Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 19
19 - Lágrimas no gorro cinza


Notas iniciais do capítulo

Bom dia lindos leitores! *-*

Estou mega, hiper, super feliz. E sabem por quê? Eu recebi a minha QUINTA RECOMENDAÇÃO. Um record mesmo, já que foi a primeira vez que deu essa quantidade, e tudo graças a Maíza Souza. Eu amei demais, demais a recomendação e suas belissímas palavras. Emocionei-me mesmo e infelizmente como tinha prova não consegui postar antes como queria. Mas espero que goste mais e mais.

Quero agradecer a LuhLerman, gih, Senhorita Foxface, Maíza Souza, Paradise, Miss Avila, Sparkly Dark Angel, hans, Ney Gremory, Rani, Raene Melo, mrs stilinski e Drama Queen por comentar no anterior. De verdade. São muito importantes para mim as opiniões de todos vocês.

Agradecendo também, claro, a Like a Little Girl e NatFrança por favoritar e a PequenaGafanhota (que não sei porque não apareceu antes!), BellSecrets e Catnip por acompanhar. Mesmo, adorei demais quando vi.

Foram recebidos até 17h53 do dia 10/04/2014, mas foi programada para a manhã de sexta, para que eu consiga postar no domingo.

Lágrimas no meu gorro cinza é uma adaptação do "Lágrimas no meu violão" que é da música da Taylor Swift. Lembrei-me no momento. ahwuiaw

Espero que gostem, pois fiz para vocês.



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Capítulo dezenove

Lágrimas no gorro cinza

“A música é capaz de reproduzir, em sua forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria”

(Ludwig van Beethoven)

Acordei e já eram 1h30, e quando tentava me acostumar com a claridade da TV minha mãe estava ao meu lado me mirando de maneira zangada. Estava tão braba que parecia que um raio-laser me acertava nesse instante. E foi esse tipo de olhar que eu puxei dela.

– R$25,00 a mais no mês que vem por ter gastado energia sem necessidade. – declarou simplesmente, apontando para o aparelho eletrônico ligado.

Rastejou-se praticamente até seu quarto, a pantufa felpuda entrando em contato com o chão, fazendo com que saísse um som irritante a cada passo dado por ela. E eu simplesmente não acreditava que teria de gastar mais do meu dinheiro suado por conta do meu descuido.

As poucos horas passaram comigo tentando dormir. Sabia que início de uma semana tortuosa e lenta dava boas-vindas e sapateava na minha cara. E eu acordei mais cedo para não ir com o Henry, que ia passar na minha casa as 7h15. Corri para pegar o ônibus e cheguei na escola, escondendo-me na biblioteca até o sinal bater.

Cheguei e me sentei no meu canto em que continha vários rabiscos na carteira e tão velha que a cadeira se mexeu um pouco, fazendo-me colocar a mochila de panda com cuidado atrás dela.

– Por que não me esperou? – disse tão alto que me assustou.

E eu que estava lendo uma parte interessante da matéria, praticamente pulei quando sua voz entrou pelo meu ouvido, fazendo-me deixar cair o lápis. Por sorte ele pegou para mim.

– Tive que terminar uma tarefa hoje e não tive tempo de te avisar. – menti.

Aquele olhar inquisitório novamente foi lançado em minha direção. Essa desculpa estava tão falada por mim, que parecia tão absurda quanto “O cachorro comeu o meu dever professor”, sendo que a pessoa nem animal de estimação tem.

– Vai passar o intervalo comigo Amy, nem que eu tenha de te arrastar para isso! – exclamou.

Fulminei-o da forma mais indignada que podia.

– E onde está a liberdade de ir e vir? – retruquei.

– Mentir é pecado nos dez mandamentos de Deus sabia? – devolveu.

Que droga!

– E quem disse que eu fiz isso? Tem prova por acaso? – no mesmo tom.

– Eu não... – sussurrou, mas foi interrompido.

O professor já estava na frente da sala, junto com o diretor, sendo que ambos chamaram a nossa atenção. Não só minha e do Henry, mas de todos.

– Bom dia alunos. – iniciou o Senhor-Darth-Vader. Após a maioria corresponder continuou. Teremos uma viagem no dia 14/03, nessa sexta, para um zoológico do Estado vizinho. Mesmo sendo obrigatória, por servir de conteúdo para uma futura prova ou trabalho, terão de trazer a autorização dos seus pais ou representantes. Alguma dúvida? – informou.

Uns burburinhos começaram na sala e alguns já estavam resolvendo o que iriam comprar para levar. Eu simplesmente não mereço ir nesse lugar e conviver com esses adolescentes cheio de hormônios. Mas, como sempre, eu tinha de ir.

– Que hora teremos de estar na escola? E onde? – questionou uma garota.

– 4h no estacionamento do colégio, local em que vários ônibus os esperarão. E é um para cada sala. – explicou.

Depois de meia hora de falação, o Clemente saiu marchando e com uma carranca nada boa. E era por conta de fazerem perguntas nada discretas, tendo como exemplo o “podemos passear pela cidade?” e “é permitido namorar na viagem?”

E rapidamente o sinal do recreio tocou, fazendo-me ter de encarar o Nagel.

– Vamos. – disse ao me puxar pelo pulso.

– Sua mãe não te ensinou o que é educação não? – revidei.

– Eu era, mas depois que passei a conviver contigo fiquei assim. – deu patada.

Fiquei calada até chegarmos perto do pátio, o que me fez lembrar de algo.

– Tenho de ir no terraço. – praticamente gritei.

– O quê? Ainda vai para lá? – parecia preocupado e irado ao mesmo tempo.

Engoli em seco pela minha confissão desastrada.

– Uma pessoa está lá. – a voz esganiçada.

Simplesmente não disse nada e me arrastou por entre as escadas, e mesmo que eu tentasse me soltar nunca conseguiria. Seu aperto era forte, tanto que poderiam ser comparados a algemas.

Abrimos a porta e o segurança estava sentado ao lado da Jully, que quando ouviram o barulho viraram em nossa direção. Percebi que no mesmo instante a garota ficou branca que nem ao papel enquanto mirava o galã de quinta categoria.

– Viemos te pegar para lanchar conosco. – falei depois de instantes.

– Está bem. – a voz baixa e rancorosa.

O homem de preto simplesmente pareceu bufar por termos o deixado sozinho, mas era seu trabalho. E com toda a certeza deveria ficar ali.

No meio do caminho não disseram uma palavra, só sons com a boca e suspiros eram ouvidos. Pareciam distantes um do outro, como se quisessem isso. E isso me soava um tanto quanto estranho. Henry rapidamente pegou o celular para que o clima ficasse menos pesado, o que não me convenceu.

Chegamos no ponto atrás de escola e vi três gurias e um de cabelos dourados e olhos azuis, um pouco musculo, mas não era tão belo quanto o castanho. Possivelmente deveria ser algum amigo dele.

– Prazer, sou James. E você deve ser a Amélia não? – se apresentou.

– Isso mesmo. – devolvi.

Fitou a outra pessoa e nada balbuciou, nem um simples oi.

– É verdade que seu apelido é coelhinha da playboy? – começou o garoto.

Todo mundo começou a rir, as meninas atiradas que estavam do lado, Henry, a minha colega do terraço e algumas pessoas que bebiam no local. Menos eu. Até porque não entendia o que ele tinha tido com a última parte.

– É um loiro mesmo, eu pedi segredo. – disse aos gargalhos o outro.

Mesmo assim ninguém parou, tanto que uma rolou no chão por causa disso enquanto colocava a mão na barriga por conta da dor.

– Qual a graça? – esbravejei.

– É que coelhinha da Playboy é uma mulher que posa pelada para uma revista com esse nome. – explicou uma ruiva.

E foi nesse instante que todos pararam de rir. Aleluia.

– E-eu não fiz nada disso. – com o rosto vermelho por conta da vergonha.

Minha frase só serviu para que voltassem com o que faziam anteriormente. Não fiquei ali para ser alvo de chacotas, simplesmente sentei-me na raiz da figueira mais próxima e comi minha empada em silencia. O que realmente me agradou bastante.

As aulas se passaram e eu ignorei o Nagel todo o tempo, tanto que não falei uma palavra sequer na sua frente. Fingi que não existia quando o carro do seu pai parou na minha frente, com ele dentro, e fui para a parada. Alegrando-me por chegar rapidamente a condução e eu poder sair daquele local tão indesejado por mim.

Quando parei perto da minha casa parecia que alguém me seguia, mas tentei não ligar muito para a peça que a consciência pregava e abri a porta do meu doce lar. Ao entrar me surpreenderam ao me empurrar no sofá com tanta força que o encosto de trás virou, fazendo com que ficasse por cima de mim naquele lugar tão perigoso. Sim, principalmente por não poder me mexer ao saber que o objeto poderia cair na gente.

Era Lorena Willians que agora dava tapas em meu rosto com força, para depois dar socos pelo meu corpo. Tanto que eu sentia cada um deles, e até o cheiro de sangue já estava no ar. E eu tentava revidar, acertando um em seu nariz. Mas apenas fez com que ficasse mais raivosa e me machucava mais ainda.

Levantou-se rapidamente depois disso, deixando-me largada. Por sorte não virou o sofá, fazendo-me rolar com dificuldade até o chão. Olhei para baixo e notei que havia mancha vermelha ali. Era tão enorme que me deixou assustada. No entanto ao ver que a minha inimiga estava ferida também o alivio chegou.

– É para aprender que não é para tentar nos desobedecer por passar por cima de nós. E espero que nem fale mais com o Henry! – exclamou.

– So-sou parceira de escola dele. – consegui dizer com o pouco folego que sobrara.

– Mas não precisa ficar andando com ele no colégio. Então se vira para ficar longe dele, senão levará uma surra pior que essa. Ainda mais agora que sabemos onde mora. – rosnou.

Saiu depois de me ameaçar. E eu fiquei sozinha. Aproveitei para tomar um banho quente, o que era uma tortura para mim, pois ardia e dava choque quando entrava em contato com os cortes. A água do azulejo era da cor do tomate, enquanto tinha a certeza de que teria de lavar mil vezes o uniforme.

Era hoje que eu ia receber o meu dinheiro suado, por isso um quase sorriso se formou em meu rosto. Caminhei até a loja e encontrei a nora da Dona Diná no balcão. E sua expressão não era das melhores.

– O que aconteceu? – comecei.

– Não vai querer almoçar querida? Acho que é melhor comer primeiro. – mudou de assunto.

Notícia ruim chegando!

– Está bem. – fui vencida.

Cheguei na cozinha e me deparei com um macarrão ao molho branco com bacon. E era uma delícia e tanto que devorei dois pratos enormes. Já o suco de beterraba deixei de lado, bebendo só depois. E ao ir no banheiro escovar os dentes notei que novamente minha boca estava sangrando.

E meu nariz felizmente estava intacto.

Ao voltar para o balcão a mulher me olhou de maneira assustada e me levou até a cadeira mais próxima, posicionando-me do lado de dentro e inspecionando meus machucados, para depois cobri-los com remédios e curativos.

– A sogra dizia o quanto sofria no colégio, mas não sabia que era tanto. Por que não muda de escola? – comentou.

– Não contei a minha mãe o que sempre acontece. – respondi com o coração na mão.

Estava doendo muito, entretanto eu tinha conhecimento de que ia piorar.

– Por que ela não veio? – questionei com medo.

– Dona Diná está internada no hospital desde ontem por causa de um início de enfarte Amélia. Seu quadro é estável, mas necessita de cuidados por conta da idade. – respondeu em um suspiro.

As lágrimas caíram por minha face, molhando minha roupa. Contudo não me importava. Minha querida chefe estava em um local horrível e eu me desesperei só de imaginar a perdendo. Peguei o gorro cinza e o abracei, segurando-o com firmeza.

– Eu sei o quanto é ruim, para mim também, mas antes de ir deixou o dinheiro separado. – declarou.

Peguei aquelas notas e engoli o choro, secando meu rosto com as mãos. Eram 13h30 e já estava na hora de trabalhar, e eu faria por ela. Pela mulher que me acolheu e me apoiou nos momentos que mais necessitava. Enquanto uma música tocava ao fundo eu me entregava a emoção.

Preciso de você comigo, então, por favor, se recupere logo.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

Gente, realmente tinha de acontecer né? tadinha! O que será que ocorrerá na viagem? O que acharam da piada? Da mãe dela? Sobre a visita indesejável da Lorena? E, por fim, da Dona Diná estar doente?

A imagem não é minha e desculpa pelos erros de português.

E então... quem quer me mandar um review com a sua opinião? Seja falando bem, mal, desde que escreva o que pensa ali embaixo V. E quem quer recomendar essa fanfic que nem as divas da Maíza Souza, hans, Naty, Paradise e Ney Gremory fizeram? Ficaria super, hiper, mega feliz também (eu faço de praxe, normal, se não gostarem ou desmativerem desculpa)

Beijos e até a próxima.