Chase Anatomy escrita por doctorgeller


Capítulo 4
Sabe o passado?


Notas iniciais do capítulo

Aêe, mais um capítulo pra vocês. Esse foi grande e me diverti muito escrevendo ele. Espero que gostem!



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Terceira Pessoa

Chase e Addison foram caminhando calmamente e silenciosamente até o outro lado da avenida, onde ficava o Emerald City Bar, ou somente o bar do Joe. Chase abriu a porta para Addie que sorriu para ele. Os dois entraram e sentaram-se nas cadeiras em frente ao balcão do bar. Chase olhou em volta, procurando conhecer mais o ambiente. O bar estava cheio e pode reconhecer alguns médicos e enfermeiros do hospital ali conversando, bebendo e se divertindo após um longo dia de trabalho.

– Um martini, por favor. – Addison pediu e suspirou. Chase riu e eles se olharam.

– Um whiskey puro. – Chase pediu e voltou sua atenção á Addison. – Os cinco minutos deste encontro já foram tão entediantes assim pra você suspirar? – Addison riu e logo tomou um pouco do seu drink. Chase fingiu estar chateado, fazendo-a rir mais.

– Primeiro: não é tédio. É cansaço. OB e neonatal não são fáceis. E segundo: isso daqui é um encontro? – ela arqueou uma das sobrancelhas. Chase abriu um sorriso, tomando uma dose da sua bebida. Sentiu o gole descer queimando na sua garganta e o clima frio ficou mais quente e aconchegante. Seattle estava em baixo de uma chuva serena, mas que engrossou desde que entraram no bar.

– Sim, um encontro. – Addie riu abafado enquanto tomava mais um pouco da sua bebida. – Um encontro de... Dois... Hã... Colegas de trabalho depois de um dia muito cansativo. – Chase riu convencido, terminou sua dose e pediu outra.

– Já que estamos pulando pra segunda... Fase...- Addie dizia.

– Que segunda fase? – Chase interrompeu-a. Os dois sorriram não desgrudando um segundo dos olhos um do outro.

– Colegas de trabalho para conhecidos. – Addie disse com uma voz engraçada e Chase riu, colocando o braço em cima da mesa, fazendo uma pequena batucada com os dedos.

– Ótimo, porque assim sei o que falar na próxima vez que te chamar pra sair. – Chase deu de ombros fazendo Addie rir, mas no fundo ficou feliz com a “próxima vez”.

– Precisamos nos conhecer. – Chase assentiu. – Pelo menos precisamos saber o nome um do outro. – disse irônica, enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha. Chase não podia deixar de olhar cada movimento que Addie fazia.

– Ok, acho justo. Pode começar. – Chase riu. – Ah, caso não saiba, meu nome é Chase Aaron Geller. – os dois riram.

– Idiota. – Addie disse. Pegou um pouco dos salgadinhos servidos pelo Joe.

– Primeiro as damas. – Chase riu e chamou Addie para sentar em uma mesa que seus assentos eram um sofá que ficava encostado na parede. Os dois se levantaram e foram para o novo lugar. O barman veio e trouxe mais bebida.

– Um verdadeiro cavalheiro, não? – Addison disse. Chase riu. – Meu nome é Addison Forbes Montgomery, sou de Connecticut, sou atendente obstetra, ginecologista, cirurgiã fetal, neonatal e geneticista do Seattle Grace Mercy West. – “que histórico pouco pequeno”, Chase riu com o pensamento. - Derek Shepherd é o meu... Hã... – hesitou uns instantes. – Ex-marido. – disse um pouco sem graça, afinal, falar de compromissos passados com uma pessoa que você está afim não é lá muito boa coisa.

– AGORA EU ENTENDI! – Chase deu um grito, logo caindo na gargalhada. Addison o acompanhou nas risadas, porém não sabia do que estavam rindo. – Agora eu entendi porque falam que você gosta dos neurocirurgiões. – Addison riu mais ainda, ficando um pouco corada devido ao comentário, fazendo Chase rir mais.

– Daqui a pouco vão começar a falar de você também, então se prepare. Fofoca é o que corre rápido no hospital. – a risada de Chase ia abaixando o volume e seu rosto estava vermelho de tanto rir. “Que fofo”, pensou Addie sorrindo. – Aliás, já estão falando. – Chase não ficou surpreso. O jeito que as pessoas o olhavam pelos corredores do SGMW era estranho.

– Espero que estejam falando bem pelo menos. – Chase riu. Addie deu de ombros. Chase franziu o cenho.

– Talvez. – tem coisas suas que intrigam os funcionários do hospital. – Chase ficou confuso. “Eles já sabem”, pensou. Engoliu seco e tentou sorrir. – Tô brincando, eles falam muito bem de você e das suas pesquisas. – um alívio tomou conta de Chase que suspirou aliviado.

– Eu e Derek morávamos em New York e algumas coisas aconteceram nos separamos e ele veio pra cá. – Chase assentiu.

– Não me diga que você o traiu com o melhor amigo dele. – Chase disse e riu tão espontaneamente. Addie tomou um susto e engasgou com sua bebida. Chase caiu na gargalhada de novo, fazendo-a rir também. – Meu deus, foi isso mesmo? – ele ria e o efeito do álcool estava ajudando um pouco. Depois disso, ele parou de beber.

– Ér... Foi algo mais ou menos assim. – ela dizia sem graça, colocando as mãos no rosto. – Chase respirou fundo e parou de rir.

– Ata, e aposto que o cara com quem você traiu trabalha no SGMW. – Chase riu e Addie continuava com as mãos no rosto, olhando só pelas frestas entre seus dedos.

– Sim. É o Mark Sloan. – ela ria envergonhada. Chase levou as mãos até a boca.

– Meu deus, preciso jogar na loteria essa semana. – os dois riam descontroladamente.

– Você pode ser aqueles mister M e tal, que adivinham o futuro. Mister Geller. – eles riram mais. – Então, qual o desfecho dessa incrível história? – Chase se recuperava de outra crise de riso. Addie colocou os braços em cima da mesa.

– Depois que tudo aconteceu, Derek veio para cá a convite do Webber e começou a ter uma... Coisa com Meredith Grey. – Chase ouvia atento. – Depois de alguns meses, chief Webber também me convidou para trabalhar aqui. Eu ainda tinha alguma esperança de reatar o meu casamento. E Derek ao contrário, já estava em outra. – ela ria e balançava a cabeça. – Depois que tudo se resolveu, fui para a Califórnia trabalhar na clínica de uns colegas de faculdade. Mas depois de um tempo quis voltar pra cá. – Addie colocou a mão no queixo, apoiando o braço na mesa. Sorrindo de uma forma bem sexy. – E você, tem ex esposa, foi traído, tem filhos? – perguntou interessada. “Foi traído, tem ex esposa?” ficava soando na cabeça de Chase. Ele teve mais um lapso e quando percebeu, estava na casa dos seus pais.

“Nunca esperaria isso de você Chase.” – sentiu ou lembrou-se do tapa que sua mãe deu em seu rosto. Seu corpo estremeceu.

“Não precisa contar com a gente mais. Nem lembrar que algum dia fomos seus pais. Você é uma vergonha Chase. Agora vai viver com isso até a sua morte.” – as palavras que seu pai proferiu foram piores do que o tapa da sua mãe.

Chase voltou a cena do acidente. Uma noite fria e escura, apenas se via os corpos, sangue e fogo. Chase engoliu seco, voltando para realidade.

Addie encarava-o com uma expressão de “estou tentando entender o que você está pensando e sentindo”. Chase encarou-a, suspirando.

– Eu...Ér...Sou... – as palavra simplesmente não saíam. Addie pousou sua mão sobre a dele, acariciando as costas da sua mão suavemente. – Me desculpa. – Chase disse abaixando a cabeça. - Sou de Winchester, MA. – Addie sorriu. A voz de Chase saia trêmula. – Guardei dinheiro para a faculdade de medicina a minha vida toda. Todo centavo que eu recebia de troco, ou até mesmo moedas de cinco centavos que achava no chão eu guardava. – ele tentava sorrir, mas as lembranças eram doloridas demais. – Ganhei uma bolsa em Harvard, só que depois de algumas coisas... - tentava ficar com a voz firme, mas sem sucesso. – Bom, depois de algum tempo, tive que me virar completamente sozinho. – sua voz ficou mais séria e Addie sentia um pouco a dor de Chase só de olhar em seus olhos.

Addison percebeu o quão difícil era para Chase falar do passado. O que será de tão grave que aconteceu? Ela sabia apenas de uma coisa: não ia forçar essa conversa.

– Esse assunto sobre passado parece bem difícil para você. – ela o ouviu sussurrando “bastante” e sorriu, entrelaçando sua mão na de Chase e apertando-a. Os dois se perderam no olhar de um para o outro.

Addie se levantou e Chase percebeu que os martinis tinham subido a cabeça dela. Ele riu, colocando o copo vazio sobre o balcão.

– Ei Joe, chame um taxi pra mim. – ela pediu para o barman que já ia pegar o telefone quando foi impedido por Chase.

– Mas é claro que eu vou te levar em casa. – ele disse com uma voz suave. Addie riu.

– Como se você não tem carro? Que eu saiba você chegou hoje a Seattle. – Addison arqueou as duas sobrancelhas e pela luz no local, a cor verde azulada de seus olhos ficaram mais visíveis ainda.

– Há, mal sabe você que aluguei um carro hoje a tarde. – os dois sorriram. Chase fez questão de pagar a conta o que rendeu uma pequena discussão com Addie. Além do mais já abriu um “caderninho de fiado” com o Joe.

Os dois foram andando calmamente para fora do bar, rumo ao estacionamento do hospital. Os dois entraram no carro, Chase colocou o cinto e Addie também, colocou a chava na ignição e deu a partida.

– Ér... Me desculpe por aquilo no bar.- seus olhos estavam tristes igual mais cedo. Espero que não me ache surtado. – seu comentário a fez rir. Ela foi guiando-o até a rua da sua casa que parecia não ser longe dali.

– Não, não acho isso. Quer dizer, tirando a parte que você adivinhou meu passado todo, aí sim pensei que você lia mentes ou algo assim. – Chase riu. Estava se divertindo muito com Addie, coisa que ele não fazia a tempo.

Addison descansou a cabeça no encosto do banco e logo já tinham chegado em sua casa que por sinal era muito bonita e bem decorada.

Os dois desceram e Chase levou-a até a porta. Ficaram em silêncio por alguns instantes, apenas se entreolhando.

– Eu... Não sou o tipo de cara que vai insistir pra dormir com você em pleno... Primeiro encontro de colegas de trabalho. – ele riu passando a mão no rosto. – Apesar de que dizem que pareço ser. – franziu a testa, fazendo uma expressão engraçada, fazendo Addison rir. – Gostei muito de ter saído com você hoje. Algo em você me atrai profundamente. – ele sorriu sem graça. – Acho que neurocirurgiões gostam de obstetras. – os dois riram mais. – Coisas terríveis me aconteceram e sinto que depois que vim pra cá, a parte ruim de mim ficou lá em Boston. Sinto que aqui posso ser quem eu realmente sou. – ele fechou os olhos e suspirou. Addie sorria aliviada e feliz por Chase confiar nela. – Acho que essa parte... – disse se aproximando de Addie, levantou o rosto. -... seria a que eu te beijo. – ele riu, fazendo-a rir envergonhada. Chase colocou suas mãos na cintura de Addison, onde levou uma mão até o seu rosto onde passou seu dedo anelar carinhosamente na sua bochecha. Logo levou sua mão até a nuca de Addie, puxando-a até seus lábios encostarem. O beijo era suave e sem pressa. Chase sentia o gosto leve de Martini, enquanto suas línguas entravam em uma dança calma.

Quando precisavam de ar, acabaram se separando. “Porra, que beijo”, Chase pensava. Os dois sorriram sem graça, ainda com os olhos grudados um nos outros.

– Preciso ir... Amanhã a gente se vê? – ele perguntou engraçado, como se não soubesse a resposta. Addison riu.

– Quem sabe... – disse caminhando até a porta. Chase abriu um sorriso, que pela primeira vez foi realmente sincero. Addie abriu a porta e entrou, olhando a última vez para Chase. Deu um tchauzinho e fechou a porta.

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5:00am – Hotel

Chase ouviu o barulho do despertador e fechou com força os olhos. Sua cabeça doía um pouco, talvez por causa das várias doses de whiskey da noite anterior.

A noite anterior”, não conseguiu evitar abrir um sorriso. A noite anterior foi a primeira em alguns meses que realmente valeu a pena. “E olha que foi só um beijo”, sorriu. Sentou-se na cama, fez um pequeno alongamento com os braços e o pescoço. Desde suas aulas de educação física do colégio fazia isso. E sempre o ajudava sentir melhor. Aliás, esporte sempre foi uma das paixões de Chase. Não é atoa que ele tem o corpo que tem. Espreguiçou-se mais uma vez e foi direto para o banho.

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Depois de um banho não muito demorado e de fazer sua higiene matinal, saiu enxugando os cabelos. Pegou uma roupa normal dentro da sua mala. “Tenho que alugar um apartamento. E rápido.” Pretendia conversar com Callie sobre o possível apartamento em seu prédio que estava para alugar. Estava frio, então pegou um casaco e vestiu.

Desceu até o saguão do hotel e foi até o restaurante, aonde tinha uma grande mesa com frutas, sucos, pães, cereais e várias outras coisas. Além disso, tinha funcionários fazendo waffles e panquecas.

Pegou uma maçã e um copo grande de café e foi andando para o hall do hotel. Olhou a hora no relógio e não se importou de chegar mais cedo.

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5:52 - Seattle Grace Mercy West Hospital

Chase chegou ao hospital, dando bom dia para os seguranças.

Via Owen andando de um lado para o outro na emergência. Ele riu e foi andando em direção a Owen.

– Vai acabar fazendo um buraco no chão, Owen. – ele disse descontraído. Owen revirou os olhos e acabou rindo. – Vou me trocar.

Chase riu e saiu andando rumo á sala dos atendentes. Esperava trombar com Addie nos corredores e não via a hora disso acontecer. Suspirou. Estava esperando o elevador e logo viu Callie chegando do seu lado com aquele sorriso de sempre.

– Bom dia, Chase Geller. – dizia com uma voz de quem queria insinuar alguma coisa. Chase riu e franziu a testa.

– Bom dia... Callie Torres? – ela sorriu. – Callie, depois você olha pra mim o negócio do apartamento no seu prédio, não consigo ficar em hotel por muito tempo. – suspirou pesadamente. Callie assentiu.

– Aham, pode deixar. Hoje mesmo converso com o proprietário. – o elevador chegou e eles entraram. Cristina estava dentro.

– Bom dia, dra. Yang. – Chase quis ser amigável. Cristina deu de ombros e saiu do elevador. A expressão de Chase era confusa. – Acho que ela não gosta de mim. – Callie riu. O elevador chegou ao andar da sala dos atendentes.

Os dois foram andando e conversando amistosamente sobre o hospital e sobre o futuro apartamento de Chase.

Entraram na sala e se depararam com Bailey, Teddy e Arizona.

Callie cumprimentou a todas e com um beijo, cumprimentou Arizona. Chase colocou suas coisas em cima do sofá.

– Bom dia, senhoritas. – Chase deu um sorriso muito simpático. Ele foi se trocar e logo saiu do banheiro com o conjunto azul escuro dos atendentes e seu jaleco. Hoje iria ficar por conta de algumas consultas e uma cirurgia já marcada no final da tarde. Iria bipar Lexie Grey assim que saísse da sala. Mas antes se serviu de uma boa dose de café puro. Afinal, ele não funcionava sem cafeína.

Quando se deu conta, Bailey já tinha saído, estava apenas Arizona, Callie e Teddy conversando sobre Teddy estar apaixonada por um cara que estava indo embora. Chase julgou ser o tal psiquiatra do hospital.

Estava indo em direção à porta, colocou a mão na maçaneta quando a mesma se abriu. Era a Addison. Chase se assustou, porém abriu um largo sorriso e ela fez o mesmo quando o viu. Eles com certeza estavam se olhando diferente.

Impressão minha ou os dois estão se olhando muito diferente? – Arizona sussurrou para as duas. Teddy assentiu enquanto bebia café.

Mal sabe vocês que eles saíram ontem a noite... – Callie disse dando um risinho.

Arizona e Teddy riram.

Addison gosta mesmo de neurocirurgiões. – as três caíram na risada, o que fez Chase e Addie despertar do devaneio.

Ele terminou de abrir a porta para que Addison entrasse.

– Bom dia, dra. Montgomery. – disse sorrindo. Mas o sorriso era diferente.

– Bom dia, dr. Geller. – retribuiu o sorriso.

Chase balançou a cabeça e saiu rumo ao pronto socorro. Mas antes, bipou Lexie. Pegou o elevador e passou em frente ao quadro da OR.

Derek tinha umas cirurgias, ele também... Suspirou. O dia ia ser longo. "It's a beautiful day to save lives, people. Let's have some fun”, pensou Chase.

– Bom dia, dr. Geller. – Lexie estava do seu lado. – Você pediu para eu checar os seus pacientes, todos estão estáveis e bem. Menos Tony Adams que teve uma parada cardíaca ontem, mas já foi controlada. – Lexie entregava os prontuários com os pos-op para Chase.

– Parada cardíaca? Isso não é comum. Bipe Altman, quero uma consulta para o Tony. – era ruim pensar que seu paciente poderia ter que operar novamente, mas fazer o que. Lexie assentiu e os dois foram andando para o balcão da enfermagem.

Ele pode avistar Meredith chegando com Derek e do outro lado do lobby.

Hoje vai ser um longo dia”, pensou Chase e sorriu.


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Notas finais do capítulo

Ainda queria adicionar algumas coisas nesse capítulo, mas como ficou grande, o próximo já está-semi pronto. Comentários, sugestões, críticas? Obrigado a quem está lendo, de verdade. Abraços e até o próximo!



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