Terceira Pessoa

Callie riu.

– Talvez você tenha completa razão, Mark. – ela escrevia algo no relatório de pós-operação do seu paciente que chegou à noite anterior com uma fratura exposta na perna. Após fazer uma cirurgia para colocar pinos e uma estrutura de aço na perna, o paciente estava bem.

Mark estava muito pensativo. Ele não costumava ser tão quieto desse jeito.

– Callie, me diz uma coisa... – Mark batia a caneta na mão incessantemente. Callie sussurrou um “uhum”, prestando atenção no que fazia. Mark prosseguiu. – Depois que a pessoa sai do manicômio, quanto tempo devemos esperar para pedi-la em casamento? – Callie parou tudo que fazia e olhou fixamente para o Mark. Soltou um riso.

– O que? – arqueou as sobrancelhas. – Muito tempo. Muito. Um longo, muito longo, tempo. Não agora. – franziu o cenho e saiu andando. Mark ficou com uma expressão confusa.

– Especificamente quanto tempo? – saiu andando atrás da Callie.

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– Dra. Altman, esse aqui é o nosso novo neurocirurgião dr. Chase Geller. Chase, essa é dr. Teddy Altman, chefe do departamento de cirurgia cardiovascular. – Chase sorriu para Altman, mas ficou com dúvida. Não era a Yang a cirurgiã?

– Muito prazer, dra. Altman. – Chase sorriu para Teddy que ficou sem graça. – Do jeito que Owen apresentou a dra. Yang, pensei que ela fosse a chefe de departamento. – Chase riu deixando Owen e Teddy numa situação muito sem graça.

– Não, dr. Geller. Ela é apenas a minha brilhante residente. E mulher do Owen. – Teddy sorriu e saiu andando. Chase ficou sem graça até pelo Owen.

– Desculpa Owen, eu não sabia... – Chase tentou se desculpar. Owen suspirou e sorriu.

– Nah, deixa isso pra lá. – Owen gesticulou. – O chefe Webber me disse pra te guiar nesse primeiro momento. Você tem algumas consultas agora e leve um tempo pra conhecer os médicos e enfermeiros melhor. – Owen sorriu.

– Ok. – Chase assentiu e pediu licença, indo direto para o pronto socorro. Logo sentiu seu bipe vibrando, era a Dra. Bailey.

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– Dra. Bailey, o que temos aqui? – Chase pegava um par de luvas e logo as calçou. Sorria amigavelmente e a cara de Bailey não era uma das melhores.

– Tony Daniels, 57 anos, está aqui para fazer uma cirurgia de estômago, mas desde ontem demonstra comportamento anormal. Então fizemos uma tomografia e os resultados foram esse... – Bailey entregou o resultado do exame para Chase. Ele franziu a testa. Afastaram-se do paciente para conversarem mais sobre o assunto.

– Nossa, um meningioma e dos grandes. Com certeza vai precisar de cirurgia. – Chase assentiu. – Mas quero mais alguns exames. – Chase pediu. – Que interno você acha que devo chamar para me acompanhar, dra. Bailey? – Chase perguntou enquanto anotava algo no prontuário do paciente.

– Ham... Vamos ver... Yang já é uma cirurgiã cardiovascular então nem pensar. – disse com cara de pensativa. Chase apenas assentiu. – Karev ultimamente só fica com a Robbins na pediatria... Kepner tem ficado com Owen no pronto socorro e óbvio que Avery só fica com Mark na cirurgia plástica. – Bailey claramente estava tentando encontrar uma resposta. – Você pode chamar a pequena Grey... – Bailey disse.

– Pequena Grey? – Chase disse com um ar de dúvida enquanto terminava de preencher os requerimentos para os exames.

– Sim, Lexie Grey. Uma ótima residente. Ou, você chama a outra Grey. Que no caso é a Meredith, mas ainda nãos sei se a liberaram para operar. – Bailey deu ombros.

– Quem é Lexie Grey, poderia me mostrar? – Chase pediu. Bailey revirou os olhos e apontou para a garota que estava agora do lado de Mark Sloan.

– Licença. – Chase pediu e foi em direção a dra. Grey e ao dr. Sloan. Todos que ali estavam por alguns segundos grudaram os olhos em Chase.

– Dra. Lexie Grey? – perguntou muito educadamente. Lexie assentiu. Mark estava de olho. – Olá, acho que não fomos apresentados ainda. – Chase tinha um sorriso encantador, que fez Lexie sorrir também. – Meu nome é Chase Geller, sou novo neurocirurgião daqui e gostaria muito que você me ajudasse em um caso de meningioma. – Chase abriu o sorriso. Mark fechou a cara. Um brilho de ânimo se via nos olhos de Lexie já que depois do que aconteceu, ela teve um surto pós-traumático e todos ficaram achando que ela estava louca.

– C-claro dr. Geller. – Lexie se animou bastante. Mark suspirou.

– Sabe Lexie, não acho uma boa ideia. – ela revirou os olhos.

– Mark, por favor, eu estou bem. Já fui liberada para operar. – ela dizia levantando os braços.

– Eu não acho que você ainda está bem para operar, Lexie. – Chase tinha uma expressão confusa. – Dr. Geller, acho que a dra. Grey não está pronta para operar.

– Se ela já foi liberada, não vejo o porquê dela não poder. – Chase sorriu. Ele nunca viu uma vontade de operar tão grande quanto a da pequena Grey.

– Obrigada, dr. – Mark saiu andando.

– De nada. Então, preciso que você faça mais alguns exames só para eu ver melhor esse tumor e como vamos aborda-lo. – Chase sorriu, fazendo Lexie sorrir também. – Dra. Grey, que exames é preciso para diagnosticar um meningioma? – Chase cruzou os braços.

– Hã... Uma ressonância magnética. – Lexie sorria. Finalmente tinha tirado aquele peso das costas. Sentia-se bem em ter uma cirurgia pela frente.

– Ok. Faça a RMI e me traga os resultados assim que possível. – Chase sorriu e saiu andando.

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Tinha que conversar com a dra. Bailey mas antes foi dar a notícia ao seu paciente. Foi em direção ao quarto onde ele e sua esposa estava e bateu na porta.

– Com licença, sr. e sra. Daniels, sou o dr. Chase Geller, neurocirurgião. – disse o mais calmo e simpático possível. A segunda aventura da medicina é saber conviver com os diferentes tipos de pessoa que você pode imaginar. Cada paciente é de um jeito e você tem que saber muito bem a lidar com isso, sendo com uma notícia boa, quanto uma notícia péssima. A calma é fundamental.

– Neurocirurgião? Tem algum engano. – a sra. Daniels falava. – O meu Tony veio aqui para fazer uma cirurgia no estômago. – os dois pareciam confusos.

– Sim, sra. Daniels. Porém no exame do seu marido foi encontrado um meningioma. Que é um tumor e se encontra na superfície do cérebro. – a expressão do paciente e da sua esposa mudou totalmente para a expressão de medo.

– Mas... Mas... – o paciente estava sem fala.

– Ainda vamos fazer mais alguns exames, mas com certeza teremos que fazer uma cirurgia. – o paciente logo agarrou a mão de sua mulher. – Farei o possível para remover o tumor. Ele não é maligno, pelo seu tamanho meio atípico, parece que ele está crescendo mais do que o normal. Então é melhor prevenir. É uma cirurgia simples, mas como toda cirurgia envolve riscos. – a voz de Chase era tão calma que acalmou subitamente seu paciente e sua esposa. Lexie chegou ao quarto. – A dra. Grey fará os exames que faltam e logo mais venho aqui. Se tiverem alguma pergunta, é só pedir para me chamar que venho. - Chase sorriu. – Se me dão licença, irei procurar a dra. Bailey para marcarmos a cirurgia.

Chase saiu do quarto a procura da dra. Bailey. Foi até o balcão da enfermagem, mas ninguém tinha a visto. Anotou mais algumas coisas no prontuário e quando se deu conta, dra. Montgomery estava do seu lado. Chase sentia-se extremamente atraído por ela. Respirou fundo e decidiu puxar assunto, afinal, o que ele tinha a perder?

– Dra. Montgomery. – disse educadamente com aquele sorriso encantador.

– Dr. Geller. – Addison retribuiu o sorriso.

– Por acaso você viu a Bailey por aí? Já a bipei e nada. – Addison riu fazendo Chase ficar confuso.

– Tenta procurar nas salas de descanso. – salas de descanso, pensou Chase. Mal sabia ele que o que menos faziam nessa sala era descansar. – Ou melhor, espera um pouco que ela já aparece. – Addison riu e Chase ficou mais atraído ainda.

– Hã... Ok então. – ele sorriu para ela. Addison saiu andando quando Chase a chamou. – Addison? – ela olhou para trás.

– Será que depois do plantão você não aceitaria tomar uma bebida comigo? – Chase sorriu nervoso. No final das contas, ele era o segundo Mark Sloan daquele hospital.

– Quem sabe. – Addison sorriu e saiu andando, mas no fundo ela ficou feliz com o convite feito pelo dr. Geller. Algo nele tinha muito chamado sua atenção. Chase se distraiu por alguns minutos.

Quando Chase menos esperou, Miranda estava do seu lado, cutucando-o. E Lexie apareceu com o resultado do exame.

– Aqui dr. Geller, o resultado do exame. – Lexie entregou para Chase e ele sorriu.

– Ok, dra. Grey, te bipo quando for para preparar o paciente. Muito obrigado. – Lexie sorriu e saiu andando. – E você dra. Bailey? Ouvi que você estava na... Sala de descanso. – Chase arqueou as sobrancelhas. Miranda levantou o rosto e o encarou sem graça.

– Mas que conversa é essa dr. Geller, sala de descanso o quê. Eu estava checando os... Os outros pacientes. – disse gaguejando.

– E não pode nem atender o bipe. Ok. – Chase riu.

– O que importa é que estou aqui e agora então... Cuide da sua vida. – Chase soltou um riso.

– Ok ok Bailey, não se fala mais nisso. – Bailey revirou os olhos. – Vamos fazer a cirurgia ao mesmo tempo? – Chase perguntou analisando o exame.

– Sim, acho melhor. Para não haver necessidade de o paciente passar por duas cirurgias separadas. Em falar em paciente, você foi conversar com ele? – Bailey anotava mais coisas no prontuário.

– Sim e já assinaram tudo que tem que assinar. A dra. Grey irá prepará-lo para cirurgia.

– Sim, ótimo. – Chase já ia saindo quando Bailey o puxou pelo braço. – Chase, fica de olho na Grey. Depois de tudo que passamos, ela ficou um tempo na psiquiatria. Por favor, não desgrude o olho dela. – a expressão de Bailey agora era de preocupação.

– Claro, dra. Bailey. Sem problemas.

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Já eram nove horas da noite. A cirurgia de Chase tinha ocorrido muito bem e o paciente já havia acordado e estava bem das duas cirurgias. Chase ainda teve mais duas cirurgias durante o dia, ambas de fratura no crânio porque alguns adolescentes que estavam jogando futebol americano levaram um raio na cabeça.

Chase passou o dia também procurando conhecer mais o hospital e seus funcionários. Na hora do almoço teve um papo bastante interessante com Derek a respeito do cordoma que era inoperável e ele com muito sucesso, conseguiu operar.

Também observou bastante os internos, tendo a oportunidade de conversar com todos eles. E no fundo, Cristina não era a má pessoa que tentou ser na hora das apresentações. Também conversou com Callie e Arizona a respeito de um apartamento que estava para alugar no prédio que elas e Mark moravam.

Chase já tinha se arrumado e estava no lobby do hospital. Mais cedo tinha arrumado alguém para levar suas malas para o hotel. Estava saindo pela porta, quando viu Addison atrás dele, lendo alguma coisa.

– Dra. Montgomery? – Chase chamou-a. Addison o olhou e sorriu. – Quer ir tomar alguma coisa? O pedido de mais cedo ainda está de pé. – Chase sorriu, fazendo Addie sorrir.

– Claro, porque não. Já que você insisti. – os dois riram e foram rumo ao bar do Joe.