My Dream escrita por Susan Salvatore


Capítulo 3
Onde o pesadelo começa


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores. Então, a co-autora dessa história, por motivos pessoais, decidiu sair. Portanto, a partir de hoje, sou só eu quem posta. Tentarei postar com a maior frequência possível. E... Espero que gostem!



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Podia-se dizer muito sobre Klaus, mas uma coisa era inegável: ele sabia como viver com estilo. Sua casa exalava riqueza, mas não de um modo vulgar ou ostensivo; não, era genuinamente moderna e sofisticada. É claro, o tipo de casa com o qual Hayley nunca sonhara por os pés dentro. A propriedade toda causou um verdadeiro encanto na moça, que, inocentemente, pensou que aquilo não ia ser tão ruim.

Até ver o primeiro olhar de Klaus para ela. Desprezo, crueldade e ódio emanavam dele. Um sorriso sádico distorceu sua face; Hayley teve medo do que se passava naquela cabeça. Teve medo de todo seu futuro; arrependimento quase a consumiu.

Tinha certeza que o bater de seu coração era audível e começou a se desesperar... Até uma mão quente e suave roçar a sua. Elijah lhe lançava um olhar cálido de confiança e, diante daqueles belos olhos cor de chocolate, ela não teve mais medo. Ao contrário, sentiu um leve rubor tomar conta de suas bochechas – ela estava terrivelmente consciente do quanto ele era atraente. A presença dele era quase... Como um sol ao seu lado. Tentou por tudo afastar esses pensamentos.

– Bem vinda – disse Klaus cordialmente – Meu irmão lhe mostrará seus aposentos. Se tiver qualquer coisa a tratar comigo, peça a uma das empregadas para me chamar. Elas tratarão de todas as suas necessidades. Agora, se me der licença, tenho assuntos a resolver.

E se foi. Frio, seco e duro. Hayley suspirou de alívio.

– Isso foi... Nada incomum – suspirou Elijah – Venha, vou mostrar a casa.

...

Ela estava extasiada. Seu quarto era magnífico! Muito maior que seu apartamento inteiro! E, relutantemente, teve que aceitar a beleza do berço de madeira que havia ao lado de sua cama. Pela primeira vez, pensou em como seria ninar uma criança ali. Nada faltaria a ela... A não ser uma mãe. Não havia nada a se fazer sobre isso. Certa de que perto de toda aquela riqueza nada faltaria a seu filho, ela tirou esses pensamentos da cabeça e soltou um suspiro de admiração.

– O que achou? – perguntou o homem, com uma expressão divertida.

– Aceitável – respondeu, pulando na cama e deliciosamente afundando alguns centímetros no colchão.

Elijah riu. E ela lhe jogou um travesseiro na cara. Foi fácil lembrar daqueles tempos, onde os dois só tinham como preocupação quem conseguia dar o mergulho mais bonito ou chegar à casa de praia dos Wilson primeiro. Surpreendentemente, tirando a postura de empresário bonitão, ele revidou o golpe e deu uma gargalhada. As brincadeiras e a tranquilidade vinham fáceis; uma agradável fuga para seus problemas.

Só pararam quando dezenas de penas caíram no chão e mais um monte chovia sobre suas cabeças. Hayley, distraída, tentando alcançar algumas para fazer uma travessura, tropeçou em Elijah e os dois caíram no colchão macio.

– Ops – disse, ainda rindo. Seu sorriso nunca foi tão solto.

– Te peguei, senhorita – respondeu ele, enquanto tirava algumas penas do cabelo dela. Suas risadas foram lentamente morrendo e ambos cada vez mais tinham consciência do toque de suas peles uma na outra. Elijah até podia sentir o pulsar do coração dela; o ofegar da garota era inconstante.

Seus rostos estavam a centímetros um do outro... Até que Elijah se deu conta de que estava em cima da barriga dela, provavelmente quase assassinando seu sobrinho.

– Oh, me desculpe! Eu esqueci... Desculpe-me mesmo... – disse desesperado.

– Não, tudo bem. – respondeu ela, com o rosto em chamas. Deus, ela estava na cama com Elijah! Como isso podia ficar pior... Ou melhor? “Ok, garota, ele é só um homem gostoso. Você já viu um monte deles. Tenha foco.”, disse a si mesma, quase se estapeando mentalmente.

Ele lhe estendeu a mão para ajudá-la a levantar... E ela notou que a temperatura deles era a mesma; estava tão quente como ela.

– Vem, quero te mostrar uma coisa.

Caminharam silenciosamente e Hayley não se lembrou que provavelmente seria inteligente da parte dela prestar atenção aonde ia. Não, ela só realmente ouviu quando ele disse as palavras “meu quarto”.

– Está vendo aquele corredor lá na frente? – perguntou ele, sem realmente entrar lá. Só Deus sabia o que ele ia fazer se entrasse num segundo quarto com aquela mulher – No final dele tem uma porta, que dá acesso a um outro corredor. Que no final dá acesso a isso aqui.

Ele a puxou pelo pulsou por alguns metros, até parar numa porta simples de mogno; abrindo-a para um corredor cheio de vasos com orquídeas e pinturas sobre a França, seguiram reto até uma porta dupla magnífica. Foi quando ele a abriu é que a surpresa foi revelada. Estantes enormes que iam até o teto eram as únicas paredes do lugar. Havia ali, provavelmente, milhares de livros, dezenas de milhares. Uma pequena lareira aquecia o local, desprovido de janelas. Poltronas confortáveis se espalhavam por ali e uma bela escada de madeira retorcida levava ao segundo andar, ainda mais cheio de livros.

– É absurdamente lindo! – exclamou ela. Uma biblioteca inteira ali, tão perto dela! As coisas não eram tão ruins, afinal.

– Quase ninguém vem aqui e duvido que a maioria das empregadas se lembre. Essa é a minha biblioteca. Sempre que quiser, venha aqui, ok? E... Sempre que precisar, entre aqui – disse, apontando para uma estreita porta clara – E vai dar direto no meu quarto. A qualquer hora que precisar é só chamar. É um refúgio.

– Eu realmente vou aproveitar isso – disse ela. Por um momento, Elijah pensou se ela se referia à biblioteca ou ao seu quarto... Mas quando a viu olhando admirada para os volumes que tinha a sua frente, entendeu que, no fundo, Hayley era uma garota inocente.

Ficaram ali por muitos minutos, cada um admirando o que lhe convinha. Aquela biblioteca era algo extremamente pessoal; não possuía livros didáticos nem informativos. Não, era tudo sobre literatura e os melhores guias turísticos do mundo. Até livros de culinária havia ali – o que a deixou ainda mais entusiasmada.

– Elijah? – chamou, repentinamente tímida.

– Sim?

– Meu melhor amigo ainda quer ser meu melhor amigo?

Aquilo o pegou de surpresa. E o encheu de alegria.

– Pro que der e vier – disse, e não havia nada de formal nisso. Parecia um adolescente de terno e ela não pode evitar rir disso.

...

Muitas horas depois, Hayley caminhava no escuro, tentando achar o caminho de volta a seu quarto. Acabou tropeçando no tapete, provocando um xingamento por parte dela. E uma risada de outro alguém.

– Devia prestar atenção para onde está – disse Klaus, com ambiguidade – Venha, a levarei até seu quarto.

Ao contrário de antes, a caminhada foi tensa, um silêncio sufocador. Hayley se mantinha a uma distância segura dele, certa de que não queria nem sentir seu perfume.

– Aqui está – continuou ele – Esse é seu confinamento. Tenho uma coisa que quero lhe dizer... Ah, não pense que isso será fácil. Você nunca irá por os pés pra fora daqui. Viva, pelo menos. Irá pagar por sua audácia.

– Não tenho medo de você – respondeu ela, revirando os olhos. Klaus apertou se braço até ouvi-la gemer.

– Espero que esse hematoma lhe lembre que deve temer a mim. Só está aqui por piedade de meu irmão... E para ser um brinquedo. E eu jogo duro. Bem, isso é tudo. Seja bem vinda, querida.

Assim que ele saiu, Hayley deixou que algumas lágrimas escapassem; seu braço ainda pulsava. Então, foi a primeira vez que fez uso de seu refúgio emprestado.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Sugestões? Críticas? Estejam à vontade! :)



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