plantão

E foi só isso, já que logo o perdi de vista. Mas nada me fez entender, ela simplesmente repetiu. Falou inveja duas vezes praticamente, sem falar no começo da frase. E pasmem, eu sei o que significa recalque.

Passei pelo corredor daquele antro de doentes e todo branco ao ser autorizada a visitar a paciente. E eu e meu bolo na pasta nos sentimos perdidos no meio de tantas portas. Encontrei a de número 204 e vi uma idosa com um sorriso no rosto, mesmo com o semblante cansado e vestindo aquela roupa verde.

– Vai ficar parada ai mais tempo ou pode me abraçar? – perguntou.

Fiquei tão pensativa que nem notei a minha inércia. Simplesmente a obedeci e o fiz de maneira apertada, mostrando o quanto estava contente de vê-la. Mesmo que não esteja demonstrado em meus lábios.

– Querida, por acaso está namorando o Henry? – questionou.

Meu rosto se avermelhou.

– Não, por quê? – estava curiosa.

– Porque está usando batom. – disse.

Como percebeu? Eu passei um tom praticamente cor de boca.

– É que a psicóloga me desafiou a começar a me maquiar, mesmo que aos poucos. – confessei.

Tanto que hoje ela piscou ao me ver no colégio.

– E eu pensando que finalmente estava com ele. Aquele garoto é perfeito, lindo, educado, então não o perca. Conquiste-o Amélia. – aconselhou.

– Ele não é meu tipo, e nem eu sou o dele. – declarei pela raiva.

– E por acaso tem um físico e personalidade preferido? Há semanas atrás nem em homem queria falar, agora até já sabe o que mais gosta neles. – fez uma brincadeira.

– Apenas sei que o Henry não é para mim e que eu nunca, jamais, ia me apaixonar por alguém como ele. – concertei o que tinha dito.

– Já te disseram para nunca dizer nunca?

O quê?

– Até a senhora é fã do Justin Bieber? – estou surpresa.

Eu tinha conhecimento dele porque tenho de ouvir alguns CDs para ver se estão pegando e até para recomendar a algum cliente, caso pergunte sobre a qualidade musical deles. E também porque em um canal falavam sobre suas confusões diárias.

– É um poeta por acaso esse tal de Justine Baby? – quis saber.

Só dela falar tudo errado já me respondeu a pergunta.

– Não, e espero que continue sem saber quem ele é. – declarei.

Sentei-me do lado dela, na poltrona, e começamos a assistir um telejornal com ela. Debatíamos sobre tudo, seja sobre o cara que morreu ou algo dito sobre a economia do país. Quando deu 1h eu tive de ir para trabalhar. E lá a Diana me elogiou por estar usando batom e disse que eu ficaria muito mais bonita com rímel e a pele maquiada.

Rapidamente pude ir embora e me deitar na cama, vendo o Sinistro na escrivaninha me olhando. Peguei-o na mão com delicadeza e virei-o de trás, lembrando-me que dava de abrir ali por esconder uma bateria (que o fazia falar), mas que como está descarregada resolvi tirar.

Em minha mão estava o dinheiro do mês e o que ganhei do contrato feito com o diretor, colocando dobrado no ursinho. Como era médio ainda sobrou espaço para caber mais.

Foi então que percebi que era muito útil, porque além de me trazer lembranças boas, me escutar sem criticar e dar-me a sensação de proteção, ainda serve como cofre. E sabia que talvez minha mãe nunca descobriria que o dinheiro que recebo estava ali.

Assim espero e desejo.


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Notas finais do capítulo

E então... o que acharam do que a mãe dela fez? Sobre o Sinistro sendo usado como cofre, será que ela vai descobrir? Da briguinha curta do Henry com a Amy? Da sessão com a psicóloga? Da visita no hospital? E, por fim, dela usando batom?

A imagem não é minha, mas eu gostei dela porque me lembrei deles na casa do Nagel e na dela aquela vez. E desculpem-me se tiver algum erro de português ou digitação. A música não pertence a mim, mas a Valesca Popozuda.

Mandem-me reviews mostrando sua opinião? E quem quer recomendar que nem as maravilhosas da Naty, Paradise, Ney Gremory, hans, Maíza Souza e Miss Avila fizeram? Ficarei super, hiper, mega, ultra feliz também. Por favor gente. *-*

Beijos e até a próxima.