— Olliver, o que ele está falando? - Meus olhos estavam grudados nele.

— Foi um acidente eu juro. - Ele me respondeu em suplicas sem me olhar, sequei as lágrimas em meu rosto.

— Porque não me contou? - Olhou nos meus olhos, e logo pude ver o medo.

— Porque você iria me deixar. - Não tive o que responder, porque na verdade a minha vontade era deixa-lo, mas Liam respondeu por mim.

— Não se preocupe, porque ela vai voltar para casa!

— Porque eu iria pra casa?- Perguntei rapidamente.

— Por que foi o que prometi para seu pai se ele me ajudasse. - Liam respondeu com sarcasmo.

— Eu posso me despedir dele?- Pergunte, e pude ver a dor nos olhos de Olliver, Liam pareceu surpreso.

— Eu pensei que você não iria querer.

— Mas eu quero.

— Rápido. Fez sinal para que o capanga, tomasse a arma de Olliver de sua cintura, ele veio até mim.

— Bella, minha Bella me perdoe.- Lágrimas rolaram de meus olhos, peguei em suas mãos.

— Você me magoou.- Falei olhando em seus olhos, e retirando a faca que eu tinha escondida na manga do meu casaco, a que eu peguei no carro, depositei em sua mão discretamente, esperando que ele entendesse a mensagem, e percebi que ele entendeu quando seus olhos sua visaram, e sinto sua mão apertar a minha.

— Eu sei, mas eu preciso que perdoe.

— Vocês dois já chega, ela não vai te perdoar.- Liam falou, fiz discretamente um sinal com a cabeça, e logo vi Olliver passar a faca no pescoço no homem que apontava a arma pra ele, e em um movimento rápido peguei a arma do homem e a arma de Olliver, uma ficou comigo e outra entreguei a Olliver, bem a tempo, pois logo o tiroteio começou, corri para me esconder atrás de algumas caixas de ferramentas.

— É serio Bella? Ele matou sua mãe e você ainda ajuda ele?- Ouvi Olliver gritar enquanto corria para se desviar das balas.

— Bella vá para o avião- Olliver ordenou após matar o ultimo capanga, Logo percebi que queria matal Liam.

— Não mate ele Olli.- Falei saindo de meu esconderijo, e vendo Olliver com a arma apontada para Liam.

— Oque? Você só estar brincando? - Olliver perguntou com sarcasmo.

— Vamos embora, com toda certeza mais deles estão vindo, Olliver por favor.- Supliquei, ele abaixou a arma e chutou o rosto de Liam, ele se virou em minha direção e veio.

— Vamos.

— Deixe a arma.- Eu disse e o vi soltar a arma obediente.

Entramos no jato e partimos, eu estava magoada demais para notar qualquer paisagem pela janela do jato, Olliver estava na poltrona do outro lado do jato, ele poderia ser qualquer coisa, mas ele sabia quando alguém precisa de espaço, encostei minha cabeça na janela e fechei os olhos, deixando algumas lágrimas escaparem, sentia um vazio em meu peito, era como se tudo o nós dois vivemos juntos tivesse sido uma grande mentira.

— Bella, me perdoe eu imagino como você deve estar se sentindo. - Ele começou, o olhei, sentindo a raiva começar a transbordar.

— Não, você não sabe como eu estou sentindo, porque você não decobriu que o cara que você está apaixonado matou sua mãe.

— Foi um acidente, eu ia te contar.- Diante daquela desculpa, eu não tive o que fazer, então simplesmente ri, ri sem humor, eu estava fria, eu me sentia fria.

— Só cale a boca.

— Está bem.

Continuei a olhar pela janela, observando as nuvens, quando nós observamos as nuvens podemos ver o quão pesados nós somos, cheios de pensamentos opiniões cheios de sentimentos, desejei ser como elas, desejei ser leve, desejei não sentir o que eu estava sentindo, depois de uma hora de viagem tomei coragem e perguntei.

— Como foi que ela morreu? - Olliver pareceu surpreso com a pergunta, o vi engolir em seco, e limpar sua garganta.

— Eu estava bêbado, peguei o carro do meu pai, e fui para um mercadinho pequeno ela estava lá, foi muito educada quando pegou do chão algumas moedas que caíram da minha carteira. O dono do mercado me vendeu a bebida mesmo eu sendo menor de idade, eu sai e dirigi para o mirante da sua cidade, sentei na beirada esperando tomar coragem para eu me jogar, eu queria me matar assim como a minha mãe fez, sua mãe estava lá, ela estava pegando flores, falou que eu deveria ir embora, mas eu estava irritado, empurrei para que el se afastasse,mas ela tropeçou e caiu.- Ele afirmou balançando a cabeça negativamente, em quanto eu soluçava sem parar, eu estava em prantos, eu lembrava antes de ir embora pedi que minha mãe me levasse ao mirante, ela não deixou mas disse que me traria flores especiais que nasciam no meio das pedras no chão do mirante. Olliver se levantou e veio até mim, se colocou de joelho e se agarrou em minhas pernas.

— Me perdoa Bella, eu preciso que você me perdoe.- Solucei alto.

— Eu não consigo.- Ele me olhou com os olhos vermelhos eu podia ver a dor em seus olhos.

— Eu te amo Bella, eu te amo. - Toquei em seu rosto, limpei suas lágrimas.

— Você deveria ter me contado.

— Se eu soubesse que você era filha dela, não teria deixado meu pai te trazer pra minha casa, mas quando você me contou de sua mãe eu juntei as peças, eu não poderia te contar eu já te amava.

— Você me quebrou, aquelas flores eram para mim. - Olliver enterrou o rosto no meu colo.

— Desculpa,

Estava sem saber o que dizer, ou até mesmo fazer, então o piloto avisou do pouso, Olliver voltou a seu lugar com o rosto enterrado em suas mãos, e única coisa que eu conseguia pensar era como seria dali pra frente, o que eu iria fazer, as perguntas martelavam em minha mente.

Descemos do avião Olliver segurou em minhas mãos para me guiar até o carro, mas eu não sai do lugar.

— Vamos para casa.

— Eu não posso Olli.

— Sim você pode, lá é a nossa casa, nós vamos ficar bem. - Respirei fundo e disse rápido antes que eu pudesse me arrepender.

— Nós não vamos ficar bem. - Respondi soltando a mão dele, limpei a lágrima que descia do seu rosto, beijei o canto de sua boca e dei as costas para ele e segui na outra direção, em direção ao meu futuro, eu realmente precisava de um tempo, eu precisava fazer minhas escolhas sem que ninguém me obrigasse a nada, não ousei a virar para vê-lo eu sabia que ele estaria ali me olhando.

O amor ás vezes trai a gente, ele ás vezes machuca, mas é isso, essa dor que o torna real, o que nos torna real é possibilidade de não dar certo, eu precisava olhar para as possibilidades a partir de agora.