My Dream escrita por Susan Salvatore


Capítulo 14
Quem é o inimigo agora?


Notas iniciais do capítulo

Ah, finalmente! Achei que nunca mais ia conseguir postar... Bem, espero que gostem, depois dessa eternidade sem capítulos.



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Era fofo ver o quanto ele estava nervoso. Ali, na sala de espera do ultra-som, Elijah realmente parecia ser o pai da criança. A cada cinco minutos, mais ou menos, ele ia até a secretária do consultório, perguntar se faltava muito tempo ainda. Então se sentava e começava a se remexer na cadeira até ir lá novamente. Hayley mordia os lábios para segurar o riso.

– Hayley Marshall – disse a voz firme da médica.

Ela se levantou, seguida de Elijah. Mas de jeito nenhum que ela o deixaria vê-la numa situação tão constrangedora. Ainda não sabia qual método seria usado para ver o bebê.

– Fique aqui – disse ela, dando um beijo na testa dele. E sentindo vontade de dar mais beijos.

– Mas...

– Estará tudo bem. Não dói.

– Se precisar, me chame imediatamente, ouviu?

– Sim, papai – falou ela, piscando para ele.

Elijah se concentrou no tique-taque do relógio acima de sua cabeça, tentando sufocar certos pensamentos. Não era só a descoberta do sexo do bebê que o deixava tão nervoso. Simplesmente, naquele dia, percebeu que seu segredo não podia ser mantido por muito tempo... Porque era ele quem ia criar a criança. Era quase óbvio; jamais deixaria um bebê nas mãos de Klaus. Talvez Hayley não ganhasse a guarda sozinha, mas com sua ajuda, certamente conseguiria. Era tão poderoso quando o irmão. E se algum juiz sequer considerasse a possibilidade de dar a guarda ao pai biológico... Bem, existiam algumas provas bem incriminadoras para serem mostradas.

O relacionamento com Hayley fazia bem a ele em todos os sentidos. Sentia-se mais corajoso e seguro e Klaus já não parecia ser tão ameaçador assim. Finalmente sentia que as coisas começavam a dar certo.

Ouviu passos se aproximando. Hayley, com lágrimas nos olhos, o abraçou, rindo de felicidade.

– É uma menina.

Pronto. Mais uma razão para que ele não deixasse Klaus chegar perto da criança.

...

Eles tinham de contar. E contaram. Mas, por incrível que pareça – ou nem tanto assim – Klaus apenas esboçou um sorriso. Uma menininha tinha lá suas utilidades. Porém, realmente não ficou nada satisfeito com a notícia seguinte.

– Nós estamos apaixonados – disse Elijah, segurando a mão de Hayley.

– Oh. Bem, parabéns – disse o outro, desdenhoso.

– É tudo o que tem a dizer?

– Bem, eu não estou com ciúmes nem nada. Mas vocês devem saber que isso não se tornará público.

– E por que não? – desafiou Hayley.

– Para todos os efeitos, você é minha esposa. Esperem até o fim das eleições.

– Não vamos esperar nada, Klaus.

– Ah, vocês vão sim. – disse ele, e saiu da sala, andando calmamente.

Um clima pesado se estabeleceu no local.

– Foi realmente o certo contar? – perguntou a moça, com olhos perdidos.

– É claro que foi. Isso só o prepara para a outra coisa.

– Você... Mudou. Está realmente o enfrentando, não é?

– É, mas não vai ser fácil. Nada fácil.

Uma batida na porta silenciou-os.

– Irmãozinho, preciso falar com você de novo. A sós – disse Klaus, enquanto observava Hayley sair da sala com um olhar raivoso – Finalmente.

– O que quer?

– Você vai sair da minha casa.

– E você diz que não era ciúme – debochou Elijah, sentindo a preocupação martelar em sua cabeça. Aquilo era uma ordem; a casa era de Klaus, então ele bem podia expulsá-lo mesmo – Ok, direi para Hayley.

– Você vai sozinho.

– Eu gostaria de ver você me impedir.

– Na verdade, não gostaria nada. Devo lembrar-lhe de quem está sob minha custódia? Ou já se esqueceu de Celeste fácil assim?

Ah, merda. Então ele decidira ser um psicopata explícito novamente? Elijah se sentiu acuado, como sempre se sentira. Parece que seu irmão sempre tinha alguma carta na manga. Um pensamento lhe ocorreu: talvez Klaus só fosse tão esperto porque abdicava de seus princípios – se é que tivera algum – para fazer o que quisesse. Se Elijah fizesse o mesmo... Bem, aí poderia jogar no mesmo nível do irmão.

– Como queira, irmãozinho – disse ele, idéias fulminando em sua cabeça – Mas saiba de uma coisa: você não é o único com segredos. Cuidado com armadilhas, elas estão em todo lugar.

Klaus apenas riu.

...

Estavam abraçados. As malas de Elijah estavam sob os pés dela. Silenciosamente, ela se condenava por ter aberto sua boca. Aquilo tudo era vingança... Se não tivessem contado, ainda poderia viver sob o mesmo teto que ele.

– Não vá – sussurrou Hayley, segurando as lágrimas. Tinha medo de como seria sua vida ali sem Elijah.

– Eu preciso. Ele ameaçou a vida de Celeste...

– Então é tudo por causa daquela puta?!

–... E se ele a ameaçou, pode ameaçar você também. E Celeste não tem culpa de nada. Ela é só mais uma vítima de Klaus, como todos nós – disse Elijah e então se aproximou da orelha dela, sussurrando o mais baixo que podia – Você vai precisar ser forte. Vai ter que fingir que me odeia. Vai ajudar Klaus.

– Por que diabos eu faria isso?

– Porque você pode conseguir provas contra ele. A fraqueza dele é achar que os outros estão completamente acabados. Se você enganá-lo... Podemos derrotar ele de uma vez.

– Ok, tudo bem, mas... – ia sussurrando e o beijou. Pela última vez em... Quem sabia quanto tempo aquilo ia durar? – Eu amo você.

– Também amo você. Pode começar a fingir agora.

Ela deu um tapa na cara dele. Sem muita força. Um pequeno dèja vu passou pelas cabeças de ambos.

– Como pode me abandonar nesse ninho de cobrar? – gritou ela, deixando as lágrimas caírem – Você é um covarde! Eu... Eu odeio mesmo você!

– Você é a criatura menos compreensível que eu conheço – respondeu ele, segurando um sorriso. Divirta-se com a cena, irmão. – É tão egoísta! Está cega de ciúme.

– Vai pro inferno!

– Estou saindo dele.

Elijah saiu, batendo a porta do quarto dela com força. Seja lá onde Klaus estivesse, teria escutado. A moça ficou em seu quarto, pensando. Teria que ser muito corajosa a partir daquele momento. Ia precisar fingir o tempo todo... Mas, francamente, não fora isso que fizera a vida inteira?

Pela janela do quarto, o viu entrar no táxi. Virou as costas... E então reparou que o chão estava cheio de um líquido pegajoso. Estava espalhado por toda parte. Tinha um cheiro esquisito...

– Olá de novo – disse uma voz feminina atrás dela. Era aquela garota... Do dia das pedras nas janelas! Isso, era ela mesmo. Dessa vez, ela tinha uma garrafa nas mãos... Uma garrafa com um pedaço de tecido no gargalo. – Entenda, não é pessoal. É por um bem maior.

– Qual... Qual é seu nome? Quem é você? – disse Hayley, tentando distraí-la como faziam as pessoas nos filmes.

– Meu nome é Davina. Eu vou ser a morte de sua família. – dizendo isso, dramaticamente, pegou um isqueiro e colocou fogo no tecido. Jogou a garrafa para Hayley que, assustada, a deixou cair. Enquanto um barulho de explosão preenchia o quarto, Davina pulou da janela.

Hayley caiu na cama. Apavorada viu o quarto ser consumido pelas chamas. Então ouviu mais garrafas sendo quebradas e mais explosões. A menina estava colocando fogo na casa inteira! Engolindo seu medo de ser queimada, ela tentou abrir a porta. Inutilmente. Fora trancada por fora; ela até arriscaria arrombá-la, mas sua gravidez já era de risco. Não podia fazer esforços muito grandes. Correu até as janelas... Travadas.

Por quanto tempo aquela menina estivera ali?

Minutos depois, o quarto estava intoxicado. O carbono queimava em sua garganta. Apavorada, encolheu-se num canto, pronta para desmaiar... E então ouviu o barulho de uma porta sendo arrombada. Seu herói.

O desespero tomava conta de suas feições. Ele tinha a roupa queimada e partes de sua pele também. Sua têmpora sangrava. Gritando por ela, quando finalmente a viu, colocou-a no colo e saiu correndo por onde viera. Pedaços de madeira em chamas tentavam acertar os dois, e acertavam, mas, finalmente, conseguiram sair.

Lá fora, os bombeiros apareceram. Os outros moradores estavam todos bem. Assim que Hayley parou de tossir, Klaus foi até ela. Algumas pessoas estavam ali para ver a cena, então tinha que manter a pose.

– Você está bem?

– Pareço... Bem? – disse ela, tossindo.

– Você viu quem fez isso?

– Vi... Foi... Uma menina... Davina.

Pela primeira vez desde que estava ali, Hayley viu Klaus ficar pasmo. Dando um sorriso amarelo, ele beijou a testa dela. As pessoas ali suspiraram.

– Vamos... Vamos para minha outra casa. Você ficará em segurança lá.

– Tudo bem – concordou Elijah e fez menção de ir junto.

– Um momento, irmão. Você continua expulso.

Eles se encararam. O ódio estava estampado nas caras dos dois. Dava para tocar a tensão ali.

– Ok, Klaus. Mas só para avisar: isso não vai dar certo. Seu plano vai falhar, seja lá qual for ele. Eu vou garantir isso.

– Veremos.

Sentada, sozinha, no carro de bombeiros, Hayley sussurrou baixinho, porque ninguém podia – ou devia – ouvi-la.

– Não vá...

...

Horas mais tarde, um carro atravessava a ponte e entrava na floresta. O lugar era totalmente inóspito... Perfeito para os dois. Ele já se encontrava ali faziam algum tempo.

– Ora, finalmente, achei que tinha desistido de mim – disse ele, com voz sensual. Era impossível, aquela mulher era louca por ele.

– Até parece que realmente pensou isso, Marcel – disse ela, beijando-o amorosamente. A melhor parte de sua semana era quando finalmente podia encontrá-lo – Mas hoje não temos muito tempo, meu amor.

– O que aconteceu? – perguntou ele, reparando na fuligem no cabelo dela.

– Davina. Ela atacou de novo. Marcel, ela está completamente louca! Incendiou a casa!

– Meu Deus.

O homem ficou pálido. Sabia dos pequenos serviços que a filha adotiva realizava para ele, mas nunca pensara que ela iria tão longe. Se alguém a pegasse...

– Quem mais sabe?

– Todo mundo.

– Meu Deus – repetiu ele.

– Marcel... Você tem que se livrar dela. Sumir com ela. Mande-a para um lugar em que ela não vai ter nenhum contato com você. Sei que a ama, mas ela é louca! Vai acabar te deixando na cadeia... Eu não suportaria perder você.

– Nem eu, querida, nem eu...

Abraçaram-se. Precisavam planejar algo rápido. E que finalmente desse certo.


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Notas finais do capítulo

Oe, leitores! Como estão? Gostando, eu espero.
Então, já deu pra perceber que o Klaus é um gênio psicopata, ênfase no gênio - estilo Red John. Por favor, que ninguém o adote como personagem preferido por isso u.u