Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 18
18 - Micos ao estilo Donkey Kong.


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada lindos leitores! *-*

Quero agradecer a Drama Queen, Senhorita Foxface, karina ferreira, Paradise, Ney Gremory, Sparkly Dark Angel, hans, gih, Raene Melo, Maíza Souza, Rani, Miss Avila (pelos outros também, claro!), LuhLerman, Melanie Dixon Winchester e Carolina H Montenegro. QUINZE COMENTÁRIOS no anterior, gente, recorde! E espero quebrar mais, fiquei mega feliz com eles, tanto dos novos quanto dos velhos leitores. São muito importantes para mim.

E também quero agradecer a Carolina H Montenegro e Miss Avila por favoritar a fanfic e a Murasaki Nyah e CiMattia por acompanhar a história. Mesmo, de verdade, adorei demais ver isso.

Se o Henry existisse, hoje seria seu aniversário: 5 de abril. awahiwhia

Espero que gostem, fiz para vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/479958/chapter/18

Capítulo dezoito

Micos ao estilo Donkey Kong


"Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado. Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o ouvido talvez pudesse até escutar o sereno na solidão".

(O tempo e o vento – Érico Verissímo)

Naquele mesmo dia continuei na rotina e cuidando dos machucados, principalmente do meu nariz, que tinha sido ferido novamente. Eu sei que deveria ir no médico, mas não teria tempo, nem dinheiro e minha mãe iria no praticamente me esganar se eu a chamasse para autorizar.

Na sexta pela manhã estava vendo um desenho qualquer dessa geração e o telefone tocou, assustando-me. Fiz um muxoxo por saber que não veria a melhor parte. Então com a expressão desanimada atendi.

– Alô. – comecei.

– Sentiu minha falta Amy? – disse em uma risada.

– Fala rápido que eu tenho a certeza de que está matando aula. – esbravejei.

– Calma, só quero dizer que te buscarei amanhã para ir na minha casa ás 15h. – rindo.

– Preciso trazer algo? – questionou.

– Não, só as figuras mesmo. Eu tenho um computador com impressora aqui. – comentou.

Se eu soubesse disso nem teria gastado meu precioso dinheiro.

– Ok, tchau. – disse.

– Não sentiu saudades minhas mesmo? – em divertimento.

– Até mais. – desliguei ao falar de maneira envergonhada.

É claro que a resposta era um não bem grande!

Fiquei vendo o programa apresentado por crianças, o que realmente era um pouco estranho. E aproveitei para fazer o almoço e me arrumar para ir ao trabalho.

– Você poderia ter visto mais cedo para terminar o gorro, mas fiz isso para ti. – Dona Diná.

– Eu poderia costurar sozinha. – devolvi.

– Apanhando e se machucando desse jeito que não ia conseguir mesmo. – rebateu.

– Tem razão, obrigada. – terminei o assunto.

No resto do dia fiz o que era de praxe e fiquei olhando as figuras, percebendo que talvez poderia colocar mais nos cartazes. E então coloquei o Sinistro na escrivaninha para me dar segurança, era como se meu pai estivesse me cuidando deste jeito.

Outro sábado que passarei com o galã de quinta categoria. Só que infelizmente seria na casa dele, deixando-me muito nervosa. Nunca tinha tremido tanto quanto hoje, parecia até uma gelatina ambulante. Coloquei uma camiseta larga e grande, com capuz, cinza e de algodão, uma legging peluda por conta do frio e o cabelo em formato de trança embutida.

Não coloquei nada no rosto, nem batom, rímel, blush ou base.

A campainha tocou e eu peguei minha chave com nervosismo, segurando-a com força. Fui a passos lentos até a porta, abrindo-a com a rapidez de uma tartaruga.

– Boa tarde Amy. – aquela voz rouca e sussurrada.

Como uma leve brisa.

Eu simplesmente dei um aceno de cabeça e ele tentou me abraçar, mas coloquei a bolsa plástica com um bolo na frente. Fazendo-o parar o ato na metade.

Sim, eu tinha preparado. E até agora não sei o porquê.

– Vamos. – convidou.

Ao virar para a frente vi que um Audi R8 de cor prata. E eu sabia que era do seu pai e ele pegou para me dar carona, mesmo tendo dezesseis ainda. Tão bonito o carro que até fiquei com medo de entrar e estragar alguma coisa. Mas venci meu pavor e me posicionei no banco com cautela, não o deixando tentar ser cavalheiro comigo. Ligou o som rapidamente e a melodia pelo meus ouvidos de maneira prazerosa.

Cantarolei baixinho e me deixei levar, sem me importar com o silêncio ou por não falar algo para me provar. Na verdade eu adorei por ter feito isso ao me dar espaço.

“Putting my defenses up

Cause I don't wanna fall in love

If I ever did that

I think I'd have a heart attack

(Armando minhas defesas

Porque não quero me apaixonar

Se alguma vez fizesse isso

Acho que teria um ataque cardíaco)”

E então ouvi o Nagel acompanhar a letra Heart Attack da Demi Lovato com autoridade, como se soubesse o que significava. Seu sorriso se alargou ao ver que o observava de maneira minuciosa. Ele cantava e me mirava de esguelha as vezes, e quando percebi já estavamos parados na frente de uma casa.

– Há quanto tempo estamos aqui? – estava assustada.

– Uns minutos. – disse com calma.

Como não percebi?

E foi quando tentei sair que os pais deles abriram a porta e ficaram nos olhando. Aquele nervosismo e frio na barriga voltou com tudo. Passei pelo pátio praticamente rezando para que não me confundissem com uma das vadias deles. Já o Henry, que pensava se chamar Jason, Heron e entre outros nomes, se encontrava ao meu lado.

– É sua namorada? Depois daquela sua ex, pensei que nunca mais iria trazer alguém para a casa. Aquela garota era um caso perdido. – perguntou a senhora.

Da qual constatei que me olhava indiferente.

– Mãe, ela não era nada minha. – rosnou.

Percebi só quando se pronuncionou que me segurava pela mão de maneira forte. Mas o que me incomodava é que nem notei quando fez isso, como se já tivesse acostumada. Abaixei a cabeça ao ver que a mulher me fulminava a procura de alguma explicação.

– Não estou com ele, Senhora. – disse em um sussurro.

– Então trate de se soltar, se é apenas amiga não fique tão próxima. – limitou-me.

Justo eu? Que nunca quis contato?

O de olhos azuis nada disse e me trouxe para dentro, levando-me até seu quarto de maneira forçada. Minha visão estava tão embaçada por conta da minha vontade de chorar que só após limpar meu olho que notei que estava em seu colo e com a cabeça encostada em seu peitoral quente.

– Me larga. – esbravejei.

– Perdoe ela e a mim Amy. Eu não quis que nada tivesse acontecido a você, nem que te tratassem dessa forma. – a voz esganiçada.

Apertou-me mais forte ainda e soltou seu hálito de hortelã em minha face de maneira rápida, e notei que estava transtornado também. Como se não soubesse o que fazer, ou tivesse medo de dizer algo que me fizesse fugir.

– Só me deixa sair. – devolvi com a pouca calma que restava.

Então me pegou pela cintura e me colocou um pouco mais longe dele, só que ainda me deixando aprisionada em seus braços. Simplesmente deu aquele sorriso de lado e me mirou intensamente, suspirando em seguida.

– Sabia que eu nunca beijei uma garota de cabelos pretos e olhos verdes? – de repente balbuciou.

A raiva me tomou e a vergonha também, deixando-me duplamente rubra.

– E espero que continue assim. – respondi.

A expressão dele se tornou maliciosa.

– Tem certeza? – uma sobrancelha levantada.

– Claro, mas não vim para isso, e sim para começar o trabalho. – declarei.

Pareceu entender, pois afrouxou o enlaço, fazendo com que pudesse sair. Peguei os cartazes rapidamente e ele ligou o computador, deixando-me a mercê para preparar as frases que colocaremos no papel.

– Que tal botarmos o ano em que foi feita a obra, personagens principais e o autor em um cartaz e frases marcantes em outras? – opinei.

– Perfeito, e seria melhor ainda se nos vestíssemos com roupas da época e falássemos como se fizéssemos parte da história. Por exemplo: eu ser o Pedro Missionário e você a Ana Terra. – dando aquele sorriso de derreter qualquer pessoa.

Menos eu, claro.

– E-está bem. – gaguejei só de imaginar o quão difícil seria.

Sou péssima nisso, teatro, apresentação. Completamente terrível. E eu não sou a rainha da criatividade, e nem em mil anos teria uma ideia assim. Algo que provavelmente agradaria a professora.

– Então realmente devemos nos encontrar mais vezes. – decretou.

– Já falei que não estou saindo contigo. – rebati.

E então seu riso se fez ouvir no quarto. E foi nesse momento que eu notei que estava no quarto de um garoto, o que me deixou surpresa foi a limpeza do local. Nada de cuecas espalhadas ou uma cama desarrumada.

– Se fossem outras meninas... – cortei-o.

– Pode parar por ai, somos diferentes umas das outras. – urrei.

– Não existe mulher impossível para mim Amy. Nem você. – com um fio de voz ao colocar a boca perto do meu ouvido.

Estava ficando estranho esse dia. Igual a mim.

– Trouxe uma torta. – estendi em sua direção para que mudasse de assunto.

– Então experimentarei novamente o famoso bolo da Ortiz? Ou foi a Dona Diná que o fez? – questionei sem tirar aquele maldito sorriso do rosto.

– É meu. – respondi simplesmente.

Começamos a comer e ninguém ousou nos interromper. E eu que pensava que a mãe dele viria com aqueles lanchinhos que trazem com a desculpa para ver o que estávamos fazendo. Quando começamos um trovão despertou no céu, deixando-me alerta.

Na metado do nosso projeto e a chuva ficou fraca, avisando-me de que era o momento de voltar para o lar. Já eram mais de seis horas, e não seria bom andar sozinha a noite. Principalmente quando moro um pouco longe daqui.

– Tenho de ir. – disse ao pegar minha mochila de panda.

– Te levo. – declarou, parecendo ainda perdido.

– Não precisa. – devolvi.

– E eu insisto. Só deixei-me ir no banheiro rapidinho. – teimou.

Fui vencida.

Ao me encontrar sozinha no local lembrei-me do que fez quando esteve no meu domicilio, vasculhando minhas coisas sem permissão. Para dar o troco vasculhei seu armário, encontrando algumas revistas de super heróis.

Quer dizer que é fã deles? Bom saber.

– O que está fazendo? - rosnou ao voltar.

– Tratando de ficarmos quites. - revidei no mesmo tom.

– O que você viu? - disse ao pegar no meu braço de maneira bruta.

Não foi só o aperto que me fez dar um grito, mas também porque já estava com um corte ali. E era recente.

– Está me machucando. - os olhos marejados.

– Desculpa. Mas responda quando perguntar algo. - irado.

– Que você ama o super-homem. - confessei.

– Não fale para ninguém, por favor. - implorou.

Parecia até controlado.

– Só se me dar isso. - disse ao apontar para um retrato.

– Mas... - dei uma de estraga-falas.

– Tem que ser o que pedi ou todos irão saber. - ameacei.

– Está bem, pode pegar. - disse com a voz chorosa.

Parecia uma criança que perdeu o doce, fazendo-me lembrar da Sophie.

– Ainda bem que não falei sério, pode ficar com ele. - finalizei quando um sentimento se instalou em mim, o da compaixão.

Ele me levou a pé após esse episódio, já que o veículo não se encontrava mais lá. Provavelmente tinham saído para fazer algo, o que me fez suspirar em alivio. Pegou duas sombrinhas, a minha e a dele. Andamos pela calçada enquanto tentava me tocar, até um carro passar por uma poça enorme e, infelizmente, me molhar praticamente por inteira.

Sim, apenas a mim.

Fiquei estática e com frio que nem notei quando o Henry tirou a jaqueta dele, colocando em meu corpo, e fechando-a rapidamente. A quentura me invadiu de maneira gostosa, fazendo parar de tremer.

– Por que fez isso? – quis saber.

– Não deixaria que te vissem deste jeito, e ainda mais com o sutiã aparecendo por conta da blusa estar transparente. – gargalhou.

Que droga! Ainda tinha de ser bem quando vesti a parte de cima da lingerie mais infantil? Aquela com estampas de coelhos rosas? Alguém deve me odiar ou fiz algo muito cruel em vidas passadas para merecer isso.

Nem respondi mais e corri para dentro quando paramos na frente da minha residência por conta da vergonha. E muito menos fui educada o bastante para devolver a vestimenta ou perguntar se estava com frio, como a maioria das garotas atiradas fazem.

– Adeus coelhinha. – gritou e quando fui na janela para xingá-lo tinha sumido.

Aproveitei para tomar um banho e colocar o pijama, prevenindo-me de ter um resfriado. E então fiquei enrolada naquele moletom, que tinha um cheiro másculo, o Sinistro do meu lado e o resto de um bolo saboroso em meu colo para ser apreciado. O filme animado passava e eu me distraia cada vez mais, fazendo-me até adormecer no sofá depois de um tempo ao colocar o prato no escoro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Será que o Henry vai convencê-la a ser a primeira de olhos verdes e cabelos pretos a beijá-lo? E o que acharam da mãe dele? E como será a apresentação? E o que vai dar do descobrimento de que ele é fã dos super-heróis (mais o super-homem)?

A imagem não é minha, nem a música. Desculpem-me pelos erros de português.

Por favor, mandem-me review com suas opiniões, não se acanhem, serão muito bem-vindos pela titia apiolho. E quem quer enviar uma recomendação que nem as divas da Ney Gremory, Naty, Paradise e hans fizeram para me deixar muito, super feliz também na semana de provas? Que é na semana que vem também, tanto que só poderei postar na sexta, infelizmente. Ficarei muito grata desde já.

Beijos e até a próxima.